DESAFIO: "A BÍBLIA EM UM ANO"

Tricentésimo décimo oitavo dia: A vida, morte e ressurreição de Jesus

Continuando o nosso desafio, finalizamos aqui a reflexão do evangelho segundo São João, que nestes capítulos descreve os eventos que levaram à crucificação e ressurreição de Jesus Cristo. No contexto, Pilatos manda flagelar Jesus, os soldados colocam uma coroa de espinhos na sua cabeça e um manto de púrpura sobre ele. Pilatos apresenta Jesus ao povo, dizendo “Eis o homem!”, mas os judeus pedem para crucificá-lo, alegando que ele se declarou Filho de Deus. Jesus é crucificado junto com outros dois criminosos, uma inscrição é colocada acima da cruz com a frase “Jesus de Nazaré, rei dos judeus”. Após a morte de Jesus, ele é sepultado em um túmulo novo, mas no terceiro dia ressuscita. Ele aparece a Maria Madalena e a seus discípulos, mostrando suas mãos e o lado ferido. Jesus realiza outros milagres e aparece novamente aos discípulos na Galileia. São João termina afirmando que Jesus fez muitas outras coisas, mas que não foram escritas todas. Faça a leitura de preferencia em sua Bíblia dos capítulos 19, 20 e 21 do evangelho segundo São João (Jo).

João

 

19.   1.Pilatos mandou então flagelar Jesus. 2.Os soldados teceram de espinhos uma coroa e puseram-lha sobre a cabeça e cobriram-no com um manto de púrpura. 3.Aproximavam-se dele e diziam: “Salve, rei dos judeus!”. E davam-lhe bofetadas. 4.Pilatos saiu outra vez e disse-lhes: “Eis que vo-lo trago fora, para que saibais que não acho nele nenhum motivo de acusação”. 5.Apareceu então Jesus, trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Pilatos disse: “Eis o homem!”. 6.Quando os pontífices e os guardas o viram, gritaram: “Crucifica-o! Crucifica-o. Falou-lhes Pilatos: “Tomai-o vós e crucificai-o, pois eu não acho nele culpa alguma”. 7.Responderam-lhe os judeus: “Nós temos uma Lei, e segundo essa Lei ele deve morrer, porque se declarou Filho de Deus”. 8.Essas palavras impressionaram Pilatos. 9.Entrou novamente no pretório e perguntou a Jesus: “De onde és tu?”. Mas Jesus não lhe respondeu. 10.Pilatos então lhe disse: “Tu não me respondes? Não sabes que tenho poder para te soltar e para te crucificar?”. 11.Respondeu Jesus: “Não terias poder algum sobre mim, se de cima não te fora dado. Por isso, quem me entregou a ti tem pecado maior”. 12.Desde então Pilatos procurava soltá-lo. Mas os judeus gritavam: “Se o soltares, não és amigo do imperador, porque todo o que se faz rei se declara contra o imperador”. 13.Ouvindo essas palavras, Pilatos trouxe Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado Lajeado, em hebraico Gábata.* 14.(Era a Preparação para a Páscoa, cerca da hora sexta.) Pilatos disse aos judeus: “Eis o vosso rei!”.* 15.Mas eles clamavam: “Fora com ele! Fora com ele! Crucifica-o!”. Pilatos perguntou-lhes: “Hei de crucificar o vosso rei?”. Os sumos sacerdotes responderam: “Não temos outro rei senão César!”. 16.Entregou-o então a eles para que fosse crucificado.

Crucificação

17.Levaram então consigo Jesus. Ele próprio carregava a sua cruz para fora da cidade, em direção ao lugar chamado Calvário, em hebraico Gólgota.* 18.Ali o crucificaram, e com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio. 19.Pilatos redigiu também uma inscrição e a fixou por cima da cruz. Nela estava escrito: “Jesus de Nazaré, rei dos judeus”. 20.Muitos dos judeus leram essa inscrição, porque Jesus foi crucificado perto da cidade e a inscrição era redigida em hebraico, em latim e em grego. 21.Os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos: “Não escrevas: Rei dos judeus, mas sim: Este homem disse ser o rei dos judeus”. 22.Respondeu Pilatos: “O que escrevi, escrevi”. 23.Depois de os soldados crucificarem Jesus, tomaram as suas vestes e fizeram delas quatro partes, uma para cada soldado. A túnica, porém, toda tecida de alto a baixo, não tinha costura. 24.Disseram, pois, uns aos outros: “Não a rasguemos, mas deitemos sorte sobre ela, para ver de quem será”. Assim se cumpria a Escritura: Repartiram entre si as minhas vestes e deitaram sorte sobre a minha túnica (Sl 21,19). Isso fizeram os soldados. 25.Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. 26.Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: “Mulher, eis aí teu filho”. 27.Depois disse ao discípulo: “Eis aí tua mãe”. E dessa hora em diante o discípulo a recebeu como sua mãe.

Morte de Jesus

28.Em seguida, sabendo Jesus que tudo estava consumado, para se cumprir plenamente a Escritura, disse: “Tenho sede”. 29.Havia ali um vaso cheio de vinagre. Os soldados encheram de vinagre uma esponja e, fixando-a numa vara de hissopo, chegaram-lhe à boca.* 30.Havendo Jesus tomado do vinagre, disse: “Tudo está consumado”. Inclinou a cabeça e entregou o espírito. 31.Os judeus temeram que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque já era a Preparação e esse sábado era particularmente solene. Rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados.* 32.Vieram os soldados e quebraram as pernas do primeiro e do outro, que com ele foram crucificados. 33.Chegando, porém, a Jesus, como o vissem já morto, não lhe quebraram as pernas, 34.mas um dos soldados abriu-lhe o lado com uma lança e, imediatamente, saiu sangue e água. 35.O que foi testemunha desse fato o atesta (e o seu testemunho é digno de fé, e ele sabe que diz a verdade), a fim de que vós creiais. 36.Assim se cumpriu a Escritura: Nenhum dos seus ossos será quebrado (Ex 12,46).* 37.E diz em outra parte a Escritura: Olharão para aquele que trans­pas­sa­ram (Zc 12,10).

Sepultura

38.Depois disso, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, mas ocultamente, por medo dos judeus, rogou a Pilatos a autori­zação para tirar o corpo de Jesus. Pilatos permitiu. Foi, pois, e tirou o corpo de Jesus. 39.Acompanhou-o Nicodemos (aquele que anterior­mente fora de noite ter com Jesus), levando umas cem libras de uma mistura de mirra e aloés. 40.Tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no em panos com os aromas, como os judeus costumam sepultar. 41.No lugar em que ele foi crucificado havia um jardim, e no jardim um sepulcro novo, em que ninguém ainda fora depositado. 42.Foi ali que depositaram Jesus por causa da Preparação dos judeus e da proximidade do túmulo.

Ressurreição

20.   1.No primeiro dia que se seguia ao sábado, Maria Madalena foi ao sepulcro, de manhã cedo, quando ainda estava escuro. Viu a pedra removida do sepulcro. 2.Correu e foi dizer a Simão Pedro e ao outro discípulo a quem Jesus amava: “Tiraram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram!”. 3.Saiu então Pedro com aquele outro discípulo, e foram ao sepulcro. 4.Corriam juntos, mas aquele outro discípulo correu mais depressa do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro. 5.Inclinou-se e viu ali os panos no chão, mas não entrou. 6.Chegou Simão Pedro que o seguia, entrou no sepulcro e viu os panos postos no chão. 7.Viu também o sudário que estivera sobre a cabeça de Jesus. Não estava, porém, com os panos, mas enrolado num lugar à parte. 8.Então, entrou também o discípulo que havia chegado primeiro ao sepulcro. Viu e creu. 9.Em verdade, ainda não haviam entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dentre os mortos. 10.Os discípulos, então, voltaram para as suas casas.

Aparição a Maria Madalena

11.Entretanto, Maria se conservava do lado de fora perto do sepulcro e chorava. Chorando, inclinou-se para olhar dentro do sepulcro. 12.Viu dois anjos vestidos de branco, sentados onde estivera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. 13.Eles lhe perguntaram: “Mulher, por que choras?”. Ela respondeu: “Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram”. 14.Ditas essas palavras, voltou-se para trás e viu Jesus em pé, mas não o reconheceu. 15.Perguntou-lhe Jesus: “Mulher, por que choras? Quem procuras?”. Supondo ela que fosse o jardineiro, res­pondeu: “Senhor, se tu o tiraste, dize-me onde o puseste e eu o irei buscar”. 16.Disse-lhe Jesus: “Maria!” Voltando-se ela, exclamou em hebraico: “Rabôni!” (que quer dizer Mestre). 17.Disse-lhe Jesus: “Não me retenhas, porque ainda não subi a meu Pai, mas vai a meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”.* 18.Maria Madalena correu para anunciar aos discípulos que ela tinha visto o Senhor e contou o que ele lhe tinha falado.

Aparições aos discípulos

19.Na tarde do mesmo dia, que era o primeiro da semana, os discípulos tinham fechado as portas do lugar onde se achavam, por medo dos judeus. Jesus veio e pôs-se no meio deles. Disse-lhes ele: “A paz esteja convosco!”. 20.Dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos alegraram-se ao ver o Senhor. 21.Disse-lhes outra vez: “A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós”. 22.Depois dessas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes: “Recebei o Espírito Santo. 23.Àqueles a quem perdoardes os pecados, lhes serão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, lhes serão retidos”. 24.Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. 25.Os outros discípulos disseram-lhe: “Vimos o Senhor”. Mas ele replicou-lhes: “Se não vir nas suas mãos o sinal dos pregos, e não puser o meu dedo no lugar dos pregos, e não introduzir a minha mão no seu lado, não acreditarei!”. 26.Oito dias depois, estavam os seus discípulos outra vez no mesmo lugar e Tomé com eles. Estando trancadas as portas, veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco!”. 27.Depois disse a Tomé: “Introduz aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de fé”. 28.Respondeu-lhe Tomé: “Meu Senhor e meu Deus!”. 29.Disse-lhe Jesus: “Creste, porque me viste. Felizes aqueles que creem sem ter visto!”. 30.Fez Jesus, na presença dos seus discípulos, ainda muitos outros mila­gres que não estão escritos neste livro. 31.Mas estes foram escritos, para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome.*

IV – APÊNCDICE (21)

Aparição na Galileia

21.   1.Depois disso, tornou Jesus a ma­nifestar-se aos seus discípulos junto ao lago de Tibería­des. Manifestou-se deste modo: 2.Estavam juntos Simão Pedro, Tomé (chamado Dídimo), Natanael (que era de Caná da Galileia), os filhos de Zebedeu e outros dois dos seus discípulos. 3.Disse-lhes Simão Pedro: “Vou pescar”. Responderam-lhe eles: “Também nós vamos contigo”. Partiram e entraram na barca. Naquela noite, porém, nada apanharam. 4.Chegada a manhã, Jesus estava na praia. Todavia, os discípulos não o reconheceram. 5.Perguntou-lhes Jesus: “Amigos, não tendes acaso alguma coisa para comer?”. – “Não”, responderam-lhe. 6.Disse-lhes ele: “Lançai a rede ao lado direito da barca e achareis”. Lançaram-na, e já não podiam arrastá-la por causa da grande quantidade de peixes. 7.Então, aquele discípulo a quem Jesus amava, disse a Pedro: “É o Senhor!”. Quando Simão Pedro ouviu dizer que era o Senhor, cingiu-se com a túnica (porque estava nu) e lançou-se às águas. 8.Os outros discípulos vieram na barca, arrastando a rede dos peixes (pois não estavam longe da terra, senão cerca de duzentos côvados). 9.Ao saltarem em terra, viram umas brasas preparadas e um peixe em cima delas, e pão. 10.Disse-lhes Jesus: “Trazei aqui alguns dos peixes que agora apanhastes”. 11.Subiu Simão Pedro e puxou a rede para a terra, cheia de cento e cinquenta e três peixes grandes. Apesar de serem tantos, a rede não se rompeu. 12.Disse-lhes Jesus: “Vinde, comei”. Nenhum dos discípulos ousou perguntar-lhe: “Quem és tu?” –, pois bem sabiam que era o Senhor. 13.Jesus aproximou-se, tomou o pão e lhos deu, e do mesmo modo o peixe. 14.Era esta já a terceira vez que Jesus se manifestava aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado. 15.Tendo eles comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: “Simão, filho de João, amas-me mais do que estes?”. Respondeu ele: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo”. Disse-lhe Jesus: “Apascenta os meus cordeiros”. 16.Perguntou-lhe outra vez: “Simão, filho de João, amas-me?”. Respondeu-lhe: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo”. Disse-lhe Jesus: “Apascenta os meus cordeiros”. 17.Perguntou-lhe pela terceira vez: “Simão, filho de João, amas-me?”. Pedro entristeceu-se porque lhe perguntou pela terceira vez: “Amas-me?” –, e respondeu-lhe: “Senhor, sabes tudo, tu sabes que te amo”. Disse-lhe Jesus: “Apascenta as minhas ovelhas.* 18.Em verdade, em verdade te digo: quando eras mais moço, cingias-te e andavas aonde querias. Mas, quando fores velho, estenderás as tuas mãos, e outro te cingirá e te levará para onde não queres”. 19.Por essas palavras, ele indicava o gênero de morte com que havia de glorificar a Deus. E depois de assim ter falado, acrescentou: “Segue-me!”. 20.Voltando-se Pedro, viu que o seguia aquele discípulo que Jesus amava (aquele que estivera reclinado sobre o seu peito, durante a ceia, e lhe perguntara: “Senhor, quem é que te há de trair?”). 21.Vendo-o, Pedro perguntou a Jesus: “Senhor, e este? Que será dele?”. 22.Respondeu-lhe Jesus: “Que te importa se eu quero que ele fique até que eu venha? Segue-me tu”. 23.Correu por isso o boato entre os irmãos de que aquele discípulo não morreria. Mas Jesus não lhe disse: “Não morrerá”, mas: “Que te importa se quero que ele fique assim até que eu venha?”. 24.Este é o discípulo que dá tes­temunho de todas essas coisas, e as escreveu. E sabemos que é digno de fé o seu testemunho. 25.Jesus fez ainda muitas outras coisas. Se fossem escritas uma por uma, penso que nem o mundo inteiro poderia conter os livros que se deveriam escrever.

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