Hoje, meus irmãos, na meditação deste Salmo 43, percebemos que de fato se trata de uma oração de súplica, mas uma oração de súplica em comunidade, de súplica coletiva, por causa de alguma desgraça, de alguma dificuldade, até mesmo na ordem nacional, na ordem coletiva, na ordem comunitária. É um Salmo propício para ser rezado em comunidade. O Salmo 44 trata-se de um elogio dedicado a um Rei por ocasião de seu casamento. É um hino nupcial efetivamente, uma ordem incomparável que transborda as palavras sublimes do coração. O esposo é tido como um herói como redenção de justiça, como rei eterno que destrói todos os seus inimigos. Alegra-se o coração com a confiança em Deus e a maturidade diante das provas. Alguns trechos do Cântico dos Cânticos sobre a alegoria do casamento dos Profetas aqui representam a união de Deus com o povo eleito. A Virgem Maria, nossa Senhora, é tida como a rainha de nada de ouro. O Salmo 45 trata-se de um canto de triunfo pela libertação em Jerusalém. É um hino que celebra a grandeza e realeza do Senhor, sobretudo por causa de suas obras. É um Salmo até certo ponto messiânico, que exalta o reino universal do Senhor. Todos os povos, todas as nações, de toda a terra, virão adorar o Deus de Abraão. O Salmo 46 é também um hino de louvor a grandeza e realeza do Senhor. Trata-se de um canto triunfal que celebra não necessariamente a pessoa do Messias em si, mas toda a sua obra. É um Salmo com caráter escatológico, que mostra a mesma realeza do Senhor que reinará eternamente. No Salmo 47 o salmista convoca os peregrinos para louvarem ao Senhor por sua libertação de Jerusalém. Ele expressa sua gratidão a Deus por Seu poder e misericórdia, e chama os fiéis a lembrarem-se de Sua grandeza por todas as gerações. A mão direita de Deus está cheia de justiça, e Ele é digno de todo louvor. Que Sião se alegre e que as cidades vejam os Seus juízes. Que a força do alto seja concedida a todos, e que seja louvado e adorado o Senhor. Faça a leitura de preferencia em sua Bíblia dos capítulos 43, 44, 45, 46 e 47 do livro dos Salmos (Sl).
Salmos
Oração pela pátria oprimida
43. (44) 1.Ao mestre de canto. Hino dos filhos de Coré.* 2.Ó Deus, ouvimos com os nossos próprios ouvidos: nossos pais nos contaram a obra que fizestes em seus dias, nos tempos de antanho. 3.Para implantá-los, expulsastes com as vossas mãos nações pagãs; para lhes dardes lugar, abatestes povos.* 4.Com efeito, não foi com sua espada que conquistaram essa terra, nem foi seu braço que os salvou, mas foi vossa mão, foi vosso braço, foi o resplendor de vossa face, porque os amastes. 5.Meu Deus, vós sois o meu rei, vós que destes as vitórias a Jacó. 6.Por vossa graça repelimos os nossos inimigos, em vosso nome esmagamos nossos adversários. 7.Não foi em meu arco que pus minha confiança, nem foi minha espada que me salvou, 8.mas fostes vós que nos livrastes de nossos inimigos e confundistes os que nos odiavam. 9.Era em Deus que em todo o tempo nos gloriávamos, e seu nome sempre celebrávamos. 10.Agora, porém, nos rejeitais e confundis; e já não ides à frente de nossos exércitos. 11.Vós nos fizestes recuar diante do inimigo, e os que nos odiavam pilharam nossos bens. 12.Entregastes-nos como ovelhas para o corte, e nos dispersastes entre os pagãos. 13.Vendestes vosso povo por um preço vil, e pouco lucrastes com esta venda. 14.Fizeste-nos o opróbrio de nossos vizinhos, desprezo e zombaria daqueles que nos cercam. 15.Fizestes de nós a sátira das nações pagãs, e os povos nos escarnecem à nossa vista. 16.Continuamente estou envergonhado, a confusão cobre-me a face, 17.por causa dos insultos e ultrajes de um inimigo cheio de rancor. 18.E, apesar de todos esses males que nos sobrevieram, não vos esquecemos, nem traímos a vossa aliança. 19.Nosso coração não se desviou de vós, nem nossos passos se apartaram de vossos caminhos, 20.para que nos esmagueis no lugar da aflição e nos envolvais de trevas… 21.Se houvéramos olvidado o nome de nosso Deus e estendido as mãos a um deus estranho, 22.porventura Deus não o teria percebido, ele que conhece os segredos do coração? 23.Mas por vossa causa somos entregues à morte todos os dias e tratados como ovelhas de matadouro.* 24.Acordai, Senhor! Por que dormis? Despertai! Não nos rejeiteis continuamente! 25.Por que ocultais a vossa face e esqueceis nossas misérias e opressões? 26.Nossa alma está prostrada até o pó, e colado no solo o nosso corpo. 27.Levantai-vos em nosso socorro e livrai-nos, pela vossa misericórdia.
Hino nupcial
44. (45) 1.Ao mestre de canto. Segundo a melodia: “Os lírios”. Hino dos filhos de Coré. Canto nupcial.* 2.Transbordam palavras sublimes do meu coração. Ao rei dedico o meu canto. Minha língua é como o estilo de um ágil escriba. 3.Sois belo, o mais belo dos filhos dos homens. Expande-se a graça em vossos lábios, pelo que Deus vos cumulou de bênçãos eternas. 4.Cingi-vos com vossa espada, ó herói; ela é vosso ornamento e esplendor. 5.Erguei-vos vitorioso em defesa da verdade e da justiça. Que vossa mão se assinale por feitos gloriosos. 6.Aguçadas são as vossas flechas; a vós se submetem os povos; os inimigos do rei perdem o ânimo. 7.Vosso trono, ó Deus, é eterno, de equidade é vosso cetro real.* 8.Amais a justiça e detestais o mal, pelo que o Senhor, vosso Deus, vos ungiu com óleo de alegria, preferindo-vos aos vossos iguais. 9.Exalam vossas vestes perfume de mirra, aloés e incenso; do palácio de marfim os sons das liras vos deleitam. 10.Filhas de reis formam vosso cortejo; posta-se à vossa direita a rainha, ornada de ouro de Ofir. 11.Ouve, filha, vê e presta atenção: esquece o teu povo e a casa de teu pai. 12.De tua beleza se encantará o rei; ele é teu senhor, rende-lhe homenagens. 13.Habitantes de Tiro virão com seus presentes, próceres do povo implorarão teu favor. 14.Toda formosa, entra a filha do rei, com vestes bordadas de ouro. 15.Em roupagens multicores apresenta-se ao rei, após ela vos são apresentadas as virgens, suas companheiras. 16.Levadas entre alegrias e júbilos, ingressam no palácio real. 17.Tomarão os vossos filhos o lugar de vossos pais, vós os estabelecereis príncipes sobre toda a terra. 18.Celebrarei vosso nome através das gerações. E os povos vos louvarão eternamente.
O amparo da proteção divina
45. (46) 1.Ao mestre de canto. Dos filhos de Coré. Cântico para voz de soprano.* 2.Deus é nosso refúgio e nossa força; mostrou-se nosso amparo nas tribulações. 3.Por isso, a terra pode tremer, nada tememos: as próprias montanhas podem se afundar nos mares. 4.Ainda que as águas tumultuem e com sua fúria venham abalar os montes, está conosco o Senhor dos exércitos, nosso protetor é o Deus de Jacó. 5.Os braços de um rio alegram a cidade de Deus, o santuário do Altíssimo.* 6.Deus está no seu centro, ela é inabalável; desde o amanhecer, já Deus lhe vem em socorro. 7.Agitaram-se as nações, vacilaram os reinos; apenas ressoou sua voz, tremeu a terra. 8.Está conosco o Senhor dos exércitos, nosso protetor é o Deus de Jacó. 9.Vinde admirar as obras do Senhor, os prodígios que ele fez sobre a terra. 10.Reprimiu as guerras em toda a extensão da terra; partiu os arcos, quebrou as lanças, queimou os escudos. 11.“Parai – disse ele – e reconhecei que sou Deus; que domino sobre as nações e sobre toda a terra.” 12.Está conosco o Senhor dos exércitos, nosso protetor é o Deus de Jacó.
Realeza universal de Deus
46. (47) 1.Ao mestre de canto. Salmo dos filhos de Coré.* 2.Povos, aplaudi com as mãos, aclamai a Deus com vozes alegres, 3.porque o Senhor é o Altíssimo, o temível, o grande rei do universo. 4.Ele submeteu a nós as nações, colocou os povos sob nossos pés, 5.escolheu uma terra para nossa herança, a glória de Jacó, seu amado. 6.Subiu Deus por entre aclamações, o Senhor, ao som das trombetas. 7.Cantai à glória de Deus, cantai; cantai à glória de nosso rei, cantai. 8.Porque Deus é o rei do universo, entoai-lhe, pois, um hino! 9.Deus reina sobre as nações, Deus está em seu trono sagrado. 10.Reuniram-se os príncipes dos povos ao povo do Deus de Abraão, pois a Deus pertencem os grandes da terra, a ele, o soberanamente grande.
A glória de Jerusalém
47. (48) 1.Cântico. Salmo dos filhos de Coré.* 2.Grande é o Senhor e digno de todo louvor, na cidade de nosso Deus. O seu monte santo, 3.colina magnífica, é uma alegria para toda a terra. O lado norte do monte Sião é a cidade do grande rei. 4.Deus se mostrou em seus palácios um baluarte seguro. 5.Eis que se unem os reis para atacar juntamente. 6.Apenas a vêem, atônitos de medo e estupor, fogem. 7.Aí o terror se apodera deles, uma angústia como a de mulher em parto, 8.ou como quando o vento do oriente despedaça as naus de Társis. 9.Como nos contaram, assim o vimos na cidade do Senhor dos exércitos, na cidade de nosso Deus; Deus a sustenta eternamente! 10.Ó Deus, relembremos a vossa misericórdia no interior de vosso templo. 11.Como o vosso nome, ó Deus, assim vosso louvor chega até os confins do mundo. Vossa mão direita está cheia de justiça. 12.Que o monte Sião se alegre! Que as cidades de Judá exultem, à vista de vossos juízos! 13.Relanceai o olhar sobre Sião, dai-lhe a volta, contai suas torres, 14.considerai suas fortificações, examinai seus palácios, para narrardes às gerações futuras: 15.como Deus é grande, nosso Deus dos séculos eternos; é ele o nosso guia.