DESAFIO: "A BÍBLIA EM UM ANO"

Quinquagésimo quarto dia: Cântico de Moisés ao Senhor

Hoje concluímos a meditação do Pentateuco, os cinco primeiros livros da Bíblia, onde se encontra toda trajetória do povo de Deus, desde a criação, constituição de Israel, libertação do Egito até as portas da terra prometida, que contaram com a interseção de Moisés junto ao Senhor Deus. Neste momento Moisés entoa um segundo cântico ao Senhor, estimulando a todos a confiarem sempre no Senhor e louvar o seu Santo Nome. E por fim ele exorta o povo a viver a fidelidade no Senhor, observando as leis que o próprio Deus entregou a Moisés a fim de que todos sigam a risca todos os mandamentos, buscar viver a intimidade com o Senhor e entender que tudo passa, somente o eterno não passa. Faça a leitura de preferencia em sua Bíblia dos  capítulos 32, 33 e 34 do livro do Deuteronômio (Dt).

Deuteronômio

Cântico de Moisés

32.   1.“Estai atentos, ó céus, eu vou falar. E a terra ouça as palavras de minha boca. 2.Derrame-se como chuva a minha doutrina, espalhe-se como orvalho a minha palavra, como aguaceiro sobre os campos verdejantes, como chuvarada sobre a relva. 3.Porque vou proclamar o nome do Senhor, dar glória ao nosso Deus! 4.Ele é o Rochedo, perfeita é a sua obra, justos, todos os seus caminhos; é Deus de lealdade, não de iniquidade, ele é justo, ele é reto.* 5.Pecaram contra ele; já não são seus filhos, mas raça degenerada, geração perversa, depravada. 6.É assim que agradeceis ao Senhor, povo frívolo e insensato? Não é ele teu Pai, teu Criador, que te fez e te estabeleceu? 7.Lembra-te dos dias antigos, considera os anos das gerações passadas. Interroga teu pai e ele te contará; teus anciãos e eles te dirão. 8.Quando o Altíssimo dividia os povos e dispersava os filhos dos homens, fixou limites aos povos, segundo o número dos filhos de Deus. 9.Entretanto, a parte do Senhor era o seu povo, Jacó, a porção de sua herança. 10.Em terra deserta o encontrou, entre bramidos de regiões desoladas, e o cercou de cuidados e o acalentou, e o guardou como a menina dos olhos! 11.Tal qual águia vigilante sobre o ninho, voando sobre os filhotes, ele estendeu as asas e o tomou e o transportou sobre sua plumagem. 12.Só o Senhor foi o seu guia; nenhum outro deus estava com ele. 13.Fê-lo galgar às alturas da terra, alimentou-o com os frutos do campo, deu-lhe a beber mel da rocha, óleo de pedra duríssima. 14.A manteiga das vacas, o leite das ovelhas, a carne gorda dos cordeiros, dos carneiros de Basã e dos cabritos, com a fina flor do trigo. E bebeste como vinho puro o sangue das uvas. 15.Todavia, Jesurun engordou e recalcitrou. Estás gordo, robusto, vigoroso! E abandonou Deus que o criou, e desprezou o Rochedo de sua salvação.* 16.Provocaram-lhe o ciúme com deuses estranhos, irritaram-no com abominações. 17.Sacrificaram a gênios que não são Deus, a divindades desconhecidas, novas, recém-chegadas, que vossos pais não veneraram. 18.Abandonaste o Rochedo que te gerou e esqueceste Deus que te formou! 19.Ao ver tais coisas, o Senhor indignou-se com seus filhos e suas filhas, 20.e disse: ‘Vou ocultar-lhes o meu rosto e ver o que lhes sucederá… Pois são uma geração perversa, filhos sem lealdade. 21.Excitaram o meu ciúme com coisas que não são deus, magoaram-me com suas idolatrias; também eu excitarei o seu ciúme com gente que não constitui um povo e os magoarei com uma nação insensata.* 22.Sim, acendeu-se o fogo da minha cólera, que arde até o mais profundo da habitação dos mortos; devora a terra e os seus produtos, e consome os fundamentos das montanhas. 23.Acumularei desgraças sobre eles, contra eles esgotarei minhas flechas. 24.Serão extenuados pela fome, devorados pela febre e pela peste mortal. Incitarei contra eles o dente das feras e o veneno dos animais que rastejam pelo chão. 25.Fora, a espada a semear a orfandade; dentro, um pavor de estarrecer tanto o adolescente como a jovem, tanto o menino de peito como o ancião. 26.Eu teria prometido reduzi-los a pó, apagar sua lembrança do meio dos homens, 27.caso não temesse (favorecer) os insultos do inimigo, e que seus adversários, iludindo-se, viessem a exclamar: ‘Poderosa é nossa mão; não foi o Senhor quem fez tudo isso!’. 28.Porque é uma nação insensata, desprovida de inteligência. 29.Se fossem sábios, compreenderiam, e discerniriam aquilo que os espera. 30.Como poderia um só homem perseguir mil, e dois pôr em fuga dois mil, se seu Rochedo não os tivesse vendido, se o Senhor não os tivesse entregado? 31.Porque o rochedo deles não é como o nosso Rochedo; disso os nossos inimigos são testemunhas. 32.Suas videiras são das plantações de Sodoma e dos terrenos de Gomorra; suas uvas são venenosas, seus cachos, amargosos. 33.O seu vinho é veneno de serpente, o mais terrível veneno de cobra! 34.Eis uma coisa que está guardada comigo, consignada nos meus segredos: 35.a mim me pertencem a vingança e as represálias, para o instante em que o seu pé resvalar. Porque está próximo o dia da sua ruína e o seu destino se precipita.* 36.O Senhor fará justiça ao seu povo e terá compaixão dos seus servos, ao vê-los extenuados, desfeitos tanto o escravo como o homem livre. 37.Dirá: ‘Onde estão os seus deuses – o rochedo em que confiavam –, 38.que comiam a gordura dos seus sacrifícios e bebiam o vinho das suas libações? Levantem-se para vos socorrer; sejam eles vosso abrigo! 39.Reconhecei agora: eu só, somente eu sou Deus, e não há outro além de mim. Eu extermino e chamo à vida, eu firo e curo, e não há quem o arranque de minha mão. 40.Levanto a minha mão para o céu e digo: tão certo como eu vivo eternamente, 41.quando afiar a minha espada reluzente e tomar a minha aljava, me vingarei dos meus inimigos e darei a paga aos que me odeiam; 42.embriagarei de sangue as minhas flechas, minha espada se saciará de carne, do sangue das vítimas e dos prisioneiros, das cabeças dos chefes inimigos’. 43.Louvai, ó nações, o seu povo, porque vingará o sangue dos seus servos; tomará vingança dos seus adversários e purificará a sua terra e o seu povo.”* 44.Moisés, juntamente com Josué, filho de Nun, veio e proferiu todas as palavras desse cântico aos ouvidos do povo. 45.Quando acabou de proferir todas as palavras a todo o Israel, 46.disse-lhes: “Aplicai os vossos corações a todos os preceitos que hoje vos dou, prescrevei-os a vossos filhos, a fim de que pratiquem cuidadosamente todas as palavras desta lei. 47.Ela não é para vós coisa de somenos importância, mas é vossa própria vida. É por ela que prolongareis os vossos dias na terra que ides possuir, depois de passardes o Jordão”.

Moisés, no monte Nebo

48.Nesse mesmo dia, o Senhor disse a Moisés: 49.“Sobe à montanha de Abarim, o monte Nebo, que está na terra de Moab, defronte de Jericó, e contempla a terra de Ca­naã, cuja posse dou aos filhos de Israel. 50.Morrerás sobre essa montanha em que vais subir, e serás reunido aos teus, como o teu irmão Aarão morreu sobre o monte Hor e foi reunido aos seus, 51.porque pecastes contra mim no meio dos israelitas, nas águas de Meriba, em Cades, no deserto de Sin, e não me santificastes no meio dos filhos de Israel. 52.Verás, pois, defronte de ti a terra que darei aos israelitas, mas não entrarás nela”.

Bênçãos às tribos

33.   1.Eis a bênção que Moisés, o homem de Deus, pronunciou sobre os israelitas antes de morrer: 2.‘‘O Senhor veio do Sinai e levantou-se para eles de Seir; resplandeceu do monte Farã, e chegou de Meriba de Cades, do sul às encostas das montanhas. 3.Sim, ele ama os povos. Todos os seus santos estão ao abrigo da sua mão, estão sentados a seus pés para receber as suas palavras. 4.Moisés nos prescreveu uma lei – herança da assembleia de Jacó. 5.Houve um rei em Jesurun, quando se reuniram os chefes do povo com as tribos de Israel.* 6.Que Rúben viva, e não morra jamais! E não seja reduzido a um punhado de homens. 7.Para Judá eis o que disse: ‘Ouvi, Senhor, a voz de Judá, guiai-o ao seu povo’. Enquanto suas mãos combatem por ele, vinde protegê-lo contra os inimigos. 8.Para Levi disse: ‘Dai vossos tumim e vossos urim ao homem que vos é fiel,* a quem provastes em Massa, com quem questionastes junto às águas de Meriba’. 9.Que diz de seu pai e sua mãe: ‘Não os tenho em consideração’; que não reconhece seus irmãos e ignora seus filhos. Eles observam a vossa palavra e guardam a vossa aliança;* 10.ensinam vossos preceitos a Jacó e vossa lei a Israel; apresentam o incenso ao vosso olfato e o holocausto sobre o vosso altar. 11.Abençoai, Senhor, sua obra e aceitai o trabalho de suas mãos. Fere as costas dos seus agressores e seus inimigos, para que não mais consigam levantar-se. 12.Para Benjamim disse: ‘Querido do Senhor, habita junto dele com segurança. O Altíssimo o protege sempre; repousa entre os seus ombros’.* 13.Para José disse: ‘Sua terra é abençoada pelo Senhor com os dons do céu e do orvalho, com os dons das fontes que brotam das profundezas, 14.com os melhores frutos do sol, os melhores frutos de cada mês, 15.as primícias dos montes antigos, o que há de melhor nas colinas eternas, 16.os frutos excelentes da terra, e tudo o que ela contém! Possa o favor daquele que habitou na sarça repousar sobre a cabeça de José, sobre a fronte do eleito entre os irmãos! 17.Glória a esse touro primogênito! São chifres de búfalo os seus chifres; com eles agride todos os povos até os confins da terra! Tais são as miríades de Efraim, tais os milhares de Manassés’. 18.Para Zabulon disse: ‘Sê feliz, Zabulon, nas tuas caminhadas, e tu, Issacar, nas tuas tendas! 19.Convocarão os povos à montanha para aí oferecerem sacrifícios justos, porque sorverão as riquezas do mar e os tesouros ocultos na areia’. 20.Para Gad disse: ‘Bendito seja quem dilatar Gad! Ele se agacha como uma leoa, e despedaça braço e cabeça; 21.escolheu para si as primícias da terra, porque ali estava a porção do chefe. Avança à frente do povo, cumprindo a justiça do Senhor e os seus juízos com Israel’. 22.Para Dã disse: ‘Dã é um leãozinho, que salta de Basã’. 23.Para Neftali disse: ‘Neftali, saciado de delícias, cumulado das bênçãos do Senhor, toma possessão do mar e do sul’.* 24.Para Aser disse: ‘Bendito seja Aser entre todos os filhos! Seja o favorito de seus irmãos e mergulhe os pés no óleo.* 25.Teus ferrolhos serão de ferro e bronze, e tua segurança durará toda a tua existência. 26.Ninguém como o Deus de Jesurun, 27.o Deus dos tempos antigos que é o teu refúgio e teu apoio os seus braços eternos, que, para te socorrer, cavalga o céu e as nuvens majestosamente. Expulsa o inimigo de diante de ti e te diz: Extermina!* 28.Israel habita em segurança, a fonte de Jacó corre, na solidão, numa terra de trigo e de vinho, o céu destila-lhe o orvalho. 29.Tu és feliz, ó Israel! Quem é, como tu, povo salvo pelo Senhor, escudo que te protege, espada que te engrandece? Teus inimigos virão adular-te, mas tu pisarás por cima deles’.”

Morte de Moisés

34.   1.Subiu Moisés das planícies de Moab ao monte Nebo, ao cimo do Fasga, defronte de Jericó. O Senhor mostrou-lhe toda a terra, desde Galaad até Dã, 2.todo o Neftali, a terra de Efraim e de Manassés, todo o território de Judá até o mar ocidental, 3.o Negueb, a planície do Jordão, o vale de Jericó, a cidade das palmeiras, até Segor. 4.O Senhor disse-lhe: “Eis a terra que jurei a Abraão, a Isaac e a Jacó dar à sua posteridade. Viste-a com os teus olhos, mas não entrarás nela”. 5.E Moisés, o servo do Senhor, morreu ali na terra de Moab, como o Senhor decidira.* 6.E ele o enterrou no vale da terra de Moab, defronte de Bet-Fegor, e ninguém jamais soube o lugar do seu sepulcro. 7.Moisés tinha cento e vinte anos no momento de sua morte: sua vista não se tinha enfraquecido, e o seu vigor não se tinha abalado. 8.Os israelitas choraram-no durante trinta dias, nas planícies de Moab; e, passado esse tempo, acabaram-se os dias de pranto consagrados ao luto por Moisés. 9.Josué, filho de Nun, ficou cheio do espírito de sabedoria, porque Moisés lhe tinha imposto as suas mãos. Os israe­litas obedeceram-lhe, assim como o Senhor tinha ordenado a Moisés. 10.Não se levantou mais em Israel profeta comparável a Moisés, com quem o Senhor conversava face a face. 11.(Ninguém o igualou) quanto a todos os sinais e prodígios que o Senhor o mandou fazer na terra do Egito, diante do faraó, de seus servos e de sua terra, 12.nem quanto a todos os feitos e às terríveis ações que ele operou sob os olhos de todo o Israel.

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