DESAFIO: "A BÍBLIA EM UM ANO"

Centésimo nonagésimo sexto dia: Vaidade das riquezas e a busca pela felicidade

Na leitura de hoje do nosso desafio da Bíblia, observamos que o autor traz uma série de conselhos de Piedade. No capítulo 5, destaca-se o conselho de não multiplicar palavras vans ao falar com Deus, lembrando da necessidade da prudência e do silêncio como a melhor alternativa. O autor também aborda o tema do temor a Deus e a exortação para cuidar das riquezas, destacando que elas não trazem vantagem e podem levar à miséria caso sejam perdidas. No capítulo 6, o autor apresenta um pessimismo realista ao refletir sobre a felicidade e a superioridade do sábio sobre o louco. Ele questiona a razão do sofrimento e encontra consolo nas poucas alegrias que a existência pode proporcionar, mas ainda se sente atormentado sem encontrar uma saída. Este texto nos convida a refletir sobre a prudência nas palavras, o temor a Deus e a natureza passageira das riquezas, além de nos confrontar com a realidade da felicidade e do sofrimento. Faça a leitura de preferencia em sua Bíblia dos capítulos 5, 6, 7 e 8 do livro do Eclesiastes (Ecl).

Eclesiastes

5.   1.Não te apresses em abrir a boca, nem o teu coração não se apresse em proferir palavras diante de Deus, porque Deus está no céu, e tu na terra. Por isso, sejam pouco numerosas as tuas palavras! 2.Porque muitas ocupações geram sonhos, e a torrente de palavras faz nascer resoluções insensatas. 3.Quando fizeres um voto a Deus, rea­liza-o sem delonga, porque aos insensatos Deus não é favorável. Portanto, cumpre teu voto! 4.Mais vale não fazer voto, que prometer e não ser fiel à promessa. 5.Não permitas à tua boca fazer pecar a tua carne, nem digas ao sacerdote que isso foi apenas uma inadvertência, para não suceder que Deus se irrite com essas palavras e reduza a nada tua empresa.* 6.Porque muitos cuidados geram sonhos, e a torrente de palavras, despropósitos. Assim, pois, teme a Deus! 7.Se vires, na província, a opressão do pobre e a violação do direito e da justiça, não te admires, porque o que é grande é observado por outro maior e ambos por maiores ainda. 8.Sob todos os pontos de vista, uma vantagem para uma nação é se o rei se ocupa com a terra cultivada.*

Vaidade das riquezas

9.Quem ama o dinheiro nunca se fartará. Quem ama a riqueza não tira dela proveito. Também isso é fugalidade. 10.Quando abundam os bens, numerosos são aqueles que comem. Que vantagem há para os seus possuidores, senão ver como se comportam?* 11.Doce é o sono do trabalhador, tenha ele pouco ou muito para comer; mas a abundância do rico o impede de dormir. 12.Vi uma dolorosa miséria debaixo do sol: as riquezas que um possuidor guarda para sua própria desgraça. 13.Caso essas riquezas venham a se perder em consequência de algum desagradável acontecimento, se ele tiver um filho, nada lhe restará na sua mão. 14.Nu saiu ele do ventre de sua mãe, assim nu voltará. De seu trabalho nada receberá que possa levar em suas mãos. 15.Sim, é uma dolorosa miséria que ele se vá assim como veio. Que vantagem terá ele por ter trabalhado para o vento? 16.Todos os seus dias foram consumidos numa sombria dor, em extrema amargura, no sofrimento e na irritação. 17.Eis o que reconheci ser bom: que é conveniente ao homem comer, beber, gozar de bem-estar em todo o trabalho ao qual ele se dedica debaixo do sol, durante todos os dias de vida que Deus lhe der. Esta é a sua parte. 18.Se Deus dá ao homem bens e riquezas, e lhe concede delas comer e delas tomar sua parte, e se alegrar no seu trabalho, isso é um dom de Deus. 19.Ele não pensa no número dos dias de sua vida, quando Deus derrama em seu coração a alegria.

6.   1.Vi um mal debaixo do sol, que calca pesadamente o homem. 2.Isto é, um homem a quem Deus deu sorte, riquezas e honras, e nada que possa desejar lhe falta, mas Deus não lhe concede o gozo, reservando-o a um estrangeiro. Isso é fugalidade e dor. 3.Um homem, embora crie cem filhos, viva muitos anos, durando longamente os dias de sua vida, se não puder fartar-se de seus bens e não tiver tido sepultura, eu diria que um aborto lhe seria preferível. 4.Porque é em vão o fato de o aborto ter vindo e ido para as trevas. Seu nome permanecerá na obscuridade. 5.Não terá visto nem conhecido o sol. Me­lhor é a sua sorte que a deste homem.* 6.E, mesmo que alguém vivesse duas vezes mil anos, sem provar a felicidade, não vão todos para o mesmo lugar?* 7.Todo o trabalho do homem é para a sua boca, mas seus desejos nunca estão satisfeitos. 8.Que superioridade tem o sábio sobre o louco? Que vantagem há para o pobre saber se conduzir na vida? 9.Mais vale o que veem os olhos do que a agitação dos desejos. Isso é ainda fugalidade e vento que passa. 10.A tudo o que existe, desde há muito, foi dado um nome, e sabe-se também o que é o homem: é incapaz de disputar com alguém mais forte do que ele. 11.Muitas palavras só aumentam a fugalidade. De tudo isso, qual é o proveito para o homem? 12.Pois, quem pode saber o que é bom para o homem na vida, durante os dias de sua vã existência, que ele atravessa como uma sombra? Quem poderá dizer ao homem o que acontecerá depois dele debaixo do sol?

Máximas da sabedoria

7.   1.Boa fama vale mais que um bom perfume; mais vale o dia da morte que o dia do nascimento. 2.Melhor é visitar a casa onde há luto do que a casa onde há banquete. Porque ali está o fim de todo homem, e os vivos nele refletem. 3.Tristeza vale mais do que riso, porque a tristeza do semblante é boa para o coração. 4.O coração do sábio está na casa em luto; o coração do insensato está na casa da alegria. 5.É melhor ouvir a reprimenda do sábio do que a canção do tolo, 6.porque qual o crepitar dos espinhos na caldeira, tal é o riso do insensato. E isso é também fugalidade. 7.A opressão torna o sábio insensato, e o suborno corrompe o coração. 8.Mais vale o fim de uma coisa do que seu começo. Um espírito paciente vale mais do que um espírito orgulhoso. 9.Não cedas prontamente ao espírito de irritação, porque é no coração do insensato que reside a irritação. 10.Não digas: “Por que os dias de outrora eram melhores do que estes de agora?”. Porque não é a sabedoria que te inspira esta pergunta. 11.A sabedoria é tão boa como uma herança, e é de proveito aos que veem o sol. 12.A sabedoria protege, assim como o dinheiro protege. A vantagem do saber consiste em que a sabedoria dá vida a quem a possui. 13.Considera a obra de Deus: Quem poderá endireitar o que ele fez curvo? 14.No dia da felicidade, sê alegre. No dia da desgraça, pensa: porque Deus fez um e outro, de tal modo que o homem não descubra o futuro.*

Quão difícil é ser sábio 

15.No decurso de minha vã existência, vi tudo isso: há o justo que morre perma­necendo justo e o ímpio que dura apesar de sua malícia. 16.Não sejas justo excessivamente, nem sábio além da medida. Por que te arruinarias a ti mesmo? 17.Não sejas excessivamente mau e não sejas insensato. Por que haverias de morrer antes de tua hora? 18.É bom que guardes isto, e que não negligencies aquilo, porque aquele que teme a Deus realizará uma e outra coisa. 19.A sabedoria dá ao sábio mais força do que dez chefes de guerra reunidos numa cidade. 20.Não há homem justo sobre a terra, que faça o bem sem jamais pecar. 21.Não prestes atenção em todas as palavras que se dizem, para que não ouças dizer que teu servo fala mal de ti, 22.porque teu coração bem sabe que tu mesmo, muitas vezes, falaste mal dos outros. 23.Tudo isso perscrutei com sabedoria. Eu disse comigo mesmo: “Eu quero ser sábio”. Mas a sabedoria está longe de mim. 24.Aquilo que acontece está longínquo, profundo, profundo: quem poderá sondá-lo?

Buscar e persistir

25.Apliquei-me de todo o coração a perscrutar, a sondar a sabedoria e a razão das coisas, a reconhecer que a maldade é uma loucura e a falta de razão uma demência.* 26.Eu também descobri que a mulher é coisa mais amarga que a morte, porque ela é um laço, seu coração é uma rede, suas mãos são cadeias. Aquele que é agradável a Deus dela se livrará, mas o pecador será sua presa. 27.Eis o que encontrei, diz o Eclesiastes, examinando uma coisa com outra, para chegar à razão. 28.Eis o que procuro continuamente sem descobrir: encontrei um só homem entre mil, mas nenhuma mulher entre todas.* 29.Somente descobri isto: Deus fez o homem reto, mas é ele quem procura os extravios.*

A submissão ao rei

8.   1.Quem é comparável ao sábio? Quem conhece a razão das coisas? A sabedoria de um homem ilumina-lhe o semblante e abranda-lhe a severidade de sua face. 2.Observa as ordens do rei, e isso por causa do juramento feito a Deus.* 3.Não te apres­ses a sair de sua presença. Não te comprometas com um mau negócio, porque o rei faz tudo o que lhe apraz. 4.Com efeito, sua palavra é soberana, e quem ousaria dizer-lhe: “Que fazes tu?”. 5.Quem observa os preceitos não experimentará mal algum; e o coração do sábio conhece o tempo e o julgamento. 6.Porque para tudo há um tempo e um julgamento, e a desgraça pesa muito forte sobre o homem. 7.Ele não conhece o futuro; quem lhe poderia dizer como as coisas se passarão? 8.O homem não é senhor de seu sopro de vida, nem é capaz de retê-lo. Ninguém tem poder sobre o dia da morte, nem a faculdade de afastar esse combate. O crime não pode salvar o criminoso. 9.Eis o que eu vi, aplicando meu espírito a tudo o que se faz debaixo do sol, quando um homem domina sobre outro homem para prejudicá-lo.

A sorte igual dos homens

10.Vi ímpios receberem sepultura e gozarem de repouso, enquanto que aqueles que tinham feito o bem iam para longe do lugar santo e eram esquecidos na cidade. Isso é ainda fugacidade. 11.Porque a sentença contra os maus atos não é executada imediatamente, o coração dos homens se enche do desejo de fazer o mal, 12.porque o pecador culpado de cem crimes vê sua vida prolongada. Eu sei, no entanto, que a felicidade é para os que temem a Deus, porque respeitam a sua face. 13.Mas não haverá felicidade para o ímpio que, como sombra, não prolongará sua vida, porque ele não teme a Deus. 14.Há outra fugacidade que acontece sobre a terra: há justos, aos quais acontece o que conviria ao proceder de ímpios, e há ímpios aos quais acontece o que conviria ao proceder de justos. Digo que isso é também fugacidade. 15.Por isso, louvei a alegria, porque não há nada de melhor para o homem, debaixo do sol, do que comer, beber e se divertir; possa isso acompanhá-lo no seu trabalho, ao longo dos dias que Deus lhe conceder debaixo do sol. 16.Quando meu espírito se entregou ao estudo da sabedoria e à observação dos trabalhos que há sobre a terra, porque nem de dia, nem de noite os olhos dos homens encontram repouso, 17.verifiquei, em toda a obra de Deus, que o homem nada pode descobrir do que se faz debaixo do sol. Ele se fatiga a investigar, mas não encontra, e se mesmo um sábio pensa ter alcançado, isso não acontecerá.

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