DESAFIO: "A BÍBLIA EM UM ANO"

Décimo dia: A luta entre Jacó e o Anjo

A leitura de hoje vai tratar sobre a relação entre Jacó e Labão seu sogro. A forma como Jacó começa a viver uma proximidade com Deus, e a luta com o anjo. E o grande reencontro com seu irmão Esaú na terra de Canaã. Faça a leitura de preferência em sua Bíblia dos capítulos 31, 32 e 33 do livro do Gênesis (Gn).

Gênesis

Fuga de Jacó

31.   1.Jacó ouviu as palavras dos fi-lhos de Labão, que diziam: “Jacó tomou tudo o que é de nosso pai, e é à sua custa que ele se tornou de tal forma rico”. 2.Obser­vou também, pela fisio­nomia de Labão, que este não tinha mais para com ele os sentimentos de antes. 3.O Senhor disse a Jacó: “Volta para a terra dos teus pais, para a tua parentela, e eu estarei contigo”. 4.Então Jacó mandou Raquel e Lia virem ao campo junto dos seus rebanhos: 5.“Vejo – disse-lhes ele – pelo semblante de vosso pai, que ele não é mais para comigo o mesmo que antes. Mas o Deus de meu pai está comigo. 6.Sabeis que servi a vosso pai o melhor que pude, 7.enquanto ele zombou de mim, mudando dez vezes o meu salário; mas Deus não lhe permitiu causar-me prejuízo. 8.Quando ele dizia: os animais malhados serão o teu salário, todas as ovelhas davam à luz cordeiros malhados, e se dizia: os animais riscados serão o teu salário, todas as ovelhas davam à luz cordeiros riscados. 9.Foi Deus mesmo que tomou o rebanho de vosso pai para me dar. 10.No tempo em que os animais deviam conceber, eu levantava os olhos e via em sonhos que os bodes que cobriam as cabras eram listrados, malhados e manchados. 11.Um anjo de Deus disse-me em sonhos: ‘Jacó! Eis-me aqui’ – respondi. 12.Levanta os olhos e vê: todos os bodes que cobrem as cabras são listrados, malhados e manchados, porque eu vi tudo o que te fez Labão. 13.Eu sou o Deus de Betel, onde tu me consagraste uma estela e me fizeste um voto. Agora, vamos, sai daqui e volta para a terra de tua família”. 14.Raquel e Lia responderam: “Resta-nos porventura ainda alguma parte de herança na casa de nosso pai? 15.Não nos tratou ele como estrangeiras, vendendo-nos e devorando o nosso dinheiro? 16.Toda a riqueza, que Deus tomou de nosso pai, é para nós e para nossos filhos. Faze, pois, o que Deus te disse”. 17.Levantou-se, pois, Jacó, e fez montar seus filhos e suas mulheres nos camelos. 18.Levou todos os seus reba­nhos, todos os bens que tinha ajuntado, o rebanho que lhe pertencia, adquirido em Padã-Aram, e partiu para junto de seu pai Isaac, na terra de Canaã.

Labão persegue Jacó

19.Raquel, aproveitando um momento em que seu pai fora tosquiar suas ovelhas, roubou os terafim de seu pai;* 20.e Jacó enganou Labão, o arameu, ocultando-lhe sua fuga. 21.Fugindo, pois, com tudo o que era seu, atravessou o rio e dirigiu-se para a montanha de Galaad. 22.Três dias depois, soube Labão da fuga de Jacó. 23.E, tomando consigo seus irmãos, perseguiu-o durante sete dias de marcha, e alcançou-o na montanha de Galaad. 24.Deus, porém, apareceu em um sonho noturno a Labão, o arameu, e disse-lhe: “Guarda-te de dizer algo a Jacó”.* 25.Labão alcançou, pois, Jacó. Este havia levantado sua tenda na montanha, enquanto Labão e seus irmãos tinham plantado a sua na montanha de Galaad. 26.Labão disse a Jacó: “Que fizeste? Tu me enganaste, e conduziste minhas filhas como prisioneiras de guerra! 27.Por que fugiste dessa forma, e me lograste em lugar de me avisar? Eu te teria despedido com manifestações de júbilo e com cânticos, ao som do tamborim e da harpa. 28.Não me deixaste beijar meus filhos e minhas filhas! Procedeste como um insensato. 29.Eu poderia agora fazer-vos mal, mas o Deus de teu pai disse-me na última noite: ‘Guarda-te de dizer algo a Jacó’. 30.E, se partistes somente porque tinhas saudade da casa paterna, então por que roubaste os meus deuses?”. 31.Jacó respondeu-lhe: “Tive medo, ao pensar que poderias tirar-me tuas fi­lhas; 32.quanto aos teus deuses, porém, seja morto aquele que os tiver consigo! Examina o que está comigo, em presença de nossos parentes, e retoma o que é teu”. Ora, Jacó ignorava o roubo de Raquel. 33.Labão entrou na tenda de Jacó, na de Lia e na das duas escravas, mas nada encontrou. Saindo da tenda de Lia, entrou na de Raquel. 34.Esta havia tomado os terafim e, colocando-os na sela do camelo, sentou-se em cima. Labão revistou toda a tenda, sem nada encontrar. 35.Raquel disse ao seu pai: “Não se irrite o meu senhor, se não posso levantar-me em sua presença, pois acho-me agora com a indisposição que costuma vir às mulhe­res”. Revistou, pois, mas não encontrou os terafim. 36.Jacó encolerizou-se então contra Labão, e acabrunhou-o de censuras: “Qual é o meu crime? – disse-lhe ele. – Qual é o meu pecado, para que te irrites desse modo contra mim? 37.Revistaste todas as minhas bagagens: que encontraste do que é teu? Mostra-me aqui em presença de meus parentes e dos teus, e sejam eles juízes entre nós dois. 38.Há vinte anos que estou em tua casa: tuas ovelhas e tuas cabras não abortaram, não comi os carneiros do teu rebanho. 39.Nunca te trouxe os animais estraçalhados pelas feras. Eu os repunha, pois tu o exigias, quer fossem roubados de dia, quer de noite.* 40.Eu era queimado de dia pelo calor, e de noite pelo frio, e o sono fugia dos meus olhos. 41.Eis já vinte anos que estou em tua casa; servi-te catorze anos por tuas duas filhas, seis anos pelos teus rebanhos, e dez vezes modificaste o meu salário. 42.Se o Deus de meu pai, o Deus de Abraão, o Deus terrível de Isaac não se tivesse posto de meu lado, tu me terias hoje despedido com as mãos vazias. Deus viu minhas penas e meus trabalhos, e na última noite ele pronunciou-se”. 43.Labão respondeu a Jacó: “Estas filhas são minhas filhas, estes filhos, meus filhos, e estes rebanhos, meus rebanhos: tudo o que vês é meu. Que farei eu agora contra minhas filhas, ou contra os filhos que elas deram ao mundo? 44.Vamos, façamos juntos um pacto que nos sirva de tes­temunho a nós dois”.

Aliança entre Labão e Jacó

45.Jacó tomou uma pedra e erigiu-a em estela, 46.e disse aos seus parentes: “Trazei pedras”. E, tendo juntado muitas, fizeram um monte, sobre o qual comeram. 47.Labão chamou-o Yegar-Saaduta, e Jacó, Galaad.* 48.Labão disse: “Este monte é hoje testemunha entre mim e ti”; por isso, foi lhe dado o nome de Galaad, 49.e também Masfa, porque Labão disse ainda: “Que o Senhor nos vigie a nós ambos, quando nós nos tivermos despedido um do outro.* 50.Se maltratares minhas fi­lhas, e se tomares outras mu­lheres além delas, não é um homem que estará conosco. Mas toma cuidado, pois é Deus que será testemunha entre nós”. 51.Labão disse ainda a Jacó: “Vês este monte de pedras e esta estela que levantei entre mim e ti. 52.Este monte é testemunho, e igualmente esta estela, de que eu não ultrapassarei este monte para o teu lado, e que tu não ultrapassarás este monte e esta estela para o meu lado para nos fazer mal. 53.O Deus de Abraão, o Deus de Nacor, o Deus de seus pais seja juiz entre nós!”. E Jacó jurou pelo Deus terrível de Isaac. 54.Ofereceu um sacrifício sobre a montanha e convidou seus parentes para comer. Come­ram e passaram a noite na montanha.

 

32.   1.No dia seguinte, pela ma­nhã, Labão beijou seus fi­lhos e suas filhas; abençoou-os e retomou o caminho de sua casa. 2.Jacó prosseguiu o seu caminho e encontrou uns anjos de Deus.* 3.Ao vê-los, exclamou: “É aqui o acampamento de Deus!”. Por isso, deu àquele lugar o nome de Maanaim. 4.Despachou diante de si mensagei­ros a seu irmão Esaú, na terra de Seir, nos campos de Edom. 5.E deu-lhes esta ordem: “Eis o que direis ao meu senhor Esaú: Assim fala o teu servo Jacó: Habitei em casa de Labão onde estive até o dia de hoje. 6.Possuo bois, jumentos, ovelhas, servos e servas, e mando agora anunciá-lo ao meu senhor para encontrar graça diante dele”. 7.Os mensageiros voltaram a Jacó, dizendo: “Fomos ter com Esaú: ele vem ao teu encontro com quatrocentos homens”. 8.Jacó foi tomado de pavor e de angústia. Dividiu em dois grupos a gente que estava com ele, assim como as ovelhas, os bois e os camelos. 9.“Se Esaú – disse ele consigo – atacar um dos grupos e o destruir, ao menos o outro se salvará.” 10.Depois Jacó disse: “Deus de meu pai Abraão, Deus de meu pai Isaac, Senhor que me disses­ses: Volta para a tua terra, para o meio de tua parentela, e eu te beneficiarei, 11.eu sou indigno de todos os favores e de toda a fidelidade que tendes testemunhado ao vosso servo. Só tinha o meu bastão quando atravessei este Jordão, e eis que possuo agora dois acampamentos. 12.Salvai-me, eu vos peço, das mãos de meu irmão Esaú, pois temo que ele me venha atacar, sem poupar nem mãe nem filhos. 13.Entretanto, vós me dissestes: Eu te beneficiarei e tornarei tua posteridade inumerável como os grãos de areia do mar”. 14.Jacó passou a noite naquele lugar. Escolheu entre os bens que possuía um presente para o seu irmão Esaú: 15.duzentas cabras, vinte bodes, duzentas ovelhas, vinte carneiros, 16.trinta came­las com suas crias, quarenta vacas, dez touros, vinte jumentas e dez jumentos. 17.Entregou-os aos servos, cada rebanho à parte, e disse-lhes: “Ide adiante de mim, e haja uma distância entre cada rebanho”. 18.E deu esta ordem ao primeiro: “Quando meu irmão Esaú te encontrar e te perguntar quem és, aonde vais e a quem pertence o rebanho que conduzes, 19.responderás: Pertence ao teu servo Jacó; é um presente que ele manda ao meu senhor Esaú; ele mesmo vem atrás de nós”. 20.Deu a mesma ordem ao segundo, ao terceiro e a todos os que conduziam os reba­nhos: “Quando encontrardes Esaú – disse ele – vós lhe direis a mesma coisa. 21.E direis que seu servo Jacó vos segue”. “Eu o aplacarei – pensou ele – com este presente que me precede; e depois o verei pessoalmente; talvez me fará ele bom acolhimento.” 22.Foi, pois, o presente adiante dele, e ele ficou aquela noite no acampamento. 23.Naquela mesma noite, ele se levantou com suas duas mulheres, suas duas servas e seus onze filhos e passou o vau do Jaboc. 24.Tomou-os, e os fez passar a torrente com tudo o que lhe pertencia. 25.Jacó ficou só; e alguém lutava com ele até o romper da aurora. 26.Vendo que não podia vencê-lo, tocou-lhe aquele homem na articulação da coxa e esta deslocou-se, enquanto Jacó lutava com ele. 27.E disse-lhe: “Deixa-me partir, porque a aurora se levanta”. “Não te deixarei partir – respondeu Jacó – antes que me tenhas abençoado.” 28.Ele perguntou-lhe: “Qual é o teu nome?”. “Jacó.”* 29.“Teu nome não será mais Jacó – tornou ele – mas Israel, porque lutaste com Deus e com os homens, e venceste.” Jacó pediu-lhe: 30.“Peço-te que me digas qual é o teu nome”. “Por que me perguntas o meu nome?” – respondeu ele. E abençoou-o no mesmo lugar.* 31.Jacó chamou àquele lugar Fa­nuel, “porque – disse ele – eu vi a Deus face a face, e minha vida foi poupada”. 32.O sol levantava-se no horizonte, quando ele atravessou Fanuel. E coxeava de uma perna. 33.É por isso que os israe­litas, ain­da hoje, não comem o nervo da articulação da coxa, porque aquele homem tinha tocado nesse nervo da articulação da coxa de Jacó.

Encontro com Esaú

33.   1.Jacó, levantando os olhos, viu Esaú que avançava com quatrocentos homens. Repartiu então os filhos entre Lia, Raquel e as duas servas. 2.Colocou as servas com seus filhos na frente, depois Lia com os seus e, por último, Raquel com José. 3.E ele, passando adiante, prostrou-se até a terra sete vezes antes de se aproximar do seu irmão. 4.Esaú correu-lhe ao encontro e beijou-o; ele atirou-se ao seu pescoço e beijou-o; e puseram-se a chorar. 5.Levantando os olhos, Esaú viu as mulheres e as crianças: “Quem são estes que tens contigo?” – perguntou ele. “São – respondeu Jacó – os filhos que aprouve a Deus dar ao teu servo.” 6.Aproximaram-se então as servas com seus filhos e prostraram-se. 7.Lia com seus filhos adiantaram-se por sua vez e prostraram-se, e, enfim, José e Raquel prostraram também. 8.Esaú disse: “Que significa todo esse acampamento que encontrei?”. “É – disse Jacó – para ganhar o favor de meu senhor.” 9.Esaú disse-lhe: “Possuo muitos bens, meu irmão, guarda o que te pertence”. 10.“Oh, suplico-te – replicou Jacó – se ganhei teu favor, aceita este presente de minhas mãos; porque te contemplei como se contempla Deus, e me fizeste bom aco­lhimento.* 11.Aceita o presente que te ofereço; pois Deus cumulou-me de seus favores, e nada me falta.” E tanto insistiu que Esaú aceitou. 12.Esaú disse: “Partamos, ponhamo-nos a caminho; eu te precederei”. 13.Jacó disse-lhe: “Tu vês, meu senhor, que os meninos são delicados; e tenho de cuidar das ovelhas e vacas que amamentam; se os fizer caminhar ainda um só dia, morrerá todo o rebanho. 14.Que o meu se­nhor vá, pois, adiante de seu servo; eu seguirei devagar, ao passo do rebanho que vai adiante de mim, e ao passo dos meninos, até que chegue à casa de meu senhor em Seir”. 15.“Permita-me ao menos – disse-lhe Esaú – deixar-te uma parte de meus homens.” “Não é necessário – disse Jacó – basta-me ter achado graça aos olhos do meu senhor!” 16.No mesmo dia, Esaú retomou o caminho de Seir. 17.Jacó partiu para Sucot, onde, tendo edificado uma casa, cons­truiu também cabanas para o seu rebanho. Daí o nome de Sucot dado a esse lugar.* 18.De volta de Padã-Aram, Jacó chegou sem contratempos à cidade de Siquém, na terra de Canaã. E acampou diante da cidade. 19.Comprou por cem moedas de prata aos filhos de Hemor, pai de Siquém, o pedaço de terra onde havia armado sua tenda. 20.Levantou ali um altar, ao qual chamou El, Deus de Israel.

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