DESAFIO: "A BÍBLIA EM UM ANO"

Ducentésimo quadragésimo segundo dia: Jeremias, profeta e mensageiro de Deus

Na continuação do nosso desafio observamos que Jeremias recebe uma mensagem do Senhor para o povo de Jerusalém. Ele adverte sobre a importância de observar o sábado, santificando-o e abstendo-se de trabalho. O Senhor promete bênçãos e prosperidade para aqueles que obedecerem, enquanto ameaça colocar fogo nas portas de Jerusalém e destruir a cidade caso não cumpram essas instruções. Jeremias também é perseguido por suas profecias e clama ao Senhor por proteção. Ele expressa sua angústia e desejo de morte. Faça a leitura de preferencia em sua Bíblia dos capítulos 17, 18, 19 e 20 do livro de Jeremias (Jr).

Jeremias 

Pecado de Judá e castigo

17.   1.Acha-se inscrito o pecado de Judá com estilete de ferro; e gravado com ponta de diamante sobre a pedra de seu coração, 2.nos ângulos de seus altares. Lembrando-se de seus filhos, pensam em suas estelas e marcos sagrados, junto das árvores verdejantes no alto das colinas elevadas. 3.Entregarei à pilhagem a minha montanha que domina a planície, assim como os teus bens e tesouros, e os lugares altos em que pecas pela terra inteira. 4.Deixarás ao abandono a herança que te conferira, e eu te farei o escravo dos teus inimigos, em terra que desconheces, porquanto acendeste o fogo de minha cólera que não mais cessará de flamejar. 5.Eis o que diz o Senhor: “Maldito o homem que confia em outro homem, que da carne faz o seu apoio e cujo coração vive distante do Senhor! 6.Assemelha-se ao cardo da charneca e nem percebe a chegada do bom tempo, habitando o solo calcinado do deserto, terra salobra em que ninguém reside.* 7.Bendito o homem que deposita a confiança no Senhor, e cuja esperança é o Senhor. 8.Assemelha-se à árvore plantada perto da água, que estende as raízes para o arroio; se vier o calor, ela não temerá, e sua folhagem continuará verdejante; não a inquieta a seca de um ano, pois ela continua a produzir frutos. 9.Nada mais ardiloso e irremediavelmente mau que o coração. Quem o poderá compreender? 10.Eu, porém, que sou o Senhor, sondo os corações e escruto os rins, a fim de recompensar a cada um segundo o seu comportamento e os frutos de suas ações. 11.Qual perdiz a chocar ovos que não pôs, tal é aquele que pela fraude se enriqueceu; em meio à vida, precisa deixá-los; demonstra, pelo seu fim, ser insensato”. 12.Trono sublime de glória antiga, ó santuário nosso, 13.Senhor, que sois a esperança de Israel, confundidos serão todos os que vos abandonam, e de vergonha serão cobertos os que de vós se afastam, por haverem deixado o Senhor, fonte das águas vivas.

Oração do profeta perseguido

14.Curai-me, Senhor, e ficarei curado; salvai-me, e serei salvo, porque sois a minha glória. 15.Ei-los que clamam: “Que é feito dos oráculos do Senhor? Que eles se cumpram!”.* 16.Eu, porém, nunca vos incitei a enviar a desgraça, nem desejei o dia da catástrofe. Bem conheceis as palavras que me saíram da boca: elas estão em vossa presença.* 17.Não me sejais objeto de espanto, vós que, no dia da desgraça, sois meu refúgio. 18.Sejam envergonhados meus perseguidores, e não eu! Sejam consternados, não eu! Fazei recair sobre eles o dia da aflição, esmagai-os com dupla desgraça.

Exortação à observância do sábado

19.Eis o que me diz o Senhor: “Vai colocar-te à porta dos filhos do povo, por onde entram e saem os reis de Judá, e a todas as portas de Jerusalém. 20.Tu lhes dirás: Escutai a palavra do Senhor, reis de Judá, povo de Judá, e vós todos, habitantes de Jerusalém, que entrais por estas portas. 21.Assim fala o Senhor: Evitai carregar – pois disso depende vossa vida – fardos no dia de sábado, fazendo-os atravessar as portas de Jerusalém. 22.Abstende-vos de transportar fardo algum para fora de vossas casas em dia de sábado. Não vos entregueis a trabalho algum, mas santificai o dia de sábado, como ordenei a vossos pais. 23.Eles, porém, não prestaram ouvidos, e endureceram a cerviz para não ouvirem, nem se deixarem instruir. 24.Se verdadeiramente me escutardes – oráculo do Senhor –, se não deixardes passar carga nenhuma pelas portas desta cidade em dia de sábado, e se santificardes esse dia, abstendo-vos de desempenhar qualquer trabalho, 25.então pelas portas da cidade entrarão, conduzidos em carros e montados a cavalo, reis e príncipes que ocuparão o trono de Davi, assim como seus oficiais, a gente de Judá e os habitantes de Jerusalém. E esta cidade será povoada para sempre! 26.E outros virão das cidades de Judá, dos arredores de Jerusalém, das terras de Benjamim e das planícies e montes, assim como do Negueb, para oferecerem holocaustos, sacrifícios, oblações, incenso e sacrifícios de ações de graças na casa do Senhor. 27.Se, porém, não observardes meus preceitos acerca da santificação do sábado, e a respeito da abstenção de transportar fardos pelas portas da cidade no dia de sábado, porei fogo nessas portas, e ele consumirá os palácios de Jerusalém, sem que ninguém possa extingui-lo”.

O vaso do oleiro

18.   1.Foi dirigida a Jeremias a palavra do Senhor nestes termos:* 2.“Vai e desce à casa do oleiro, e ali te farei ouvir minha palavra”. 3.Desci, então, à casa do oleiro, e o encontrei ocupado a trabalhar no torno. 4.Quando o vaso que estava a modelar não lhe saía bem, como costuma acontecer nos trabalhos de cerâmica, punha-se a trabalhar em outro à sua maneira.  5.Foi esta, então, a linguagem do Se­nhor: “casa de Israel, não poderei fazer de vós o que faz esse oleiro? – oráculo do Se­nhor. 6.O que é a argila em suas mãos, assim sois vós nas minhas, casa de Israel. 7.Ora anuncio a uma nação ou a um reino que vou arrancá-lo e destruí-lo. 8.Mas se essa nação, contra a qual me pronunciei, se afastar do mal que cometeu, arrependo-me da punição com que resolvera castigá-la. 9.Outras vezes, em relação a um povo ou reino, resolvo edificá-lo e plantá-lo. 10.Se, porém, tal nação proceder mal diante de meus olhos e não escutar minha palavra, recuarei do bem que lhe decidira fazer. 11.Assim, portanto, dirige-te agora nestes termos à gente de Judá e aos ha­bitantes de Jerusalém: Eis o que diz o Se­nhor: nutro o desígnio de lançar-vos uma desgraça, tenciono um projeto contra vós. Voltai todos, portanto, do mau caminho, emendai vosso proceder e vossos atos. 12.É inútil, responderão eles, seguiremos nossas ideias e cada um de nós agirá de acordo com as más inclinações de seu coração obstinado”. 13.Eis por que assim fala o Senhor: “Interrogai as nações pagãs: quem jamais ouviu semelhante coisa? Foi perversidade sem nome a cometida pela virgem de Israel. 14.Acaso será abandonado o rochedo que domina a planície pela neve do Líbano? E se esgotarão as águas fluentes, que, frescas, correm das montanhas?* 15.No entanto, o meu povo me esqueceu! Incensa ídolos quiméricos, que o fazem tropeçar pelo caminho, o caminho de outrora, conduzindo-o por veredas tortuosas de caminhos não trilhados. 16.A um deserto será reduzida a terra, objeto de perpétuo assobio; e o que por ele passar, estupefato, meneará a cabeça.* 17.À semelhança do vento de leste, eu o dispersarei ante seus inimigos. E lhe voltarei as costas e não a face no dia da desgraça”.

Conspiração contra o profeta

18.“Vinde” – disseram então –, “e trame­mos uma conspiração contra Jeremias! Por falta de um sacerdote não perecerá a Lei, nem pela falta de um sábio, o con­selho, ou pela falta de um profeta, a palavra divina. Vinde e firamo-lo com a língua, não lhe demos ouvidos às palavras!”* 19.Senhor, ouvi-me! Escutai o que dizem meus inimigos. 20.É assim que pagam o bem com o mal? Abrem uma cova para atentar-me contra a vida. Lembrai-vos de que ante vós me apresentei, a fim de por eles interceder e deles afastar a vossa cólera. 21.Assim, entregai-lhes os filhos à fome e a eles próprios a fio de espada. Percam suas mulheres os filhos e maridos, morram os homens pela peste, e os jovens caiam sob a espada nos combates. 22.Quando, de súbito, sobre eles lançardes hordas armadas, ouçam-se os clamores partidos de suas casas, já que cavaram uma fossa para prender-me, e armaram laços a meus pés. 23.Vós, porém, Senhor, que bem conheceis suas conspirações de morte contra mim, não lhes perdoeis tal iniquidade. Que a vossos olhos o seu pecado permaneça indelével e caiam diante de vós. Agi contra eles no dia de vossa cólera.

Símbolo do vaso partido

19.   1.Eis o que me diz o Senhor: “Vai à casa do oleiro e compra um vaso de barro. Tomarás então contigo anciãos do povo e anciãos dos sacerdotes, 2.e te dirigirás ao vale de Ben-Enom, próximo da saída da Porta dos Cacos. E lá pronunciarás o oráculo que te ditar. 3.Tu lhes dirás, então: Escutai a palavra do Senhor, reis de Judá e vós todos, habitantes de Jerusalém. Eis o que diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel: Sobre este lugar vou mandar des­graça tamanha que fará tinir os ouvidos a quem dela ouvir falar. 4.Abandonaram-me, profanaram este lugar e ofereceram incenso a outros deuses que nem eles conheceram nem seus pais e nem os reis de Judá. Macularam este lugar com o sangue dos inocentes, 5.e ergueram o lugar alto a Baal para, em honra dele, queimarem os seus filhos em holocausto. Tais coisas não as prescrevi, delas não falei e nem ao pensamen­to me vieram. 6.Por tudo isso, virão dias – oráculo do Senhor – em que este lugar não mais se chamará Tofet, nem vale de Ben-Enom, mas sim, vale da Matança. 7.Aí aniquilarei os planos de Judá e Jerusalém, e ordenarei que caiam seus habitantes sob a espada dos inimigos e pelas mãos daqueles que odeiam a sua vida. Entregarei seus cadáveres como pasto às aves do céu e aos animais da terra. 8.Farei dessa cidade objeto de assombro, causa de zombaria. E a vista de suas chagas será motivo de escárnio a quem por ela passar. 9.Na angústia e na miséria a que a reduzirão os inimigos que lhe odeiam a vida, se verá mesmo compelida a comer a carne de seus filhos e de suas filhas; e eles se devorarão uns aos outros. 10.Em seguida, sob o olhar dos que forem contigo, partirás a bilha, 11.exclamando: Eis o que diz o Senhor dos exércitos: quebrarei este povo e a cidade como se parte um vaso de barro, sem que possa ser refeito. (E, por falta de outro local, será enterrado em Tofet.) 12.Eis o que farei desse lugar – oráculo do Senhor – e dos seus habitantes: de tal modo o farei, que o tornarei semelhante a Tofet.* 13.As casas de Jerusalém e os palácios dos reis de Judá ficarão imundos como o solo de Tofet, casas sobre cujos tetos foi queimado o incenso às milícias dos céus e oferecidas libações a deuses estranhos”.

Prisão do profeta

14.Regressou então Jeremias de Tofet, aonde o Senhor o enviara a profetizar. De pé, no átrio do Templo do Senhor, exclamou à multidão: 15.“Eis o que diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel: Vou despejar sobre esta cidade e sobre as aldeias de sua jurisdição os flagelos de que as ameacei, porque seus habitantes endureceram a cerviz para não acatar minhas palavras”.

20.   1.Tendo o sacerdote Fassur, filho de Emer, que era superintendente do templo, ouvido o profeta Jeremias pronunciar esse oráculo, 2.mandou espancá-lo e pô-lo em grilhões na porta superior de Benjamim, que se encontra no Templo do Senhor. 3.No dia seguinte, quando Fassur mandou libertá-lo, disse-lhe Jeremias: “Não é mais Fassur que te chama o Senhor, mas sim Magor-Missabib.* 4.Pois assim diz o Senhor: Vou fazer de ti objeto de pavor, para ti mesmo e teus amigos, os quais, sob teu olhar, perecerão à espada de seus inimigos. Entregarei Judá nas mãos do rei da Babilônia, que os deportará para Babilônia, onde os ferirá à espada. 5.E entregarei todas as riquezas desta cidade, todo o produto de seu trabalho, todas as suas reservas preciosas e todos os tesouros dos reis de Judá, nas mãos de seus inimigos, que os tomarão como presa, e os levarão para Babilônia. 6.E tu, Fassur, serás arrastado, com tua família, para o cativeiro. Ireis a Babilônia para lá morrerem e serem enterrados, tu e teus amigos, aos quais proferiste falsos oráculos”.

Queixa do profeta

7.Seduzistes-me, Senhor; e eu me deixei seduzir! Dominastes-me e obtivestes o triunfo. Sou objeto de contínua irrisão, e todos zombam de mim.* 8.Cada vez que falo é para proclamar a aproximação da violência e da devastação. E dia a dia a palavra do Senhor converte-se para mim em insultos e escárnios. 9.E, a mim mesmo, eu disse: Não mais o mencionarei, nem falarei em seu nome. Mas em meu seio havia um fogo devorador que se me encerrara nos ossos. Esgotei-me em refreá-lo, e não o consegui.* 10.Ouço as invectivas da multidão: “Cerca-nos o terror! Denunciai-o! Vamos denunciá-lo!”. Os que eram meus amigos espiam-me agora os passos. “Se cair em abusos, tiraremos vantagem, e dele nos vingaremos.” 11.O Senhor, porém, está comigo, qual poderoso guerreiro. Por isso, longe de triunfar, serão esmagados meus perseguidores. Sua queda os mergulhará na confusão. Será, então, a vergonha eterna, inesquecível. 12.Senhor, Deus dos exércitos, vós que sondais o justo, e que escrutais os rins e os corações, concedei-me o poder de contemplar a vingança que deles ides tirar! Pois em vossas mãos depositei a minha causa. 13.Cantai ao Senhor, glorificai-o, porque salvou a vida do miserável das mãos do mau. 14.Maldito o dia em que nasci! Nem abençoado seja o dia em que minha mãe me deu à luz. 15.Maldito o homem que levou a notícia a meu pai e que o cumulou de felicidade ao dizer-lhe: “Nasceu-te um menino!”. 16.A ele suceda o que às cidades aconteceu, que o Senhor sem piedade aniquilou! Desde o alvorecer ouça os gritos de alarme e o fragor da batalha ao meio-dia.* 17.Por que não me matou, antes de eu sair do ventre materno?! Minha mãe teria sido meu túmulo e eu ficaria para sempre guardado em suas entranhas! 18.Por que saí do seu seio? Para só contemplar tormentos e misérias, e na vergonha consumir meus dias?

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