Continuando nosso desafio da Bíblia, observamos que Jesus utiliza a metáfora do bom pastor para falar sobre sua missão. Ele afirma ser a porta das ovelhas, o pastor que guia e protege seu rebanho. Jesus também se compara ao mercenário que abandona as ovelhas em perigo, enfatizando sua dedicação e amor por elas. Ele declara que é o bom pastor que dá sua vida pelas ovelhas. Além disso, Jesus faz referência à ressurreição de Lázaro, realizando um milagre que leva muitos a acreditar nele. No final, há uma discussão sobre a intenção dos fariseus de matar Jesus, enquanto outros líderes religiosos acreditam nele, mas não o manifestam com medo de serem expulsos da sinagoga. Jesus enfatiza sua missão de trazer salvação e vida eterna, e que suas palavras são as palavras do Pai. Faça a leitura de preferencia em sua Bíblia dos capítulos 10, 11 e 12 do evangelho segundo São João (Jo).
João
O bom-pastor
10. 1.“Em verdade, em verdade vos digo: quem não entra pela porta no aprisco das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador. 2.Mas quem entra pela porta é o pastor das ovelhas. 3.A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz. Ele chama as ovelhas pelo nome e as conduz à pastagem. 4.Depois de conduzir todas as suas ovelhas para fora, vai adiante delas; e as ovelhas seguem-no, pois lhe conhecem a voz. 5.Mas não seguem o estranho; antes fogem dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.” 6.Jesus disse-lhes essa parábola, mas não entendiam do que ele queria falar. 7.Jesus tornou a dizer-lhes: “Em verdade, em verdade vos digo: eu sou a porta das ovelhas. 8.Todos quantos vieram [antes de mim] foram ladrões e salteadores, mas as ovelhas não os ouviram.* 9.Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim será salvo; tanto entrará como sairá e encontrará pastagem.* 10.O ladrão não vem senão para furtar, matar e destruir. Eu vim para que as ovelhas tenham vida e para que a tenham em abundância. 11.Eu sou o bom-pastor. O bom-pastor expõe a sua vida pelas ovelhas.* 12.O mercenário, porém, que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, quando vê que o lobo vem vindo, abandona as ovelhas e foge; o lobo rouba e dispersa as ovelhas. 13.O mercenário, porém, foge, porque é mercenário e não se importa com as ovelhas. 14.Eu sou o bom-pastor. Conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem a mim, 15.como meu Pai me conhece e eu conheço o Pai. Dou a minha vida pelas minhas ovelhas. 16.Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco. Preciso conduzi-las também, e ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor.* 17.O Pai me ama, porque dou a minha vida para a retomar. 18.Ninguém a tira de mim, mas eu a dou de mim mesmo e tenho o poder de a dar, como tenho o poder de a reassumir. Tal é a ordem que recebi de meu Pai”. 19.A propósito dessas palavras, originou-se nova divisão entre os judeus. 20.Muitos deles diziam: “Ele está possuído do demônio. Ele delira. Por que o escutais vós?”.* 21.Outros diziam: “Estas palavras não são de quem está endemoninhado. Acaso pode o demônio abrir os olhos a um cego?”.
Festa da Dedicação
22.Celebrava-se em Jerusalém a festa da Dedicação. Era inverno. 23.Jesus passeava no templo, no pórtico de Salomão. 24.Os judeus rodearam-no e perguntaram-lhe: “Até quando nos deixarás na incerteza? Se tu és o Cristo, dize-nos claramente”. 25.Jesus respondeu-lhes: “Eu vo-lo digo, mas não credes. As obras que faço em nome de meu Pai, estas dão testemunho de mim. 26.Entretanto, não credes, porque não sois das minhas ovelhas. 27.As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. 28.Eu lhes dou a vida eterna; elas jamais hão de perecer, e ninguém as roubará de minha mão. 29.Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém as pode arrebatar da mão de meu Pai. 30.Eu e o Pai somos um”.* 31.Os judeus pegaram pela segunda vez em pedras para o apedrejar. 32.Disse-lhes Jesus: “Tenho-vos mostrado muitas obras boas da parte de meu Pai. Por qual dessas obras me apedrejais?”. 33.Os judeus responderam-lhe: “Não é por causa de alguma boa obra que te queremos apedrejar, mas por uma blasfêmia, porque, sendo homem, te fazes Deus”. 34.Replicou-lhes Jesus: “Não está escrito na vossa Lei: Eu disse: Vós sois deuses (Sl 81,6)? 35.Se a Lei chama deuses àqueles a quem a Palavra de Deus foi dirigida (ora, a Escritura não pode ser desprezada), 36.como acusais de blasfemo aquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo, porque eu disse: Sou o Filho de Deus? 37.Se eu não faço as obras de meu Pai, não me creiais. 38.Mas se as faço, e se não quiserdes crer em mim, crede nas minhas obras, para que saibais e reconheçais que o Pai está em mim e eu no Pai.”* 39.Procuraram então prendê-lo, mas ele se esquivou das suas mãos. 40.Ele se retirou novamente para além do Jordão, para o lugar onde João começara a batizar, e lá permaneceu. 41.Muitos foram a ele e diziam: “João não fez milagre algum, 42.mas tudo o que João falou deste homem era verdade”. E muitos acreditaram nele.
Ressurreição de Lázaro
11. 1.Lázaro caiu doente em Betânia, onde estavam Maria e sua irmã Marta. 2.Maria era quem ungira o Senhor com o óleo perfumado e lhe enxugara os pés com os seus cabelos. E Lázaro, que estava enfermo, era seu irmão. 3.Suas irmãs mandaram, pois, dizer a Jesus: “Senhor, aquele que tu amas está enfermo”. 4.A essas palavras, disse-lhes Jesus: “Esta enfermidade não causará a morte, mas tem por finalidade a glória de Deus. Por ela será glorificado o Filho de Deus”. 5.Ora, Jesus amava Marta, Maria, sua irmã, e Lázaro. 6.Mas, embora tivesse ouvido que ele estava enfermo, demorou-se ainda dois dias no mesmo lugar. 7.Depois, disse a seus discípulos: “Voltemos para a Judeia”. 8.“Mestre” – responderam eles –, “há pouco os judeus te queriam apedrejar, e voltas para lá?”. 9.Jesus respondeu: “Não são doze as horas do dia? Quem caminha de dia não tropeça, porque vê a luz deste mundo. 10.Mas quem anda de noite tropeça, porque lhe falta a luz”. 11.Depois dessas palavras, ele acrescentou: “Lázaro, nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo.” 12.Disseram-lhe os seus discípulos: “Senhor, se ele dorme, há de sarar”. 13.Jesus, entretanto, falara da sua morte, mas eles pensavam que falasse do sono como tal. 14.Então, Jesus lhes declarou abertamente: “Lázaro morreu. 15.Alegro-me por vossa causa, por não ter estado lá, para que creiais. Mas vamos a ele.” 16.A isso Tomé, chamado Dídimo, disse aos seus condiscípulos: “Vamos também nós, para morrermos com ele”.* 17.À chegada de Jesus, já havia quatro dias que Lázaro estava no sepulcro. 18.Ora, Betânia distava de Jerusalém cerca de quinze estádios.* 19.Muitos judeus tinham vindo a Marta e a Maria, para lhes apresentar condolências pela morte de seu irmão. 20.Mal soube Marta da vinda de Jesus, saiu-lhe ao encontro. Maria, porém, estava sentada em casa. 21.Marta disse a Jesus: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido! 22.Mas sei também, agora, que tudo o que pedires a Deus, Deus te concederá”. 23.Disse-lhe Jesus: “Teu irmão ressurgirá”. 24.Respondeu-lhe Marta: “Sei que há de ressurgir na ressurreição no último dia”. 25.Disse-lhe Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. 26.E todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá. Crês nisso?”.* 27.Respondeu ela: “Sim, Senhor. Eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, aquele que devia vir ao mundo”.* 28.A essas palavras, ela foi chamar sua irmã Maria, dizendo-lhe baixinho: “O Mestre está aí e te chama”. 29.Apenas ela o ouviu, levantou-se imediatamente e foi ao encontro dele. 30.(Pois Jesus não tinha chegado à aldeia, mas estava ainda naquele lugar onde Marta o tinha encontrado.) 31.Os judeus que estavam com ela em casa, em visita de pêsames, ao verem Maria levantar-se depressa e sair, seguiram-na, crendo que ela ia ao sepulcro para ali chorar. 32.Quando, porém, Maria chegou onde Jesus estava e o viu, lançou-se aos seus pés e disse-lhe: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido!”. 33.Ao vê-la chorar assim, como também todos os judeus que a acompanhavam, Jesus ficou intensamente comovido em espírito. E, sob o impulso de profunda emoção, 34.perguntou: “Onde o pusestes?”. Responderam-lhe: “Senhor, vinde ver.” 35.Jesus pôs-se a chorar. 36.Observaram por isso os judeus: “Vede como ele o amava!”. 37.Mas alguns deles disseram: “Não podia ele, que abriu os olhos do cego de nascença, fazer com que este não morresse. 38.Tomado, novamente, de profunda emoção, Jesus foi ao sepulcro. Era uma gruta, coberta por uma pedra. 39.Jesus ordenou: “Tirai a pedra”. Disse-lhe Marta, irmã do morto: “Senhor, já cheira mal, pois há quatro dias que ele está aí…”. 40.Respondeu-lhe Jesus: “Não te disse eu: Se creres, verás a glória de Deus?”. Tiraram, pois, a pedra. 41.Levantando Jesus os olhos ao alto, disse: “Pai, rendo-te graças, porque me ouviste. 42.Eu bem sei que sempre me ouves, mas falo assim por causa do povo que está em roda, para que creiam que tu me enviaste”. 43.Depois dessas palavras, exclamou em alta voz: “Lázaro, vem para fora!”. 44.E o morto saiu, tendo os pés e as mãos ligados com faixas, e o rosto coberto por um sudário. Ordenou então Jesus: “Desatai-o e deixai-o ir”. 45.Muitos dos judeus, que tinham vindo a Marta e Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele. 46.Alguns deles, porém, foram aos fariseus e lhes contaram o que Jesus realizara. 47.Os pontífices e os fariseus convocaram o conselho e disseram: “Que faremos? Esse homem multiplica os milagres. 48.Se o deixarmos proceder assim, todos crerão nele, e os romanos virão e arruinarão a nossa cidade e toda a nação”.* 49.Um deles, chamado Caifás, que era o sumo sacerdote daquele ano, disse-lhes: “Vós não entendeis nada! 50.Nem considerais que vos convém que morra um só homem pelo povo, e que não pereça toda a nação”. 51.E ele não disse isso por si mesmo, mas, como era o sumo sacerdote daquele ano, profetizava que Jesus havia de morrer pela nação,* 52.e não somente pela nação, mas também para que fossem reconduzidos à unidade os filhos de Deus dispersos.* 53.E desde aquele momento resolveram tirar-lhe a vida. 54.Em consequência disso, Jesus já não andava em público entre os judeus. Retirou-se para uma região vizinha do deserto, a uma cidade chamada Efraim, e ali se detinha com seus discípulos. 55.Estava próxima a Páscoa dos judeus, e muita gente de todo o país subia a Jerusalém antes da Páscoa para se purificar.* 56.Procuravam Jesus e falavam uns com os outros no templo: “Que vos parece? Achais que ele não virá à festa?”. 57.Mas os sumos sacerdotes e os fariseus tinham dado ordem para que todo aquele que soubesse onde ele estava o denunciasse, para o prenderem.
Jantar em Betânia
12. 1.Seis dias antes da Páscoa, foi Jesus a Betânia, onde vivia Lázaro, que ele ressuscitara. 2.Deram ali uma ceia em sua honra. Marta servia e Lázaro era um dos convivas. 3.Tomando Maria uma libra de bálsamo de nardo puro, de grande preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com seus cabelos. A casa encheu-se do perfume do bálsamo. 4.Mas Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, aquele que o havia de trair, disse: 5.“Por que não se vendeu este bálsamo por trezentos denários e não se deu aos pobres?”. 6.Dizia isso não porque ele se interessasse pelos pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, furtava o que nela lançavam. 7.Jesus disse: “Deixai-a; ela guardou este perfume para o dia da minha sepultura. 8.Pois sempre tereis convosco os pobres, mas a mim nem sempre me tereis”. 9.Uma grande multidão de judeus veio a saber que Jesus lá estava; e chegou, não somente por causa de Jesus, mas ainda para ver Lázaro, que ele ressuscitara. 10.Mas os príncipes dos sacerdotes resolveram tirar a vida também a Lázaro, 11.porque muitos judeus, por causa dele, se afastavam e acreditavam em Jesus.
Entrada de Jesus em Jerusalém
12.No dia seguinte, uma grande multidão que tinha vindo à festa em Jerusalém ouviu dizer que Jesus se ia aproximando.* 13.Saíram-lhe ao encontro com ramos de palmas, exclamando: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor, o rei de Israel!”. 14.Tendo Jesus encontrado um jumentinho, montou nele, segundo o que está escrito: 15.Não temas, filha de Sião, eis que vem o teu rei montado num filho de jumenta (Zc 9,9). 16.Os seus discípulos a princípio não compreendiam essas coisas, mas, quando Jesus foi glorificado, então se lembraram de que isso estava escrito a seu respeito e de que assim lho fizeram.* 17.A multidão, pois, que se achava com ele, quando chamara Lázaro do sepulcro e o ressuscitara, aclamava-o. 18.Por isso, o povo lhe saía ao encontro, porque tinha ouvido que Jesus fizera aquele milagre. 19.Mas os fariseus disseram entre si: “Vede! Nada adiantou! Reparai que todo mundo corre atrás dele!”
Conclusão do livro dos sinais
20.Havia alguns gregos entre os que subiram para adorar durante a festa.* 21.Estes se aproximaram de Filipe (aquele de Betsaida da Galileia) e rogaram-lhe: “Senhor, quiséramos ver Jesus”. 22.Filipe foi e falou com André. Então, André e Filipe o disseram ao Senhor. 23.Respondeu-lhes Jesus: “É chegada a hora para o Filho do Homem ser glorificado. 24.Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caído na terra, não morrer, fica só; se morrer, produz muito fruto. 25.Quem ama a sua vida, irá perdê-la; mas quem odeia a sua vida neste mundo, irá conservá-la para a vida eterna. 26.Se alguém me quer servir, siga-me; e, onde eu estiver, estará ali também o meu servo. Se alguém me serve, meu Pai o honrará. 27.Agora, a minha alma está perturbada. Mas que direi?… Pai, salva-me desta hora… Mas é exatamente para isso que vim a esta hora. 28.Pai, glorifica o teu nome!” Nisso veio do céu uma voz: “Já o glorifiquei e tornarei a glorificá-lo”.* 29.Ora, a multidão que ali estava, ao ouvir isso, dizia ter havido um trovão. Outros replicavam: “Um anjo falou-lhe”. 30.Jesus disse: “Essa voz não veio por mim, mas sim por vossa causa. 31.Agora é o juízo deste mundo; agora será lançado fora o príncipe deste mundo.* 32.E quando eu for levantado da terra, atrairei todos os homens a mim”. 33.Dizia, porém, isto, significando de que morte havia de morrer. 34.A multidão respondeu-lhe: “Nós temos ouvido da Lei que o Cristo permanece para sempre. Como dizes tu: Importa que o Filho do Homem seja levantado? Quem é esse Filho do Homem?”. 35.Respondeu-lhes Jesus: “Ainda por pouco tempo a luz estará em vosso meio. Andai enquanto tendes a luz, para que as trevas não vos surpreendam; e quem caminha nas trevas não sabe para onde vai. 36.Enquanto tendes a luz, crede na luz, e assim vos tornareis filhos da luz.” Jesus disse essas coisas, retirou-se e ocultou-se longe deles.* 37.Embora tivesse feito tantos milagres na presença deles, não acreditavam nele. 38.Assim se cumpria o oráculo do profeta Isaías: Senhor, quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor (Is 53,1)? 39.Aliás, não podiam crer, porque outra vez disse Isaías: 40.Ele cegou-lhes os olhos, endureceu-lhes o coração, para que não vejam com os olhos nem entendam com o coração e se convertam e eu os sare (Is 6,10). 41.Assim se exprimiu Isaías, quando teve a visão de sua glória e dele falou. 42.Não obstante, também muitos dos chefes creram nele, mas por causa dos fariseus não o manifestavam, para não serem expulsos da sinagoga. 43.Assim preferiram a glória dos homens àquela que vem de Deus. 44.Entretanto, Jesus exclamou em voz alta: “Aquele que crê em mim crê não em mim, mas naquele que me enviou; 45.e aquele que me vê vê aquele que me enviou. 46.Eu vim como luz ao mundo; assim, todo aquele que crer em mim não ficará nas trevas. 47.Se alguém ouve as minhas palavras e não as guarda, eu não o condenarei, porque não vim para condenar o mundo, mas para salvá-lo. 48.Quem me despreza e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a palavra que anunciei, essa o julgará no último dia. 49.Em verdade, não falei por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, ele mesmo me prescreveu o que devo dizer e o que devo ensinar. 50.E sei que o seu mandamento é vida eterna. Portanto, o que digo, digo-o segundo me falou o Pai”.