Continuando a nossa meditação, finalizamos hoje o livro do profeta Ezequiel em que fala sobre a partilha da terra entre as tribos de Israel. O Senhor Jave estabeleceu as porções de terra para cada tribo, incluindo a parte sagrada reservada aos sacerdotes e o espaço para a cidade. Além disso, são mencionadas as medidas e limites das diferentes partes da terra. Também é mencionado um rio de água que flui do templo e seu significado simbólico. O texto termina descrevendo as portas da cidade e seus nomes associados às tribos de Israel. Faça a leitura de preferencia em sua Bíblia dos capítulos 45, 46, 47 e 48 do livro de Ezequiel (Ez).
Ezequiel
Partilha da terra
45. 1.“Quando tirardes à sorte para a partilha da terra, deduzireis, a título de oferenda reservada ao Senhor, uma porção da terra, que será sagrada. 2.Ela medirá vinte e cinco mil côvados de comprimento por vinte mil de largura; será ela sagrada em toda a sua extensão. Desse território, reservareis para o santuário um quadrado de quinhentos côvados de lado, e cinquenta côvados de espaço vazio em volta. 3.Do território assim medido, reservareis, pois, um espaço do comprimento de vinte e cinco mil côvados e da largura de dez mil, em que se encontrará o santuário, lugar sagrado. 4.Essa será a parte sagrada do território: ela pertencerá aos sacerdotes que fazem o serviço do santuário, que podem aproximar-se do Senhor para servi-lo. Lá encontrarão o lugar para suas casas e um lugar santo para o santuário. 5.De outra parte, uma porção de vinte e cinco mil côvados de extensão por dez mil de largura se atribuirá aos levitas, que fazem o serviço do templo, com as cidades residenciais.* 6.Para o domínio da cidade, assinalareis uma porção de cinco mil côvados de largura, por vinte e cinco mil de comprimento, paralelamente ao espaço sagrado já reservado. Ela pertencerá a toda a casa de Israel. 7.Para o príncipe, haverá um espaço de uma parte e de outra, e o comprimento do domínio sagrado e do domínio da cidade, do lado do ocidente para o ocidente, e do lado do oriente para o oriente, de uma largura igual à de cada parte, desde a fronteira ocidental até a fronteira oriental. 8.Será lá a sua terra, a sua propriedade em Israel. Assim, meus príncipes não mais oprimirão meu povo, mas deixarão o resto da terra às tribos da casa de Israel.” 9.Eis o que diz o Senhor Javé: “Príncipes de Israel, basta! Renunciai à violência e à opressão; praticai a equidade e a justiça; cessai vossas exações contra o meu povo – oráculo do Senhor Javé. 10.Tende balanças justas; um efá justo, um bato justo. 11.O efá e o bato terão a mesma capacidade, conterão ambos a décima parte de um homer, que servirá de base à sua medida.* 12.O siclo valerá vinte óbolos; vinte siclos mais vinte e cinco siclos mais quinze siclos equivalerão a uma mina”.* 13.“Eis a oferenda que separareis: um sexto do efá para cada homer de trigo e por homer de cevada. 14.Para o óleo, a oferta será de um bato por uma dezena de batos ou por coro (o coro equivale a um homer, quer dizer, a dez batos). 15.Das pastagens de Israel será oferecida uma ovelha por rebanho de duzentas cabeças para a oblação, o holocausto e os sacrifícios pacíficos, a fim de servir de vítima expiatória por eles – oráculo do Senhor Javé. 16.E de toda a população da terra será tomada essa oferenda em proveito do príncipe em Israel. 17.É, porém, o príncipe que terá de fornecer os holocaustos, as oferendas e libações para as festas, as neomênias e os sábados e todas as solenidades da casa de Israel; é ele quem proverá os sacrifícios pelos pecados, a oblação, o holocausto e os sacrifícios pacíficos oferecidos em expiação pela casa de Israel. 18.Eis o que diz o Senhor Javé: no primeiro dia do primeiro mês, tomarás um novilho sem defeito para fazer a expiação do santuário. 19.O sacerdote tomará do sangue da vítima sacrificada pelo pecado e porá nos batentes da porta do templo, nos quatro cantos da base do altar e nos batentes da porta do átrio interior. 20.Farás a mesma coisa no primeiro dia do sétimo mês, por intenção de todos os que pecaram por erro ou inadvertência. Assim fareis a expiação pelo templo. 21.No décimo quarto dia do primeiro mês, tereis a festa da Páscoa. Durante sete dias comereis pães ázimos. 22.Naquele dia, o príncipe sacrificará, por si mesmo como por toda a população da terra, um touro pelo pecado. 23.Em seguida, durante os sete dias da festa, oferecerá ele diariamente ao Senhor o holocausto de sete touros e sete carneiros sem defeito, do mesmo modo que um bode por dia, em sacrifício pelo pecado. 24.A modo de oblação, ofertará um efá por touro, um efá por carneiro e um hin de óleo por efá. 25.No décimo quinto dia do sétimo mês, por ocasião da festa, oferecerá durante sete dias os mesmos sacrifícios pelo pecado, os mesmos holocaustos, as mesmas oferendas e as mesmas libações de óleo.”
46. 1.Eis o que diz o Senhor Javé: “O pórtico do átrio interior que fica fronteiro ao oriente será fechado durante os seis dias consagrados ao trabalho. Ele será aberto no dia de sábado, assim como na lua nova. 2.O príncipe, chegando de fora para o vestíbulo do pórtico, se colocará perto dos portais do pórtico, enquanto os sacerdotes oferecerão seu holocausto e seus sacrifícios pacíficos. Após haver-se prosternado sobre o limiar do pórtico, ele se retirará; mas o pórtico não será fechado até a tarde.* 3.O povo se prostrará diante do Senhor, à entrada desse pórtico, nos dias de sábado e de lua nova. 4.O holocausto que oferecerá o príncipe ao Senhor, no dia de sábado, será de seis ovelhas sem defeito e de um cordeiro intato. 5.A oferenda para o cordeiro será de um efá; para as ovelhas, ela será deixada à sua escolha; quanto ao óleo ele oferecerá um hin por efá. 6.No dia da lua nova, oferecerá um novilho sem defeito, seis ovelhas e um carneiro sem defeito. 7.A oferenda para o carneiro será de um efá; para as ovelhas será proporcional aos seus meios; quanto ao óleo, oferecerá um hin por efá. 8.Logo que chegar, o príncipe passará pelo vestíbulo do pórtico e, ao sair, tomará idêntico caminho. 9.Quando o povo vier apresentar-se diante do Senhor, por ocasião das solenidades, aquele que tiver entrado pela porta norte, para se prosternar, sairá pela porta sul; o que vier pela porta sul sairá pela porta norte; não voltará pela porta que tiver tomado à entrada, mas sairá pela porta que tiver diante de si. 10.O príncipe ficará no meio deles, entrando e saindo como eles.* 11.Por ocasião das festas e solenidades, a oferenda será de um efá por touro e por cordeiro; para as ovelhas, será deixada à sua escolha; no que toca ao óleo, oferecerá um hin por efá. 12.Quando o príncipe quiser oferecer ao Senhor um holocausto voluntário ou um sacrifício pacífico, será aberta a porta que olha para o oriente, e ele oferecerá seu holocausto e seu sacrifício pacífico como faz no dia do sábado. Quando sair, a porta será fechada imediatamente após ele. 13.Imolarás diariamente ao Senhor em holocausto um cordeiro de um ano, sem defeito. Assim farás cada manhã. 14.Como oferenda, oferecerás ao Senhor todas as manhãs com o cordeiro um sexto de efá, assim como um terço de hin de óleo para umedecer a farinha. Esta é uma regra perpétua: 15.será oferecido a cada manhã um cordeiro em oblação com o óleo em holocausto perpétuo”. 16.Eis o que diz o Senhor Javé: “Se o príncipe fizer a um de seus filhos uma doação do seu domínio, esse donativo pertencerá a seus filhos a título de propriedade patrimonial. 17.Se fizer semelhante donativo a um de seus servidores, a doação pertencerá também a este, mas unicamente até o ano da libertação, no qual ela retornará ao príncipe. É só a seus filhos que continuará como herança.* 18.O príncipe nada usurpará do patrimônio do povo, despojando-o de alguma de suas propriedades; ele constituirá um patrimônio a seus filhos unicamente de sua propriedade, a fim de que ninguém dentre o meu povo seja privado de suas posses”. 19.Ele me conduziu, logo a seguir, pela entrada vizinha do pórtico, às câmaras sagradas reservadas aos sacerdotes, frente ao norte; e eu vi lá um espaço, ao fundo, para o ocidente. 20.“É ali” – disse-me – “o lugar onde os sacerdotes cozem as carnes oferecidas em sacrifício pelo pecado e pelo delito, e onde cozem as oferendas, a fim de não levá-las ao átrio exterior e não tocar o povo com as coisas santas.”* 21.Em seguida, fez-me sair para o átrio exterior e passar diante dos quatro ângulos do átrio, em cada um dos quais havia um pátio. 22.Nos quatro ângulos do átrio encontravam-se ainda pequenos pátios, medindo quarenta côvados de comprimento por trinta de largura, todos os quatro iguais, 23.todos os quatro cercados de um muro, ao pé do qual, em toda a volta, havia fogões. 24.“São” – disse-me ele – “as cozinhas, onde os servidores do templo cozem as carnes das vítimas oferecidas pelo povo.”
A fonte maravilhosa que jorra do templo
47. 1.Conduziu-me então à entrada do templo. Eis que águas jorravam de sob o limiar do edifício, em direção ao oriente porque a fachada do templo olhava para o oriente. Essa água escorria por baixo do lado direito do templo, ao sul do altar.* 2.Fez-me sair pela porta do Norte e contornar o templo do lado de fora até o pórtico exterior oriental; eu vi a água brotar do lado Sul. 3.O homem foi para o oriente com uma corda na mão: mediu mil côvados; a seguir, fez-me passar na água, que me chegou até os tornozelos. Mediu ainda mil côvados e me fez atravessar a água, que me subiu até os joelhos. 4.Mediu de novo mil côvados e fez-me atravessar a água, que me subiu até os quadris. 5.Mediu, enfim, mil côvados; e era uma torrente que eu não podia atravessar, de tal modo as águas tinham crescido! E era preciso nadar, era um curso de água que não se podia passar a vau. 6.“Viste, filho do homem?” – falou-me, e me levou ao outro lado da torrente. 7.Ora, retornando, avistei nas duas margens da torrente uma grande quantidade de árvores. 8.“Essas águas” – disse-me ele – “dirigem-se para a parte oriental, elas descem à planície do Jordão; elas se lançarão no mar, de sorte que suas águas se tornarão mais saudáveis.* 9.Em toda parte aonde chegar a corrente, todo animal que se move na água poderá viver, e haverá lá grande quantidade de peixes. Tudo o que essa água atingir se tornará são e saudável e em toda parte aonde chegar a torrente haverá vida.* 10.Na praia desse mar estarão pescadores; eles estenderão suas redes desde Engadi até En-Eglaim, e haverá aí peixes de toda espécie em abundância, como no grande mar.* 11.Mas seus mangues e charcos não serão saneados, abandonados que estão ao sal. 12.Ao longo da torrente, em cada uma de suas margens, crescerão árvores frutíferas de toda espécie, e sua folhagem não murchará, e não cessarão jamais de dar frutos: todos os meses frutos novos, porque essas águas vêm do santuário. Seus frutos serão comestíveis e suas folhas servirão de remédio.” 13.Eis o que diz o Senhor Javé: “Eis os limites da terra que partilhareis entre as doze tribos de Israel. José terá duas partes. 14.Cada um dentre vós herdará uma parte igual, porque jurei com a mão erguida dar essa terra a vossos pais; por isso, essa terra deve tocar-vos em partilha. 15.Eis os seus limites: ao norte, desde o Grande Mar, o caminho de Hetalon até Sedada: 16.Emat, Berota e Sabarim, entre a fronteira de Damasco e de Emat, Haser-Ticon até a fronteira de Aurã. 17.A fronteira irá então do mar até Haser-Enã, tendo a fronteira de Damasco, ao norte, e a de Emat. Isto ao norte. 18.A leste, entre Aurã e Damasco e entre Galaad e a terra de Israel, o Jordão servirá de limite desde a fronteira norte até o mar oriental e para o lado de Tamar. Isto ao leste.* 19.A costa sul irá, para o oriente, desde Tamar até as águas de Meriba de Cades e até a torrente para o Grande Mar. Isto para o lado meridional.* 20.A oeste, o Grande Mar, desde a fronteira até a frente da entrada de Emat. Isto ao oeste”. 21.“Partilhareis esta terra entre vós, segundo as tribos de Israel.* 22.Vós as distribuireis por sorte a vós e aos estrangeiros residentes entre vós e que têm lançado raiz entre vós. Vós os considerareis como indígenas entre os israelitas: receberão convosco seu lote entre as tribos de Israel.* 23.É na tribo onde ele estiver instalado que lhe assinalareis o seu lote ao estrangeiro – oráculo do Senhor Javé.”
48. 1.“Eis os nomes das tribos. Na extremidade norte da terra, para o caminho de Hetalon até Emat, Haser-Enã, na fronteira de Damasco ao norte, ao longo de Emat, um território que irá desde a fronteira oriental até a fronteira ocidental, será atribuído a Dã; esta constitui uma parte.* 2.Do lado do limite de Dã, da fronteira oriental até a fronteira ocidental, a parte de Aser. 3.Ao lado da fronteira de Aser, da fronteira oriental até a fronteira ocidental, a parte de Neftali. 4.Ao lado da fronteira de Neftali, da fronteira oriental até a fronteira ocidental, a parte de Manassés. 5.Do lado do limite de Manassés, da fronteira oriental até a fronteira ocidental, a parte de Efraim. 6.Do lado do limite de Efraim, da fronteira oriental até a fronteira ocidental, a parte de Rúben. 7.Do lado do limite de Rúben, da fronteira oriental até a fronteira ocidental, a parte de Judá. 8.Do lado do limite de Judá, da fronteira oriental até a fronteira ocidental, será encontrada a parte que tirareis antecipadamente, de uma largura de vinte e cinco mil côvados e um comprimento igual ao das outras partes de leste a oeste. No centro dessa parte, ficará o santuário.* 9.A parte que tirareis com antecipação para o Senhor terá vinte e cinco mil côvados de comprimento por dez mil de largura. 10.Esta santa porção será para os sacerdotes: suas dimensões serão: ao norte, vinte e cinco mil côvados; a oeste, dez mil côvados de largura; a leste, dez mil de largura; ao sul, vinte e cinco mil côvados de comprimento. O santuário do Senhor se elevará ao centro. 11.Ele é para os sacerdotes consagrados, descendentes de Sadoc, que têm feito o meu serviço sem se desviarem como os levitas, quando os israelitas se transviaram. 12.É para eles uma porção sagrada a parte reservada daquela que tiraram antecipadamente do território, ao lado do limite dos levitas. 13.Os levitas ocuparão, na extensão dos limites dos sacerdotes, um espaço de vinte e cinco mil côvados de comprimento e dez mil côvados de largura. Comprimento total: vinte e cinco mil côvados; extensão: dez mil. 14.Não se poderá vender nada nem trocar: o melhor dessa terra não poderá ser alienado, porque é propriedade sagrada do Senhor. 15.Os cinco mil côvados que restarem em largura, por vinte e cinco mil de comprimento, constituirão um espaço profano destinado à cidade, a suas habitações e a seus terrenos. A cidade estará no centro. 16.Eis as suas dimensões: ao norte, quatro mil e quinhentos côvados; ao sul, quatro mil e quinhentos côvados; a leste, quatro mil e quinhentos côvados; a oeste, quatro mil e quinhentos côvados. 17.Os limites da cidade terão ao norte duzentos e cinquenta côvados; ao sul, duzentos e cinquenta côvados; a leste, duzentos e cinquenta côvados; e a oeste, duzentos e cinquenta côvados. 18.Restará, ao longo da parte consagrada, uma extensão de dez mil côvados; dez mil côvados a leste e a oeste, paralelamente à parte consagrada, cujos produtos servirão para o sustento dos trabalhadores da cidade. 19.Os trabalhadores da cidade, recrutados em todas as tribos de Israel, cultivarão essa porção. 20.O total da parte reservada com vinte e cinco mil côvados por vinte e cinco mil, tereis reservado para domínio da cidade, uma parte igual ao quarto da porção santa. 21.O resto será para o príncipe, dos dois lados da porção sagrada e do domínio da cidade, ao longo dos vinte e cinco mil côvados da porção reservada até a fronteira oriental, e a oeste, ao longo dos vinte e cinco mil côvados até a fronteira ocidental, paralelamente às (outras) partes. Será, pois, para o príncipe; a porção sagrada e o santuário do templo estarão no meio. 22.Assim, a parte do príncipe ocupará o espaço compreendido entre os limites de Judá e de Benjamim, salvo o domínio dos levitas e o da cidade, situados no meio da porção que lhe tocar. 23.Para o resto das tribos: da fronteira oriental à fronteira ocidental, a parte de Benjamim. 24.Do lado do limite de Benjamim, da fronteira oriental à fronteira ocidental, a parte de Simeão. 25.Do lado limite de Simeão, da fronteira oriental à fronteira ocidental, a parte de Issacar. 26.Do lado do limite de Issacar, da fronteira oriental até a fronteira ocidental, a parte de Zabulon. 27.Do lado da parte de Zabulon, da fronteira oriental até a fronteira ocidental, a parte de Gad. 28.Sobre o limite de Gad, ao sul, a fronteira irá de Tamar para o oriente, às águas de Meriba de Cades, e à torrente que vai para o Grande Mar. 29.Tal é a terra cujos patrimônios repartireis por sorte entre as tribos de Israel; tais serão as suas partes respectivas – oráculo do Senhor Javé.” 30.“Eis as saídas da cidade. 31.As portas da cidade receberão os nomes das tribos de Israel. Ao norte – do comprimento de quatro mil e quinhentos côvados –, haverá três portas: a porta de Rúben, a porta de Judá e a porta de Levi. 32.O lado leste – do comprimento de quatro mil e quinhentos côvados – terá três portas: a porta de José, a porta de Benjamim e a porta de Dã. 33.O lado sul – extensão de quatro mil e quinhentos côvados – terá três portas: a porta de Simeão, a porta de Issacar e a porta de Zabulon. 34.O lado oeste – da extensão de quatro mil e quinhentos côvados – terá três portas: a porta de Gad, a porta de Aser e a porta de Neftali. 35.Perímetro: dezoito mil côvados. Doravante, o nome da cidade será Javé-Chammá.”*