Continuando o nosso desafio de leitura da Bíblia, iremos finalizar o evangelho segundo São Lucas e meditamos aqui sobre os eventos da paixão, morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, entre eles, a conspiração contra Jesus, a última ceia, a prisão de Jesus, sua crucificação e morte, sua ressurreição e aparições para os discípulos. Jesus é traído por Judas, preso e levado diante de Pilatos e Herodes, que o condenam à morte. Ele é crucificado ao lado de dois malfeitores e morre. No terceiro dia, Jesus ressuscita e aparece para seus seguidores, explicando-lhes as escrituras e dando-lhes instruções antes de ser elevado ao céu. Faça a leitura de preferencia em sua Bíblia dos capítulos 22, 23 e 24 do evangelho segundo São Lucas (Lc).
Lucas
VI – PAIXÃO E RESSURREIÇÃO DE JESUS (22 – 24)
Conspiração contra Jesus
22. 1.Aproximava-se a festa dos pães sem fermento, chamada Páscoa.* 2.Os príncipes dos sacerdotes e os escribas buscavam um meio de matar Jesus, mas temiam o povo. 3.Entretanto, Satanás entrou em Judas, que tinha por sobrenome Iscariotes, um dos Doze. 4.Judas foi procurar os príncipes dos sacerdotes e os oficiais para se entender com eles sobre o modo de lho entregar. 5.Eles se alegraram com isso, e concordaram em lhe dar dinheiro. 6.Também ele se obrigou. E buscava ocasião oportuna para o trair, sem que a multidão o soubesse.
A última Ceia
7.Raiou o dia dos pães sem fermento, em que se devia imolar a Páscoa.* 8.Jesus enviou Pedro e João, dizendo: “Ide e preparai-nos a ceia da Páscoa”. 9.Perguntaram-lhe eles: “Onde queres que a preparemos?”. 10.Ele respondeu: “Ao entrardes na cidade, encontrareis um homem carregando uma bilha de água; segui-o até a casa em que ele entrar, 11.e direis ao dono da casa: O Mestre pergunta-te: Onde está a sala em que comerei a Páscoa com os meus discípulos? 12.Ele vos mostrará no andar superior uma grande sala mobiliada, e ali fazei os preparativos”. 13.Foram, pois, e acharam tudo como Jesus lhes dissera; e prepararam a Páscoa. 14.Chegada que foi a hora, Jesus pôs-se à mesa, e com ele os apóstolos. 15.Disse-lhes: “Tenho desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa, antes de sofrer. 16.Pois vos digo: não tornarei a comê-la, até que ela se cumpra no Reino de Deus”. 17.Pegando o cálice, deu graças e disse: “Tomai este cálice e distribuí-o entre vós. 18.Pois vos digo: já não tornarei a beber do fruto da videira, até que venha o Reino de Deus”. 19.Tomou em seguida o pão e depois de ter dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: “Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim”. 20.Do mesmo modo tomou também o cálice, depois de cear, dizendo: “Este cálice é a Nova Aliança em meu sangue, que é derramado por vós…* 21.Entretanto, eis que a mão de quem me trai está à mesa comigo. 22.O Filho do Homem vai, segundo o que está determinado, mas ai daquele homem por quem ele é traído!”. 23.Perguntavam então os discípulos entre si quem deles seria o que tal haveria de fazer.
Discussão entre os discípulos
24.Surgiu também entre eles uma discussão: qual deles seria o maior. 25.E Jesus disse-lhes: “Os reis dos pagãos dominam como senhores, e os que exercem sobre eles autoridade chamam-se benfeitores.* 26.Que não seja assim entre vós; mas o que entre vós é o maior, torne-se como o último; e o que governa seja como o servo. 27.Pois qual é o maior: o que está sentado à mesa ou o que serve? Não é aquele que está sentado à mesa? Todavia, eu estou no meio de vós, como aquele que serve. 28.E vós tendes permanecido comigo nas minhas provações; 29.eu, pois, disponho do Reino a vosso favor, assim como meu Pai o dispôs a meu favor, 30.para que comais e bebais à minha mesa no meu Reino e vos senteis em tronos, para julgar as doze tribos de Israel”.
Predição da negação de Pedro
31.“Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como o trigo; 32.mas eu roguei por ti, para que a tua confiança não desfaleça; e tu, por tua vez, confirma os teus irmãos.”* 33.Pedro disse-lhe: “Senhor, estou pronto a ir contigo tanto para a prisão como para a morte”. 34.Jesus respondeu-lhe: “Digo-te, Pedro, não cantará hoje o galo, até que três vezes hajas negado que me conheces”. 35.Depois ajuntou: “Quando vos mandei sem bolsa, sem mochila e sem calçado, faltou-vos porventura alguma coisa?”. Eles responderam: “Nada”. 36.“Mas agora” – disse-lhes ele –, “aquele que tem uma bolsa, tome-a; aquele que tem uma mochila, tome-a igualmente; e aquele que não tiver uma espada, venda sua capa para comprar uma. 37.Pois vos digo: é necessário que se cumpra em mim ainda este oráculo: E foi contado entre os malfeitores (Is 53,12). Com efeito, aquilo que me diz respeito está próximo de se cumprir.” 38.Eles replicaram: “Senhor, eis aqui duas espadas”. “Basta” – respondeu ele.*
Suprema angústia
39.Conforme o seu costume, Jesus saiu dali e dirigiu-se para o monte das Oliveiras, seguido dos seus discípulos. 40.Ao chegar àquele lugar, disse-lhes: “Orai para que não caiais em tentação”. 41.Depois se afastou deles à distância de um tiro de pedra e, ajoelhando-se, orava: 42.“Pai, se é de teu agrado, afasta de mim este cálice! Não se faça, todavia, a minha vontade, mas sim a tua”. 43.Apareceu-lhe então um anjo do céu para confortá-lo. 44.Ele entrou em agonia e orava ainda com mais instância, e seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra. 45.Depois de ter rezado, levantou-se, foi ter com os discípulos e achou-os adormecidos de tristeza. 46.Disse-lhes: “Por que dormis? Levantai-vos, orai, para não cairdes em tentação”.
Prisão de Jesus
47.Ele ainda falava, quando apareceu uma multidão de gente; e à testa deles vinha um dos Doze, que se chamava Judas. Achegou-se de Jesus para o beijar. 48.Jesus perguntou-lhe: “Judas, com um beijo trais o Filho do Homem!”. 49.Os que estavam ao redor dele, vendo o que ia acontecer, perguntaram: “Senhor, devemos atacá-los à espada?”. 50.E um deles feriu o servo do príncipe dos sacerdotes, decepando-lhe a orelha direita. 51.Mas Jesus interveio: “Deixai, basta”. E, tocando na orelha daquele homem, curou-o. 52.Voltando-se para os príncipes dos sacerdotes, para os oficiais do templo e para os anciãos que tinham vindo contra ele, disse-lhes: “Saístes armados de espadas e cacetes, como se viésseis contra um ladrão. 53.Entretanto, eu estava todos os dias convosco no templo, e não estendestes as mãos contra mim; mas esta é a vossa hora e do poder das trevas”.
Negação de Pedro
54.Prenderam-no então e conduziram-no à casa do príncipe dos sacerdotes. Pedro seguia-o de longe. 55.Acenderam um fogo no meio do pátio, e sentaram-se em redor. Pedro veio sentar-se com eles. 56.Uma criada percebeu-o sentado junto ao fogo, encarou-o de perto e disse: “Também este homem estava com ele”. 57.Mas ele negou-o: “Mulher, não o conheço”. 58.Pouco depois, viu-o outro e disse-lhe: “Também tu és um deles”. Pedro respondeu: “Não, eu não o sou”. 59.Passada quase uma hora, afirmava um outro: “Certamente também este homem estava com ele, pois também é galileu”. 60.Mas Pedro disse: “Meu amigo, não sei o que queres dizer.” E, no mesmo instante, quando ainda falava, cantou o galo. 61.Voltando-se o Senhor, olhou para Pedro. Então, Pedro se lembrou da palavra do Senhor: “Hoje, antes que o galo cante, tu me negarás três vezes”. 62.Saiu dali e chorou amargamente.
Jesus diante do conselho
63.Entretanto, os homens que guardavam Jesus escarneciam dele e davam-lhe bofetadas. 64.Cobriam-lhe o rosto e diziam: “Adivinha quem te bateu!”. 65.E injuriavam-no ainda de outros modos. 66.Ao amanhecer, reuniram-se os anciãos do povo, os príncipes dos sacerdotes e os escribas, e mandaram trazer Jesus ao seu conselho. 67.Perguntaram-lhe: “Dize-nos se és o Cristo!” Respondeu-lhes ele: “Se eu vo-lo disser, não me acreditareis; 68.e se vos fizer qualquer pergunta, não me respondereis. 69.Mas, doravante, o Filho do Homem estará sentado à direita do poder de Deus”. 70.Então, perguntaram todos: “Logo, tu és o Filho de Deus?”. Respondeu: “Sim, eu sou. 71.Eles então exclamaram: “Temos nós ainda necessidade de testemunho? Nós mesmos o ouvimos de sua boca”.
Jesus diante de Pilatos
23. 1.Levantou-se a sessão e conduziram Jesus diante de Pilatos,* 2.e puseram-se a acusá-lo: “Temos encontrado este homem excitando o povo à revolta, proibindo pagar imposto ao imperador e dizendo-se Messias e rei”. 3.Pilatos perguntou-lhe: “És tu o rei dos judeus?” Jesus respondeu: “Sim”. 4.Declarou Pilatos aos príncipes dos sacerdotes e ao povo: “Eu não acho neste homem culpa alguma”. 5.Mas eles insistiam fortemente: “Ele revoluciona o povo ensinando por toda a Judeia, a começar da Galileia até aqui”. 6.A essas palavras, Pilatos perguntou se ele era galileu. 7.E, quando soube que era da jurisdição de Herodes, enviou-o a Herodes, pois justamente naqueles dias se achava em Jerusalém.*
Jesus diante de Herodes
8.Herodes alegrou-se muito em ver Jesus, pois de longo tempo desejava vê-lo, por ter ouvido falar dele muitas coisas, e esperava presenciar algum milagre operado por ele. 9.Dirigiu-lhe muitas perguntas, mas Jesus nada respondeu. 10.Ali estavam os príncipes dos sacerdotes e os escribas, acusando-o com violência. 11.Herodes, com a sua guarda, tratou-o com desprezo, escarneceu dele, mandou revesti-lo de uma túnica branca e reenviou-o a Pilatos.12.Naquele mesmo dia, Pilatos e Herodes fizeram as pazes, pois antes eram inimigos um do outro.
Condenado à morte
13.Pilatos convocou então os príncipes dos sacerdotes, os magistrados e o povo, e disse-lhes: 14.“Apresentastes-me este homem como agitador do povo, mas, interrogando-o eu diante de vós, não o achei culpado de nenhum dos crimes de que o acusais. 15.Nem tampouco Herodes, pois no-lo devolveu. Portanto, ele nada fez que mereça a morte. 16.Por isso, eu o soltarei depois de o castigar”. 17.[Acontecia que em cada festa ele era obrigado a soltar-lhes um preso.] 18.Todo o povo gritou a uma voz: “À morte com este, e solta-nos Barrabás.” 19.(Este homem fora lançado ao cárcere devido a uma revolta levantada na cidade, por causa de um homicídio.) 20.Pilatos, porém, querendo soltar Jesus, falou-lhes de novo, 21.mas eles vociferavam: “Crucifica-o! Crucifica-o!”. 22.Pela terceira vez, Pilatos ainda interveio: “Mas que mal fez ele, então? Não achei nele nada que mereça a morte; irei, portanto, castigá-lo e, depois, o soltarei”. 23.Mas eles instavam, reclamando em altas vozes que fosse crucificado, e os seus clamores recrudesciam. 24.Pilatos pronunciou então a sentença que lhes satisfazia o desejo. 25.Soltou-lhes aquele que eles reclamavam e que havia sido lançado ao cárcere por causa do homicídio e da revolta, e entregou Jesus à vontade deles.
Caminho da cruz e morte de Cristo
26.Enquanto o conduziam, detiveram um certo Simão de Cirene, que voltava do campo, e impuseram-lhe a cruz para que a carregasse atrás de Jesus. 27.Seguia-o uma grande multidão de povo e de mulheres, que batiam no peito e o lamentavam. 28.Voltando-se para elas, Jesus disse: “Filhas de Jerusalém, não choreis sobre mim, mas chorai sobre vós mesmas e sobre vossos filhos. 29.Porque virão dias em que se dirá: Felizes as estéreis, os ventres que não geraram e os peitos que não amamentaram! 30.Então, dirão aos montes: Caí sobre nós! E aos outeiros: Cobri-nos!* 31.Porque, se eles fazem isso ao lenho verde, que acontecerá ao seco?”. 32.Eram conduzidos ao mesmo tempo dois malfeitores para serem mortos com Jesus. 33.Chegados que foram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram, como também os ladrões, um à direita e outro à esquerda. 34.E Jesus dizia: “Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem”. Eles dividiram as suas vestes e as sortearam. 35.A multidão conservava-se lá e observava. Os príncipes dos sacerdotes escarneciam de Jesus, dizendo: “Salvou a outros, que se salve a si próprio, se é o Cristo, o escolhido de Deus!”. 36.Do mesmo modo zombavam dele os soldados. Aproximavam-se dele, ofereciam-lhe vinagre e diziam: 37.“Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo”. 38.Por cima de sua cabeça pendia esta inscrição: “Este é o rei dos judeus”. 39.Um dos malfeitores, ali crucificados, blasfemava contra ele: “Se és o Cristo, salva-te a ti mesmo e salva-nos a nós!”. 40.Mas o outro o repreendeu: “Nem sequer temes a Deus, tu que sofres no mesmo suplício? 41.Para nós isto é justo: recebemos o que mereceram os nossos crimes, mas este não fez mal algum.” 42.E acrescentou: “Jesus, lembra-te de mim, quando tiveres entrado no teu Reino!”. 43.Jesus respondeu-lhe: “Em verdade te digo: hoje estarás comigo no paraíso”. 44.Era quase à hora sexta e em toda a terra houve trevas até a hora nona.* 45.Escureceu-se o sol e o véu do templo rasgou-se pelo meio. 46.Jesus deu então um grande brado e disse: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. E, dizendo isso, expirou.* 47.Vendo o centurião o que acontecia, deu glória a Deus e disse: “Na verdade, este homem era um justo”. 48.E toda a multidão dos que assistiam a esse espetáculo e viam o que se passava voltou batendo no peito. 49.Os amigos de Jesus, como também as mulheres que o tinham seguido desde a Galileia, conservavam-se a certa distância, e observavam estas coisas.
Sepultura
50.Havia um homem, por nome José, membro do conselho, homem reto e justo. 51.Ele não havia concordado com a decisão dos outros nem com os atos deles. Originário de Arimateia, cidade da Judeia, esperava ele o Reino de Deus. 52.Foi ter com Pilatos e lhe pediu o corpo de Jesus. 53.Ele o desceu da cruz, envolveu-o em um pano de linho e colocou-o num sepulcro, escavado na rocha, onde ainda ninguém havia sido depositado. 54.Era o dia da Preparação e já ia principiar o sábado.* 55.As mulheres, que tinham vindo com Jesus da Galileia, acompanharam José. Elas viram o túmulo e o modo como o corpo de Jesus ali fora depositado. 56.Elas voltaram e prepararam aromas e bálsamos. No dia de sábado, observaram o preceito do repouso.
Ressurreição
24. 1.No primeiro dia da semana, muito cedo, dirigiram-se ao sepulcro com os aromas que haviam preparado. 2.Acharam a pedra removida longe da abertura do sepulcro. 3.Entraram, mas não encontraram o corpo do Senhor Jesus. 4.Não sabiam elas o que pensar, quando apareceram em frente delas dois personagens com vestes resplandecentes. 5.Como estivessem amedrontadas e voltassem o rosto para o chão, disseram-lhes eles: “Por que buscais entre os mortos aquele que está vivo? 6.Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos de como ele vos disse, quando ainda estava na Galileia: 7.O Filho do Homem deve ser entregue nas mãos dos pecadores e crucificado, mas ressuscitará ao terceiro dia”. 8.Então, elas se lembraram das palavras de Jesus. 9.Voltando do sepulcro, contaram tudo isso aos Onze e a todos os demais. 10.Eram elas Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago; as outras suas amigas relataram aos apóstolos a mesma coisa. 11.Mas essas notícias pareciam-lhes como um delírio, e não lhes deram crédito. 12.Contudo, Pedro correu ao sepulcro; inclinando-se para olhar, viu só os panos de linho na terra. Depois, retirou-se para a sua casa, admirado do que acontecera.
Os discípulos de Emaús
13.Nesse mesmo dia, dois discípulos caminhavam para uma aldeia chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios.* 14.Iam falando um com o outro de tudo o que se tinha passado. 15.Enquanto iam conversando e discorrendo entre si, o mesmo Jesus aproximou-se deles e caminhava com eles. 16.Mas os olhos estavam-lhes como que vendados e não o reconheceram. 17.Perguntou-lhes, então: “De que estais falando pelo caminho, e por que estais tristes?” 18.Um deles, chamado Cléofas, respondeu-lhe: “És tu acaso o único forasteiro em Jerusalém que não sabe o que nela aconteceu estes dias?”. 19.Perguntou-lhes ele: “Que foi?”. Disseram: “A respeito de Jesus de Nazaré… Era um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo. 20.Os nossos sumos sacerdotes e os nossos magistrados o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. 21.Nós esperávamos que fosse ele quem haveria de restaurar Israel e agora, além de tudo isso, é hoje o terceiro dia que essas coisas sucederam. 22.É verdade que algumas mulheres dentre nós nos alarmaram. Elas foram ao sepulcro, antes do nascer do sol; 23.e, não tendo achado o seu corpo, voltaram, dizendo que tiveram uma visão de anjos, os quais asseguravam que está vivo. 24.Alguns dos nossos foram ao sepulcro e acharam-no assim como as mulheres tinham dito, mas a ele mesmo não viram”. 25.Jesus lhes disse: “Ó gente sem inteligência! Como sois tardos de coração para crerdes em tudo o que anunciaram os profetas! 26.Porventura não era necessário que Cristo sofresse essas coisas e assim entrasse na sua glória?”. 27.E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava dito em todas as Escrituras. 28.Aproximaram-se da aldeia para onde iam e ele fez como se quisesse passar adiante. 29.Mas eles forçaram-no a parar: “Fica conosco, já é tarde e já declina o dia”. Entrou então com eles. 30.Aconteceu que, estando sentado conjuntamente à mesa, ele tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e serviu-lho.* 31.Então, se lhes abriram os olhos e o reconheceram… mas ele desapareceu. 32.Diziam então um para o outro: “Não se nos abrasava o coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?”. 33.Levantaram-se na mesma hora e voltaram a Jerusalém. Aí acharam reunidos os Onze e os que com eles estavam. 34.Todos diziam: “O Senhor ressuscitou verdadeiramente e apareceu a Simão”. 35.Eles, por sua parte, contaram o que lhes havia acontecido no caminho e como o tinham reconhecido ao partir o pão.
Aparição aos discípulos
36.Enquanto ainda falavam dessas coisas, Jesus apresentou-se no meio deles e disse-lhes: “A paz esteja convosco!”. 37.Perturbados e espantados, pensaram estar vendo um espírito. 38.Mas ele lhes disse: “Por que estais perturbados, e por que essas dúvidas nos vossos corações? 39.Vede minhas mãos e meus pés, sou eu mesmo; apalpai e vede: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que tenho”. 40.E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés. 41.Mas, vacilando eles ainda e estando transportados de alegria, perguntou: “Tendes aqui alguma coisa para comer?”. 42.Então, ofereceram-lhe um pedaço de peixe assado. 43.Ele tomou e comeu à vista deles. 44.Depois lhes disse: “Isto é o que vos dizia quando ainda estava convosco: era necessário que se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos profetas e nos Salmos.”* 45.Abriu-lhes então o espírito, para que compreendessem as Escrituras, dizendo: 46.“Assim é que está escrito, e assim era necessário que Cristo padecesse, mas que ressurgisse dos mortos ao terceiro dia. 47.E que em seu nome se pregasse a penitência e a remissão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. 48.Vós sois as testemunhas de tudo isso. 49.Eu vos mandarei o Prometido de meu Pai; entretanto, permanecei na cidade, até que sejais revestidos da força do alto”.* 50.Depois os levou para Betânia e, levantando as mãos, os abençoou. 51.Enquanto os abençoava, separou-se deles e foi arrebatado ao céu. 52.Depois de o terem adorado, voltaram para Jerusalém com grande júbilo. 53.E permaneciam no templo, louvando e bendizendo a Deus.