DESAFIO: "A BÍBLIA EM UM ANO"

Quadragésimo quinto dia: Discurso de Moisés

Iniciando hoje o livro do Deuteronômio, observamos o primeiro discurso de Moisés, e assim como o próprio nome do livro sugere em sua tradução no hebraico (palavras), veremos neste livro vários discursos de Moisés. Além dos discursos vemos uma grande quantidade de passagens e de contextos históricos que vai por assim, aproximando cada vez mais o homem à Deus. Faça a leitura de preferencia em sua Bíblia dos  capítulos 1, 2 e 3 do livro do Deuteronômio (Dt).

Deuteronômio

I – PRIMEIRO DISCURSO DE MOISSÉS (1, 1-4, 43)

Introdução

1.   1.Eis os discursos que Moisés dirigiu a todo o Israel, do outro lado do Jordão, no deserto, na planície que se estende defronte de Suf, entre Farã, Tofel, Labã, Haserot e Dizaab. 2.Desde Horeb até Cades Barne há uma distância de onze jornadas de marcha pelo caminho da montanha de Seir. 3.No quadragésimo ano, no primeiro dia do décimo primeiro mês, dian­te dos israelitas, Moisés pronunciou todos os discursos que o Senhor lhe tinha ordenado dizer, 4.depois de ter derrotado Seon, rei dos amorreus, que habitava em Hesebon, e Og, rei de Basã, que morava em Astarot e Edrai. 5.Do outro lado do Jordão, na terra de Moab, Moisés começou a expor a lei, dizendo:

Síntese histórica 

6.“O Senhor, nosso Deus, falou-nos nestes termos em Horeb: Tendes-vos demorado muito tempo neste monte. 7.Voltai e parti. Tomai o caminho do monte dos amorreus e das regiões vizinhas; ide às planícies, às montanhas, aos vales, ao Negueb, às costas do mar, à terra dos cananeus, ao Líbano e até o grande rio Eufrates. 8.Eis que eu vos entrego esta terra. Ide e possuí a terra que jurei dar a vossos pais Abraão, Isaac e Jacó, a eles e à sua posteridade.

Auxiliares de Moisés

9.Eu vos disse nessa mesma época: eu sozinho não posso tomar conta de vós. 10.O Senhor, vosso Deus, vos multiplicou de tal modo que sois hoje tão numerosos como as estrelas do céu. 11.Que o Senhor, o Deus de vossos pais, vos multiplique mil vezes mais e vos abençoe como prometeu. 12.Como poderia eu sozinho encarregar-me de vós e levar o fardo de vossas contendas? 13.Escolhei, de cada uma de vossas tribos, homens sábios, prudentes e experimentados, que eu ponha à vossa frente. 14.Vós então me respondestes: ‘É uma boa coisa o que nos propões’. 15.Tomei, pois, dentre vós, homens sábios e experimentados que pus à vossa frente como chefes de milhares, de centenas, de cinquentenas e de dezenas, bem como escribas em vossas tribos. 16.Nesse mesmo tempo, dei esta ordem aos vossos juízes: ‘Dai audiência aos vossos irmãos e julgai com equidade as questões de cada um deles com o seu irmão ou com o estrangeiro que mora com ele. 17.Não fareis distinção de pessoas em vossos julgamentos. Ouvireis o pequeno como o grande, sem temor de ninguém, porque o juízo é de Deus. Se uma questão vos parecer muito complicada, devereis apresentá-la a mim para que eu a ouça. 18.É assim que, naquele tem­po, vos ordenei tudo o que devíeis fazer’.”

Estadia em Cades

19.“Depois partimos de Horeb para atravessar esse vasto e terrível deserto que vistes, do monte dos amorreus, como nos havia ordenado o Senhor, nosso Deus. E chegamos a Cades Barne. 20.Eu vos disse então: ‘Eis-vos chegados ao monte dos amorreus que o Senhor, nosso Deus, nos dá. 21.Vê: O Senhor, teu Deus, te entrega a terra. Subi e possuí-a, como o prometeu o Deus de teus pais. Não tenhas medo; não te assustes’.* 22.Vós vos aproximastes de mim e dissestes: ‘Enviemos homens adiante de nós, que explorem a terra e nos informem por que caminho devemos subir e para que cidades devemos ir’. 23.Vosso parecer agradou-me, e escolhi dentre vós doze homens, um de cada tribo. 24.Eles partiram, subiram as montanhas e chegaram ao vale de Escol, explorando a terra. 25.Tomaram consigo frutos da terra e no-los trouxeram dizendo: ‘A terra, que nos dá o Senhor, nosso Deus, é boa’. 26.Mas não quisestes subir a ela, e fostes rebeldes ao mandamento do Senhor, nosso Deus. 27.E murmurastes em vossas tendas, dizendo: ‘O Senhor tem-nos ódio e, por isso, nos tirou da terra do Egito para entregar-nos ao extermínio pelas mãos dos amorreus. 28.Para onde iremos? Nossos irmãos fizeram-nos perder a coragem quando nos disseram ter visto um povo maior e de estatura mais alta que a nossa, e cidades grandes e fortificadas, cujos muros se elevavam até o céu, e vimos até mesmo filhos de Enacim por lá’. 29.Eu, porém, vos respondi: ‘Não vos assusteis nem tenhais medo deles. 30.O Senhor, vosso Deus, que marcha diante de vós, combaterá ele mesmo em vosso lugar, como sempre o fez sob os vossos olhos, no Egito 31.e no deserto. No deserto, tu mesmo viste como o Senhor, teu Deus, te levou por todo caminho por onde andaste, como um homem costuma levar seu filho, até que chegásseis a esse lugar’. 32.E, apesar disso, não tivestes confiança no Senhor, vosso Deus, 33.o qual, procurando-vos um lugar onde acampar, marchava adiante de vós no caminho, de noite no fogo, para vos mostrar o caminho, e de dia na nuvem. 34.O Senhor, tendo ouvido o som de vossas palavras, encolerizou-se e fez este juramento: 35.‘Nenhum dos homens desta geração perversa verá a boa terra que eu, com juramento, prometi dar a vossos pais, 36.exceto Caleb, filho de Jefoné. Este a verá, e eu darei a ele e a seus filhos o solo que ele pisou, porque cumpriu a vontade do Senhor’. 37.Até contra mim se irritou o Senhor por causa de vós: tu tampouco – disse-me ele – entrarás nessa terra! 38.É Josué, filho de Nun, que ali entrará. Anima-o, pois é ele que introduzirá Israel na possessão da terra. 39.Vossos filhinhos, dos quais dissestes que seriam a presa do deserto, e vossos filhos, que hoje ainda não sabem distinguir o bem do mal, estes entrarão; a eles darei a terra e a possuirão. 40.Quanto a vós, voltai para trás e parti para o deserto na direção do mar Vermelho. 41.Vós respondestes-me: ‘Pecamos contra o Senhor. Vamos combater, como o Senhor, nosso Deus, nos ordenou’. E quando cada um de vós, tomando as suas armas, vos dispusestes inconsideradamente a marchar sobre o monte, 42.o Senhor disse-me: ‘Dize-lhes: Não subais, não entreis em combate algum, porque não estou no meio de vós. Se o fizerdes, sereis vencidos por vossos inimigos’. 43.Em vão vos referi todas essas palavras: não me ouvistes e tivestes a presunção de subir ao monte, a despeito das ordens do Senhor. 44.Então os amorreus que habitavam nessa montanha saíram contra vós, perseguiram-vos como abelhas e retalharam-vos desde Seir até Horma. 45.Voltando, chorastes diante do Senhor, mas o Senhor não ouviu os vossos clamores, nem vos inclinou os seus ouvidos. 46.Por isso é que ficastes tanto tempo em Cades, como o sabeis.”

As planícies de Moab

2.   1.“Partindo dali, fomos para o deserto na direção do mar Vermelho, segundo a ordem do Senhor, e andamos muito tempo em torno do monte Seir. 2.O Senhor então me disse: 3.‘Basta de girar em volta deste monte; dirigi-vos para o norte. 4.Ordena ao povo: atravessareis o território de vossos irmãos, os filhos de Esaú, que habitam em Seir. Eles têm medo de vós; 5.mas guardai-vos de entrar em luta contra eles, porque não vos darei nada de sua terra, nem mesmo a medida de um pé; é a Esaú que dei a propriedade das montanhas de Seir. 6.Comprarei deles a preço de dinheiro o necessário para alimentar-vos, e pagareis mesmo a água que beberdes, 7.porque o Senhor, teu Deus, te abençoou em todas as tuas empresas, e velou sobre ti durante a tua marcha através desse vasto deserto. Eis já quarenta anos que o Senhor, teu Deus, está contigo, e nada te faltou’. 8.Passamos, pois, ao longe de nossos irmãos, os filhos de Esaú, que habitam em Seir, evitando o caminho da planície, assim como Elat e Asiongaber. Voltamos e tomamos o caminho na direção do deserto de Moab. 9.Então o Senhor me disse: ‘Não ataques os moabitas e não entres em guerra contra eles, porque não te darei nada de sua terra; foi aos filhos de Ló que dei Ar como herança. 10.Outrora habitavam os emim nessa terra. Era um povo grande, numeroso e de alta estatura, como os enacim. 11.Também eles eram considerados refaim, como os enacim; mas os moabitas chamavam-nos emim. 12.Em Seir habitavam também os horreus, os quais foram expulsos pelos filhos de Esaú. Mas os descendentes de Esaú, após os haverem exterminado, estabeleceram-se em seu lugar, como o fez Israel na terra que o Senhor lhe deu em possessão. 13.Vamos, pois! Passai a torrente de Zared. Passamos então a torrente de Zared’. 14.Durou trinta e oito anos essa nossa viagem de Cades Barne até a passagem da torrente de Zared. Entretanto, extinguiu-se do acampamento toda a geração dos ho­mens de guerra, assim como o Senhor o tinha jurado. 15.A mão do Senhor pesou sobre eles, e foram cortados do acampamento até a sua completa extinção. 16.Depois que todos esses homens de guerra desapareceram do meio de seu povo, levados pela morte, 17.o Senhor disse-me: 18.‘Passarás hoje a fronteira de Moab, a região de Ar, 19.e te encontrarás em face dos amo­nitas. Não os ataques, nem lhes faças guerra, porque não te darei nada da sua terra; foi aos filhos de Ló que dei a possessão dessa terra. 20.Também esta foi reputada terra dos refaim, chamados pelos amonitas de zanzomim, 21.povo grande, numeroso e de alta estatura como os enacim. Mas o Senhor exterminou-os dian­te dos amonitas, que os despojaram e habitaram em lugar deles. 22.Foi o que o Senhor tinha feito pelos filhos de Esaú, que habitam em Seir, destruindo os hor­reus diante deles. Despojaram-nos e estabeleceram-se em seu lugar, onde estão ainda hoje. 23.Da mesma sorte os heveus, que habitavam nas aldeias até Gaza, foram esmagados pelos caftorim, originários de Caftor, que se estabeleceram em seu lugar. 24.Vamos! Desarmai as tendas e passai a torrente do Arnon. Vê: entrego-te nas mãos Seon, rei de Hesebon, o amor­reu, com a sua terra. Começa a despojá-lo e faze-lhe guerra. 25.A partir de hoje, começarei a derramar o temor e o terror de teu nome entre os povos que habitam debaixo de todo o céu, de sorte que só ao ouvir o teu nome, eles tremerão e entrarão em pânico por causa de ti’.

História sobre o rei Seon

26.Então enviei do deserto de Cademot mensageiros a Seon, rei de Hesebon, com palavras de paz, dizendo: 27.‘Deixa-me atravessar a tua terra. Seguirei pela estrada comum, e não me desviarei nem para a direita nem para a esquerda. 28.Tu me venderás por dinheiro o necessário para alimentar-me, e te pagarei mesmo a água que eu beber. Deixa-me somente passar, 29.– como fizeram os filhos de Esaú que habitam em Seir, e os moabitas que habitam em Ar –, até que eu chegue ao Jordão e entre na terra que o Senhor, nosso Deus, nos dá’. 30.Mas Seon, rei de Hesebon, não consentiu que passássemos por sua terra; o Senhor, teu Deus, obcecara-lhe o espírito e endurecera-lhe o coração, a fim de entregá-lo em tuas mãos, como de fato aconteceu. 31.O Senhor disse-me então: ‘Vê, estou pronto a entregar-te imediatamente Seon com a sua terra. Empreende a conquista e ocupa-lhe o território’. 32.Seon saiu com todo o seu povo ao nosso encontro para pelejar contra nós em Jasa. 33.Mas o Senhor, nosso Deus, no-lo entregou e nós derrotamo-lo com os seus filhos e todo o seu povo. 34.Tomamos-lhe então todas as suas cidades, que votamos ao interdito, com os homens, as mulheres e as crianças, sem deixar escapar ninguém. 35.Só nos reservamos os animais e o espólio das cidades conquistadas. 36.Desde Aroer, que está à margem da torrente do Arnon, e a cidade situada no vale, até Galaad, não houve lugar tão forte que nos pudesse resistir. O Senhor, nosso Deus, tudo nos entregou. 37.Somente não vos aproximastes da terra dos amonitas, nem de lugar algum situado às margens da torrente do Jaboc, nem das cidades da montanha, nem de nenhum dos lugares proibidos pelo Senhor, nosso Deus.”

Vitória sobre o rei de Basã

3.   1.“Voltamo-nos, em seguida, para os lados de Basã, e Og, seu rei, saiu ao nosso encontro com todo o seu povo para nos combater em Edrai. 2.O Senhor disse-me: ‘Nada temas, porque eu o entreguei em tuas mãos, com todo o seu povo e sua terra. Trata-o como trataste Seon, rei dos amorreus, que habita em Hesebon’. 3.O Senhor, nosso Deus, entregou-nos também Og, rei de Basã, com todo o seu povo, e nós o derrotamos de tal sorte que nem um só dos seus escapou. 4.Tomamos então todas as suas cidades (não houve uma sequer que não caísse em nossas mãos), em número de sessenta, toda a região de Argob, o reino de Og, em Basã. 5.Todas essas cidades eram forti­ficadas, com altas muralhas, portas e ferrolhos, sem contar as numerosas cidades abertas. 6.Votamo-las ao interdito, como o tínhamos feito a Seon, rei de Hesebon, com os homens, as mulheres e as crianças. 7.Mas reservamo-nos os animais e o espólio das cidades. 8.Foi assim que tomamos naquele tempo, aos dois reis dos amorreus, o território que estava além do Jordão, desde a torrente do Arnon até a montanha do Hermon 9.(os sidônios dão a Hermon o nome de Sarion e os amorreus, o de Sa­nir); 10.todas as cidades da planície, todo o Galaad e todo o Basã, até Salca e Edrai, cidades do reino de Og, em Basã; 11.porque Og, rei de Basã, era o único que restava da raça dos refaim. Vê-se ainda o seu sarcófago, um sarcófago de basalto, em Rabá, cidade dos amonitas. Tem nove côvados de comprimento e quatro de largura, em côvados ordinários.

Partilha da terra ao oriente do Jordão

12.Tomamos então posse dessa terra. Dei aos rubenitas e aos gaditas o território desde Aroer, que está no vale do Arnon, assim como a metade da montanha de Galaad, com suas cidades. 13.Dei à meia tribo de Manassés o resto de Galaad e todo o Basã, reino de Og: toda a região de Argob, com todo o Basã; e o que se chama a terra dos refaim. 14.A Jair, filho de Manassés, coube toda a região de Argob até a fronteira dos ges­sureus e dos macateus, e ele deu o seu no­me às aldeias de Basã, chamadas ainda hoje aldeias de Jair. 15.A Maquir dei Galaad. 16.Dei aos rubenitas e aos gaditas a terra que se estende desde Galaad até a torrente do Arnon, servindo de limite o meio do vale, e depois até a torrente de Jaboc, fronteira dos amonitas; 17.e, enfim, a planície do Jordão, desde Genesaré até o mar da planície, o mar Salgado, ao pé das encostas do Fasga, para o oriente. 18.Naquele tempo, dei-vos esta ordem: ‘O Senhor, vosso Deus, deu-vos esta terra em herança. Vós, pois, homens valentes, tomareis vossas armas e marchareis à frente de vossos irmãos, os israelitas. 19.Somente vossas mulheres, com vossos filhos e vossos animais (sei que tendes muitos animais) ficarão nas cidades que vos dei, 20.até que o Senhor tenha assegurado o descanso de vossos irmãos, como o vosso, e tenham por sua vez tomado posse da terra que o Senhor, vosso Deus, lhes dá do outro lado do Jordão. Então cada um voltará à possessão que lhe dei’. 21.Ao mesmo tempo, dei a Josué a seguinte ordem: ‘Viste com os teus olhos tudo o que o Senhor, vosso Deus, fez a esses dois reis’. Desse modo, tratará o Senhor todos os reinos que atravessares. 22.Não os temas, porque é o Senhor, vosso Deus, quem combaterá por vós.

Moisés não entrará na terra prometida

23.Entrementes, roguei ao Senhor, dizendo: 24.‘Senhor Javé, começastes a mostrar ao vosso servo vossa grandeza e o poder de vossa mão. Qual é, nos céus ou na terra, o deus que pode igualar-se a vós em obras e grandes feitos? 25.Ah, se eu pudesse, também eu, passar e ver essa boa terra além do Jordão, essa bela montanha, e o Líbano!’. 26.Mas o Senhor irou-se contra mim por causa de vós, e não me ouviu. Disse-me: ‘Basta! Não me fales mais em tal coisa! 27.Sobe ao cimo do Fasga, lança teus olhos para o ocidente e para o norte, para o meio-dia e para o oriente, e contempla com os teus olhos a região; mas tu não passarás o Jordão. 28.Dá as tuas ordens a Josué, anima-o, conforta-o, porque é ele quem irá à frente desse povo e lhe dará a possessão da terra que vais ver’. 29.E ficamos no vale, defronte de Bet-Fegor.”

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