Neste dia vamos continuar a nossa reflexão da Sagrada Escritura, a partir do capítulo 25 do livro dos Provérbios. Nesse capítulo, encontramos diversos provérbios de Salomão, coletados pelos homens do rei Ezequias, que abordam a importância da prudência, sabedoria e virtudes relacionadas em agir corretamente diante de diferentes circunstâncias. O texto destaca a realidade da Glória de Deus, que é ocultar uma coisa, assim como a insondabilidade do coração dos reis e até mesmo do coração de Deus. O autor menciona a necessidade de humildade ao se relacionar com o rei e ensina que é melhor ser instruído do que ser humilhado. Também são abordados temas como calúnia, difamação, caridade e moderação nas palavras. O texto segue com provérbios do capítulo 26 que falam sobre disciplina e a importância de considerar a sabedoria nas ações. No geral, o texto nos convida a meditar sobre essas lições e a beber da fonte de sabedoria encontrada nos provérbios. Faça a leitura de preferencia em sua Bíblia dos capítulos 25, 26, 27 e 28 do livro dos Provérbios (Pr).
Provérbios
Quinta coleção – (25, 1 – 29, 27)
25. 1.Ainda alguns provérbios de Salomão, recolhidos pelos homens de Ezequias, rei de Judá. 2.A glória de Deus é ocultar uma coisa; a glória dos reis é esquadrinhá-la. 3.A altura do céu, a profundeza da terra são impenetráveis, bem como o coração dos reis. 4.Tira as escórias da prata e terás um vaso para o ourives; 5.afasta o mau da presença do rei e seu trono se firmará na justiça. 6.Não te faças de pretensioso diante do rei, não te ponhas no lugar dos grandes. 7.É melhor que te digam: “Sobe aqui!”, do que seres humilhado diante de um personagem. O que teus olhos viram,* 8.não o descubras com precipitação numa contenda, pois, no final das contas, que farás tu quando o outro te houver confundido? 9.Trata teu negócio com teu próximo de maneira a não revelar o segredo de outro, 10.para que não sejas repreendido por aquele que o ouviu nem incorras em descrédito irreparável. 11.Maçãs de ouro sobre prata gravada: tais são as palavras oportunas.* 12.Anel de ouro, joia de ouro fino: tal é o sábio que admoesta um ouvido atento. 13.Frescor de neve no tempo da colheita, tal é um mensageiro fiel para quem o envia: ele restaura a alma de seu senhor. 14.Nuvens e vento sem chuva: tal é o homem que se gaba falsamente de dar. 15.Pela paciência o juiz se deixa aplacar: a língua que fala com brandura pode quebrantar ossos. 16.Achaste mel? Come o que for suficiente: se comeres demais, tu o vomitarás. 17.Põe raramente o pé na casa do vizinho: enfastiado de ti, ele te viria a aborrecer. 18.Clava, espada, flecha penetrante: tal é o que usa de falso testemunho contra seu próximo. 19.Dente arruinado, pé que resvala: tal é a confiança de um pérfido no dia da desventura. 20.Tirar a capa num dia de frio, derramar vinagre numa ferida: isso faz aquele que canta canções a um coração atribulado.* 21.Tem o teu inimigo fome? Dá-lhe de comer. Tem sede? Dá-lhe de beber: 22.assim amontoarás brasas ardentes sobre sua cabeça e o Senhor te recompensará.* 23.O vento norte traz chuva e a língua detratora anuvia os semblantes. 24.É melhor habitar um canto do terraço do que viver com uma mulher impertinente. 25.Água fresca para uma garganta sedenta: tal é uma boa-nova vinda de terra longínqua. 26.Fonte turva e manancial contaminado: tal é o justo que cede diante do ímpio. 27.Comer mel em demasia não é bom: usa de moderação nas palavras elogiosas.* 28.Como uma cidade desmantelada, sem muralhas: tal é o homem que não é senhor de si.
26. 1.Assim como a neve é imprópria no estio e a chuva na ceifa, do mesmo modo não convém ao insensato a consideração. 2.Como um pássaro que foge, uma andorinha que voa: uma maldição injustificada permanece sem efeito. 3.O açoite para o cavalo, o freio para o asno: a vara para as costas do tolo. 4.Não respondas ao néscio segundo sua insensatez, para não seres semelhante a ele. 5.Responde ao tolo segundo sua loucura, para que ele não se julgue sábio aos seus olhos.* 6.Corta os pés, bebe aflições quem confia uma mensagem a um tolo. 7.As pernas de um coxo não têm força: do mesmo modo uma sentença na boca de um tolo. 8.É colocar pedra na funda cumprimentar um tolo. 9.Um espinho que cai na mão de um embriagado: tal é uma sentença na boca dos insensatos. 10.Um arqueiro que fere a todos: tal é aquele que emprega um tolo ou um embriagado. 11.Um cão que volta ao seu vômito: tal é o louco que reitera suas loucuras.* 12.Tu tens visto um homem que se julga sábio? Há mais a esperar de um tolo do que dele. 13.“Há um leão no caminho – diz o preguiçoso –, um leão na estrada!” 14.A porta gira sobre seus gonzos: assim o preguiçoso no seu leito. 15.O preguiçoso põe sua mão no prato e custa-lhe muito levá-la à boca. 16.O preguiçoso julga-se mais sábio do que sete homens que respondem com prudência. 17.É pegar pelas orelhas um cão que passa envolver-se num debate que não interessa. 18.Um louco furioso que lança chamas, flechas e morte: 19.tal é o homem que engana seu próximo e diz em seguida: “mas era para brincar”. 20.Sem lenha o fogo se apaga: desaparecido o relator, acaba-se a questão. 21.Carvão sobre a brasa, lenha sobre o fogo: tal é um intrigante para atiçar uma disputa. 22.As palavras do mexeriqueiro são como guloseimas: penetram até o fundo das entranhas. 23.Uma liga de prata sobre o pote de argila: tais são as palavras ardentes com um coração malévolo. 24.O que odeia, fala com dissimulação; no seu interior maquina a fraude; 25.quando ele falar com amabilidade, não te fies nele porque há sete abominações em seu coração; 26.pode dissimular seu ódio sob aparências, e sua malícia acabará por ser revelada ao público. 27.Quem cava uma fossa, ali cai; quem rola uma pedra, cairá debaixo dela. 28.A língua mendaz odeia aqueles que ela atinge, a boca enganosa conduz à ruína.
27. 1.Não te gabes do dia de amanhã porque não sabes o que ele poderá engendrar. 2.Que seja outro que te louve, não a tua própria boca; um estranho, não teus próprios lábios. 3.Pesada é a pedra, pesada a areia, mais pesada ainda é a cólera de um tolo. 4.Crueldade do furor, ímpetos da cólera: mas quem pode suportar o ciúme? 5.Melhor é a correção manifesta do que uma amizade fingida. 6.As feridas do amigo são provas de lealdade, mas os beijos do que odeia são abundantes. 7.Saciado o apetite, calca aos pés o favo de mel; para o faminto tudo o que é amargo parece doce. 8.Um pássaro que anda longe do seu ninho: tal é o homem que vive longe de sua terra. 9.Azeite e incenso alegram o coração: a bondade de um amigo consola a alma.* 10.Não abandones teu amigo, o amigo de teu pai; não vás à casa do teu irmão em dia de aflição. Vale mais um vizinho que está perto, que um irmão distante.* 11.Sê sábio, meu filho, alegrarás meu coração e eu poderei responder ao que me ultrajar. 12.O homem prudente percebe o mal e se põe a salvo; os imprudentes passam adiante e aguentam o peso. 13.Toma a sua veste, porque ficou fiador de outrem, exige o penhor que deve aos estrangeiros. 14.Quem, desde o amanhecer, louva seu vizinho em alta voz é censurado de o ter amaldiçoado. 15.Goteira que cai de contínuo em dia de chuva e mulher litigiosa, tudo é a mesma coisa. 16.Querer retê-la é reter o vento, ou pegar azeite com a mão. 17.O ferro com o ferro se aguça; o homem aguça o homem. 18.Quem trata de sua figueira, comerá seu fruto; quem cuida do seu senhor, será honrado. 19.Como o reflexo do rosto na água, assim é o coração do homem para o homem.* 20.A morada dos mortos e o abismo nunca se enchem; assim os olhos do homem são insaciáveis. 21.Há um crisol para a prata, um forno para o ouro; assim o homem é provado pela sua reputação. 22.Ainda que pisasses o insensato num triturador, entre os grãos, com um pilão, sua loucura não se separaria dele. 23.Certifica-te bem do estado do teu gado miúdo; atende aos teus rebanhos, 24.porque a riqueza não é eterna e a coroa não permanece de geração em geração. 25.Quando se abre o prado, quando brotam as ervas, uma vez recolhido o feno das montanhas, 26.tens ainda cordeiros para te vestir e bodes para pagares um campo, 27.leite de cabra suficiente para teu sustento, para o sustento de tua casa e a manutenção das tuas servas.
28. 1.O ímpio foge sem que ninguém o persiga, mas o justo sente-se seguro como um leão. 2.Por causa do pecado de um país, multiplicam-se os chefes, mas sob um homem sábio e sensato a ordem perdura.* 3.Um pobre que oprime miseráveis é qual chuva torrencial, causa de fome. 4.Quem abandona a instrução, louva o ímpio; quem a observa, faz-lhe guerra. 5.Os homens maus não compreendem o que é justo; os que buscam o Senhor tudo entendem. 6.Mais vale um pobre que caminha na integridade do que um rico em caminhos tortuosos. 7.Um filho inteligente segue a instrução; quem convive com os devassos, torna-se a vergonha de seu pai. 8.Quem aumenta sua fortuna por usuras e logro, ajunta para o que tem piedade dos pequenos.* 9.Aquele que afasta o ouvido para não ouvir a instrução, até em sua oração é um objeto de horror. 10.Quem seduz os homens corretos para um mau caminho, cairá no fosso que ele mesmo cavou e para os íntegros caberá a herança da felicidade. 11.O rico julga-se sábio, mas o pobre inteligente penetra-o a fundo. 12.Quando os justos triunfam, há muita alegria; quando os ímpios se erguem, cada qual se esconde. 13.Quem dissimula suas faltas não há de prosperar; quem as confessa e as detesta obtém misericórdia. 14.Feliz daquele que vive em temor contínuo; mas o que endurece seu coração cairá na desgraça.* 15.Leão rugidor, urso esfaimado: tal é o ímpio que domina sobre um povo pobre. 16.Um príncipe, destituído de senso, é rico em extorsões, mas o que odeia o lucro viverá longos dias. 17.O homem sobre o qual pesa o sangue de outro fugirá até o fosso: não o retenhas.* 18.O que caminha na integridade será salvo; quem seguir por caminhos tortuosos cairá no fosso. 19.O que cultiva seu solo terá pão à vontade; o que corre atrás das vaidades se fartará de miséria. 20.O homem leal será cumulado de bênçãos; o que, porém, tem pressa de se enriquecer não ficará impune. 21.Não é bom mostrar-se parcial: há quem cometa este pecado por um pedaço de pão. 22.O homem invejoso precipita-se atrás da fortuna: não sabe que vai cair sobre ele a indigência. 23.Quem corrige alguém encontra no fim mais gratidão do que lisonjas. 24.Quem furta de seu pai ou de sua mãe, dizendo: “Isto não é pecado!”, é colega do bandoleiro. 25.O homem cobiçoso provoca contendas, mas o que se fia no Senhor será saciado. 26.O que se fia em seu próprio coração é um tolo; quem caminha com sabedoria escapará do perigo. 27.O que dá ao pobre não padecerá penúria, mas quem fecha os olhos ficará cheio de maldições.* 28.Quando se erguem os ímpios, cada qual se oculta; quando eles perecem, multiplicam-se os justos.