DESAFIO: "A BÍBLIA EM UM ANO"

Centésimo quadragésimo dia: Alexandre Bala e Jônatas

Na leitura de hoje já vamos perceber a figura de Alexandre Bala, ele é filho de Antíoco V que havia sido morto por conta da batalha com Demétrio II, Alexandre Bala vai querer ocupar o trono no lugar de Demétrio e para tanto ele mesmo chega até Ptolemaida no Egito e se auto-proclama rei. Neste contesto vamos perceber que tanto a parte ligada a Demétrio II como a parte ligada Alexandre Bala, que são rivais, porém ambos procuram fazer aliança com Jonatas Macabeu tendo em vista as batalhas que Jônatas venceu, tendo em vista um aliado poderoso que Jônatas se tornou então tanto da parte de Demétrio. Faça a leitura de preferencia em sua Bíblia dos capítulos 10, 11 e 12 do primeiro livro dos Macabeus (1Mc).

Primeiro Livro dos Macabeus

Alexandre Bala.
Jônatas torna-se seu partidário

10.   1.No ano cento e sessenta, Alexandre Epífanes, filho de Antíoco, embarcou e veio ocupar Ptolemaida, onde foi acolhido e proclamado rei.* 2.Soube-o o rei Demétrio, que reuniu um numero­síssimo exército e o atacou. 3.Enviou a Jônatas uma carta, em termos pacíficos, para lisonjeá-lo, 4.dizendo consigo mesmo: “Apressemo-nos em fazer a paz com ele, antes que a faça com Alexandre contra nós. 5.Porque certamente ele se lembra do mal que lhe causamos, assim como a seus irmãos e à sua raça”. 6.Concedeu-lhe autorização para recrutar tropas, fabricar armas e ser seu aliado. Mandou-lhe entregar os reféns aprisionados na fortaleza. 7.Jônatas veio então a Jerusalém e leu a carta diante de todo o povo e das tropas que ocupavam a fortaleza. 8.Estes ficaram tomados de um grande medo, quando souberam que o rei lhe havia permitido levantar um exército. 9.Os guardas lhe entregaram os reféns e ele os entregou a seus pais. 10.Ficou habitando em Jerusalém e começou a edificar e restaurar a cidade. 11.Ordenou aos que executavam os trabalhos, que construíssem ao redor do monte Sião um muro de pedras de cantaria para sua fortificação. E assim foi feito. 12.Os estrangeiros que se achavam nas fortalezas edificadas por Báquides fugiram. 13.Cada qual deixou seu posto para se refugiar no seu país. 14.Sobraram somente em Betsur alguns dos desertores da Lei e dos preceitos. Era ali seu lugar de refúgio. 15.Entretanto, soube o rei Alexandre da carta que Demétrio havia feito a Jônatas, e contaram-lhe as batalhas e feitos deste e de seus irmãos, como também os trabalhos que tinham suportado. 16.“Poderíamos acaso encontrar – disse ele – um homem semelhante a este? Procuremos imediatamente fazê-lo nosso amigo e aliado.” 17.Escreveu-lhe então e mandou-lhe uma carta lavrada nestes termos: 18.“O rei Alexandre a seu irmão Jônatas, saudações! 19.Ouvimos dizer de ti, que tu és um homem poderoso e forte, e que mereces a nossa amizade. 20.Por isso, te constituímos desde agora sumo sacerdote de teu povo e te outorgamos o título de amigo do rei – mandou-lhe uma toga de púrpura e uma coroa de ouro – e pedimos-te escolher nosso partido e conservar-nos tua amizade”. 21.No sétimo mês do ano cento e sessenta, pela festa dos Tabernáculos, revestiu-se Jônatas da túnica sagrada. Organizou um exército e ajuntou armas em quantidade. 22.Demétrio foi informado de tudo isso e inquietou-se: 23.“Como fomos deixar que Alexandre nos precedesse, travando com os judeus uma amizade que o fortifica? 24.Eu também vou escrever-lhe belas palavras, títulos e presentes, para que eles passem ao meu lado e venham em meu auxílio”. 25.E ele mandou-lhes levar uma mensagem nestes termos: “O rei Demétrio ao povo dos judeus, saudações! 26.Vós observastes nossos acordos, permanecestes fiéis à nossa amizade e não fizestes convenções com nossos inimigos. Nós o sabemos e regozijamo-nos com isso. 27.Ainda agora continuai a nos conservar a mesma fidelidade e vos recompensaremos do que fareis por nós. 28.Nós vos isentaremos dos muitos impostos e vos cumula­remos de presentes. 29.Desde agora concedemo-vos a todos os judeus dispensa dos impostos, da taxa do sal e das coroas.* 30.Ao terço dos produtos do solo e à metade dos frutos das árvores, que me pertencem, eu renuncio, a partir deste dia, a cobrar na terra de Judá e nos três distritos da Samaria e da Galileia, que lhe estão anexos. Isso desde agora e para sempre. 31.Que Jerusalém seja sagrada e isenta, com seu território, dos dízimos e dos impostos. 32.Renuncio também a todo poder sobre a fortaleza de Jerusalém e a entrego ao sumo sacerdote, para que ele coloque ali como guardas os homens que ele quiser. 33.Concedo gratuitamente a liberdade a todo cidadão judeu, em cativeiro no meu reino e todos serão isentos de impostos, mesmo sobre seu gado. 34.Todos os dias solenes, os sábados, as neomênias, as festas prescritas, os três dias anteriores às solenidades e os três dias posteriores, sejam dias de imunidade e de isenção para todos os judeus que habitam em meu reino. 35.Ninguém poderá perseguir ou molestar quem quer que seja dentre eles, por motivo algum. 36.Que se alistem no exército do rei até trinta mil judeus e que lhes sejam dados os mesmos direitos que às tropas reais. 37.Alguns deles serão colocados nas grandes fortalezas do rei, outros serão designados para postos de confiança no reino. Seus chefes e seus oficiais serão escolhidos entre eles, seguirão suas próprias leis, como o exige o rei para a Judeia. 38.Os três distritos da Samaria que foram anexados à Judeia lhe serão incorporados de maneira que sejam considerados como sendo um só com ela, e não obedeçam a nenhuma outra autoridade a não ser à do sumo sacerdote. 39.Faço de Ptolemaida e de seu território doação ao templo de Jerusalém, para prover seu sustento. 40.Darei também cada ano quinze mil siclos de prata das rendas do rei, provenientes dos seus domínios. 41.Todo o dinheiro que os administradores dos negócios não tiverem despendido, e que lhes sobrar, como nos anos passados, será destinado à construção do templo. 42.Além disso, será feita a entrega dos cinco mil siclos de prata cobrados cada ano das rendas do templo, porque essa soma pertence aos sacerdotes que prestam o serviço litúrgico. 43.Todo aquele que se refugiar no Templo de Jerusalém ou no seu recinto, por motivo de dívida ao fisco, ou por qualquer coisa que seja, será poupado, bem como tudo o que ele possui no meu reino. 44.As despesas para os trabalhos da construção e restauração do templo serão postas na conta do rei. 45.Do mesmo modo, as despesas para a construção dos muros e do recinto da cidade ficarão a cargo das rendas do rei, bem como os gastos da construção das outras fortificações na Judeia”. 46.Quando Jônatas e o povo ouviram essas propostas, não acreditaram e não quiseram aceitá-las, lembrando-se de todo o mal que Demétrio havia causado a Israel e do quanto ele os havia oprimido. 47.Escolheram então o partido de Alexandre, porque ele tinha sido o primeiro a lhes falar de paz, e foram sempre seus auxiliares. 48.Alexandre reuniu um grande exército e veio ao encontro de Demétrio. 49.Os dois reis travaram combate, mas o exército de Demétrio fugiu. Perseguiu-o Alexandre, obtendo pleno êxito. 50.Combateu com ardor até o pôr do sol e Demétrio morreu nesse mesmo dia.

Núpcias de Alexandre

51.Então, Alexandre enviou embaixadores a Ptolomeu, rei do Egito, com a missão de lhe dizer: 52.“Eis-me de volta ao solo do meu reino e assentado no trono de meus pais. Recobrei o poder, derrotei Demétrio e tomei posse de meu país. 53.Travei batalha com ele, venci-o com seu exército e subi ao trono onde ele reinava. 54.Façamos agora laços de amizade. Dá-me tua filha como esposa e serei teu genro, e vos cumularei, a ti e a ela, com presentes dignos de vós”. 55.O rei Ptolomeu respondeu: “Venturoso o dia em que entraste na terra de teus pais e te assentaste no trono de seu reino! 56.Por isso, te darei o que me pedes. Mas vem ter comigo em Ptolemaida, para que nos vejamos, e farei de ti o meu genro como desejas”. 57.Partiu Ptolomeu do Egito com sua filha Cleópatra e dirigiu-se a Ptolemaida no ano cento e sessenta e dois. 58.Deu-a em casamento a Alexandre que veio-lhe ao encontro e celebrou as bodas com real magnificência. 59.O rei Alexandre escreveu também a Jônatas para que viesse procurá-lo. 60.Este se dirigiu a Ptolemaida, onde, com pompa, encontrou os dois reis. Ofereceu-lhes, como também a seus amigos, prata, ouro e numerosos presentes e conquistou sua total confiança. 61.Todavia, alguns perversos de Israel reuniram-se contra ele e esses ímpios quiseram acusá-lo, mas o rei não lhes deu atenção. 62.Ordenou até mesmo que se tirassem as vestes de Jônatas, para revesti-lo de púrpura. E assim fizeram. E o rei fê-lo assentar-se junto de si. 63.Disse também aos grandes de sua corte: “Saí com ele para o centro da cidade e proclamai que ninguém o acuse, sob qualquer pretexto, e que ninguém o moleste de maneira alguma”. 64.Quando seus acusadores o viram assim exaltado publicamente e revestido de púrpura, fugiram. 65.Honrou-o o rei, inscreveu-o entre seus primeiros amigos e deu-lhe o título de chefe do exército e de governador. 66.Após isso, regressou Jônatas a Jerusalém, tranquilo e alegre.

Atividade de Jônatas no tempo de Demétrio II

67.No ano cento e sessenta e cinco, Demétrio, filho de Demétrio, voltou de Creta à terra de seus pais.* 68.Com essa notícia, Alexandre, muito contristado, partiu para Antioquia. 69.Demétrio constituiu Apolônio como governador da Celessíria. Este levantou um poderoso exército, que ele reuniu em Jâmnia, e mandou avisar ao sumo sacerdote Jônatas:* 70.“Só tu nos resistes e, por causa de ti, eu me tornei objeto de zombarias e de opróbrio. Por que te fazes de arrogante diante de nós, em tuas montanhas?* 71.Se tens ainda confiança em tuas tropas, desce agora das montanhas a nós na planície, onde nos poderemos medir, porque tenho comigo a força das cidades. 72.Informa-te e saberás quem sou eu e quem são os meus aliados. Estes também dizem que não podereis manter-vos de pé diante de nós, porque já duas vezes teus pais foram afugentados em sua própria terra. 73.Hoje não poderás mais resistir à nossa cavalaria e a um tal exército, nesta planície, onde não há nem pedra nem rochedo nem esconderijo algum para se refugiar”. 74.Ao ouvir as palavras de Apolônio, indignou-se Jônatas. Tomando consigo dez mil homens, saiu de Jerusalém. Seu irmão Simão trouxe-lhe reforço. 75.Veio acampar perto de Jope que, possuindo uma guarnição de Apolônio, fechou-lhe suas portas. Jônatas atacou-a. 76.Os habitantes, espantados, abriram-lhe as portas e assim Jônatas conquistou Jope. 77.Ao saber disso, Apolônio pôs a caminho três mil cavaleiros e um poderoso exército 78.e de lá dirigiu-se para Azoto, como se fosse atravessá-la. Ao mesmo tempo, ganhou a planície, porque possuía uma numerosa cavalaria, na qual depositava confiança. Jônatas perseguiu-o até Azoto, e os dois exércitos chocaram-se. 79.Apolônio havia deixado escondidos mil cavaleiros, para pegar os judeus de emboscada. 80.Mas Jônatas foi informado dessa emboscada dirigida contra ele. Os inimigos cercavam sua formação e, desde a manhã até o pôr do sol, atacaram seus homens. 81.O povo permanecia firme em suas fileiras como Jônatas havia ordenado, enquanto que os cavaleiros do inimigo se fatigavam. 82.Em seguida, Simão avançou com sua tropa e travou uma batalha contra a falange, quando a cavalaria já estava enfraquecida. O inimigo, aniquilado, foi posto em fuga. 83.Os cavaleiros se dispersaram pela planície, e os fugitivos alcançaram Azoto, onde se refugiaram no templo de Dagon, seu ídolo, para ali se porem em segurança. 84.Jônatas incendiou Azoto e todos os povoados das circunvizinhanças depois de tê-los pilhado. Queimou o templo de Dagon com todos os que estavam ali refugiados. 85.O número dos que pereceram pela espada ou pelo fogo foi cerca de oito mil. 86.Jônatas partiu dali e foi acampar diante de Ascalon, cujos habitantes saíram-lhe ao encontro, rendendo-lhe grandes honras. 87.Em seguida, alcançou Jerusalém com seus companheiros, carregados de espólios. 88.Quando o rei Alexandre soube desses acontecimentos, quis honrar ainda mais Jônatas. 89.Mandou-lhe uma fivela de ouro, como se concedia aos pais dos reis, e deu-lhe como propriedade pessoal Acaron e seu território.

Declínio e morte de Alexandre 

11.   1.O rei do Egito reuniu um exército tão numeroso como a areia que cobre a praia do mar, bem como uma considerável frota, e por astúcia procurou apoderar-se do reino de Alexandre, para anexá-lo ao seu. 2.Chegou à Síria com pala­vras de paz. Por isso, os habitantes das cidades lhe abriam suas portas e lhe vinham ao seu encontro, porque o rei Alexandre havia mandado acolhê-lo, já que era seu sogro. 3.Mas Ptolomeu, logo que entrava numa cidade, deixava ali tropas para assegurar-se dela. 4.Quando se aproximou de Azoto, mostraram-lhe o templo de Dagon des­truído pelo fogo, a própria Azoto e os arrabaldes da cidade em ruínas, os cadáveres espalhados por terra e os restos calcinados daqueles que haviam sido queimados na guerra, postos em montes sobre seu caminho. 5.Acusaram igualmente Jônatas, contando ao rei tudo o que ele havia feito. Mas o rei guardou silêncio. 6.Jônatas veio-lhe ao encontro com pompa até Jope, onde se saudaram mutuamente e ali passaram a noite. 7.Em seguida, Jônatas acompanhou o rei até o rio, chamado Elêutero e voltou a Jerusalém. 8.O rei Ptolomeu estabeleceu assim seu poderio sobre todas as cidades, da costa até a cidade marítima de Selêucia, forjando maus desígnios contra Alexandre. 9.Mandou dizer ao rei Demétrio: “Vem, façamos juntos uma aliança; eu te darei minha filha, a mulher de Alexandre, e tu reinarás no reino de teu pai. 10.Lamento com razão ter-lhe dado minha filha, porque ele procurou matar-me”. 11.E acusava-o assim porque cobiçava seu reino. 12.Retomou-lhe sua filha para dá-la a Demétrio, separando-se dele e manifestando-lhe assim sua inimizade pública. 13.Ptolomeu entrou em Antioquia e cingiu-se com um duplo diadema: o do Egito e o da Ásia. 14.Nesse ínterim, o rei Alexandre acha­va-se na Cilícia, cujos habitantes se haviam revoltado; 15.mas, logo avisado, veio para travar o combate. Ptolomeu fez sair seu exército, avançou com forças imponentes e o pôs em fuga. 16.Enquanto o rei Ptolomeu triunfava, Alexandre chegou à Arábia, para procurar ali um asilo, 17.mas o árabe Zabdiel mandou cortar-lhe a cabeça e enviou-a ao rei do Egito. 18.Ptolomeu morreu três dias depois. E as guarnições que ele havia posto nas fortalezas foram massacradas pelos habitantes das cidades vizinhas.

Demétrio e Jônatas

19.Demétrio começou a reinar pelo ano cento e sessenta e sete. 20.Nessa época, Jônatas convocou os homens da Judeia para atacar a fortaleza de Jerusalém e construiu, com esse intuito, numerosas máquinas de guerra. 21.Imediatamente alguns ímpios, animados de ódio para com sua própria nação, dirigiram-se ao rei e lhe contaram que Jônatas sitiava a fortaleza. 22.Com essa notícia, ele se irritou e, pondo-se logo a caminho, alcançou Ptolemaida. De lá escreveu a Jônatas que não atacasse a fortaleza e que viesse ter com ele o mais depressa possível, para conferenciar com ele. 23.Mas Jônatas, logo que recebeu a mensagem, deu ordem para continuar o cerco e, escolhendo alguns dos mais antigos de Israel e alguns sacerdotes, entregou-se ao perigo. 24.Levou consigo ouro, prata, vestes e inúmeros outros presentes e foi a Ptolemaida encontrar-se com o rei, ante o qual encontrou graça. 25.Com efeito, ainda que alguns renegados de sua nação o combatessem, 26.o rei tratou-o como o haviam feito seus predecessores e o exaltou à vista de seus cortesãos. 27.Confirmou-o no sumo sacerdócio e em todos os títulos que ele recebera anteriormente, e o considerou como um de seus primeiros amigos. 28.Jônatas pediu ao rei que lhe concedesse imunidade de impostos na Judeia e nos três distritos da Samaria, prometendo-lhe em troca trezentos talentos. 29.Consentiu o rei e escreveu a Jônatas sobre esse assunto uma carta assim lavrada: 30.“O rei Demétrio a seu irmão Jôna­tas e ao povo judeu, saudações! 31.Para vossa informação enviamos também a vós uma cópia da carta que escrevemos a vosso respeito a Lástenes, nosso parente: 32.‘O rei Demétrio a seu pai Lástenes, saudações!* 33.Resolvemos fazer bem à nação dos judeus, nossos leais amigos, em vista de seus bons sentimentos a nosso respeito. 34.Confirmamos-lhes, pois, a posse do território da Judeia e dos três distritos de Aferema, de Lida e Ramataim, arrebatados da Samaria, para serem anexados à Judeia. E todos os seus lucros pertencerão aos que sacrificam em Jerusalém, em lugar do tributo que a cada ano o rei cobrava dos frutos da terra e das árvores. 35.Desde agora, deixamos-lhes liberalmente tudo o que nos cabe do dízimo e do imposto, a taxa das salinas e as coroas que nos eram dadas. 36.Destas vontades nada será anulado, nem agora nem nunca’. 37.Cuidai, pois, agora, de fazer uma cópia e entregai-a a Jônatas, para que ela seja gravada e colocada na montanha santa”. 38.Viu Demétrio que a terra estava tranquila diante dele e que nada lhe resistia. Foi por isso que ele licenciou seu exército e mandou seus soldados cada um para sua casa, com exceção das forças mercenárias que ele havia recrutado nas ilhas estrangeiras. Com essa decisão, ele desagradou todas as tropas de seus pais. 39.Todavia, Trifão, antigo partidário de Alexandre, verificando que todo o exército murmurava contra Demétrio, foi procurar Imalcué, o árabe que estava criando An­tíoco, o jovem filho de Alexandre.* 40.Instou para que lhe entregasse o menino, a fim de fazê-lo reinar no lugar de seu pai, contando-lhe tudo o que havia feito Demétrio e a hostilidade que seu exército nutria contra ele. E lá se demorou muitos dias. 41.Nesse meio tempo, Jônatas mandou pedir ao rei Demétrio que retirasse as tropas que se achavam na fortaleza de Jerusalém e de outras fortalezas, porque elas guerrea­vam contra Israel. 42.Demétrio mandou a Jônatas esta resposta: “Não só farei isso por ti e por teu povo, mas cumularei de honras, a ti e a tua nação, assim que tiver ocasião. 43.Agora farias bem em me enviar homens em meu socorro, porque meus soldados me abandonaram”. 44.No mesmo instante, enviou Jônatas a Antioquia três mil homens valorosos, que se ajuntaram ao rei, e este sentiu-se muito feliz com sua chegada. 45.Com efeito, os habitantes da cidade se uniram, em número de aproximadamente cento e vinte mil, com o intuito de matar o rei. 46.Este refugiou-se no seu palácio e o povo, ocupando as ruas da cidade, começou a atacar. 47.Então, o rei chamou os judeus em seu auxílio e todos se agruparam ao redor dele. Depois, espalharam-se pela cidade, matando nesse dia cerca de cem mil homens. 48.Incendiaram a cidade, apoderaram-se nesse mesmo dia de um numeroso espólio e salvaram o rei. 49.Os habitantes viram que os judeus faziam da cidade o que eles queriam e perderam a coragem. Por isso, puseram-se a bradar ao rei: 50.“Dai-nos a mão e que os judeus parem de combater, a nós e à cidade”. 51.Lançaram, pois, suas armas e concluíram a paz, enquanto os judeus, cobertos de glória diante do rei e dos súditos, voltaram a Jerusalém com abun­dantes despojos. 52.Demétrio conservou seu trono e todo o país ficou tranquilo diante dele. 53.Todavia, ele desmentiu sua palavra, separou-se de Jônatas e não lhe pagou mais benevolência com benevolência; ao contrário, tratou-o muito mal.

Campanhas de Jônatas por Antíoco VI

54.Foi após esses acontecimentos que Trifão chegou com Antíoco, que, apesar de jovem ainda, tomou o título de rei e cingiu-se com o diadema. 55.Todas as forças que Demétrio havia despedido agruparam-se ao redor dele, para combater este último que virou as costas e fugiu. 56.Trifão apoderou-se dos elefantes e conquistou Antioquia. 57.O jovem Antíoco escreveu a Jônatas nestes termos: “Eu te confirmo no cargo de sumo sacerdote. Mantenho-te à frente dos quatro distritos e quero que estejas entre os amigos do rei”. 58.Mandou-lhe também vasos de ouro, utensílios, e concedeu-lhe autorização para beber em taças de ouro, para vestir-se de púrpura, para trazer uma fivela de ouro. 59.Constituiu também seu irmão Simão governador da região que se estende da Escada de Tiro até as fronteiras do Egito.* 60.Então, Jônatas pôs-se em campanha, atravessou o país ao longo do rio e percorreu as aldeias. As tropas sírias juntaram-se a ele para lutar a seu lado. Chegou assim a Ascalon, cujos habitantes saíram todos diante dele com sinais de honra.* 61.De lá, seguiu para Gaza, que lhe fechou suas portas; investiu contra ela e pôs fogo nos arredores, depois de saqueá-los. 62.Os habitantes de Gaza imploraram então a Jônatas que lhes estendeu a mão, mas tomou como reféns os filhos dos nobres e os enviou a Jerusalém. Em seguida, atravessou o país até Damasco. 63.Soube Jônatas que os generais de Demétrio tinham chegado a Cedes, na Galileia, com um forte exército, com a intenção de pôr fim à sua atividade. 64.Foi contra eles e deixou na terra seu irmão Simão. 65.Este acampou contra Betsur, combateu por muito tempo e a sitiou. 66.Por fim, os habitantes pediram-lhe a paz. Ele concordou, mas os expulsou da cidade, da qual se apoderou, para estabelecer ali uma guarnição. 67.Jônatas acampou com seu exército perto do lago de Genesar e, pela manhã, muito cedo, penetrou na planície de Asor. 68.Logo o exército estrangeiro avançou contra ele na planície e prepararam emboscadas nas montanhas. Enquanto o exército marchava reto, para a frente, 69.as tropas de emboscada saíram de seu esconderijo e travaram a luta. 70.Todos os homens de Jônatas fugiram. Não ficou nenhum, a não ser Matatias, filho de Absalão, e Judas, filho de Calfi, chefe da milícia. 71.Jônatas rasgou suas vestes, cobriu a cabeça com pó e rezou; 72.em seguida, retornou à luta e fez recuar e fugir o adversário. 73.Os seus companheiros que fugiam perceberam-no e, retornando para junto dele, perseguiram com ele os inimigos até Cedes e seu acampamento. Ali se estabeleceram. 74.Naquele dia, morreram cerca de três mil estrangeiros. E Jônatas voltou a Jerusalém.

Renovação das Alianças

12.   1.Jônatas aproveitou-se das circunstâncias favoráveis e escolheu alguns homens, que enviou a confirmar e renovar a amizade com os romanos. 2.Com esse mesmo objetivo enviou cartas também aos espartanos e a outros países. 3.Os embaixadores chegaram a Roma e dirigiram-se ao senado, onde disseram: “O sumo sacerdote Jônatas e o povo judeu enviaram-nos a vós, para a renovação da amizade e da aliança com eles como outrora”. 4.E deram-lhes, para as autoridades locais, um salvo-conduto, recomendando que os deixassem voltar sãos e salvos à Judeia. 5.Eis a cópia da carta que Jônatas escreveu aos espartanos: 6.“O sumo sacerdote Jônatas, o conselho da nação, os sacerdotes e todo o povo judeu, a seus irmãos espartanos, saudações! 7.Outrora, o sumo sacerdote Onias recebeu de Ario, vosso rei, uma mensagem em que se dizia que éreis nossos irmãos, como o comprova a cópia anexa. 8.Onias acolheu o enviado com honras e aceitou a carta, na qual havia referências à aliança e à amizade. 9.Por nosso lado, embora não tenhamos necessidade dessas vantagens, tendo para nossa consolação os livros santos, que estão em nossas mãos, 10.resolvemos renovar os laços de fraternidade e de amizade convosco, com receio de que nos tornássemos estranhos a vós, porque já decorreu muito tempo após vossa passagem junto a nós. 11.Sem cessar, em to­da ocasião, nas grandes festas e em outros dias solenes, nós nos lembramos de vós, nos sacrifícios que oferecemos e nas nossas preces, como é justo e convenien­te pensar nos irmãos. 12.Alegramo-nos com o que ouvimos dizer de vós. 13.Quanto a nós, vivemos entre tribulações e guerras incontáveis. Todos os reis que nos cercam nos têm combatido. 14.Em todas essas guerras não quisemos, todavia, ser pesados, nem a vós, nem aos outros aliados e amigos, 15.porque temos por auxílio o socorro do céu. Com isso, pudemos escapar dos nossos inimigos, os quais foram humilhados. 16.Escolhemos, pois, a Numênio, filho de Antíoco, e Antípatro, filho de Jasão, e nós os enviamos a renovar, com os romanos, a amizade e a aliança de outrora. 17.Do mesmo modo, encarregamo-los de ir-vos saudar e de entregar-vos, de nossa parte, esta carta, que tem como objetivo reavivar nossa fraternidade. 18.Teríamos muito prazer em receber uma resposta vossa sobre esse assunto.” 19.Eis a cópia da carta enviada outrora: 20.“Ario, rei dos espartanos, ao sumo sacerdote Onias, saudações! 21.Achou-se, num documento sobre os espartanos e os judeus, que estes povos são irmãos e descendem de Abraão. 22.Agora que chegamos ao conhecimento disso, faríeis bem em nos escrever sobre a vossa situação. 23.De nossa parte vos escrevemos: vossos rebanhos e vossos bens são nossos e os nossos são vossos. Enviamo-vos esta mensagem para que sejais informados disso”. 24.Soube Jônatas que os generais de Demétrio tinham voltado com tropas muito mais numerosas que anteriormente, para guerreá-lo. 25.Partiu, pois, de Jerusalém e marchou ao seu encontro no país de Emat, sem lhes deixar tempo para invadir seu próprio país. 26.Mandou espiões ao acampamento dos inimigos. Eles regressaram e lhe contaram que os inimigos se preparavam para lançar-se sobre eles durante a noite. 27.Ao pôr do sol, ordenou Jônatas a seus homens que velassem e empunhassem as armas, prontos para o combate, durante toda a noite, enquanto ele postava sentinelas ao redor de todo o acampamento. 28.Ouvindo falar que Jônatas e seus soldados estavam prontos para o combate, os inimigos ficaram tomados de sobressalto e pavor, e retiraram-se, acendendo fogueiras em seu acampamento. 29.Jônatas e seus companheiros viram queimar os fogos e não perceberam nada até de manhã. 30.Puseram-se então a persegui-los, mas não os apanharam, porque eles haviam atravessado o rio Elêutero. 31.Voltou-se então Jônatas contra os árabes, chamados zabadeus e os derrotou, tomando seus despojos. 32.Em seguida, reuniu seu exército, alcançou Damasco e percorreu toda a região. 33.Por seu lado, Simão investiu até Ascalon e as fortalezas vizinhas. De lá dirigiu-se a Jope e apoderou-se da cidade, 34.porque ouvira falar que os habitantes tinham a intenção de entregar a fortaleza às tropas de Demétrio. Ele colocou, pois, ali, uma guarnição para defendê-la. 35.De volta a Jerusalém, Jônatas convocou os anciãos do povo e tomou com eles a decisão de edificar fortalezas na Judeia, 36.de erguer muralhas em Jerusalém e de construir um muro elevado entre a fortaleza e a cidade, para separá-la desta, isolá-la completamente e impedir que ali se vendesse ou comprasse alguma coisa. 37.Formaram-se grupos para reconstruir a cidade, os quais ergueram de novo o muro da torrente do lado leste, e restauraram a parte cognominada Cafenata. 38.Simão edificou Adida, em Sefela, e a muniu de portas e ferrolhos.

Jônatas prisioneiro

39.No entanto, Trifão planejava reinar sobre a Ásia, tomar o diadema, depois de matar o rei Antíoco. 40.Mas receava que Jônatas não o permitisse e combatesse seus esforços. Por isso, procurou apoderar-se dele e eliminá-lo. Partiu, pois, para Betsã. 41.Jônatas saiu ao seu encontro e atacou Betsã com um exército de quarenta mil homens de escol. 42.Vendo que ele se aproximava com um numeroso exército, Trifão receou lançar-lhe a mão. 43.Recebeu-o com honras, apresentou-o a todos os seus amigos, ofereceu-lhe presentes e ordenou às suas tropas que lhe obedecessem como a ele próprio. 44.Depois disse a Jônatas: “Por que motivo fatigaste todo este povo, uma vez que não estamos em guerra? 45.Envia-os de volta às suas casas e escolhe alguns para ficarem contigo. Após isso, te acompanharei a Ptolemaida e te entregarei a cidade e as outras fortalezas, o restante das tropas e todos os funcionários. Depois eu partirei, porque foi para isso que vim”. 46.Jônatas confiou, fez o que ele dizia e reenviou as tropas, que regressaram à terra de Judá. 47.Reteve todavia três mil homens, dos quais enviou dois mil à Galileia e conservou consigo mil. 48.Mal havia Jônatas entrado em Ptole­maida, os habitantes da cidade fecharam as portas, prenderam-no e passaram a fio de espada todos os que estavam com ele. 49.Por sua vez, Trifão enviou à Galileia e à grande planície um exército e cavalaria, para esmagar os que Jônatas para lá enviara. 50.Mas estes, ouvindo dizer que Jônatas fora preso e morto com todos os seus companheiros, encorajaram-se mutuamente e marcharam em boa ordem, prontos para o combate. 51.Seus perseguidores viram que eles queriam defender sua vida, e regressaram, 52.enquanto os judeus entravam de novo, sãos e salvos, na terra de Judá. Choraram Jônatas e os seus e foram tomados de grande inquietude, e todo o povo caiu na desolação. 53.Todos os povos circunvizinhos procuraram oprimi-los, dizendo entre si: 54.“Eles não têm ninguém para comandá-los nem para socorrê-los. Agora é o momento de atacá-los e destruir sua lembrança dentre os homens”.

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