Na continuação da do nosso desafio, observamos mais profecias e promessas do Senhor para o povo de Israel. Nele, o Senhor fala sobre a compaixão que tem pelo povo, a promessa de uma nova aliança, a restauração da cidade de Jerusalém, a punição dos que violaram a aliança, a compra de um campo por Jeremias, entre outros assuntos. O Senhor promete trazer alegria e prosperidade ao povo, perdoar seus pecados e restaurar a terra. Ele também adverte sobre a destruição iminente de Jerusalém nas mãos do rei da Babilônia, por causa da desobediência do povo. Faça a leitura de preferencia em sua Bíblia dos capítulos 31, 32, 33 e 34 do livro de Jeremias (Jr).
Jeremias
Anúncio de uma nova aliança
31. 1.Naquele tempo – oráculo do Senhor – serei o Deus de todas as tribos de Israel, e elas constituirão o meu povo. 2.Eis o que diz o Senhor: “Foi concedida graça no deserto ao povo que o gládio poupara. Dentro em pouco Israel gozará de repouso”. 3.De longe me aparecia o Senhor: “Amo-te com eterno amor, e por isso a ti estendi o meu favor. 4.Eu te reconstruirei, e serás restaurada, ó virgem de Israel! Virás, ornada de tamborins, participar de alegres danças. 5.E ainda plantarás vinhas nas colinas de Samaria. E delas colherão frutos os plantadores, 6.pois dia virá em que os veladores gritarão nos montes de Efraim: ‘Erguei-vos! Subamos a Sião, ao Senhor, nosso Deus!’. 7.Porque isto diz o Senhor: Lançai gritos de júbilo por causa de Jacó. Aclamai a primeira das nações. E fazei retumbar vossos louvores, exclamando: ‘O Senhor salvou o seu povo, o resto de Israel’.* 8.Eis que os trago da terra do norte, e os reúno dos confins da terra. O cego e o coxo estarão entre eles, e também a mulher grávida e a que deu à luz. Será imensa a multidão que há de voltar, 9.e que voltará em lágrimas. Eu a conduzirei em meio às suas preces; eu a levarei à beira de águas correntes, por caminhos em que não tropeçarão, porque sou para com Israel qual um pai, e Efraim é o meu primogênito. 10.Nações, escutai a palavra do Senhor; levai a notícia às ilhas longínquas e dizei: ‘Aquele que dispersou Israel o reunirá, e o guardará, qual pastor o seu rebanho’. 11.Porquanto o Senhor resgata Jacó e o liberta das mãos do seu dominador. 12.Regressarão entre gritos de alegria às alturas de Sião, acorrendo aos bens do Senhor: ao trigo, ao mosto e ao óleo, ao gado menor e ao maior. Sua alma se assemelha a jardim bem regado, e sua fraqueza cessará. 13.Então, a jovem executará danças alegres; jovens e velhos partilharão o júbilo comum. Eu lhes transformarei o luto em regozijo, e os consolarei após o sofrimento e os alegrarei. 14.Cumularei os sacerdotes de abundantes vítimas gordas, e meu povo se fartará de meus bens – oráculo do Senhor. 15.Eis o que diz o Senhor: “Ouve-se em Ramá uma voz, lamentos e amargos soluços. É Raquel que chora os filhos, recusando ser consolada, porque já não existem”.* 16.Eis o que diz o Senhor: “Cessa de gemer, enxuga tuas lágrimas! Tuas penas terão a recompensa – oráculo do Senhor. Voltarão teus filhos da terra inimiga. 17.Desponta em teu futuro a esperança – oráculo do Senhor. Teus filhos voltarão à sua terra. 18.Sim, ouço os gemidos de Efraim: ‘Vós me castigastes; fui punido, qual novilho insubmisso. Convertei-me, porém, e que eu volte, já que sois vós o Senhor, meu Deus. 19.Após haver errado, arrependi-me, e ao compreender feri-me a coxa. Sinto-me envergonhado e confundido, porque trago o opróbrio de minha juventude’.* 20.Não é, porém, Efraim, filho querido, eternamente amado por mim? Todas as vezes que falo contra ele, mais viva se torna em mim a sua lembrança. E meu coração se comove ao pensar nele. Terei compaixão dele – oráculo do Senhor”. 21.Ergue sinais, coloca postes indicadores, olha bem o caminho, a senda que percorres. Volta, virgem de Israel, volta para tuas cidades. 22.Até quando andarás vagando, filha rebelde? Eis que o Senhor criou uma coisa nova sobre a terra: É a esposa que cerca de cuidados o esposo.* 23.Eis o que diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel: “Quando eu lhes houver mudado a sorte à terra de Judá e às suas cidades, proferirão de novo este desejo: ‘Que o Senhor te abençoe, mansão de salvação, montanha santa!’. 24.E nesses lugares, em Judá e suas cidades, juntos habitarão operários e pastores, 25.porque saciarei a alma fatigada e à que enlanguesce matarei a fome”. 26.Despertei, então, e senti quão doce me havia sido o sonho.* 27.Dias virão – oráculo do Senhor – em que disseminarei sementeiras pelas casas de Israel e de Judá, das quais nascerão homens e animais. 28.Da mesma forma que por eles velei a fim de prejudicá-los, assim velarei para construir e plantar – oráculo do Senhor. 29.Então, não se dirá mais: “Os pais comeram uvas verdes, e prejudicados ficaram os dentes dos filhos”,* 30.mas cada qual morrerá em razão do próprio pecado e, se alguém comer uvas verdes, serão atingidos os próprios dentes. 31.Dias virão – oráculo do Senhor – em que firmarei nova aliança com as casas de Israel e de Judá.* 32.Será diferente da que concluí com seus pais no dia em que pela mão os tomei para tirá-los do Egito, aliança que violaram embora eu fosse o esposo deles.* 33.Eis a aliança que, então, farei com a casa de Israel – oráculo do Senhor: Eu lhe incutirei a minha Lei; eu a gravarei em seu coração. Serei o seu Deus e Israel será o meu povo. 34.Então, ninguém terá encargo de instruir seu próximo ou irmão, dizendo: “Aprende a conhecer o Senhor”, porque todos me conhecerão, grandes e pequenos – oráculo do Senhor –, pois a todos perdoarei as faltas, sem guardar nenhuma lembrança de seus pecados. 35.Eis o que diz o Senhor, que mandou o sol iluminar o dia, ordenou à lua e às estrelas clarearem a noite; que ergue as ondas encapeladas do mar e cujo nome é Javé dos exércitos: 36.“Se algum dia cessassem essas leis perante mim – oráculo do Senhor, somente então cessaria a raça de Israel, de ser uma nação ante meus olhos, para sempre”. 37.Eis o que diz o Senhor: “Se algum dia os fundamentos da terra puderem ser sondados, somente então poderia eu abandonar a raça de Israel”.* 38.Dias virão – oráculo do Senhor – em que a cidade será reconstruída pelo Senhor, desde a Torre de Hananeel até a Porta do Ângulo. 39.Será o cordel estendido para medir até a colina de Gareb, e voltará para Goata. 40.Todo o vale cheio de cadáveres e cinza, e todos os campos até a torrente de Cedron e o ângulo da Porta dos Cavalos, a leste, serão bens consagrados ao Senhor. Jamais serão eles devastados, nem destruídos.
O campo comprado pelo profeta
32. 1.A palavra do Senhor foi dirigida a Jeremias, no décimo ano do reinado de Sedecias, rei de Judá. Era, então, o décimo oitavo do reinado de Nabucodonosor. 2.O exército do rei da Babilônia sitiava Jerusalém, e o profeta Jeremias estava detido no cárcere do palácio real. 3.Sedecias, rei de Judá, mandara-o encarcerar lá, dizendo-lhe: “Por profetizares desse modo: Oráculo do Senhor: Vou entregar esta cidade ao rei da Babilônia, que dela se apossará. 4.E Sedecias, rei de Judá, não se livrará das mãos dos caldeus, mas cairá sob o poder do rei da Babilônia, a quem falará de viva voz, olhar ante olhar. 5.E ele será levado para a Babilônia, onde permanecerá até que dele eu me ocupe – oráculo do Senhor. E, se entrardes em luta com os caldeus, não tereis êxito”. 6.“Foi nestes termos que me falou o Senhor” – disse Jeremias –: 7.“Eis que virá Hanameel, filho de teu tio Selum, a fim de te propor a compra de sua terra de Anatot, pois que tens prioridade para comprá-la.”* 8.Hanameel, meu primo, veio, portanto, procurar-me no cárcere, como havia anunciado o Senhor. “Compra” – disse-me então –, “a minha terra de Anatot, na terra de Benjamim, porque cabe a ti, por direito de herança, resgatá-la. Compra-a, portanto.” Compreendi que nisso havia um convite do Senhor.* 9.Assim, comprei a terra de meu primo, fixando-lhe o preço: dezessete siclos de prata. 10.Lavrei, então, uma escritura e, após tê-la selado, chamei testemunhas perante as quais pesei o dinheiro na balança. 11.Tomei, a seguir, a escritura de venda selada em que figuravam as cláusulas e estipulações, assim como a cópia aberta, 12.e entreguei a primeira a Baruc, filho de Neerias, filho de Maasias, em presença de Hanameel, meu primo, das testemunhas signatárias do ato de venda e de todos os judeus que estavam no átrio da prisão. 13.Em seguida, ante eles, dei esta ordem a Baruc: 14.“Eis o que diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel: Toma estes documentos, esta escritura de venda selada e aquela cópia aberta, e coloca-as num vasilhame de barro, a fim de que por muito tempo se conservem. 15.Porquanto, eis o que predisse o Senhor dos exércitos, Deus de Israel: Ainda serão compradas casas, campos e vinhas desta terra”.
Oração de Jeremias
16.Depois de ter entregue a Baruc, filho de Neerias, o contrato de venda, dirigi ao Senhor a seguinte oração: 17.“Ah! Senhor Javé, fostes vós que fizestes o céu e a terra com a força de vosso braço. Nada vos é impossível. 18.Concedeis vossos favores a milhares, e castigais os filhos por causa dos pecados dos pais. Deus grande e poderoso que tendes o nome de Javé dos exércitos: 19.Sois grande em vossos desígnios, poderoso em vossas realizações e vossos olhos se acham abertos para todos os destinos dos homens, a fim de retribuir a cada um, de acordo com sua conduta e os frutos de seus atos. 20.Vós que, outrora no Egito e até agora, tanto em Israel como no estrangeiro, também realizastes milagres e prodígios, e conquistastes o nome glorioso de que agora gozais; 21.vós que fizestes sair do Egito o vosso povo, com prodígios, milagres e com a ação poderosa de vosso braço, por toda parte semeando o terror; 22.vós que lhe haveis dado esta terra, por juramento prometido a seus pais, terra que mana leite e mel! 23.Entraram nesta terra e dela tomaram posse; não escutaram, porém, a vossa voz, nem observaram vossa Lei, e nada fizeram do que lhes havíeis imposto. Então, sobre eles chamastes todas essas calamidades. 24.As máquinas de guerra dos inimigos aproximam-se da cidade, a fim de assaltá-la. Vai ser entregue a cidade aos caldeus que a assaltam pela espada, pela fome e pela peste. O que predissestes, realiza-se. Vede! 25.Não obstante, vós me dissestes, Senhor Javé, que comprasse o campo a peso de dinheiro, perante testemunha, quando prestes está a cidade a cair nas mãos dos caldeus!”. 26.Foi, então, dirigida nestes termos a Jeremias a palavra do Senhor: 27.“Eu sou, em verdade, o Senhor, o Deus de todas as criaturas. Haverá algo que me seja impossível? 28.Eis por que assim diz o Senhor: Vou entregar esta cidade aos caldeus e ao rei da Babilônia que dela se hão de apoderar. 29.Os assaltantes caldeus penetrarão na cidade, eles lhe porão fogo e incendiarão as casas, sobre cujos tetos foram feitos sacrifícios a Baal e libações a deuses estranhos, o que me desperta a ira. 30.Os israelitas e judeus, desde a juventude, outra coisa não fizeram senão desgostar-me; sim, só praticam os israelitas o que me é odioso – oráculo do Senhor. 31.Desde o dia em que foi construída esta cidade até hoje, não cessou de exasperar-me a cólera e o furor, de sorte que a repilo de minha presença, 32.por causa de todo o mal cometido pelos israelitas e judeus para irritar-me, bem como os seus reis, príncipes e sacerdotes e todos os de Judá e Jerusalém. 33.Voltaram-me as costas, em vez de me olharem. Ainda que, sem cessar, os tenha instruído, recusaram os meus avisos. 34.E no templo colocaram seus ídolos abomináveis, e conspurcaram o lugar em que meu nome é invocado. 35.Ergueram altares a Baal no vale de Ben-Enom, para aí queimarem os filhos e as filhas em honra de Moloc, o que não lhes havia ordenado nem jamais me tinha passado pela mente: cometer tal infâmia e tornar Judá culpado de semelhante crime!
Benefícios maiores que as calamidades
36.Assim diz agora o Senhor, Deus de Israel, a propósito desta cidade, a qual dizes que vai ser entregue ao rei da Babilônia pela espada, pela fome e pela peste: 37.vou reunir os habitantes de todos os países em que os exilaram minha cólera, meu furor e indignação, e os trarei para aqui, a fim de que habitem em segurança. 38.Serão eles o meu povo, e eu o seu Deus. 39.Eu lhes darei um só coração e um mesmo destino, a fim de que sempre me reverenciem, para o seu próprio bem e de seus descendentes. 40.Com eles firmarei pacto eterno, por cujos termos não cessarei mais de lhes proporcionar o bem, e no coração lhes infundirei o temor para que de mim não venham a se afastar. 41.Encontrarei minha alegria em lhes fazer o bem e solidamente os colocarei nesta terra, com toda a minha alma e coração. 42.Porquanto diz o Senhor: Assim como lancei sobre este povo tão imensa calamidade, também sobre ele farei recair todo o bem que lhe prometo. 43.Serão comprados campos na terra, da qual dizeis ser um deserto sem homens nem animais, entregue aos caldeus. 44.E serão eles comprados a peso de dinheiro, escrituras serão passadas e seladas perante testemunhas, na terra de Benjamim, nos arredores de Jerusalém, nas cidades de Judá, nas cidades das montanhas, da planície e do Negueb, porque a sorte dos cativos eu a mudarei – oráculo do Senhor”.
Promessas de restauração
33. 1.Pela segunda vez, enquanto Jeremias ainda estava detido no átrio da prisão, foi-lhe dirigida a palavra do Senhor nestes termos: 2.“Eis o que diz o Senhor que criou a terra, que a modelou e consolidou e cujo nome é Javé: 3.invoca-me, e te responderei, revelando-te grandes coisas misteriosas que ignoras. 4.Portanto, eis o que diz o Senhor, Deus de Israel, a propósito das casas da cidade e dos palácios dos reis de Judá que foram demolidos para dar lugar às fortificações e às armas dos caldeus, 5.vindos para combater, e para enchê-las de cadáveres dos homens que firo em minha cólera, e por cuja malícia desviei minha face dessa cidade. 6.Vou pensar-lhes as feridas e curá-las, e proporcionar-lhes abundância de felicidade e segurança. 7.Transformarei a sorte de Judá e de Israel, e os farei voltar ao que eram outrora. 8.Eu os purificarei de todos os pecados que contra mim cometeram, e lhes perdoarei todas as iniquidades de que se tornaram culpados, revoltando-se contra mim. 9.Será para mim motivo de alegria, felicidade e glória diante de todas as nações da terra, o saberem todo o bem com que agraciei meu povo. Ficarão tomadas de receio e temor por causa desse bem e da prosperidade de que vou cumulá-lo”. 10.Eis o que diz o Senhor: “Neste lugar, do qual dizeis que não passa de um deserto sem homens nem animais; nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém devastadas, onde homem algum habita, nem um animal se encontra, se ouvirão novamente 11.gritos de alegria, cânticos de júbilo, a voz do esposo e da esposa, aclamações daqueles que cantarão: louvai o Senhor dos exércitos, pois que ele é bom e eterna a sua misericórdia, ao apresentarem no templo seus sacrifícios de ação de graças, pois que restituirei a terra tal qual era outrora – oráculo do Senhor”. 12.Eis o que diz o Senhor dos exércitos: “Neste lugar que é deserto, sem homens nem animais, e em todas as suas cidades, haverá novamente abrigos para os pastores que apascentarão seus rebanhos. 13.Nas cidades das montanhas, nas da planície e nas do Negueb, na terra de Benjamim, nos arredores de Jerusalém e nas cidades de Judá hão de passar ainda rebanhos pela mão do que os conta – oráculo do Senhor. 14.Eis que outros dias virão. 15.E nesses dias e nesses tempos farei nascer de Davi um rebento justo que exercerá o direito e a equidade na terra.* 16.Naqueles dias e naqueles tempos viverá Jerusalém em segurança e será chamada Javé-Nossa-Justiça”. 17.Porque diz o Senhor: “Não faltará jamais a Davi um sucessor para ocupar o trono da casa de Israel. 18.E, diante de mim, não faltarão jamais descendentes aos sacerdotes e aos levitas para oferecer os holocaustos, queimar as oferendas e celebrar o sacrifício cotidiano”. 19.Nestes termos foi a palavra do Senhor dirigida a Jeremias: 20.“Eis o que disse o Senhor: Se puderdes romper o meu pacto com o dia e a noite, de sorte que dia e noite não surjam no devido tempo, 21.então poderá ser rompido o pacto que fiz com Davi, meu servo, e não terá ele filho que lhe ocupe o trono, e com os sacerdotes e levitas, meus ministros. 22.À semelhança do exército celestial, que se não pode enumerar, e como a areia do mar, que se não pode medir, assim multiplicarei a posteridade de Davi, meu servo, e os levitas, meus ministros”. 23.Foi a palavra do Senhor dirigida a Jeremias nestes termos: 24.“Não reparaste nas palavras que proferem esses homens? As duas famílias, dizem eles, que pelo Senhor haviam sido eleitas, foram por ele repelidas! É assim que desprezam meu povo, a ponto de, a seus olhos, não constituir mais uma nação. 25.Eis o que diz o Senhor: Se não firmei pacto com o dia e a noite, nem regulei as leis do céu e da terra, 26.então poderei rejeitar a raça de Jacó e de Davi, meu servo, e abster-me de escolher da sua descendência os chefes para a raça de Abraão, de Isaac e de Jacó! Pois hei de lhes melhorar a sorte, e deles me apiedarei”.
Jeremias e Sedecias
34. 1.Eis a palavra que pelo Senhor foi dirigida a Jeremias, quando Nabucodonosor, rei da Babilônia, com seu exército, com todos os reinos da terra que lhe eram vassalos e com todos os povos, combatia contra Jerusalém e as cidades que a cercavam. 2.“Eis o que disse o Senhor, Deus de Israel: Vai procurar Sedecias, rei de Judá, e dize-lhe: Eis o que diz o Senhor: Vou entregar esta cidade ao rei da Babilônia, que a incendiará. 3.Nem tu lhe poderás escapar. Serás capturado e entregue às suas mãos. Verás o rei da Babilônia, face a face, que de viva voz te falará, e irás para a Babilônia. 4.Escuta, contudo, Sedecias, rei de Judá, a palavra do Senhor! Eis o que ele profere a teu respeito: Não morrerás pela espada. 5.Será em paz que haverás de morrer e, assim como perfumes foram queimados em honra de teus pais, os reis antigos que te precederam, assim também por ti serão queimados. Lágrimas serão derramadas por tua causa: eu, o Senhor, sou eu quem o prediz – oráculo do Senhor.” 6.Tudo isso transmitiu Jeremias ao rei Sedecias de Judá, em Jerusalém, 7.enquanto o exército do rei da Babilônia sitiava a cidade, assim como Laquis e Azeca, últimas cidades de Judá que ainda resistiam.
Situação dos escravos
8.Eis a palavra que foi dirigida a Jeremias pelo Senhor, depois que o rei Sedecias fez um pacto com o povo de Jerusalém, a fim de proclamar um decreto de alforria, 9.segundo o qual cada um deveria libertar seu escravo hebreu, homem ou mulher, não conservando na escravidão seus irmãos judeus. 10.Aceitaram todos esse acordo, chefes e povo, consentindo em emancipar seus escravos e em não mais conservá-los em servidão. 11.Mais tarde, porém, voltando atrás em tal decisão, retomaram os escravos e mulheres, que haviam libertado, reduzindo-os novamente ao estado de escravidão. 12.Foi então que a palavra do Senhor assim se dirigiu a Jeremias: 13.“Eis o que disse o Senhor, Deus de Israel: No dia em que tirei vossos pais da terra do Egito, desse período de escravidão, com eles concluí uma aliança, assim concebida:* 14.ao fim de sete anos, cada um de vós emancipará seu irmão hebreu que lhe houver sido vendido. Ele te servirá durante seis anos; no sétimo, porém, o libertarás. – Não me escutaram, entretanto, vossos pais, nem prestaram atenção. 15.Agora, fizestes o que é grato a meus olhos, cada um proclamando a liberdade ao próximo pela conclusão de um acordo em minha presença, na casa em que meu nome é invocado. 16.Mudastes, porém, de parecer e profanastes meu nome, retomando cada qual vosso escravo e vossa serva que se haviam tornado livres, para de novo os reduzirdes à escravidão. 17.Eis por que diz o Senhor: Assim como não me haveis obedecido no que tange à proclamação da liberdade de vossos irmãos, vou, por minha vez, proclamar a vossa volta à espada, à peste e à fome, transformando-vos em objeto de espanto para todos os reinos da terra. 18.Os homens que violaram minha aliança, e não observaram as cláusulas do acordo celebrado em minha presença, vou tratá-los como o touro, que cortaram em dois para passar entre as duas metades.* 19.Os chefes de Judá e de Jerusalém, os eunucos, os sacerdotes e toda a gente da terra, que passaram entre as duas partes do touro, 20.eu os entregarei aos seus inimigos e àqueles que lhes procuram tirar a vida, e os seus cadáveres servirão de pasto às aves do céu e aos animais da terra. 21.Quanto a Sedecias, rei de Judá, eu o entregarei, juntamente com seus príncipes, aos inimigos e àqueles que lhe querem tirar a vida, ao exército do rei da Babilônia que de vós se apartou. 22.Vou dar ordens – oráculo do Senhor –, para que voltem a esta cidade. Eles a sitiarão tomando-a de assalto, e haverão de lhe pôr fogo. E transformarei as cidades de Judá em solidão, sem habitantes!”.