DESAFIO: "A BÍBLIA EM UM ANO"

Centésimo sexagésimo sétimo dia: A súplica do inocente

Nós vamos perceber que se trata de uma oração de Súplica em que o inocente clama por socorro diante do Senhor também atribuído à constituição do rei Davi. A este Salmo se propõe substituí-lo motivado por um evento histórico, mas antes que o evento seja descrito somos informados a respeito do escopo tempo e aplicação dos incidentes em que se baseia. Assim a traição de Davi por parte dos zifeus aguarda sua interpretação no final. Isso mostra que o que se fazia a Davi continha a figura de algo que ainda estava por vir; um homem inocente é assediado pela calúnia, um profeta é caçoado com palavras e desprezo, um escolhido de Deus é convocado a execução, um rei é entregue ao seu inimigo. Assim o Senhor foi entregue a Herodes e Pilatos pelos mesmos homens em cujas mãos ele deveria estar seguro. O Salmo, então, aguarda o final para a sua interpretação e encontra seu significado no Davi verdadeiro em que está o fim da Lei, aquele Davi que tem as chaves que abrem o portão do conhecimento, ao cumprir as coisas pressagiadas sobre Ele por Davi. O sofrimento do profeta Davi é, segundo a explicação que temos do título, um tipo da Paixão de Nosso Deus e Senhor Jesus Cristo. É por isso que a sua oração também corresponde ao sentido da oração daquele que, sendo o Verbo, se fez carne: de tal maneira que aquele que sofreu todas as coisas como homem, falou como homem, em tudo o que disse, e aquele que carregou as enfermidades e levou sobre si os pecados dos homens dirigiu-Se a Deus em oração com a humildade própria dos homens. Essa interpretação, ainda que avessos e alentos e aceitá-la, é necessária devido ao significado e virtude das palavras de forma que não pode haver dúvida de que tudo no Salmo é anunciado por Davi como seu porta-voz. Pois ele diz: Me salva ó Deus por teu Nome. Também assim reza em humilhação da carne, usando as palavras do seu próprio profeta, o unigênito filho de Deus, que ao mesmo tempo reclamava a glória que possuía antes de todos os séculos. Ele pede que seja salvo pelo nome de Deus, pelo qual ele fora chamado e no qual fora gerado, para que o nome de Deus, que por direito pertencia a sua natureza e modelo anterior, viesse salvá-lo naquele corpo em que nascera. Faça a leitura de preferencia em sua Bíblia dos capítulos 53, 54, 55, 56 e 57 do livro dos Salmos (Sl).

Salmos

O inocente perseguido

53. (54)   1.Ao mestre de canto. Com instrumentos de corda. Hino de Davi,* 2.quando os zifeus vieram dizer a Saul: “Davi encontra-se escondido entre nós”.* 3.Pela honra de vosso nome, salvai-me, meu Deus! Por vosso poder, fazei-me justiça. 4.Ó meu Deus, escutai minha oração, atendei às minhas palavras, 5.pois homens soberbos insurgiram-se contra mim; homens violentos odeiam a minha vida: não têm Deus em sua presença. 6.Mas eis que Deus vem em meu auxílio, o Senhor sustenta a minha vida. 7.Fazei recair o mal em meus adversários e, segundo vossa fidelidade, destruí-os. 8.De bom grado irei oferecer-vos um sacrifício, cantarei a glória de vosso nome, Senhor, porque é bom, 9.pois me livrou de todas as tribulações, e pude ver meus inimigos derrotados.

Sob o perigo de perseguição e de traição

54. (55)   1.Ao mestre de canto. Com instrumentos de corda. Hino de Davi.* 2.Prestai ouvidos, ó Deus, à minha oração, não vos furteis à minha súplica; 3.escutai-me e atendei-me. Na minha angústia agito-me num vaivém, perturbo-me 4.à voz do inimigo, sob os gritos do pecador. Eles lançam o mal contra mim, e me perseguem com furor. 5.Palpita-me no peito o coração, invade-me um pavor de morte. 6.Apoderam-se de mim o terror e o medo, e o pavor me assalta. 7.Digo-me, então: tivesse eu asas como a pomba, voaria para um lugar de repouso; 8.iria bem longe morar no deserto. 9.Apressado buscaria um abrigo contra o vendaval e a tempestade. 10.Destruí-os, Senhor, confundi-lhes as línguas, porque só vejo violência e discórdia na cidade. 11.Dia e noite percorrem suas muralhas, no seu interior só há injustiça e opressão. 12.Grassa a astúcia no seu meio, a iniquidade e a fraude não deixam suas praças. 13.Se o ultraje viesse de um inimigo, eu o teria suportado; se a agressão partisse de quem me odeia, dele me esconderia. 14.Mas eras tu, meu companheiro, meu íntimo amigo, 15.com quem me entretinha em doces colóquios; com quem, por entre a multidão, íamos à casa de Deus. 16.Que a morte os colha de improviso, que eles desçam vivos à mansão dos mortos. Porque entre eles, em suas moradas, só há perversidade. 17.Eu, porém, bradarei a Deus, e o Senhor me livrará. 18.Pela tarde, de manhã e ao meio-dia lamentarei e gemerei; e ele ouvirá minha voz. 19.Ele me dará a paz, livrando minha alma dos que me acossam, pois numerosos são meus inimigos. 20.O Senhor me ouvirá e os humilhará, ele que reina eternamente, porque não se emendem nem temem a Deus. 21.Cada um deles levanta a mão contra seus amigos. Todos violam suas alianças. 22.De semblante mais brando do que o creme, trazem, contudo, no coração a hostilidade; suas palavras são mais untuosas do que o óleo, porém, na verdade, espadas afiadas. 23.Depõe no Senhor os teus cuidados, porque ele será teu sustentáculo; não permitirá jamais que vacile o justo. 24.E vós, ó meu Deus, vós os precipitareis no fundo do abismo da morte. Os homens sanguinários e ardilosos não alcançarão a metade de seus dias! Quanto a mim, é em vós, Senhor, que ponho minha esperança.

Grito de aflição e de confiança

55. (56)   1.Ao mestre de canto. Conforme: “Muda pomba de longínquas terras”. Cântico de Davi, quando vai para junto dos filisteus, em Get.* 2.Tende piedade de mim, ó Deus, porque aos pés me pisam os homens; sem cessar eles me oprimem combatendo. 3.Meus inimigos continuamente me espezinham, são numerosos os que me fazem guerra. 4.Ó Altíssimo, quando o terror me assalta, é em vós que eu ponho a minha confiança. 5.É em Deus, cuja promessa eu proclamo, sim, é em Deus que eu ponho minha esperança; nada temo: que mal me pode fazer um ser de carne? 6.O dia inteiro eles me difamam, seus pensamentos todos são para o meu mal; 7.Reúnem-se, armam ciladas, observam meus passos, e odeiam a minha vida. 8.Tratai-os segundo a sua iniquidade. Ó meu Deus, em vossa cólera, prostrai esses povos. 9.Vós conheceis os caminhos do meu exílio, vós recolhestes minhas lágrimas em vosso cantil; não está tudo escrito em vosso livro?* 10.Sempre que vos invocar, meus inimigos recuarão: bem sei que Deus está por mim. 11.É em Deus, cuja promessa eu proclamo, 12.é em Deus que eu ponho minha esperança; nada temo: que mal me pode fazer um ser de carne? 13.Os votos que fiz, ó Deus, devo cumpri-los; eu vos oferecerei um sacrifício de louvor, 14.porque da morte livrastes a minha vida, e da queda preservastes os meus pés, para que eu ande na presença de Deus, na luz dos vivos.

Refúgio de Deus

56. (57)   1.Ao mestre de canto. “Não destruas”. Cântico de Davi, quando fugiu para a caverna, perseguido por Saul.* 2.Tende piedade de mim, ó Deus, tende piedade de mim, porque a minha alma em vós procura o seu refúgio. Abrigo-me à sombra de vossas asas, até que a tormenta passe. 3.Clamo ao Deus Altíssimo, ao Deus que me cumula de benefícios. 4.Mande ele do céu auxílio que me salve, cubra de confusão meus perseguidores; envie-me Deus a sua graça e fidelidade. 5.Estou no meio de leões, que devoram os homens com avidez. Seus dentes são como lanças e flechas, suas línguas como espadas afiadas. 6.Elevai-vos, ó Deus, no mais alto do céu, e sobre toda a terra brilhe a vossa glória. 7.Ante meus pés armaram rede; fizeram-me perder a coragem; cavaram uma fossa diante de mim; caiam nela eles mesmos. 8.Meu coração está firme, ó Deus, meu coração está firme; vou cantar e salmodiar. 9.Desperta-te, ó minha alma; despertai, harpa e cítara! Quero acordar a aurora. 10.Entre os povos, Senhor, vos louvarei; eu vos salmodiarei entre as nações, 11.porque aos céus se eleva a vossa misericórdia, e até as nuvens a vossa fidelidade. 12.Elevai-vos, ó Deus, nas alturas do céu, e brilhe a vossa glória sobre a terra inteira.

Hipocrisia dos juízes da terra

57. (58)   1.Ao mestre de canto. “Não destruas”. Cântico de Davi.* 2.Será que realmente fazeis justiça, ó poderosos do mundo? Será que julgais pelo direito, ó filhos dos homens?* 3.Não, pois em vossos corações cometeis iniquidades, e vossas mãos distribuem injustiças sobre a terra. 4.Desde o seio materno se extraviaram os ímpios, desde o seu nascimento se desgarraram os mentirosos. 5.Semelhante ao das serpentes é o seu veneno, ao veneno da víbora surda que fecha os ouvidos 6.para não ouvir a voz dos fascinadores, do mágico que enfeitiça habilmente. 7.Ó Deus, quebrai-lhes os dentes na própria boca; parti as presas dos leões, ó Senhor. 8.Que eles se dissipem como as águas que correm, e fiquem suas flechas despontadas.* 9.Passem como o caracol que deslizando se consome, sejam como o feto abortivo que não verá o sol. 10.Antes que os espinhos cheguem a aquecer vossas panelas, que o turbilhão os arrebate enquanto estão ainda verdes.* 11.O justo terá a alegria de ver o castigo dos ímpios, e lavará os pés no sangue deles. 12.E os homens dirão: “Sim, há recompensa para o justo; sim, há um Deus para julgar a terra”.

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