Na continuação do nosso desafio, meditamos em uma passagem onde o profeta é instruído a profetizar contra os falsos profetas de Israel. Deus está descontente com esses profetas que profetizam de sua própria cabeça, sem terem realmente visões de Deus. Eles enganam o povo de Israel com suas palavras e predições falsas. Deus promete castigá-los e retirá-los do meio do seu povo. Além disso, Deus também adverte contra a idolatria e a consulta a ídolos, afirmando que aqueles que se afastarem dele e adorarem ídolos serão punidos. O texto sagrado também fala sobre a responsabilidade individual de cada pessoa diante de Deus e a possibilidade de sobrevivência em meio ao juízo divino. A passagem termina com uma comparação entre a madeira da videira, que é lançada ao fogo, e os habitantes de Jerusalém, que serão condenados por sua infidelidade a Deus. Faça a leitura de preferencia em sua Bíblia dos capítulos 13, 14 e 15 do livro de Ezequiel (Ez).
Ezequiel
Falsos profetas
13. 1.A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos: 2.“Filho do homem, profetiza contra os profetas israelitas que pretendem profetizar, dize àqueles que profetizam de sua própria cabeça: escutai a palavra do Senhor: 3.eis o que diz o Senhor Javé: ai dos profetas insensatos que seguem sua própria inspiração sem terem tido realmente visão alguma. 4.Assim como chacais nos esconderijos, tais são os teus profetas, ó Israel. 5.Não subistes por sobre as brechas para refazer um muro à casa de Israel, a fim de poder estar seguro no combate no dia do Senhor.* 6.Veem só visões disparatadas, só fazem predições enganosas, eles que dizem: oráculo do Senhor, quando o Senhor não os enviou; e, todavia, esperam a realização de sua palavra. 7.Não é verdade que não tendes senão visões ineptas e não fazeis senão predições enganadoras, quando dizeis: oráculo do Senhor, quando não falei coisa alguma? 8.E, por isso, eis o que diz o Senhor Javé: porque proferis oráculos enganadores e tendes visões mentirosas, vou castigar-vos – oráculo do Senhor Javé. 9.Estenderei minha mão contra esses profetas de visões ineptas e de oráculos enganadores. Não farão mais parte do conselho do meu povo, não serão inscritos no número da casa de Israel e não regressarão à terra de Israel. E saberão assim que sou eu o Senhor Javé. 10.Porquanto abusam do meu povo, dizendo: ‘Tudo vai bem’, quando tudo vai mal. Quando o meu povo constrói um muro, ei-los a cobrirem-no de gesso.* 11.Dize pois àqueles que põem esse gesso: este muro vai cair. Vai haver um aguaceiro, vai cair saraiva grossa, vai desencadear-se uma tempestade; 12.e o muro vai rachar. Então, se vos dirá: onde está o reboco de gesso que amassastes? 13.Pois bem! Eis o que diz o Senhor Javé: em minha indignação, desencadearei um furacão, em minha cólera, vou mandar uma tempestade, em meu furor de destruição, farei cair granizo. 14.Abaterei assim o muro que emboçastes, eu o porei abaixo, irei desnudá-lo até as suas fundações. Ele desmoronará e perecereis no meio dos escombros. Sabereis assim que sou o Senhor. 15.Quando houver saciado o meu furor contra o muro e contra aqueles que o tiverem rebocado de gesso, direi: nada de muro! Desapareceram aqueles que o rebocaram, 16.esses profetas israelitas que profetizavam sobre Jerusalém e tinham para ela visões de bem-estar quando tudo ia mal – oráculo do Senhor Javé”. 17.“Tu, filho do homem, volta-te agora para as filhas do teu povo que profetizam de sua própria cabeça, e pronuncia contra elas 18.o oráculo seguinte: eis o que diz o Senhor Javé: ai daquelas que cosem faixas para todos os punhos, que confeccionam véus para as cabeças de todos os tamanhos, com o fito de fazerem caça às almas. Como?! Capturais as almas do meu povo, enquanto vós conservais em vida vossas próprias almas!* 19.Vós me aviltais perante o meu povo por alguns punhados de cevada e uns pedaços de pão, fazendo perecer vidas que não deveriam morrer, e dando vida a quem não deveria viver. Assim, enganais o meu povo, que não quer senão ouvir fábulas. 20.Eis por que diz o Senhor: vou contra as ligaduras de que vos servis para dar caça às almas: eu as arrancarei de vossos braços e darei voo às almas que, como pássaros, apanhastes na armadilha. 21.Rasgarei do mesmo modo os vossos véus e livrarei o meu povo de vossas mãos, a fim de que deixem de ser presa em vossas mãos. E sabereis assim que eu sou o Senhor. 22.Porque vós abateis a coragem do justo com vossas mentiras, enquanto eu não o abato, porque encorajais o ímpio a não renunciar ao seu caminho perverso para não reencontrar a vida, 23.já não tereis essas visões tolas e não mais proferireis oráculos. Libertarei o meu povo de vossas mãos, e sabereis que eu sou o Senhor.”
Castigo dos idólatras
14. 1.Vieram à minha procura alguns anciãos de Israel, e se assentaram junto de mim. 2.A palavra do Senhor foi-me então dirigida nestes termos: 3.“Filho do homem, esses homens têm os ídolos instalados no coração, e eles têm constantemente diante dos olhos o que os leva a cair no pecado. É preciso deixar-me consultar por eles? 4.Pois bem, fala-lhes e anuncia-lhes: eis o que diz o Senhor Javé: se acontecer a um israelita, que tem ídolos instalados no coração e conserva diante dos olhos o que o faz cair no pecado, vir ter com um profeta, sou eu, o Senhor, que lhe responderei pessoalmente segundo a multidão dos seus ídolos, 5.a fim de atingir no coração essa casa de Israel que, por amor aos seus ídolos, se tem afastado de mim. 6.Por isso, diz à casa de Israel: eis o que diz o Senhor Javé: retornai! Renunciai a vossos ídolos, deixai de vez todas as vossas práticas abomináveis. 7.Se efetivamente sucede a algum israelita ou, também, a algum estrangeiro que more em Israel afastar-se de mim e instalar ídolos no coração, conservando diante dos olhos o que o faz cair no pecado, e depois se dirigir a um profeta para me consultar por seu ministério, 8.sou eu, o Senhor, que hei de responder contra esse homem; farei dele um exemplo que se há de tornar proverbial, porque o eliminarei do meu povo, e sabereis por essa forma que eu sou o Senhor. 9.E, se o profeta se deixar seduzir e proferir um oráculo, é que eu, o Senhor, o terei seduzido; estenderei a mão contra ele e o farei seduzir; contra ele estenderei a mão, e o farei desaparecer do meio do meu povo de Israel.* 10.Carregarão o peso da sua falta, tanto o consulente como o profeta, 11.a fim de que a casa de Israel não se afaste para longe de mim, e não se manche por causa de todos os seus delitos. Então, eles serão o meu povo e eu serei o seu Deus – oráculo do Senhor Javé”.
Responsabilidade individual
12.A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos: 13.“Filho do homem, se uma terra pecasse contra mim por infidelidade e eu estendesse contra ela a mão, suprimindo-lhe o pão que fortifica, e a ela enviasse a fome exterminadora dos animais e dos homens, 14.ainda que houvesse nessa terra Noé, Daniel e Jó, esses três homens só salvariam a si próprios, devido à sua justiça – oráculo do Senhor Javé.* 15.Se eu deixasse os animais ferozes percorrerem a terra para devorar as crianças e transformarem-na em deserto, onde ninguém, por temor dessas feras, ousasse passar, 16.e se esses três homens se encontrassem nessa terra – por minha vida! – oráculo do Senhor Javé –, eles não poderiam salvar nem seus filhos nem suas filhas; somente eles escapariam e a terra continuaria deserta. 17.Ou, se eu fizesse vir a espada sobre essa terra, dizendo: que a espada passe por aqui e corte indistintamente homens e animais, 18.e se esses três homens se encontrassem aí – por minha vida – oráculo do Senhor Javé –, não poderiam eles salvar nem seus filhos nem suas filhas; somente eles seriam salvos. 19.Ou, ainda, se eu enviasse a peste sobre essa terra, e fizesse cair sobre ela o meu furor no sangue, exterminando homens e feras, 20.e se Noé, Daniel e Jó se encontrassem aí – por minha vida – oráculo do Senhor Javé –, não poderiam eles garantir por sua justiça nem seus filhos nem suas filhas, mas somente a sua própria vida”. 21.“Assim fala o Senhor Deus: mesmo que lance eu os meus quatro funestos flagelos – a espada, a fome, as feras e a peste – contra Jerusalém, para exterminar dela homens e animais, 22.subsistirão entretanto alguns sobreviventes, filhos e filhas, que sairão da cidade. Eis que eles virão até vós. Quando tiverdes visto seu proceder e seus atos, vós vos consolareis das calamidades que eu houver desencadeado contra Jerusalém, de tudo quanto eu lhe houver infligido,* 23.Eles vos consolarão, quando houverdes observado o seu comportamento e seus atos: reconhecereis não ser sem motivo que eu tratei a cidade como fiz – oráculo do Senhor Javé.”
A vinha estéril
15. 1.A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos: 2.“Filho do homem, a lenha da vinha por que valeria mais que a de galhos das outras árvores da floresta?* 3.Toma-se dela para fazer um objeto? Faz-se mesmo uma cavilha para pendurar o que quer que seja? 4.Eis aí: mete-se no fogo para destruir. Quando o fogo consumir as duas extremidades, e queimar o meio, pode ainda servir para alguma coisa? 5.Quando ele estava intato, não servia para objeto algum; consumido e queimado pelo fogo, ainda menos poderá servir para qualquer coisa. 6.Eis por que diz o Senhor Javé: assim como entre as árvores da floresta é a madeira da vide que eu lanço ao fogo para consumir, assim lançarei eu os habitantes de Jerusalém. 7.Voltarei contra eles a minha face. Fugirão ao fogo; o fogo, porém, os devorará. Saberão que eu sou o Senhor, quando eu voltar contra eles a minha face, 8.e transformar a terra num deserto, porque me têm sido infiéis – oráculo do Senhor Javé”.