DESAFIO: "A BÍBLIA EM UM ANO"

Décimo segundo dia: Traído pelos próprios irmãos

Hoje adentramos na comovente história de José, uma das mais belas histórias da Sagrada Escritura. Preso, feito escravo e servo, José agradava a Deus, e por tanto o Senhor estava com ele. Faça a leitura de preferência em sua Bíblia dos capítulos 37, 38, 39 e 40 do livro do Gênesis (Gn).

Gênesis

III – História de José (37-50)

Sonhos de José

37.   1.Jacó habitou na região onde seu pai havia morado, na terra de Canaã. 2.Eis a história da descendência de Jacó: José, ainda jovem, com a idade de dezessete anos, apascentava o rebanho com seus irmãos, os filhos de Bala e os filhos de Zelfa, mulheres de seu pai; e ele contou ao seu pai as más conversas dos irmãos. 3.Israel amava José mais do que todos os outros filhos, porque ele era o filho de sua velhice; e mandara-lhe fazer uma túnica de várias cores. 4.Seus irmãos, vendo que seu pai o preferia a eles, começaram a odiá-lo e não podiam mais tratá-lo com bons modos. 5.Ora, José teve um sonho, e o contou aos seus irmãos, que o detestaram ainda mais. José disse-lhe: 6.“Ouvi o sonho que tive: 7.estávamos ligando feixes no campo, e eis que o meu feixe se levantou e se pôs de pé, enquanto os vossos o cercavam e se prostravam diante dele”. 8.Seus irmãos disseram-lhe: “Quererias, porven­tura, reinar sobre nós e tornar-te nosso senhor?”. E odiaram-no ainda mais por causa de seus sonhos e de suas palavras. 9.José teve ainda outro sonho, que contou aos seus irmãos. “Tive – disse ele – ainda um sonho: o sol, a lua e onze estrelas prostravam-se diante de mim.” 10.Ele contou isso ao seu pai e aos seus irmãos, mas foi repreendido por seu pai: “Que significa – disse-lhe ele – este sonho que tiveste? Viremos, acaso, eu, tua mãe e teus irmãos, a nos prostrar por terra diante de ti?”. 11.Seus irmãos ficaram, pois, com inveja dele, mas seu pai guardou a lembrança desse acontecimento. 12.Os irmãos de José foram apascentar os rebanhos de seu pai em Siquém. 13.Israel disse a José: “Teus irmãos guardam os rebanhos em Siquém. Vem: vou mandar-te a eles”. “Eis-me aqui” – res­pondeu José. 14.“Vai, pois, ver se tudo corre bem a teus irmãos e ao rebanho, e traze-me notícias deles.” Enviou-o do vale de Hebron, e José foi a Siquém. 15.Um homem encontrou-o vagando pelo campo: “Que buscas?” – perguntou ele. 16.“Busco meus irmãos – respondeu ele. Dize-me onde apascentam os rebanhos.” 17.E o homem respondeu: “Partiram daqui e ouvi-os dizer: ‘Vamos para Dotain’.” Partiu então José em busca dos seus irmãos e encontrou-os em Dotain. 18.Eles o viram de longe. Antes que José se aproximasse, combinaram entre si como o haveriam de matar; 19.e disseram uns aos outros: “Eis o sonhador que chega. 20.Vamos, matemo-lo e atiremo-lo numa cisterna; diremos depois que uma fera o devorou; e então veremos de que lhe aproveitaram os seus sonhos”. 21.Ouvindo-o, porém, Rúben, quis livrá-lo de suas mãos: “Não lhe tiremos a vida – disse ele. 22.Não derrameis sangue. Jogai-o naquela cisterna, no deserto, mas não levanteis vossa mão contra ele”. Pois Rúben pensava livrá-lo de suas mãos para o reconduzir ao pai.

José vendido por seus irmãos

23.Quando José se aproximou de seus irmãos, eles o despojaram de sua túnica, daquela bela túnica de várias cores que trazia, 24.e jogaram-no numa cisterna velha, que não tinha água. 25.E, sentando-se para comer, eis que, levantando os olhos, viram surgir no horizonte uma caravana de ismaelitas vinda de Galaad. Seus camelos estavam carregados de resina, de bálsamo e de ládano, que transportavam para o Egito.* 26.Então Judá disse aos seus irmãos: “Que nos aproveita matar nosso irmão e ocultar o seu sangue? 27.Vinde e vendamo-lo aos ismaelitas. Não levantemos nossas mãos contra ele, pois, afinal, é nosso irmão, nossa carne”. Seus irmãos concordaram. 28.E, quando passaram os negociantes madianitas, tiraram José da cisterna e venderam-no por vinte moedas de prata aos ismae­litas, que o levaram para o Egito. 29.Rúben voltou à cisterna, e eis que José já não estava ali. 30.Rasgou então suas vestes e voltou para junto dos seus irmãos: “O menino desapareceu – disse ele. E eu, para onde irei?”. 31.Tomaram então a túnica de José, mataram um cabrito e a mergulharam no seu sangue. 32.E mandaram-na levar ao seu pai com esta mensagem: “Eis o que encontramos: vê se não é, porventura, a túnica do teu filho”. 33.Jacó reconheceu-a e exclamou: “É a túnica de meu filho! Uma fera o devorou! José foi estraçalhado!”. 34.E, rasgando as vestes, cobriu-se de um saco, e chorou o seu filho por muito tempo. 35.Todos os seus filhos e filhas vieram consolá-lo, mas ele não aceitou nenhuma condolência: “É chorando – disse ele – que descerei para junto de meu filho na habitação dos mortos”. Foi assim que o seu pai o chorou.* 36.Os madianitas venderam-no a Putifar, no Egito, eunuco do faraó e chefe da guarda.

Judá e Tamar

38.   1.Naquele tempo, Judá, apartando-se dos seus irmãos, foi para a casa de um homem de Odolam, chamado Hira.* 2.Judá viu ali a filha de um cana­neu, de nome Sué, e desposou-a, unindo-se a ela. 3.Ela concebeu e deu à luz um filho, ao qual chamou Her. 4.Concebeu novamente e deu ao mundo um filho, e deu-lhe o nome de Onã. 5.E teve ainda um filho, que chamou Sela. Judá estava em Casib, na ocasião desse nascimento. 6.Judá escolheu para Her, seu primogênito, uma mulher chamada Tamar. 7.Her, porém, o primogênito de Judá, era mau aos olhos do Senhor, e o Senhor o feriu de morte. 8.Então Judá disse a Onã: “Vai, toma a mulher de teu irmão, cumpre teu dever de levirato e suscita uma posteridade a teu irmão”.* 9.Mas Onã, que sabia que essa posteridade não seria dele, maculava-se por terra cada vez que se unia à mulher do seu irmão, para não dar a ele posteridade. 10.Seu comportamento desagradou ao Senhor, que o feriu de morte também. 11.E Judá disse a Tamar, sua nora: “Conserva-te viúva em casa de teu pai até que meu filho Sela se torne adulto”. “Não é bom – pensava ele – que também ele morra como seus irmãos.” E Tamar voltou a habitar na casa paterna. 12.Muito tempo depois, morreu a filha de Sué, mulher de Judá. Passado o luto, subiu Judá a Tamna para a tosquia de suas ovelhas, com seu amigo Hira, o odolamita. 13.E foi noticiado a Tamar: “Eis que o teu sogro sobe a Tamna para a tosquia de suas ovelhas.” 14.Depôs ela então os seus vestidos de viúva, cobriu-se de um véu, e, assim disfarçada, assentou-se à entrada de Enaim, que se encontra no cami­nho de Tamna, pois via que Sela tinha crescido e não lha tinham dado por mulher. 15.Judá, vendo-a, julgou tratar-se de uma prostituta, porque tinha o rosto coberto. 16.E, chegando-se a ela no caminho, disse: “Queres juntar-te comigo?”. (Ignorava ele que se tratava de sua nora.) Ela respondeu: “O que me darás para juntar-me contigo?”. 17.“Mandarei a ti um cabrito do meu rebanho.” “Está bem; mas dá-me então um penhor, até que o tenhas enviado.” 18.“Que penhor queres que eu te dê?” “Teu anel, teu cordão e o bastão que tens na mão.” Ele os entregou; em seguida, aproximou-se dela e ela concebeu. 19.E levantando-se, partiu; tirou o seu véu e retomou seus vestidos de viúva. 20.E Judá mandou-lhe o cabrito por seu amigo, o odolamita, para retirar o penhor das mãos daquela mulher, mas ele, não a encontran­do, 21.perguntou aos habitantes do lugar: “Onde está aquela prostituta que estava em Enaim, à beira do caminho?”. Responderam-lhe: “Não há prostituta nesse lugar!”. 22.Ele voltou para junto de Judá: “Não a encontrei – disse ele – e os moradores daquele lugar disseram-me que não havia nenhuma prostituta ali”. 23.“Guarde ela o meu pe­nhor – respondeu Judá – não nos tornemos ridículos! Eu mandei o cabrito; tu, porém, não a encontraste.” 24.Mais ou menos três meses depois, vieram dizer a Judá: “Tamar, tua nora, conduziu-se mal: vê-se que está grávida”. Judá respondeu: “Tirai-a para fora, que ela seja queimada!”. 25.E, enquanto era conduzida, ela mandou dizer ao seu sogro: “Concebi do homem a quem pertence isto: examine bem – ajuntou ela – de quem são este anel, este cordão e este bastão”. 26.Judá, reconhecendo-os, exclamou: “Ela é mais justa do que eu; pois que não a dei ao meu filho Sela”. E não a conheceu mais. 27.E, na ocasião de dar à luz, eis que ela trazia dois gêmeos no seu ventre. 28.No parto, saindo a mão, a parteira tomou-a e atou nela um fio vermelho, dizendo: “Este é o que saiu primeiro!”. 29.Mas, como ele retirasse a mão, saiu o seu irmão. “Que brecha fizeste! – exclamou a parteira: Que a brecha esteja sobre ti!” 30.E chamou-se-lhe Farés. Em seguida, veio o seu irmão, com o fio vermelho atado na mão. Deu-se­­-lhe o nome de Zara.*

José mordomo de Putifar

39.   1.José foi conduzido ao Egito, e Putifar, um oficial egípcio do faraó, chefe da guarda, comprou-o aos ismaeli­tas que o levavam. 2.O Senhor estava com José, e tudo lhe prosperava. Morava na casa do seu senhor, o egípcio. 3.Seu se­nhor viu que o Senhor estava com ele e lhe fazia prosperar tudo o que empreendia. 4.José conquistou a simpatia do seu senhor, que o empregou a seu serviço, pondo-o à testa de sua casa e confiando-lhe todos os seus bens. 5.Desde o momento em que José tomou o governo de sua casa e de todos os seus bens, o Senhor abençoou a casa do egípcio, por causa de José: a bênção do Senhor desceu sobre tudo o que lhe pertencia, na casa como nos campos. 6.Ele entregou todos os seus negócios a José, sem mais se preocupar de coisa alguma, exceto do que se alimentava. Ora, José era belo de corpo e de rosto.

José na prisão

7.E aconteceu, depois de tudo isso, que a mulher de seu senhor lançou seus olhos em José e disse-lhe: “Dorme comigo”. 8.Mas ele recusou: “Meu senhor – disse-lhe ele – não me pede conta alguma do que se faz na casa, e confiou-me todos os seus bens. 9.Não há maior do que eu nesta casa; ele nada me interdisse, exceto tu, que és sua mulher. Como poderia eu cometer um tão grande crime e pecar contra Deus?”. 10.Em vão se esforçava ela todos os dias, falando a José; ele não consentia em dormir com ela e unir-se a ela. 11.Certo dia, tendo ele entrado na ca­sa para fazer seus serviços, e não se encontrando ali ninguém da casa, 12.ela segurou-o pelo manto, dizendo: “Dorme comigo!”. Mas José, largando-lhe o manto nas mãos, fugiu. 13.Vendo a mulher que ele lhe tinha deixado o manto nas mãos e fugido, 14.chamou a gente de sua casa e disse-lhes: “Vede: trouxeram-nos este hebreu para a casa a fim de que ele abuse de nós. Este homem veio-me procurar para dormir comigo, mas eu gritei. 15.E vendo que eu me punha a gritar, deixou seu manto ao meu lado e fugiu”. 16.E guardou junto de si as vestes de José até a volta de seu senhor. 17.E fez-lhe a mesma narrativa: “O escravo hebreu – disse ela – que nos trouxeste, veio à minha procura para abusar de mim. 18.Mas, pondo-me a gritar, deixou o seu manto ao meu lado e fugiu”. 19.Ao ouvir isso de sua mulher, contando-lhe como se tinha comportado com ela o seu servo, ele enfureceu-se, 20.e lançou José na prisão, onde se encontravam detidos os prisioneiros do rei. E José foi encarcerado. 21.O Senhor estava com ele. Mostrou-lhe sua bondade e fez que ele conquistasse a simpatia do chefe da prisão. 22.Este confiou a José todos os presos que ali se encontravam, e nada se fazia sem sua ordem. 23.O chefe da prisão não fiscalizava nada do que fazia José, porque o Senhor estava com ele e fazia-lhe prosperar tudo o que empreendia.

José explica os sonhos

40.   1.Depois disso, aconte­ceu que o copeiro e o padeiro do rei do Egito ofenderam o seu senhor. 2.O faraó, encolerizado contra os seus dois oficiais, o copeiro-mor e o padeiro-mor, 3.mandou-os encarcerar na casa do chefe da guarda, na prisão onde se encontrava detido José. 4.O chefe da guarda associou-lhes José para os servir. Havia já certo tempo que estavam detidos, 5.quando os dois prisioneiros, o copeiro e o padeiro do rei do Egito, tiveram um sonho numa mesma noite, cada um o seu, com seu sentido particular. 6.Quando José voltou junto deles, no dia seguinte pela manhã, viu que estavam tristes. 7.Perguntou então aos oficiais do faraó, detidos com ele na casa do seu senhor: “Por que tendes hoje um ar sombrio?”. 8.“Tivemos um sonho – responderam –; e não há ninguém para no-los interpretar.” “Porventura, não pertence a Deus – repli­cou José – a interpretação dos sonhos? Rogo-vos que me conteis tais sonhos.” 9.E o copeiro-mor contou seu sonho a José: “Em meu sonho – disse ele – vi uma cepa que estava diante de mim, 10.e nessa cepa três varas, que pareciam brotar; saiu uma flor e seus cachos deram uvas maduras. 11.Eu tinha na mão a taça do faraó; tomei as uvas e espre­mi as­ na taça, que entreguei na mão do faraó”. 12.José disse-lhe: “Eis o significado do teu sonho: as três varas são três dias. 13.Dentro de três dias, o faraó te reabilitará em tuas funções. Apresentarás ao faraó sua taça, como o fazias antes, quando eras seu copeiro.* 14.Quando fores feliz, lembra-te de mim e faze-me o favor de recomendar-me ao faraó, para que ele me tire desta prisão. 15.Porque é por um rapto que fui tirado da terra dos hebreus, e aqui, igualmente, eu nada fiz para merecer a prisão”. 16.O padeiro-mor, vendo que José tinha dado uma boa interpretação, disse-lhe: “Eu também, em meu sonho, levava sobre minha cabeça três cestas de pão branco. 17.Na de cima, havia toda a sorte de manjares para o faraó; mas as aves do céu comiam-nos na cesta que estava sobre minha cabeça”. 18.“Eis – disse José – o que isto significa: as três cestas são três dias. 19.Dentro de três dias, o faraó levantará a tua cabeça: ele te suspenderá numa forca, e as aves devorarão a tua carne.” 20.No terceiro dia, celebrava-se o aniversário do faraó, e ele ofereceu um banquete a todo o seu pessoal. Ele levantou a cabeça do copeiro-mor e do padeiro-mor, no meio de todos os seus servos: 21.restabeleceu no seu cargo o copeiro-mor, que apresentou novamente a taça ao faraó, 22.e mandou suspender no patíbulo o padeiro-mor, como na interpretação que José lhes havia dado. 23.Mas o copeiro-mor não pensou mais em José; esqueceu-o.

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