Na leitura de hoje podemos observar a realidade do sofrimento de Jó, que é muitas vezes o nosso sofrimento. No início desta leitura, com a resposta de Jó justamente quando ele vai dizer: chama para ver quantos santos te respondem, ele fala dos anjos com os quais o Senhor mesmo tem realizado seus feitos, e continua Jó, o arrebatamento mata o insensato, a inveja leva o tolo a morte. Essa realidade de que sofrimento se deve por causa do pecado, mas pensamos que nem sempre é assim, e no Jó entendendo todas essas coisas, ele diz, por isso eu rogarei a Deus, apresentarei minha súplica ao Senhor, Ele faz coisas grandes e insondáveis, maravilhas incalculáveis, espalha a chuva sobre a terra e derrama as águas sobre os campos exaltam os humildes e da nova alegria aos que nEle confiam. Elifaz indaga Jó dizendo: mesmo um homem íntegro pode ser derrubado outra vez e outra vez? Ao que Jó responde: até mesmo um homem íntegro pode cair diante do mau sorteio, mas com o amparo de Deus ele se reerguerá. Faça a leitura de preferencia em sua Bíblia dos capítulos 5, 6, 7 e 8 do livro de Jó (Jó).
Livro de Jó
5. 1.Chama para ver se te respondem! A qual dos santos te dirigirás?* 2.O desgosto mata o insensato e a inveja leva o tolo à morte. 3.Vi o insensato criar raízes, e de repente sua morada apodreceu. 4.Seus filhos são privados de qualquer socorro, são pisados à porta, ninguém os defende. 5.O faminto come sua colheita e a leva embora, por detrás da cerca de espinhos, e os sequiosos engolem seus bens. 6.Pois o mal não sai do pó, nem o sofrimento brota da terra. 7.É o homem que causa o sofrimento, como as faíscas voam para o alto.* 8.Por isso, eu rogarei a Deus, apresentarei minha súplica ao Senhor. 9.Ele faz coisas grandes e insondáveis, maravilhas incalculáveis. 10.Espalha a chuva sobre a terra e derrama água sobre os campos; 11.exalta os humildes e dá nova alegria aos que estão de luto; 12.frustra os projetos dos maus, cujas mãos não podem executar os planos. 13.Apanha os sábios em suas próprias manhas, e os projetos dos astutos se tornam prematuros.* 14.Em pleno dia encontram as trevas, e andam às apalpadelas ao meio-dia como se fosse noite. 15.Salva o fraco da espada da língua deles, e o pobre da mão do poderoso. 16.Volta a esperança ao infeliz, e é fechada a boca da iniquidade. 17.Bem-aventurado o homem a quem Deus corrige! Não desprezes a lição do Todo-poderoso. 18.Pois ele fere e cuida; se golpeia, sua mão cura. 19.Seis vezes te salvará da angústia, e, na sétima, o mal não te atingirá. 20.No tempo de fome, te preservará da morte, e, no combate, do poder da espada. 21.Estarás a coberto dos açoites da língua e não terás medo quando vires a ruína.* 22.Rirás das calamidades e da fome, não temerás as feras selvagens. 23.Farás um pacto com as pedras do campo, e os animais selvagens viverão em paz contigo. 24.Dentro de tua tenda conhecerás a paz; visitarás tuas terras, onde nada faltará. 25.Verás tua posteridade multiplicar-se e teus descendentes crescerem como a erva da terra. 26.Entrarás maduro no sepulcro, como um feixe de trigo que se recolhe a seu tempo. 27.Eis o que observamos. Assim é! Escuta e tira proveito!
Resposta de Jó
6. 1.Jó tomou a palavra nestes termos: 2.“Ah! Se pudessem pesar minha aflição e pôr na balança com ela meu infortúnio! 3.Ela seria mais pesada que a areia do mar: eis por que minhas palavras são desvairadas. 4.As setas do Todo-poderoso estão cravadas em mim e meu espírito bebe o veneno delas. Os terrores de Deus me assediam. 5.Porventura zurra o asno montês, quando tem erva? Muge o boi junto de sua forragem? 6.Come-se uma coisa insípida sem pôr sal? Pode alguém saborear aquilo que não tem gosto algum? 7.Minha alma recusa-se a tocar nisso, meu coração está desgostoso. 8.Quem me dera que meu voto se cumpra, e que Deus realize o que eu espero! 9.Que Deus consinta em esmagar-me, que deixe suas mãos cortarem meus dias! 10.Teria pelo menos um consolo, e eu exultaria em seu impiedoso tormento, por não ter renegado as palavras do Santo. 11.Qual é a minha força para esperar? Qual é meu fim, para me portar com paciência? 12.Será que tenho a força das pedras, ou será de bronze minha carne? 13.Não encontro socorro algum, qualquer esperança de salvação me foi tirada. 14.Recusar a piedade a um amigo é abandonar o temor do Todo-poderoso.* 15.Meus irmãos são traiçoeiros como a torrente, como as águas das torrentes que somem. 16.Rolam agitadas pelo gelo, empoçam-se com a neve derretida. 17.No tempo da seca, elas se esgotam, ao vir o calor, seu leito seca. 18.As caravanas se desviam de sua rota, penetram no deserto e perecem.* 19.As caravanas de Temã espreitavam e os comboios de Sabá contavam com elas. 20.Ficaram transtornados nas suas suposições; chegando ao lugar, ficaram confusos. 21.É assim que falhais em cumprir o que de vós se esperava nesta hora; a vista de meu infortúnio vos aterroriza. 22.Porventura, disse-vos eu: ‘Dai-me qualquer coisa de vossos bens, dai-me presentes, 23.livrai-me da mão do inimigo e tirai-me do poder dos violentos?’. 24.Ensinai-me, e me calarei, mostrai-me em que falhei! 25.Como são eficazes os discursos sensatos! Mas em que podereis surpreender-me? 26.Pretendeis censurar palavras? Palavras desesperadas, leva-as o vento. 27.Seríeis capazes de leiloar até mesmo um órfão e traficar até mesmo um amigo. 28.Vamos, peço-vos, olhai para mim face a face e não mentirei. 29.Voltai atrás e não sejais injustos; vinde: estou inocente nessa questão. 30.Haverá iniquidade em minha língua? Meu paladar não sabe discernir o mal?”
7. 1.Não é, acaso, uma luta a vida do homem sobre a terra? Seus dias não são como os de um mercenário? 2.Como um escravo que suspira pela sombra, e um assalariado que aguarda o pagamento, 3.assim também tive por sorte meses de sofrimento e noites de dor me couberam por partilha. 4.Apenas me deito, digo: ‘Quando chegará o dia?’. Logo que me levanto: ‘Quando chegará a noite?’. E até a noite me farto de angústias. 5.Minha carne se cobre de podridão e de imundície, minha pele racha e supura. 6.Meus dias passam mais depressa do que a lançadeira, e se desvanecem sem deixar esperança. 7.Lembra-te de que minha vida nada mais é do que um sopro, de que meus olhos não mais verão a felicidade;* 8.o olho que me via não mais me verá, o teu me procurará, e já não existirei. 9.A nuvem se dissipa e passa, assim quem desce à região dos mortos não subirá de novo. 10.Não voltará mais à sua casa, sua morada não mais o reconhecerá. 11.E por isso não reprimirei minha língua; falarei na angústia do meu espírito, farei queixa na tristeza de minha alma. 12.Porventura, sou eu o mar, ou algum monstro marinho, para me teres posto um guarda contra mim? 13.Se eu disser: ‘Meu leito me consolará e minha cama me aliviará’, 14.então me aterrarás com sonhos, e me assustarás com visões. 15.Preferiria ser estrangulado; antes a morte do que meus tormentos! 16.Sucumbo, deixo de viver para sempre! Deixa-me em paz, pois meus dias são apenas um sopro! 17.O que é o homem para fazeres tanto caso dele, para te dignares ocupar-te dele,* 18.para visitá-lo todas as manhãs e prová-lo a cada instante? 19.Quando cessarás de olhar para mim, sem dar-me tempo de engolir minha saliva? 20.Se pequei, que mal te fiz, ó guarda dos homens? Por que me tomaste por alvo e me tornei pesado para ti? 21.Por que não toleras meu pecado e não apagas minha culpa? Eis que vou logo me deitar por terra; tu me procurarás, já não existirei”.
Discurso de Bildad
8. 1.Bildad de Suás tomou a palavra e disse: 2.Até quando dirás semelhantes coisas, e tuas palavras serão como um furacão? 3.Porventura Deus fará curvar o que é reto? E o Todo-poderoso subverterá a justiça? 4.Se teus filhos o ofenderam, ele os entregou às consequências de suas culpas.* 5.Se recorreres a Deus, e implorares ao Todo-poderoso, 6.se fores puro e reto, ele atenderá a tua oração e restaurará a morada de tua justiça. 7.Teu começo parecerá pouca coisa diante da grandeza do que se seguirá.* 8.Interroga, pois, as gerações passadas e examina com cuidado a experiência dos antepassados. 9.Porque somos de ontem e nada sabemos, e nossos dias sobre a terra passam como a sombra. 10.Elas podem instruir-te, falar-te e de seu coração tirar estas palavras: 11.“Pode o papiro crescer fora do brejo ou o junco germinar sem água? 12.Verde ainda, e sem ser colhido, ele seca antes de todas as ervas. 13.Assim acabam todos os que esquecem de Deus, pois a esperança do ímpio perecerá. 14.A sua confiança será quebrada e a sua segurança é teia de aranha. 15.Ele se apoia sobre uma casa que não se sustenta, atém-se a uma morada que não se mantém de pé. 16.Cheio de vigor, ao sol, faz brotar seus ramos em seu jardim. 17.Suas raízes se entrelaçam num montão de pedras e penetram entre as rochas. 18.Mas se é arrancado de seu lugar, este o renega e diz: ‘Não te conheço!’. 19.Eis onde termina seu destino, e outros germinarão do solo”. 20.De fato, Deus não rejeita o homem íntegro, nem dá a mão aos malvados.* 21.Ele porá de novo o riso em tua boca e em teus lábios, gritos de alegria. 22.Teus inimigos serão cobertos de vergonha e a tenda dos maus desaparecerá.