DESAFIO: "A BÍBLIA EM UM ANO"

Ducentésimo terceiro dia: A sabedoria de Deus e a idolatria do homem

Continuamos a nossa reflexão a partir do capítulo 12, que faz uma recapitulação do Êxodo e aborda a perspectiva da sabedoria de Deus. O autor faz alusão à história do faraó, que resistiu à vontade de Deus de libertar o povo de Israel, endurecendo seu coração. O texto também menciona as práticas pagãs e idolatria presentes no Egito e em outros povos antigos. Apesar da maldade e perversidade da geração, o Senhor sempre dá a chance para o arrependimento. Há também destaque para a graça, misericórdia e ricas promessas de Deus, além da condenação final que caiu sobre os egípcios. O autor critica a idolatria e chama aqueles que desconhecem a Deus de insensatos, pois não conseguem reconhecer o verdadeiro Criador através de suas obras visíveis. O texto aborda a importância de reconhecer a superioridade de Deus sobre todas as coisas. Faça a leitura de preferencia em sua Bíblia dos capítulos 12, 13, 14 e 15 do livro da Sabedoria (Sb).

Livro da Sabedoria

12.   1.Vosso espírito incorruptível está em todos.

Para salvar o pecado

2.É por isso que castigais com brandura aqueles que caem, e os advertis mostrando-lhes em que pecam, a fim de que rejeitem sua malícia e creiam em vós, Senhor. 3.Foi assim que se deu com os antigos habitantes da Terra Santa. 4.Tínheis horror deles por causa de suas obras detestáveis, sua magia e seus ritos ímpios, 5.seus cruéis morticínios de crianças, seus festins de entranhas, carne humana e sangue, suas iniciações nos mistérios orgíacos,* 6.e os crimes de pais contra seres indefesos; e resolvestes aniquilá-los pela mão de nossos pais, 7.para que esta terra, que estimais entre todas, recebesse uma digna colônia de filhos de Deus. 8.Contudo, porque também eles eram homens, vós os poupastes, enviando-lhes vespas precursoras de vosso exército, para que elas os fizessem perecer pouco a pouco.* 9.Não é que vos fosse impossível esmagar os maus por meio dos justos num combate, ou exterminar todos juntos por animais ferozes ou por uma palavra categórica; 10.mas castigando-os pouco a pouco, dáveis tempo para o arrependimento, não ignorando que sua raça era maldita, ingênita a sua perversidade, e que jamais seus pensamentos se mudariam, 11.porque sua estirpe era má desde a origem… Não era por temor do que quer que fosse que vos mostráveis indulgente para com eles em seus pecados. 12.Porque, quem ousará dizer-vos: “Que fizeste tu?”. E quem se oporá a vosso julgamento? Quem vos repreenderá de terdes aniquilado nações que criastes? Ou quem se levantará contra vós para defender os culpados? 13.Não há, fora de vós, um Deus que se ocupa de tudo, e a quem deveis mostrar que nada é injusto em vossos julgamentos; 14.nem um rei, nem um tirano que vos possa resistir em favor dos que castigastes. 15.Mas porque sois justo, governais com toda a justiça, e julgais indigno de vosso poder condenar quem não merece ser punido. 16.Porque vossa força é o fundamento de vossa justiça e o fato de serdes Senhor de todos, vos torna indulgente para com todos. 17.Mostrais vossa força aos que não creem no vosso poder, e confundis os que não a conhecem e ousam afrontá-la. 18.Senhor de vossa força, julgais com bondade, e nos governais com grande indulgência, porque sempre vos é possível empregar vosso poder, quando quiserdes. 19.Agindo desta maneira, mostrastes a vosso povo que o justo deve ser cheio de bondade, e inspirastes a vossos filhos a boa esperança de que, após o pecado, lhes dareis tempo para a penitência; 20.porque se os inimigos de vossos filhos, dignos de morte, vós os haveis castigado com tanta prudência e longanimidade, dando-lhes tempo e ocasião para se emendarem, 21.com quanto cuidado não julgareis vós os vossos filhos, a cujos antepassados concedestes com juramento vossa aliança, repleta de ricas promessas!

Correção para o arrependimento

22.Portanto, quando nos corrigis, castigais mil vezes mais nossos inimigos, para que em nossos julgamentos nos lembremos de vossa bondade, e para que esperemos em vossa indulgência quando formos julgados. 23.Por isso, também aqueles que loucamente viveram no mal, vós os torturastes por meio das suas próprias abominações: 24.porque se tinham afastado demais nos caminhos do erro, tomando por deuses os mais vis animais, deixando-se enganar como meninos sem razão; 25.assim é que, como a meninos sem razão, lhes destes um castigo irrisório.* 26.Mas os que recusam a advertência de semelhante correção sofrerão um castigo digno de Deus. 27.Excitados, então, pelos sofrimentos causados por esses animais que tinham julgado deuses, e que os atormentavam, viram o que no começo tinham recusado ver, e reconheceram o verdadeiro Deus. Por isso é que caiu sobre eles a condenação final.*

Para conhecer a Deus por analogia

13.   1.São insensatos por natureza todos os que desconheceram a Deus e, através dos bens visíveis, não souberam conhecer aquele que é, nem reconhecer o artista, considerando suas obras.* 2.Tomaram o fogo, ou o vento, ou o ar agitável, ou a esfera estrelada, ou a água impetuosa, ou os astros dos céus, por deuses, regentes do mundo. 3.Se tomaram essas coisas por deuses, encantados pela sua beleza, saibam, então, quanto seu Senhor prevalece sobre elas, porque é o criador da beleza que fez essas coisas. 4.Se o que os impressionou é a sua força e o seu poder, que eles compreendam, por meio delas, que seu criador é mais forte; 5.pois é a partir da grandeza e da beleza das criaturas que, por analogia, se conhece o seu autor. 6.Contudo, estes só incorrem numa ligeira censura, porque, talvez, eles caíram no erro procurando Deus e querendo encontrá-lo:* 7.vivendo entre suas obras, eles as observam com cuidado, e porque eles as consideram belas, deixam-se seduzir pelo seu aspecto. 8.Ainda uma vez, entretanto, eles não são desculpáveis, 9.porque, se eles possuíram luz suficiente para poder perscrutar a ordem do mundo, como não encontraram eles mais facilmente aquele que é seu Senhor?

Ídolos de madeira

10.Mas são desgraçados e esperam em mortos, aqueles que chamaram de deuses a obras de mãos humanas: o ouro, a prata, artisticamente trabalhados, figuras de animais, alguma pedra inútil a que, outrora, certa mão deu forma.* 11.Assim, um lenhador cortou e serrou uma árvore fácil de manejar. Habilmente ele lhe tirou toda a casca, e, com a habilidade do seu ofício, fez dela um móvel útil para seu uso. 12.Com as sobras de seu trabalho, cozinhou comida, com que se saciou. 13.O que ainda lhe restava não era bom para nada, não passando de madeira torcida e toda cheia de nós; contudo, ele a tomou e consagrou suas horas de lazer a talhá-la; ele a trabalhou com toda a arte que adquirira, e deu-lhe a semelhança de um homem,* 14.ou o aspecto de algum vil animal. Pôs-lhe vermelhão, uma demão de uma tinta encarnada, e encobriu-lhe cuidadosamente todo defeito. 15.Em seguida, preparou-lhe um nicho digno dele, e o fixou à parede, segurando-o com um prego: 16.foi por medo que caísse, que tomou este cuidado, porque sabe muito bem que ele não pode ajudar-se a si mesmo, pois não passa de uma estátua que tem necessidade de um apoio. 17.Mas quando lhe implora por seus bens, seus casamentos, seus filhos, não se envergonha de falar ao que é inanimado, e pede saúde ao que é desprezível. 18.Reclama a vida ao que é morto, e procura socorro no que é débil; e, para uma viagem, invoca o que não pode andar; 19.para um lucro, um trabalho, o bom êxito de uma obra de suas mãos, pede a força ao que nem é capaz de mover as mãos.

14.   1.Outro, por sua vez, que quer navegar e se prepara para atravessar as impetuosas ondas, invoca um madeiro de pior qualidade que o navio que o leva;* 2.porque o desejo do lucro inventou o navio, e uma hábil sabedoria dirigiu sua construção. 3.Mas sois vós, Pai, que o governais pela vossa Providência, porque, se abristes caminho, mesmo no mar, e uma rota segura no meio das ondas – 4.mostrando por aí que vós podeis tirar do perigo aquele que as afronta mesmo sem meios –,* 5.quereis, entretanto, que não sejam inúteis as obras de vossa sabedoria. Por isso, os homens confiam a própria vida a um pouco de madeira e atravessam em segurança as ondas num navio. 6.Assim, com efeito, quando na origem dos tempos fizestes perecer gigantes orgulhosos, a esperança do universo, refugiando-se num barco, que vossa mão governava, conservou para o mundo o germe de uma geração.* 7.Porque é bendito o madeiro pelo qual se opera a justiça, 8.mas maldito é o ídolo, ele e o que o fez; este porque o formou, aquele porque, sendo corruptível, leva o nome de deus. 9.Com efeito, Deus odeia tanto o ímpio quanto sua impiedade, 10.e a obra sofrerá o mesmo castigo que o autor. 11.Este é o motivo por que também os ídolos das nações serão julgados: na criação de Deus, eles se tornaram uma abominação, objetos de escândalo para os homens, e laços para os pés dos insensatos.*

Origem da idolatria

12.Foi pela idealização dos ídolos que começou a apostasia, e sua invenção foi a perda dos humanos.* 13.Eles não existiam no princípio e não durarão para sempre; 14.a vaidade dos homens os introduziu no mundo. E, por causa disso, Deus decidiu a sua destruição para breve. 15.Um pai aflito por um luto prematuro, tendo mandado fazer a imagem do filho, tão cedo arrebatado, honrou, em seguida, como a um deus aquele que não passava de um morto, e transmitiu aos seus certos ritos secretos e cerimônias. 16.Este costume ímpio, tendo-se firmado com o tempo, foi depois observado como lei. 17.Foi também em consequência das ordens dos príncipes que se adoraram imagens esculpidas, porque aqueles que não podiam honrar pessoalmente, porque moravam longe deles, fizeram representar o que se achava distante, e expuseram publicamente a imagem do rei venerado, a fim de lisonjeá-lo de longe com seu zelo, como se estivesse presente. 18.Isto contribuiu ainda para o estabelecimento deste culto, mesmo entre os que não conheciam o rei; foi a ambição do artista 19.que, talvez, querendo agradar ao soberano, deu-lhe, por sua arte, a semelhança do belo; 20.e a multidão, seduzida pelo encanto da obra, em breve tomou por deus aquele que tinham honrado como homem. 21.E isto foi uma cilada para a humanidade: os homens, sujeitando-se à lei da desgraça e da tirania, deram à pedra e à madeira o nome incomunicável.*

Consequências da idolatria

22.Como se não bastasse terem errado acerca do conhecimento de Deus, embora passando a vida numa longa luta de ignorância, eles dão o nome de paz a um estado tão infeliz. 23.Com efeito, sacrificando seus filhos, celebrando mistérios ocultos, ou entregando-se a orgias desenfreadas de religiões exóticas, 24.eles já não guardam a honestidade nem na vida nem no casamento, mas um faz desaparecer o outro pelo ardil, ou o ultraja pelo adultério. 25.Tudo está numa confusão completa – sangue, homicídio, furto, fraude, corrupção, deslealdade, revolta, perjúrio, 26.perseguição dos bons, esquecimento dos benefícios, contaminação das almas, perversão dos sexos, instabilidade das uniões, adultérios e impudicícias – 27.porque o culto de inomináveis ídolos é o começo, a causa e o fim de todo o mal. 28.(Seus adeptos) incitam o prazer até a loucura, ou fazem vaticínios falsos, ou vivem na injustiça, ou, sem escrúpulo, juram falso, 29.porque, confiando em ídolos inanimados, esperam não ser punidos por má-fé. 30.Contudo, o castigo os atingirá por duplo motivo: porque eles desconheceram a Deus, afeiçoando-se aos ídolos, e porque são culpados, por desprezo à santidade da religião, de ter feito juramentos enganadores. 31.Pois não é o poder dos ídolos invocados, mas o castigo reservado ao pecador, que sempre persegue as faltas dos maus.

Conhecer a Deus

15.   1.Mas vós, Deus nosso, sois benfazejo e verdadeiro, vós sois paciente e tudo governais com misericórdia;* 2.com efeito, mesmo se pecamos, somos vossos, porque conhecemos vosso poder; mas não pecaremos, cientes de que somos considerados como vossos.* 3.Porque conhecer-vos é a perfeita justiça, e conhecer vosso poder é a raiz da imortalidade.* 4.Não fomos seduzidos pelas invenções da arte corruptora dos homens nem pelo vão trabalho dos pintores: borrada figura de cores misturadas, 5.cuja vista excita os desejos dos insensatos, fantasma inanimado de uma imagem sem vida que provoca a paixão!* 6.Cativados pelo mal, não merecem esperar senão o mal, os que o fazem, os que o amam e os que o veneram.*

Ídolos de barro

7.Eis, portanto, um oleiro que amassa laboriosamente a terra mole, e forma diversos objetos para nosso uso, mas da mesma argila faz vasos destinados a fins nobres e outros, indiferentemente, para usos opostos. Para qual destes usos cada vaso será aplicado? O oleiro será o juiz. 8.Do mesmo barro, forma também, como obreiro perverso, uma vã divindade, ele que, ainda há pouco, nasceu da terra, e em breve voltará a ela, de onde foi tirado, quando lhe serão pedidas as contas de sua vida. 9.Ele mesmo não tem preocupação alguma com o próprio desfalecimento, nem com a brevidade da vida; ele rivaliza, pelo contrário, com aqueles que trabalham o ouro e a prata, imita os que trabalham o cobre. 10.Pó é o seu coração, mais vil que a terra sua esperança, e põe sua glória em fabricar objetos enganadores. E mais desprezível que o barro é sua vida,* 11.porque não reconheceu aquele que o formou, aquele que lhe inspirou uma alma ativa e lhe insuflou o espírito vital.* 12.Para ele a vida é um divertimento, e nossa existência um mercado lucrativo, “porque – diz ele –, é preciso aproveitar-se de tudo, mesmo do mal.” 13.Mais que qualquer outro, esse homem sabe que peca, fazendo do mesmo barro vasos frágeis e ídolos.*

Outros ídolos

14.Ora, verdadeiramente, muitos insensatos, mais infortunados que a alma da criança, são os inimigos de vosso povo, que o oprimiram,* 15.porque eles também tiveram por deuses todos os ídolos das nações, que não podem servir-se de seus olhos para ver, que não têm nariz para aspirar o ar, nem ouvidos para ouvir, nem os dedos das mãos para apalpar, e cujos pés são incapazes de andar; 16.foi, com efeito, um homem que os fez, formou-os alguém que recebeu a alma de empréstimo. Nenhum homem pode fazer um deus, mesmo semelhante a si próprio, 17.porque, sendo ele próprio mortal, morto é tudo que produz com suas mãos ímpias. De fato, ele vale mais que os objetos que venera; ele, pelo menos, tem vida, enquanto os ídolos não a têm. 18.Chega-se até a adorar os mais odiosos animais, que são piores ainda que os outros animais irracionais,* 19.que nem mesmo possuem o que outros seres vivos possuem: bastante beleza para serem amados, e que foram excluídos da aprovação e da bênção de Deus.

plugins premium WordPress

Seus dados foram enviados com sucesso!

É uma grande alegria em tê-lo(a) conosco nesta obra de evangelização.

Seja muito bem vindo(a) à Comunidade de São Pio X.

Duvidas, fale conosco pelo e-mail voluntarios@piox.org.br ou no tel.: (83) 3341-7017

Olá, irmã(o). Em que posso lhe ajudar?