DESAFIO: "A BÍBLIA EM UM ANO"

Tricentésimo vigésimo sexto dia: Paulo defende a fé e enfrenta acusações

Na continuação da nossa meditação refletimos a partir da passagem em que Paulo faz sua defesa perante os judeus, contando sobre sua trajetória como judeu e seu encontro com Jesus. Ele relata que antes perseguia os seguidores de Jesus, mas teve uma experiência sobrenatural no caminho para Damasco, onde foi cercado por uma forte luz e ouviu a voz de Jesus. Paulo é instruído a ir a Damasco, onde recupera sua visão e é comissionado para testemunhar sobre o que viu e ouviu. Depois, Paulo vai a Jerusalém e é acusado pelos judeus. Ele é levado perante o governador Felix, onde faz sua defesa e acaba sendo mantido na prisão por dois anos. Faça a leitura de preferencia em sua Bíblia dos capítulos 22, 23 e 24 do livro dos Atos dos Apóstolos (At).

Atos dos Apóstolos 

Discurso de Paulo aos judeus

22.   1.“Irmãos e pais, ouvi o que vos tenho a dizer em minha defesa.” 2.Quando ouviram que lhes falava em língua hebraica, escutaram-no com a maior atenção. 3.Continuou ele: “Eu sou judeu, nasci em Tarso da Cilícia, mas criei-me nesta cidade, instruí-me aos pés de Gamaliel, em toda a observância da lei de nossos pais, partidário en­tusias­ta da causa de Deus como todos vós também o sois no dia de hoje. 4.Eu persegui de morte essa doutrina, prendendo e metendo em cárceres homens e mulheres. 5.O sumo sacerdote e todo o conselho dos anciãos me são testemunhas. E foi deles que também recebi cartas para os irmãos de Damasco, para onde me dirigi, com o fim de prender os que lá se achassem e trazê-los a Jerusalém, para que fossem castigados. 6.Ora, estando eu a caminho, e aproximando-me de Damasco, pelo meio-dia, de repente me cercou uma forte luz do céu. 7.Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? 8.Eu repliquei: Quem és tu, Senhor? A voz me disse: Eu sou Jesus de Nazaré, a quem tu persegues. 9.Os meus companheiros viram a luz, mas não ouviram a voz de quem falava. 10.Então, eu disse: Senhor, que devo fazer? E o Senhor me respondeu: Levanta-te, vai a Damasco e lá te será dito tudo o que deves fazer. 11.Como eu não pudesse ver por causa da intensidade daquela luz, guiado pela mão dos meus companheiros, cheguei a Damasco. 12.Um certo Ananias, homem piedoso e observador da Lei, muito bem conceituado entre todos os judeus daquela cidade, 13.veio ter comigo e disse-me: Irmão Saulo, recobra a tua vista. Naquela mesma hora pude enxergá-lo. 14.Continuou ele: O Deus de nossos pais te predes­tinou para que conhecesses a sua vontade, visses o Justo e ouvisses a palavra da sua boca,* 15.pois lhe serás, diante de todos os homens, testemunha das coisas que tens visto e ouvido. 16.E agora, por que tardas? Levanta-te. Recebe o batismo e purifica-te dos teus pecados, invocando o seu nome. 17.Voltei para Jerusalém e, orando no templo, fui arrebatado em êxtase. 18.E vi Jesus que me dizia: Apressa-te e sai logo de Jerusalém, porque não receberão o teu testemunho a meu respeito. 19.Eu repliquei: Senhor, eles sabem que eu encarcerava e açoitava com varas nas sinagogas os que creem em ti. 20.E quando se derramou o sangue de Estêvão, tua testemunha, eu estava presente, consentia nisso e guardava os mantos dos que o matavam. 21.Mas ele me respondeu: Vai, porque eu te enviarei para longe, às nações…”. 22.Haviam-no escutado até essa palavra. Então, levantaram a voz: “Tira do mundo esse homem! Não é digno de viver!”. 23.Como vocife­rassem, arrojassem de si as vestes e lançassem pó ao ar, 24.o tribuno mandou recolhê-lo à cidadela, açoitá-lo e submetê-lo a torturas, para saber por que causa clamavam assim contra ele. 25.Quando o iam amarrando com a correia, Paulo perguntou a um centurião que estava presente: “É permitido açoitar um cidadão romano que nem sequer foi julgado?”. 26.Ao ouvir isso, o centurião foi ter com o tribuno e avisou-o: “Que vais fazer? Este homem é cidadão romano”. 27.Veio o tribuno e perguntou-lhe: “Dize-me, és romano?” – “Sim”, res­pondeu-lhe. 28.O tribuno replicou: “Eu adquiri este direito de cidadão por grande soma de dinheiro.” Paulo respondeu: “Pois eu o sou de nascimento. 29.Apartaram-se então dele os que iam torturá-lo. O tribuno alarmou-se porque o mandara acorrentar, sendo ele um cidadão romano. 30.No dia seguinte, querendo saber com mais exatidão de que os judeus o acusavam, soltou-o e ordenou que se reunissem os sumos sacerdotes e todo o Grande Conselho. Trouxe Paulo e o mandou comparecer diante deles.

23.   1.Paulo, fitando os olhos nos membros do conselho, disse: “Irmãos, eu tenho procedido diante de Deus com toda a boa cons­ciência até o dia de hoje…”. 2.Mas Ananias, sumo sacerdote, mandou aos que estavam ao seu lado que lhe batessem na boca. 3.Então, Paulo lhe disse: “Deus te ferirá também a ti, hipócrita! Tu estás aí assentado para julgar-me segundo a Lei, e contra a Lei mandas que eu seja ferido?”* 4.Os assistentes disseram: “Tu injurias o sumo sacerdote de Deus”. 5.Res­pondeu Paulo: “Não sabia, irmãos, que é o sumo sacerdote, pois está escrito: Não falarás mal do príncipe do teu povo” (Ex 22,28). 6.Paulo sabia que uma parte do Sinédrio era de saduceus e a outra de fariseus e disse em alta voz: “Irmãos, eu sou fariseu, filho de fariseus. Por causa da minha esperança na ressurreição dos mortos é que sou julgado”. 7.Ao dizer ele estas palavras, houve uma discussão entre os fariseus e os saduceus, e dividiu-se a assembleia. 8.(Pois os saduceus afirmam não haver ressurreição, nem anjos, nem espíritos, mas os fariseus admitem uma e outra coisa.) 9.Originou-se, então, grande vozearia. Levantaram-se alguns es­cri­bas dos fariseus e contestaram ruidosamente: “Não achamos mal algum neste homem. (Quem sabe) se não lhe falou algum espírito ou um anjo…”. 10.A discussão fazia-se sempre mais violenta. O tribuno temeu que Paulo fosse despedaçado por eles e mandou aos soldados que descessem, que o tirassem do meio deles e o levassem para a cidadela. 11.Na noite seguinte, apareceu-lhe o Senhor e lhe disse: “Coragem! Deste testemunho de mim em Jerusalém, assim importa também que o dês em Roma.

Conspiração dos judeus

12.Quando amanheceu, coliga­ram-se alguns judeus e juraram com imprecações não comer nem beber nada, enquanto não matassem Paulo. 13.Eram mais de quarenta as pes­soas que fizeram essa conjuração. 14.Foram apresentar-se aos sumos sacerdotes e aos cidadãos, dizendo: “Juramos solenemente nada comer enquanto não matarmos Paulo. 15.Vós, pois, ide com o conselho requerer do tribuno que o conduza à vossa presença, como se houvésseis de investigar com mais precisão a sua causa; e nós estamos prontos para matá-lo durante o trajeto”. 16.Mas um filho da irmã de Paulo, inteirado da cilada, dirigiu-se à cidadela e o comunicou a Paulo. 17.Este chamou a si um dos centu­riões e disse-lhe: “Leva este moço ao tribuno, porque tem alguma coisa a lhe transmitir”. 18.Ele o introduziu à presença do tribuno e lhe disse: “O preso Paulo rogou-me que trouxesse este moço à tua presença, porque tem alguma coisa a dizer-te”. 19.O tribuno, tomando-o pela mão, retirou-se com ele à parte e perguntou: “Que tens a dizer-me. 20.Respondeu-lhe ele: “Os judeus têm combinado rogar-te amanhã que apresentes Paulo ao Grande Conselho, como se houvessem de inquirir dele alguma coisa com mais precisão. 21.Mas tu não creias, porque mais de quarenta homens dentre eles lhe armam traição. Juraram solenemente nada comer, nem beber, enquanto não o matarem. Eles já estão preparados e só esperam a tua permissão”. 22.Então, o tribuno despediu o moço, ordenando-lhe que a ninguém dissesse que o havia avisado.

Transferência de Paulo a Cesareia

23.Depois disso, chamou ele dois centuriões e disse-lhes: “Preparai duzentos soldados, setenta cavaleiros e duzentos lanceiros para irem a Cesareia à terceira hora da noite.* 24.Aprontai também cavalgaduras para Paulo, que tendes de levar com toda a segurança ao governador Félix”. 25.E ele escreveu uma carta nestes termos: 26.“Cláudio Lísias ao excelentíssimo governador Félix, saudações! 27.Esse homem foi preso pelos judeus e estava a ponto de ser morto por eles, quando eu, sobrevindo com a tropa, o livrei, ao saber que era romano. 28.Então, querendo saber a causa por que o acusavam, levei-o ao Grande Conselho. 29.Soube que era acusado sobre questões da Lei deles, sem haver nele delito algum que merecesse morte ou prisão. 30.Mas, como tivesse chegado a mim a notícia das traições que maquinavam contra ele, envio-o com urgência a ti, intimando também aos acusadores que recorram a ti”. 31.Os soldados, conforme lhes fora ordenado, tomaram Paulo e o levaram de noite a Antipátride. 32.No dia seguinte, voltaram para a guarnição, deixando que os soldados da cavalaria o escoltassem. 33.À sua chegada a Cesareia, entregaram ao governador a carta e apresentaram-lhe também Paulo. 34.Ele, depois de lê-la e perguntar de que província ele era, sabendo que era da Cilícia, disse: 35.“Eu te ouvirei quando chegarem teus acusadores.” Mandou, então, que Paulo fosse guardado no pretório de Herodes.

Processo de Paulo diante do governador Félix

24.   1.Cinco dias depois, desceu o sumo sacerdote Ananias com alguns an­ciãos e Tertulo, advo­gado. Compareceram eles ante o governador para acusar Paulo. 2.Este foi citado e Tertulo começou a acusá-lo nestes termos: “Graças a ti nós gozamos de paz, e pela tua providência se têm corrigido muitos abusos em nossa nação. 3.Nós o reconhecemos em todo o tempo e lugar, excelentíssimo Félix, com toda a gratidão. 4.Mas, para não te enfadar por mais tempo, rogo-te que, na tua bondade, nos ouças por um momento. 5.Encontramos este homem, uma peste, um indivíduo que fomenta discórdia entre os judeus no mundo inteiro. É um dos líderes da seita dos nazarenos. 6.Tentou mesmo profanar o templo. Nós, porém, o prendemos. 7.(Quisemos julgá-lo segundo a nossa Lei, mas, sobrevindo o tribuno Lísias, no-lo tirou das mãos com grande violência, ordenando que os seus acusadores comparecessem diante de ti.)* 8.Tu mesmo, interrogando-o, poderás verificar todas essas coisas de que nós o acusamos”. 9.Os judeus o apoiaram, confirmando que as coisas de fato eram assim. 10.Depois disso, a um sinal do go­ver­nador, Paulo respondeu: “Sabendo eu que há muitos anos és governador desta nação, é com confiança que farei a minha defesa. 11.Podes verificar que não há mais de doze dias que eu subi a Jerusalém para fazer minhas devoções.* 12.Não me acharam disputando com alguém, nem amotinando o povo, quer no templo, quer nas sinagogas, ou na cidade. 13.Nem tampouco te podem provar as coisas de que agora me acusam. 14.Reconheço na tua presença que, segundo a doutrina que eles chamam de sectária, sirvo a Deus de nossos pais, crendo em todas as coisas que estão escritas na Lei e nos profetas. 15.Tenho esperança em Deus, como também eles esperam, de que há de haver a ressurreição dos justos e dos pecadores. 16.Por isso, procuro ter sempre sem mácula a minha consciência diante de Deus e dos homens. 17.Depois de muitos anos (de ausência) vim trazer à minha nação esmolas e oferendas (rituais). 18.Nessa ocasião, acharam-me no templo, depois de uma purificação, sem aglome­ração e sem tumulto. 19.Viram-me ali uns judeus vindos da Ásia, e estes é que deviam comparecer diante de ti e me acusar, se tivessem alguma queixa contra mim. 20.Ou digam estes aqui que crime terão achado em mim, quando eu compareci diante do Grande Conselho. 21.A não ser esta única frase que proferi em voz alta no meio deles: Por causa da ressurreição dos mortos é que sou julgado hoje diante de vós!”. 22.Félix conhecia bem esta religião e, adiando a questão, disse: “Quando descer o tribuno Lísias, então examinarei a fundo a vossa questão”. 23.Ordenou ao centurião que o guardasse e o tratasse com brandura, sem proibir que os seus o servissem. 24.Passados que foram alguns dias, veio Félix com sua mulher Drusila, que era judia. Chamou Paulo e ouvia-o falar da fé em Jesus Cristo. 25.Mas, como Paulo lhe falasse sobre a justiça, a castidade e o juízo futuro, Félix, todo atemorizado, disse-lhe: “Por ora, podes retirar-te. Na primeira ocasião, eu te chamarei.” 26.Esperava outrossim, ao mesmo tempo, que Paulo lhe desse algum dinheiro, pelo que o mandava chamar com frequência e se entretinha com ele. 27.Decorridos dois anos, Félix teve por sucessor a Pórcio Festo. Querendo, porém, agradar aos judeus, deixou Paulo na prisão.

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