Hoje iniciamos o livro de Neemias, como vimos no livro de Esdras, a missão de Neemias era a de um governador, Esdras trabalhou muito na questão da reconstrução e da dedicação do templo enquanto que Neemias vai trabalhar muito a reconstrução das muralhas de Jerusalém, e já no primeiro capitulo evidenciamos uma belíssima oração que Neemias vai recitar ao Senhor, “Ah Senhor Deus do céu, Deus grande e temível, vós que permaneceis fiel à vossa aliança e exerceis a misericórdia para com aqueles que vos amam e observam os vossos mandamentos, que vossos ouvidos estejam atentos e vossos olhos se abram para ouvir a prece que eu, vosso servo, estou fazendo na vossa presença, de noite e de dia, pelos filhos de Israel, vossos servos, confessando os pecados que nós, os israelitas, cometemos contra vós. Porque eu mesmo e a casa de meu pai temos pecado. Nós vos ofendemos gravemente e não observamos as leis, os mandamentos e os preceitos que destes a Moises…” e ele continua essa bela oração. E vamos observar também a reconstrução das muralhas da cidade de Jerusalém, eles reconstruíram a cidade até o muro largo, tanto era o ânimo do povo para trabalhar que eles conseguiram reconstruir todas as muralhas de Jerusalém. Faça a leitura de preferencia em sua Bíblia dos capítulos 1, 2, 3 e 4 do livro de Neemias (Ne).
Livro de Neemias ou Segundo de Esdras
Oração de Neemias
1. 1.Palavras de Neemias, filho de Hacalias. No mês de Casleu do vigésimo ano, encontrando-me eu em Susa, no palácio,* 2.eis que chegaram de Judá, Hanani, um de meus irmãos, com alguns companheiros. Perguntei-lhes pelos judeus libertados que tinham escapado do cativeiro e a respeito de Jerusalém. 3.“Aqueles que escaparam do cativeiro – disseram-me eles – estão lá na Província, numa grande miséria e humilhação. Os muros de Jerusalém estão em ruínas e suas portas foram incendiadas.” 4.Ouvindo tais palavras, sentei-me para chorar e fiquei vários dias desconsolado; jejuei e orei diante do Deus do céu,* 5.dizendo: “Ah, Senhor, Deus do céu, Deus grande e temível, vós que permaneceis fiel à vossa aliança e exerceis a misericórdia para com aqueles que vos amam e observam os vossos mandamentos, 6.que vossos ouvidos estejam atentos e vossos olhos se abram para ouvirdes a prece que eu, vosso servo, estou fazendo na vossa presença, de noite e de dia, pelos filhos de Israel, vossos servos, confessando os pecados que nós, os israelitas, cometemos contra vós. Porque eu mesmo e a casa de meu pai temos pecado. 7.Nós vos ofendemos gravemente e não observamos as leis, os mandamentos e os preceitos que destes a Moisés, vosso servo. 8.Lembrai-vos da palavra que destes ao vosso servo Moisés, dizendo: ‘Se transgredirdes meus preceitos, eu vos dispersarei entre as nações; 9.mas, se voltardes a mim, se observardes os meus mandamentos e os praticardes, mesmo que estejais deportados às extremidades do céu, eu vos reunirei ali e vos farei retornar ao lugar que escolhi para estabelecer nele a morada de meu nome’. 10.Eles são vossos servos, esse mesmo povo que libertastes com o poder e a força de vossa mão. 11.Ah, Senhor, prestai ouvidos à oração deste vosso servo e à oração dos vossos servos que veneram o vosso nome. Dignai-vos hoje dar bom êxito ao vosso servo e fazei-o ganhar o favor do rei”. Eu era então copeiro do rei.
Viagem de Neemias a Jerusalém
2. 1.No vigésimo ano do rei Artaxerxes, no mês de Nisã, estando o vinho diante de mim, tomei-o e o ofereci ao rei. Ora, jamais em outra ocasião eu estivera triste em sua presença. 2.Disse-me o rei: “Por que tens a face sombria? Não estás doente! Tens no entanto algum dissabor!”. 3.Muito conturbado, respondi ao rei: “Viva o rei para sempre! Como não haveria eu de estar pesaroso, desde que a cidade onde se encontram os túmulos de meus pais está devastada e suas portas consumidas pelo fogo?”. 4.Disse-me o rei: “Que tens a me pedir?”. 5.Então, fazendo uma prece ao Deus do céu eu disse ao rei: “Se aprouver ao rei e se o teu servo te é agradável, permite-me ir para a terra de Judá, à cidade onde se encontram os túmulos de meus pais, para reconstruí-la”. 6.O rei, junto de quem estava sentada a rainha, perguntou-me: “Quanto tempo durará tua viagem? Quando voltarás?”. Ele consentiu que eu partisse, logo que lhe fixei certo prazo. 7.Prossegui: “Se o rei achar bom, que me deem missivas para os governadores de além do rio, a fim de que me deixem passar para Judá; 8.e outra carta para Asaf, o intendente da floresta real, para que ele me forneça a madeira para a viga das portas da fortaleza vizinha ao templo, para as muralhas da cidade e para a casa em que eu habitar”. O rei concordou com o meu pedido, porque a mão favorável de meu Deus estava comigo. 9.Fui ter com os governadores de além do rio e entreguei-lhes as cartas do rei. O rei também tinha enviado para mim alguns chefes militares e cavaleiros. 10.Mas, quando Sanabalat, o horonita, e Tobias, o servo amonita, foram informados disso, ficaram grandemente despeitados por ter chegado um homem que procurava o bem dos filhos de Israel. 11.Cheguei a Jerusalém e depois de ter passado ali três dias, 12.levantei-me durante a noite acompanhado de um pequeno grupo de homens, sem dizer a ninguém o que o meu Deus me tinha inspirado fazer por Jerusalém. Não tinha comigo outro animal senão aquele em que montava. 13.Saí à noite pela porta do Vale e dirigi-me à fonte do Dragão e à porta da Esterqueira. Verifiquei que as muralhas de Jerusalém estavam arruinadas e que as portas estavam consumidas pelo fogo. 14.Prossegui rumo à porta da Fonte e à piscina do rei; mas não havia ali lugar onde pudesse passar com a minha montaria. 15.Subi então à noite ao barranco, examinei a muralha, retomei em seguida o mesmo caminho e reentrei pela porta do Vale. 16.Os magistrados ignoravam aonde eu tinha ido e o que queria fazer. Até aquele momento, eu nada havia deixado transparecer, nem aos judeus, nem aos sacerdotes, nem aos homens importantes, nem aos magistrados, nem às demais pessoas do povo que se ocupavam dos trabalhos. 17.Disse-lhes então: “Vede a miséria em que estamos: Jerusalém devastada, suas portas consumidas pelo fogo. Vinde! Reconstruamos as muralhas da cidade e ponhamos termo a esta humilhante situação”. 18.Contei-lhes em seguida como a mão de meu Deus havia protegido e narrei-lhes tudo o que me tinha dito o rei. Gritaram todos: “Vamos! Reconstruamos!”. E com coragem puseram-se a trabalhar nessa boa obra. 19.Quando Sanabalat, o horonita, e Tobias, o servo amonita, bem como Gósen, o árabe, souberam disso, zombaram de nós e diziam num tom de desprezo: “Que estais fazendo? Quereis revoltar-vos contra o rei?”. 20.Respondi-lhes: “O próprio Deus do céu é quem nos fará triunfar. Nós somos seus servos e vamos reconstruir. Quanto a vós, não tendes parte, nem direito, nem lembrança em Jerusalém”.
Reconstrução das muralhas da cidade
3. 1.O sumo sacerdote Eliasib e seus irmãos, no sacerdócio, puseram-se a trabalhar para reconstruir a porta das Ovelhas; consagraram-na e assentaram-lhe os batentes. Construíram a muralha até a torre de Mea, a qual consagraram e prosseguiram até a torre de Hananeel.* 2.Ao lado deles trabalhavam os homens de Jericó, bem como, Zacur, filho de Imri. 3.Os filhos de Asená construíram a porta dos Peixes; colocaram-lhe as vigas e assentaram-lhe os batentes, com suas fechaduras e as trancas. 4.Ao lado deles trabalhavam nas reparações Meremot, filho de Urias, filho de Acos, depois Mesolam, filho de Baraquias, filho de Mesezebel. Ao seu lado trabalhava Sadoc, filho de Baana. 5.Ao lado desses trabalhavam os tecuítas, mas seus chefes não prestaram apoio ao trabalho dos seus senhores. 6.Joiada, filho de Fasea, e Mesolam, filho de Besodias, repararam a porta antiga; puseram-lhe as vigas e colocaram os batentes, as fechaduras e as trancas. 7.Ao lado trabalhavam Meltias, o gabaonita, Jadon, o meronatita, bem como os homens de Gabaon e de Masfa, que eram súditos do governador da outra banda do rio. 8.Ao lado trabalhava Oziel, filho de Araías, membro da associação dos ourives; depois Hananias, da turma dos perfumistas. Reconstruíram Jerusalém até o muro largo. 9.Ao lado deles trabalhava Rafaías, filho de Hur, chefe de uma metade do distrito de Jerusalém. 10.Depois, defronte de sua casa, Jedaías, filho de Haromaf; em seguida, Hatus, filho de Hasebonias. 11.Melquias, filho de Herem, e Hasub, filho de Faat-Moab, repararam outra parte da muralha e a torre dos Fornos. 12.Ao lado deles trabalhava, com suas filhas, Selum, filho de Aloés, chefe da outra metade do distrito de Jerusalém. 13.Hanun e os habitantes de Zanoe repararam a porta do Vale; eles mesmos a reconstruíram e trocaram os batentes, as fechaduras e as trancas e fizeram além disso mil côvados de muro até a porta da Esterqueira. 14.Melquias, filho de Recab, chefe do distrito de Bet-Acarem, reformou a porta da Esterqueira; reconstruiu-a, colocando-lhe também os batentes, as fechaduras e as trancas. 15.Selum, filho de Col-Hoza, chefe do distrito de Masfa, reparou a porta da Fonte; reconstruiu-a, cobriu-a e colocou-lhe os batentes, as fechaduras e as trancas. Fez, além disso, os muros, desde a piscina de Siloé, ao lado do jardim do rei, até a escada que desce da Cidade de Davi. 16.Depois dele, Neemias, filho de Azboc, chefe da metade do distrito de Betsur, trabalhou até defronte do túmulo de Davi, até o reservatório artificial e até a casa dos Heróis. 17.Depois dele, trabalharam os levitas com Reum, filho de Bani; ao lado trabalhava, para o seu distrito, Hasabias, chefe da metade do distrito de Ceila. 18.Mais ao longe trabalhavam seus irmãos, sob a direção de Benui, filho de Henadad, chefe da outra metade de Ceila. 19.Azer, filho de Jesua, chefe de Masfa, restaurou outro setor da muralha, defronte da subida do arsenal até a esquina. 20.Depois dele, Baruc, filho de Zabai, trabalhava com ardor em outra seção, desde a esquina até a entrada da casa do sumo sacerdote Eliasib. 21.Depois dele, Meremot, filho de Urias, filho de Acos, trabalhava em outra seção, desde a porta da casa de Eliasib até a extremidade dessa casa. 22.Mais adiante, trabalhavam os sacerdotes, os homens da planície do Jordão. 23.Depois deles, Benjamim e Hasub trabalhavam defronte das suas casas. Depois deles, Azarias, filho de Maasias, filho de Hananias, ao lado de sua casa; 24.depois dele, Benui, filho de Henadad, trabalhava em outra seção, desde a casa de Azarias até a esquina e o contorno. 25.Falel, filho de Ozi, trabalhava defronte da esquina e da alta torre que aparece sobre o palácio real, perto do átrio da prisão. 26.Depois dele trabalhava Fadaías, filho de Faros. Os natineus habitavam Ofel, até defronte da porta da Água, ao oriente e da torre que se salientava. 27.Depois dele, os tecuítas trabalhavam na parte seguinte, defronte da torre que se salientava, até o muro do Ofel. 28.Acima da porta dos Cavalos, trabalhavam os sacerdotes, cada um diante de sua casa. 29.Depois deles, Sadoc, filho de Hemer, diante de sua casa; depois Semeías, filho de Sequenias, guardião da porta oriental do templo. 30.Depois dele Hananias, filho de Selemias e Hanun, o sexto filho de Selef, repararam uma outra seção. Depois dele Mesolam, filho de Baraquias, trabalhava diante de sua residência. 31.Depois dele, trabalhava Melquias, que pertencia à turma dos ourives, fez reforma até a casa dos natineus e dos negociantes, diante da porta de Mifcad até a sala superior do ângulo. 32.Enfim, entre o quarto da esquina do contorno e a porta das Ovelhas, trabalhavam os ourives e os negociantes. 33.Grande foi a raiva de Sanabalat quando soube que estávamos reconstruindo as muralhas. Em sua cólera, escarneceu dos judeus 34.e disse diante de seus irmãos e do exército de Samaria: “Que querem fazer esses miseráveis judeus? Porventura, permitiremos que o façam? Querem eles oferecer sacrifícios? Chegarão ao cabo de sua empresa? Tirarão por acaso pedras destes montes de areia calcinada?”. 35.E Tobias, que estava a seu lado, também disse: “Deixem-nos reconstruir! Virá uma raposa e fará cair a sua muralha de pedra”. 36.Ouvi, ó nosso Deus, como nos desprezam! Fazei recair sobre suas cabeças todos os seus insultos. Fazei deles a presa de outros em uma terra de exílio. 37.Não perdoeis sua iniquidade e que seu pecado jamais seja esquecido diante de vossa face, tão grande é o escândalo que fizeram diante dos construtores! 38.Assim reconstruímos a muralha. Ela foi inteiramente reparada até a metade de sua altura. Isso porque o povo pôs o coração em trabalho.
4. 1.Quando Sanabalat, Tobias, os árabes, os amonitas e os azoteus souberam que prosseguíamos na reparação das muralhas de Jerusalém e que as fendas começavam a desaparecer, ficaram enraivecidos. 2.Coligaram-se todos para vir atacar Jerusalém e semear ali a confusão.* 3.Fizemos oração ao nosso Deus e estabelecemos uma guarda de dia e de noite para nos proteger contra eles. 4.Já o povo de Judá dizia: “Os transportadores estão quase sem forças e há ainda grande quantidade de escombros. Jamais conseguiremos reconstruir a muralha”. 5.E nossos inimigos diziam: “Vamos atacá-los sem que saibam e antes que vejam algo. Nós os mataremos e faremos parar a obra”. 6.Os judeus que habitavam nas vizinhanças vieram até dez vezes advertir-nos acerca dos lugares de onde possivelmente nossos inimigos viriam atacar-nos. 7.Coloquei, pois, como anteparo, por detrás das muralhas, nos pontos descobertos, o povo dividido em famílias, com as suas espadas, lanças e arcos. 8.Tendo terminado a inspeção, achei que era de meu dever exortar os homens importantes, os magistrados e o restante do povo: “Não tenhais medo deles!” – disse-lhes eu –. “Lembrai-vos de que o Senhor é grande e temível; combatei por vossos irmãos, vossos filhos e filhas, vossas mulheres e vossas casas!”. 9.Quando nossos inimigos souberam que estávamos informados, compreenderam que Deus lhes aniquilava o projeto. Nós, pois, retornamos todos à muralha, cada um ao seu trabalho. 10.Mas, depois daquele dia, a metade dos homens trabalhava na construção, enquanto a outra metade estava armada de lanças, escudos, arcos e couraças; e os chefes estavam atrás deles com toda a gente de Judá. 11.Entre os que estavam ocupados na muralha, os transportadores trabalhavam com uma das mãos e, na outra, traziam uma arma; 12.os pedreiros tinham cada um sua espada na cinta ao redor dos rins; foi assim que se fez a alvenaria. Um corneteiro estava sempre junto de mim. 13.E eu disse aos homens importantes, aos magistrados e ao resto do povo: “O trabalho é considerável e se estende por um vasto espaço; nós nos encontramos dispersos na muralha, uns à grande distância dos outros. 14.Quando, pois, tocar a trombeta, de qualquer canto em que vós a escuteis, reuni-vos a nós. Nosso Deus combaterá por nós”. 15.Assim trabalhávamos desde o despontar da aurora até a aparição das estrelas, enquanto a metade dos homens empunhava a arma. 16.Ao mesmo tempo, eu disse ao povo: “Cada um, com seu ajudante, passe a noite em Jerusalém, para nos auxiliar a montar a guarda durante a noite e a trabalhar durante o dia”. 17.Quanto a mim, a meus irmãos, a minha gente e aos guardas de minha escolta, nem mesmo trocávamos nossas vestes; cada um guardava sua arma ao alcance da mão.