Na continuação do nosso desafio da Bíblia, meditamos o texto que narra a prisão dos discípulos Pedro e João, que foram detidos por ensinarem ao povo sobre Jesus e a ressurreição dos mortos. Apesar da oposição das autoridades religiosas, muitas pessoas acreditaram na mensagem e o número de fiéis aumentou para cerca de cinco mil. No dia seguinte, os líderes religiosos interrogaram Pedro e João sobre o poder e o nome pelo qual eles realizaram milagres, e Pedro respondeu que foi em nome de Jesus Cristo Nazareno, a quem eles crucificaram, mas Deus ressuscitou. Os líderes ficaram impressionados com a coragem e a sabedoria dos discípulos, mas decidiram proibir que eles falassem ou ensinassem em nome de Jesus. Pedro e João, no entanto, afirmaram que obedeceriam a Deus e continuariam a proclamar a mensagem. A multidão de fiéis era unida em coração e alma, compartilhando tudo em comum. Os apóstolos continuaram a realizar milagres e prodígios, e a multidão crescia cada vez mais. Faça a leitura de preferencia em sua Bíblia dos capítulos 4, 5 e 6 do livro dos Atos dos Apóstolos (At).
Atos dos Apóstolos
Prisão de Pedro e de João
4. 1.Enquanto eles falavam ao povo, vieram os sacerdotes, o chefe do templo e os saduceus,* 2.contrariados porque ensinavam ao povo e anunciavam, na pessoa de Jesus, a ressurreição dos mortos.* 3.Prenderam-nos e os colocaram no cárcere até o outro dia, pois já era tarde. 4.Muitos, porém, dos que tinham ouvido a pregação creram; e o número dos fiéis elevou-se a mais ou menos cinco mil.* 5.No dia seguinte, reuniram-se em Jerusalém os chefes do povo, os anciãos, os escribas, 6.com Anás, sumo sacerdote, Caifás, João, Alexandre e todos os que eram da linhagem pontifical. 7.Colocando-os no meio, perguntaram: “Com que poder ou em que nome fizestes isso?”. 8.Então Pedro, cheio do Espírito Santo, respondeu-lhes: “Chefes do povo e anciãos, ouvi-me: 9.se hoje somos interrogados a respeito do benefício feito a um enfermo, e em que nome foi ele curado, 10.ficai sabendo todos vós e todo o povo de Israel: foi em nome de Jesus Cristo Nazareno, que vós crucificastes, mas que Deus ressuscitou dos mortos. Por ele é que esse homem se acha são, em pé, diante de vós. 11.Esse Jesus, pedra que foi desprezada por vós, edificadores, tornou-se a pedra angular. 12.Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos”. 13.Vendo eles a coragem de Pedro e de João, e considerando que eram homens sem estudo e sem instrução, admiravam-se. Reconheciam-nos como companheiros de Jesus. 14.Mas vendo com eles o homem que tinha sido curado, não puderam replicar. 15.Mandaram que se retirassem da sala do conselho, e conferenciaram entre si: 16.“Que faremos sem esses homens? Porquanto o milagre por eles feito se tornou conhecido de todos os habitantes de Jerusalém, e não o podemos negar. 17.Todavia, para que esta notícia não se divulgue mais entre o povo, proibamos, com ameaças, que no futuro falem a alguém nesse nome”. 18.Chamaram-nos e ordenaram-lhes que absolutamente não falassem nem ensinassem em nome de Jesus. 19.Responderam-lhes Pedro e João: “Julgai-o vós mesmos se é justo diante de Deus obedecermos a vós mais do que a Deus. 20.Não podemos deixar de falar das coisas que temos visto e ouvido”. 21.Eles, então, ameaçando-os de novo, soltaram-nos, não achando pretexto para os castigar por causa do povo, porque todos glorificavam a Deus pelo que tinha acontecido. 22.Pois já passava dos 40 anos o homem em quem se realizara essa cura milagrosa.
Oração dos fiéis pelos apóstolos libertados
23.Postos em liberdade, voltaram aos seus irmãos e referiram tudo quanto lhes tinham dito os sumos sacerdotes e os anciãos. 24.Ao ouvirem isso, levantaram unânimes a voz a Deus e disseram: “Senhor, vós que fizestes o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há. 25.Vós que, pelo Espírito Santo, pela boca de nosso pai Davi, vosso servo, dissestes: Por que se agitam as nações, e imaginam os povos coisas vãs? 26.Levantam-se os reis da terra, e os príncipes se reúnem em conselho contra o Senhor e contra o seu Cristo (Sl 2,1s). 27.Pois, na verdade, se uniram nesta cidade contra o vosso santo servo Jesus, que ungistes, Herodes e Pôncio Pilatos com as nações e com o povo de Israel,* 28.para executarem o que a vossa mão e o vosso conselho predeterminaram que se fizesse. 29.Agora, pois, Senhor, olhai para as suas ameaças e concedei aos vossos servos que com todo o desassombro anunciem a vossa palavra. 30.Estendei a vossa mão para que se realizem curas, milagres e prodígios pelo nome de Jesus, vosso santo servo! 31.Mal acabavam de rezar, tremeu o lugar onde estavam reunidos. E todos ficaram cheios do Espírito Santo e anunciaram com intrepidez a Palavra de Deus.
Sumário: União dos primeiros fiéis
32.A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém dizia que eram suas as coisas que possuía, mas tudo entre eles era comum. 33.Com grande coragem os apóstolos davam testemunho da Ressurreição do Senhor Jesus. Em todos eles era grande a graça. 34.Nem havia entre eles nenhum necessitado, porque todos os que possuíam terras ou casas vendiam-nas, 35.e traziam o preço do que tinham vendido e depositavam-no aos pés dos apóstolos. Repartia-se então a cada um deles conforme a sua necessidade. 36.Assim José (a quem os apóstolos deram o sobrenome de Barnabé, que quer dizer Filho da Consolação), levita, natural de Chipre, possuía um campo. 37.Vendeu-o e trouxe o valor dele e depositou aos pés dos apóstolos.
Astúcia de Ananias e de Safira
5. 1.Um certo homem chamado Ananias, de comum acordo com sua mulher Safira, vendeu um campo 2.e, combinando com ela, reteve uma parte da quantia da venda. Levando apenas a outra parte, depositou-a aos pés dos apóstolos. 3.Pedro, porém, disse: “Ananias, por que tomou conta Satanás do teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e enganasses acerca do valor do campo? 4.Acaso não o podias conservar sem vendê-lo? E, depois de vendido, não podias livremente dispor dessa quantia? Por que imaginaste isso em teu coração? Não foi aos homens que mentiste, mas a Deus”. 5.Ao ouvir estas palavras, Ananias caiu morto. Apoderou-se grande terror de todos os que o ouviram. 6.Uns moços retiraram-no dali, levaram-no para fora e o enterraram. 7.Depois de umas três horas, entrou também sua mulher, nada sabendo do ocorrido. 8.Pedro perguntou-lhe: “Dize-me, mulher, foi por tanto que vendestes o vosso campo?”. Respondeu ela: “Sim, por esse preço”. 9.Replicou Pedro: “Por que combinastes para pôr à prova o Espírito do Senhor? Estão ali, à porta, os pés daqueles que sepultaram teu marido. Hão de levar-te também a ti”. 10.Imediatamente caiu aos seus pés e expirou. Entrando aqueles moços, acharam-na morta. Levaram-na para fora e a enterraram junto do seu marido. 11.Sobreveio grande pavor a toda a comunidade e a todos os que ouviram falar desse acontecimento.*
Pregação e milagres dos apóstolos
12.Enquanto isso, realizavam-se entre o povo pelas mãos dos apóstolos muitos milagres e prodígios. Reuniam-se eles todos, unânimes, no pórtico de Salomão.* 13.Dos outros ninguém ousava juntar-se a eles, mas o povo lhes tributava grandes louvores. 14.Cada vez mais aumentava a multidão dos homens e mulheres que acreditavam no Senhor. 15.De maneira que traziam os doentes para as ruas e punham-nos em leitos e macas, a fim de que, quando Pedro passasse, ao menos a sua sombra cobrisse alguns deles. 16.Também das cidades vizinhas de Jerusalém afluía muita gente, trazendo os enfermos e os atormentados por espíritos imundos, e todos eles eram curados.
Anúncio na perseguição
17.Levantaram-se então o sumo sacerdote e seus partidários (isto é, a seita dos saduceus) cheios de inveja, 18.e deitaram as mãos nos apóstolos e meteram-nos na cadeia pública. 19.Mas um anjo do Senhor abriu de noite as portas do cárcere e, conduzindo-os para fora, disse-lhes: 20.“Ide, apresentai-vos no templo e pregai ao povo as palavras desta vida”. 21.Obedecendo a essa ordem, eles entraram no templo ao amanhecer e puseram-se a ensinar. Enquanto isso, o sumo sacerdote e os seus partidários reuniram-se e convocaram o Grande Conselho e todos os anciãos de Israel, e mandaram trazer os apóstolos do cárcere. 22.Dirigiram-se para lá os guardas, mas, ao abrirem o cárcere, não os encontraram, e voltaram a informar: 23.“Achamos o cárcere fechado com toda a segurança e os guardas de pé diante das portas, e, no entanto, abrindo-as, não achamos ninguém lá dentro”. 24.A essa notícia, os sumos sacerdotes e o chefe do templo ficaram perplexos e indagaram entre si sobre o que significava isso. 25.Mas, neste momento, alguém transmitiu-lhes esta notícia: “Aqueles homens que metestes no cárcere estão no templo ensinando o povo!”. 26.Foi então o comandante do templo com seus guardas e trouxe-os sem violência, porque temiam ser apedrejados pelo povo. 27.Trouxeram-nos e os introduziram no Grande Conselho, onde o sumo sacerdote os interrogou, dizendo: 28.“Expressamente vos ordenamos que não ensinásseis nesse nome. Não obstante isso, tendes enchido Jerusalém de vossa doutrina! Quereis fazer recair sobre nós o sangue deste homem?”. 29.Pedro e os apóstolos replicaram: “Importa obedecer antes a Deus do que aos homens. 30.O Deus de nossos pais ressuscitou Jesus, que vós matastes, suspendendo-o num madeiro. 31.Deus elevou-o pela mão direita como Príncipe e Salvador, a fim de dar a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados. 32.Deste fato nós somos testemunhas, nós e o Espírito Santo, que Deus deu a todos aqueles que lhe obedecem”. 33.Ao ouvirem essas palavras, enfureceram-se e resolveram matá-los. 34.Levantou-se, porém, um membro do Grande Conselho. Era Gamaliel, um fariseu, doutor da Lei, respeitado por todo o povo. 35.Mandou que se retirassem aqueles homens por um momento, e então lhes disse: “Homens de Israel, considerai bem o que ides fazer com estes homens. 36.Faz algum tempo apareceu um certo Teudas, que se considerava um grande homem. A ele se associaram cerca de quatrocentos homens: foi morto e todos os seus partidários foram dispersados e reduzidos a nada.* 37.Depois deste, levantou-se Judas, o galileu, nos dias do recenseamento, e arrastou o povo consigo, mas também ele pereceu e todos quantos o seguiam foram dispersados. 38.Agora, pois, eu vos aconselho: não vos metais com estes homens. Deixai-os! Se o seu projeto ou a sua obra provém de homens, por si mesma se destruirá; 39.mas se provier de Deus, não podereis desfazê-la. Vós vos arriscaríeis a entrar em luta contra o próprio Deus”. Aceitaram o seu conselho. 40.Chamaram os apóstolos e mandaram açoitá-los. Ordenaram-lhes então que não pregassem mais em nome de Jesus, e os soltaram. 41.Eles saíram da sala do Grande Conselho, cheios de alegria, por terem sido achados dignos de sofrer afrontas pelo nome de Jesus. 42.E todos os dias não cessavam de ensinar e de pregar o Evangelho de Jesus Cristo no templo e pelas casas.
Eleição dos diáconos
6. 1.Naqueles dias, como crescesse o número dos discípulos, houve queixas dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas teriam sido negligenciadas na distribuição diária.* 2.Por isso, os Doze convocaram uma reunião dos discípulos e disseram: “Não é razoável que abandonemos a Palavra de Deus, para administrar.* 3.Portanto, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste ofício. 4.Nós atenderemos sem cessar à oração e ao ministério da palavra”. 5.Esse parecer agradou a toda a reunião. Escolheram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo; Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia. 6.Apresentaram-nos aos apóstolos, e estes, orando, impuseram-lhes as mãos. 7.Divulgava-se sempre mais a Palavra de Deus. Multiplicava-se consideravelmente o número de discípulos em Jerusalém. Também grande número de sacerdotes aderia à fé.
Prisão do diácono Estêvão
8.Estêvão, cheio de graça e fortaleza, fazia grandes milagres e prodígios entre o povo. 9.Mas alguns da sinagoga, chamada dos Libertos, dos cirenenses, dos alexandrinos e dos que eram da Cilícia e da Ásia, levantaram-se para disputar com ele.* 10.Não podiam, porém, resistir à sabedoria e ao Espírito que o inspirava. 11.Então, subornaram alguns indivíduos para que dissessem que o tinham ouvido proferir palavras de blasfêmia contra Moisés e contra Deus. 12.Amotinaram assim o povo, os anciãos e os escribas e, investindo contra ele, agarraram-no e o levaram ao Grande Conselho. 13.Apresentaram falsas testemunhas que diziam: “Este homem não cessa de proferir palavras contra o lugar santo e contra a Lei. 14.Nós o ouvimos dizer que Jesus de Nazaré há de destruir este lugar e há de mudar as tradições que Moisés nos legou”.* 15.Fixando nele os olhos, todos os membros do Grande Conselho viram o seu rosto semelhante ao de um anjo.