DESAFIO: "A BÍBLIA EM UM ANO"

Ducentésimo vigésimo nono dia: A sedução do inimigo e a vitória do Senhor

Com grande alegria vamos continuar nossa meditação no profeta Isaías. Esses capítulos contêm uma narrativa histórica que relata a invasão de Jerusalém pelo rei da Síria, Senaqueribe, e a resposta do rei Ezequias e do profeta Isaías a essa ameaça. O general do exército assírio tenta seduzir o povo de Jerusalém a se render, oferecendo falsas promessas de paz e prosperidade. No entanto, Ezequias e Isaías confiam em Deus e buscam Sua orientação. Deus intervém e derrota os assírios, demonstrando Sua soberania e proteção sobre Jerusalém. Por fim, Ezequias adoece, mas Deus o cura em resposta à sua oração. No entanto, Ezequias comete um erro ao mostrar suas riquezas para a delegação da Babilônia, o que resulta em uma profecia de que um dia a Babilônia levará tudo embora. Aqui, podemos evidenciar o poder de Deus para proteger e guiar Seu povo, bem como a importância de confiar Nele em vez de se render às tentações do mundo. Faça a leitura de preferencia em sua Bíblia dos capítulos 36, 37, 38 e 39 do livro de Isaías (Is).

Isaías 

APÊNDICE HISTÓRICO (36 – 39)

Invasão assíria 

36.   1.No décimo quarto ano do reinado de Ezequias, aconteceu que Senaquerib, rei da Assíria, atacou todas as cidades fortificadas de Judá e se apoderou delas.* 2.O rei da Assíria tinha enviado de Laquis a Jerusalém, contra o rei Ezequias, o general de exército com um poderoso contingente de tropas. Ele tomou posição ao pé do aqueduto do reservatório superior, no caminho do campo do pisoeiro. 3.Eliacim, filho de Helcias, prefeito do palácio, foi ter com ele, junto com o escriba Sobna e o cronista Joaé, filho de Asaf. 4.O general lhes disse: “Eis o que direis a Ezequias: Assim fala o grande rei, o rei da Assíria: de onde te vem tanta confiança? 5.Tu só dizes palavras vãs. Entretanto, é de prudência e de bravura que se precisa na guerra. Sobre quem, então, pões tua confiança para contra mim te revoltares? 6.Eu o vejo: é com o Egito que tu contas, com esse caniço rachado que fere e transpassa a mão quando alguém sobre ele se apoia. Eis o que é o faraó, rei do Egito, para todos os que confiam nele. 7.Vós me direis, sem dúvida, que é no Senhor, vosso Deus, que pondes vossa confiança. Mas não é esse Deus de quem Ezequias suprimiu os lugares altos e os altares, dizendo ao povo de Judá e Jerusalém: ‘É somente diante desse altar que vos prostrareis?’. 8.Pois então, faze uma convenção com meu soberano, o rei da Assíria. Eu fornecerei dois mil cavalos, se puderes encontrar cavaleiros para montá-los. 9.Mas como serás capaz de repelir um só dos menores oficiais de meu soberano? Contas com o Egito para arranjar carros e cavaleiros? 10.Porventura, foi sem o consentimento do Senhor que ataquei esta terra para destruí-la? O Senhor foi quem me disse: ‘Vai contra aquela terra e a destrói’.” 11.Eliacim, Sobna e Joaé disseram ao general: “Fala a teus servos em aramaico, pois nós entendemos esse dialeto; não nos fales em hebraico, posto que a turba que está sobre a muralha pode ouvir-nos”. 12.Porém, o general replicou: “Porventura, é unicamente a teu soberano e a ti que meu soberano me encarregou de transmitir esta mensagem? Não é antes a esses homens que estão sobre as muralhas e que vão ser reduzidos, como vós, a comer seus excrementos e a beber sua urina?”. 13.O general adiantou-se, então, e se pôs a gritar em hebraico: “Escutai o que disse o grande rei, o rei da Assíria! 14.Eis o que disse o rei: Não vos deixeis enganar por Ezequias; ele é incapaz de vos livrar. 15.Que ele não vos leve a confiar no Se­nhor, dizendo que o Senhor vos livrará e que esta cidade não cairá nas mãos do rei da Assíria! 16.Não escuteis o rei Ezequias! Eis o que vos diz o rei da Assíria: Fazei a paz comigo. Rendei-vos. Cada um de vós poderá comer o fruto de sua vinha e de sua figueira e beber a água de seu poço, 17.até que eu venha conduzir-vos a uma terra semelhante à vossa, uma terra de trigo e de vinho, uma terra de cereais e de vinhas. 18.Que Ezequias não abuse de vós dizendo que o Senhor vos livrará! Porventura, os deuses das outras nações as livraram cada uma das mãos do rei da Assíria? 19.Onde estão os deuses de Emat e Arfad? Onde estão os deuses de Sefarvaim? Porventura, livraram eles a Samaria de minha mão? 20.Dentre todos os deuses dessas terras qual é o que salvou sua terra de minha mão? Por que então o Senhor preservaria Jerusalém?”. 21.O povo guardou silêncio. Não houve uma só palavra de resposta, pois o rei lhes havia proibido responder. 22.Eliacim, filho de Helcias, prefeito do palácio, o escriba Sobna e o cronista Joaé, filho de Asaf, retomaram para junto de Ezequias, com as vestes rasgadas, e lhe relataram as palavras do general.

Intervenção de Isaías

37.   1.A este relato, o rei Ezequias rasgou suas vestes e, envolvendo-se num saco, dirigiu-se ao Templo do Senhor. 2.Depois enviou Eliacim, prefeito do palácio, o escriba Sobna e os decanos dos sacerdotes, cobertos de sacos, ao profeta Isaías, filho de Amós, 3.para dizer-lhe: “Eis o que diz Ezequias: este dia é um dia de tribulação, de castigo e de opróbrio. Os filhos estão prestes a nascer, mas falta força para pô-los no mundo. 4.O Senhor, teu Deus, talvez tenha ouvido as palavras do general enviado pelo rei da Assíria, seu soberano, para insultar o Deus vivo, e irá castigá-lo pelas palavras que ouviu. Intercede, pois, em favor do resto que subsiste ainda!”. 5.E os servos do rei Ezequias foram ter com Isaías, 6.o qual lhes deu esta resposta: “Eis o que diz o Senhor: não te espantes com as palavras que ouviste e com os ultrajes que proferiram contra mim os servos do rei da Assíria. 7.Vou insuflar-lhe um espírito que, ao receber uma certa notícia, o fará retornar à sua terra, onde eu o farei morrer pela espada”. 8.O general, que soubera que o rei da Assíria tinha deixado Laquis, voltou para junto do seu soberano, que encontrou ocupado com o cerco de Lebna. 9.O rei recebeu a seguinte informação a respeito de Taraca, rei da Etiópia: “Ele acaba de pôr-se em marcha para fazer-te guerra”. Senaquerib enviou então mensageiros a Ezequias dizendo-lhes: 10.“Eis o que direis a Ezequias, rei de Judá: não te deixes enganar pelo Deus em que tu confias, pensando que Jerusalém não será entregue às mãos do rei da Assíria. 11.Tu ouviste contar como os reis da Assíria trataram todas as terras que devastaram. E tu escaparias? 12.As nações que meus ancestrais aniquilaram: Goza, Hara, Resef e os filhos de Éden que estavam em Telbasar, porventura, foram salvos pelos seus deuses? 13.Onde está o rei de Emat, o de Arfad e o de Lais e o de Sefarvaim, de Ana e de Ava?”.

Oração de Ezequias

14.Ezequias, tomando a carta das mãos dos mensageiros, leu-a; depois, subiu ao templo e a desdobrou diante do Senhor, 15.dirigindo-lhe esta súplica: 16.“Ó Senhor dos exércitos, Deus de Israel, vós que estais sentado sobre os querubins, não há outro Deus, senão vós, por todos os reinos da terra. Vós, que fizestes os céus e a terra, 17.inclinai o ouvido, Senhor, e escutai! Abri os olhos, Senhor, e vede! Ouvi a mensagem que Senaquerib fez trazer para ultrajar o Deus vivo! 18.É verdade, Senhor, que os reis da Assíria despovoaram as nações, devastaram seus territórios 19.e entregaram seus deuses às chamas; é porque não eram deuses, eram objetos feitos pela mão do homem, de pau e de pedra, e eles os aniquilaram. 20.Mas vós, Senhor, nosso Deus, livrai-nos da mão de Senaquerib, a fim de que todos os povos da terra saibam que vós, Senhor, sois o único Deus”.

Mensagem de Isaías

21.Então Isaías, filho de Amós, mandou dizer a Ezequias: “Eis o que disse o Senhor, Deus de Israel: eu ouvi a súplica que tu me dirigiste por causa de Senaquerib, rei da Assíria. 22.Eis o oráculo que o Senhor pronuncia contra ele: A virgem, filha de Sião, despreza-te e zomba de ti. A filha de Jerusalém meneia a cabeça por trás de ti. 23.A quem insultaste e ultrajaste? Contra quem elevaste a voz e olhaste por cima dos ombros? Ao Santo de Israel! 24.Por meio de teus servos insultaste o Senhor e disseste: ‘Com a multidão dos meus carros galgarei ao cimo dos montes, aos confins do Líbano. Abaterei os seus cedros mais altos, seus ciprestes mais belos; penetrarei até os últimos limites do meu bosque mais espesso; 25.Cavarei e beberei água estrangeira; com a planta de meus pés ressecarei todos os canais do Egito’. 26.Ignoras que desde o princípio preparei o que acontecerá, desde remotos tempos decidi o que agora realizarei: reduzirei a ruínas e escombros cidades fortificadas. 27.Seus habitantes ficarão sem forças, serão tomados de pavor e confusão, semelhantes à erva das pastagens, ao capim dos telhados, aos frutos atingidos pela longa estiagem. 28.Eu sei quando te levantas e te sentas, quando sais e quando entras, e conheço teus furores contra mim. 29.Porque ficaste furioso contra mim e subiram aos meus ouvidos as tuas insolências, porei argola em teu nariz e freio em tua boca, e te forçarei a voltar pelo caminho por onde vieste.

Sinal

30.E eis o que te servirá de sinal: este ano se comem restolhos; o ano que vem, aquilo que nascer sozinho; no terceiro ano, porém, semeareis e colhereis; plantareis vinhas e comereis os seus frutos. 31.O resto, que subsistir da casa de Judá, lançará novas raízes no solo e produzirá frutos no alto. 32.Pois de Jerusalém surgirá um resto, e do monte Sião, sobreviventes. Eis o que fará o zelo do Senhor dos exércitos. 33.Por isso, eis o oráculo do Senhor ao rei da Assíria: não entrará nesta cidade nem atirará flechas contra ela, não lhe oporá escudo nem a cercará de trincheiras. 34.Mas voltará pelo caminho por onde veio, sem entrar na cidade – oráculo do Senhor. 35.Protegerei esta cidade para salvá-la, por minha causa e de Davi, meu servo”.

Vitória do Senhor

36.O anjo do Senhor apareceu no campo dos assírios e feriu cento e oitenta e cinco mil homens. No dia seguinte, de manhã, ao despertar, só havia lá cadáveres. 37.Senaquerib, rei da Assíria, levantou acampamento; retomou o caminho de sua terra e ficou em Nínive. 38.Certo dia, em que ele estava prostrado no templo de Nesroc, seu deus, seus filhos, Adramelec e Sarasar, o assassinaram a golpes de espada. E fugiram para a terra de Ararat. Seu filho Assaradon o sucedeu no trono.

Cura do Rei

38.   1.Naquele tempo, Ezequias esteve doente, quase à morte. O profeta Isaías, filho de Amós, veio ter com ele e lhe disse: “Eis o que disse o Senhor: põe em ordem a tua casa porque vais morrer, não te restabelecerás”.* 2.Então, Ezequias voltou-se para a parede e se pôs a orar ao Senhor: 3.“Se­nhor” – disse ele –, “lembrai-vos de que tenho andado diante de vós com lealdade, de todo o coração, segundo a vossa vontade”. E chorava abundantemente. 4.Depois, a palavra do Senhor foi dirigida a Isaías nestes termos: 5.“Vai dizer a Ezequias: eis o que diz o Senhor, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi tua oração e vi tuas lágrimas, prolongarei tua vida por quinze anos, 6.eu te livrarei, a ti e a esta cidade, das mãos do rei da Assíria. Protegerei esta cidade.* 7.E eis o sinal, da parte do Senhor, para convencer-te de que cumprirá a promessa: 8.farei a sombra recuar os dez graus que o sol já lhe fez descer no relógio solar de Acaz”. E o sol voltou dez graus para trás. 9.Poema composto por Ezequias, rei de Judá, quando esteve doente e se restabeleceu. 10.Eu dizia: “É necessário, pois, que eu me vá, no apogeu de minha vida. Serei encerrado por detrás das portas da habitação dos mortos, durante os anos que me restariam a viver”.

Poema de Ezequias

11.Eu dizia: “Não verei mais o Senhor na terra dos viventes. Não verei mais a luz entre os habitantes do mundo. 12.Arrancam as estacas de meu abrigo, arrebatam-me como uma tenda de pastores. Como um tecelão, enrolam a tela de minha vida, depois cortam-lhe o laço. Dia e noite estou desamparado, 13.e grito até o amanhecer. Como um leão, quebram-me todos os ossos. 14.Como a andorinha, dou gritos agudos e gemo como a pomba. Meus olhos se cansam de olhar para o alto. Senhor, estou em agonia, socorrei-me.* 15.Para que falar assim? Que dizer-lhe, uma vez que é ele mesmo quem assim o faz? O tempo que me resta eu o arrasto, vivendo em amargura. 16.Restituí-me a saúde, fazei-me reviver”. 17.Eis que meu sofrimento se mudou em conforto; vós preservastes minha vida do túmulo onde se apodrece, e lançastes para trás de vós todos os meus pecados. 18.Com efeito, não é a morada dos mortos que vos louvará, nem a morte que vos celebrará. O que desce à sepultura não espera mais em vossa bondade. 19.Quem está vivo, somente quem está vivo pode louvar-vos, como eu o faço hoje. O pai dá a conhecer a seus filhos vossa fidelidade, diante da casa do Senhor. 20.Senhor, dignai-vos a nos salvar, e nós faremos soar a corda de nossos instrumentos todos os dias de nossa vida.* 21.Isaías disse então: “Que tragam um cataplasma de figos para aplicar sobre a úlcera, e Ezequias sarará”. 22.Ezequias disse: “Que sinal me garantirá que eu tornarei ao Templo do Senhor?”

Embaixada dos babilônicos

39.   1.Nessa mesma época, o rei de Babilônia, Merodac-Baladã, enviou a Ezequias embaixadores levando uma mensagem e presentes, porque soubera da doença e do restabelecimento do rei.* 2.Ezequias sentiu-se lisonjeado e os fez visitar os tesouros de seu palácio: a baixela de prata e ouro, os perfumes, os unguentos preciosos, assim como seu arsenal e todos os seus depósitos. Nada houve em seu palácio e em todos os seus domínios que Ezequias não lhes mostrasse. 3.Então, o profeta Isaías veio visitar o rei Ezequias e lhe disse: “Que disseram esses homens, e de onde vieram eles para fazer-te visita?”. “Vieram ver-me de longe, de Babilônia” – respondeu Ezequias –. 4.“E que visitaram eles em tua casa?” – replicou Isaías –. “Viram tudo o que se encontra em meu palácio” – respondeu Ezequias –; “nada há em meus tesouros que eu não lhes tenha mostrado.” 5.Então, Isaías disse a Ezequias: “Escuta a palavra do Senhor dos exércitos! 6.Aproxima-se o tempo em que se levará para Babilônia tudo aquilo que há em teu palácio, tudo o que acumularam os teus pais até este dia. Nada ficará, declara o Senhor. 7.Tomarão até os teus próprios filhos, que geraste, para fazer deles eunucos no palácio do rei de Babilônia”. 8.Ezequias respondeu a Isaías: “A sentença do Senhor, que acabas de proferir, é justa”. Pois dizia a si mesmo: “Ao menos terei paz e segurança enquanto viver”.

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