DESAFIO: "A BÍBLIA EM UM ANO"

Ducentésimo septuagésimo dia: Daniel na cova dos leões

Continuando a nossa meditação da sagrada escritura, observamos que Nabucodonosor teve outro sonho, como os sábios não coseguiram interpretá-lo, Daniel foi apresentado ao rei e interpretou o sonho. No texto também relata o festim de Baltazar, filho de Nabucodonosor, onde ele profana os vasos sagrados de Jerusalém e vê uma mão escrever uma mensagem na parede. Daniel interpreta a mensagem como um aviso de que o reino de Baltazar será dividido e dado aos medos e persas. Por fim, o texto narra o episódio em que Daniel é lançado na cova dos leões por desobedecer a um decreto real, mas é salvo milagrosamente. O rei Dario reconhece o poder do Deus de Daniel e promulga um decreto em seu nome. Daniel prospera durante o reinado de Dario e Ciro, o persa. Faça a leitura de preferencia em sua Bíblia dos capítulos 4, 5 e 6 do livro de Daniel (Dn).

Daniel 

4.   1.Eu, Nabucodonosor, vivia tranquilo em minha casa e próspero em meu palácio. 2.Tive um sonho que me assustou; os pensamentos que perpassavam pelo meu espírito quando no meu leito, bem como minhas visões, perturbaram-me. 3.Dei ordem para que fizessem vir à minha presença todos os sábios da Babilônia, a fim de que me dessem a interpretação de meu sonho. 4.Então acudiram os magos, os mágicos, os caldeus e os astrólogos, aos quais contei esse sonho, sem que eles todavia pudessem indicar-me o sentido. 5.Finalmente, apresentou-se diante de mim Daniel, cognominado Baltazar, segundo o nome de meu deus, e em quem reside o espírito dos deuses santos. Narrei-lhe o sonho: 6.“Baltazar” – disse-lhe –, “chefe dos magos, sei que reside em ti o espírito dos deuses santos e que nenhum mistério te confunde. Dize-me então as visões que tive em sonho; dá-me a explicação. 7.Tais eram as visões do meu espírito, quando no meu leito: eu via, no meio da região, uma árvore de alto porte. 8.Essa árvore cresceu, era vigorosa. O cimo tocava o céu, era avistada até nos confins da terra. 9.Sua folhagem era bela, e seus abundantes frutos forneciam a todos o que comer. À sua sombra abrigavam-se os animais terrestres, nos seus ramos permaneciam os pássaros do céu e toda criatura tirava dela seu sustento! 10.Nas visões de meu espírito, quando no meu leito, vi (também) um santo vigilante que descia do céu,* 11.e começou a gritar com voz possante; derrubai a árvore, desgalhai-a; fazei cair as fo­lhas e dispersai seus frutos. Que os animais fujam de debaixo dela, que os pássaros abandonem seus ramos. 12.Entretanto, deixai permanecer na terra o tronco e as raízes, mas atados por correntes de ferro e de bronze. Que seja molhado pelo orvalho do céu e tenha seu quinhão de erva com os animais terrestres.* 13.Que se mude seu espírito; que em lugar de um espírito humano lhe seja dado um espírito animal e sete tempos passem sobre ele!* 14.Esta sentença é um decreto dos vigilantes, esta resolução é uma ordem dos santos, a fim de que os vivos saibam que o Altíssimo domina sobre a realeza humana, e a confere a quem lhe apraz e pode a ela elevar o mais abjeto dos mortais.* 15.Eis o sonho que tive, eu, o rei Nabucodonosor. Portanto tu, Baltazar, dá-me a interpretação dele, porque nenhum dos sábios de meu reino foi capaz de fazê-lo. Tu o podes, porque em ti habita o espírito dos deuses santos.” 16.Então, Daniel (cognominado Baltazar) permaneceu alguns instantes perdido no tumulto de seus pensamentos, e o rei prosseguiu: “Baltazar, este sonho e sua significação não devem perturbar-te!”. “Meu senhor” – replicou Daniel –, “possa o sonho ser para teus inimigos, e sua significação para teus adversários!* 17.A árvore que viste crescer e tornar-se bela, cujo cimo tocava o céu e era avistada dos confins da terra, 18.esta árvore de bela folhagem, de frutos abundantes que a todos dava o que comer, sob a qual viviam os animais terrestres, e em cujos ramos abrigavam-se os pássaros do céu, 19.esta árvore, és tu senhor, que te tornaste grande e poderoso, cuja altura crescente atingiu os astros, cuja dominação estende-se até os confins da terra.* 20.Por outro lado, o rei viu um santo vigilante descer do céu e exclamar: derrubai a árvore, desgalhai-a; mas deixai na terra o tronco e as raízes, se bem que atadas por correntes de ferro e de bronze no meio da erva do campo. Que seja molhado pelo orvalho do céu e viva com os animais terrestres até que sete tempos hajam passado sobre ele. Eis o que isto significa: 21.trata-se aí, ó rei, de um decreto do Altíssimo concernente ao rei, meu senhor: 22.eles te expulsarão de entre os homens para te fazer habitar com os animais do campo; pastarás ervas como os bois e serás molhado pelo orvalho do céu. Sete tempos passarão sobre ti, até que reconheças o domínio do Altíssimo sobre a realeza humana o qual a confere a quem lhe apraz. 23.Se foi ordenado deixar intatos o tronco da árvore e suas raízes, é que tua realeza te será restituída logo que reconheças a soberania do céu. 24.Queiras então, ó rei, aceitar meu conselho: resgata teu pecado pela justiça, e tuas iniquidades pela piedade para com os infelizes; talvez com isso haja um prolongamento de tua prosperidade”. 25.Tudo isso aconteceu ao rei Nabucodonosor. 26.Doze meses mais tarde, o rei, passeando nos terraços do palácio real, 27 fazia esta reflexão: “Eis aí verdadeiramente a grande Babilônia, que cons­truí para fazer dela uma mansão real por meu poder soberano, e para servir à glória de minha majestade!”. 28.Falava ainda, quando uma voz baixou do céu: “Anunciam a ti, rei Nabucodonosor, que teu reino te foi arrebatado. 29.Vão expulsar-te dentre os homens para te fazer viver entre os animais dos campos; pastarás ervas como os bois. Sete tempos passarão sobre ti, até que reconheças que o Altíssimo domina sobre a realeza humana e que a confere a quem lhe apraz’’. 30.No mesmo momento, o oráculo pronunciado sobre Nabucodonosor cumpriu-se; ele foi expulso dentre os homens e pastou ervas como os bois; seu corpo foi molhado pelo orvalho do céu. Seu pêlo cresceu como penas de águia e suas unhas, como unhas de pássaro. 31.Ao terminar os dias marcados, eu, Nabucodonosor, levantei os olhos para o céu. A razão voltou-me e eu bendisse o Altíssimo; louvei e glorifiquei aquele que vive eternamente, cuja dominação é perpétua, cujo reino subsiste de idade em idade. 32.Diante dele nenhum habitante da terra tem importância; age como quer tanto em se tratando do exército celestial quanto em relação aos habitantes terrenos. Ninguém pode bater-lhe na mão e perguntar-lhe: “Que fazeis aí?”.* 33.Nesse mesmo instante a razão me foi restituída, com o brilho de minha rea­leza, minha majestade e meu esplendor. Meus conselheiros e meus nobres vieram procurar-me; fui reintegrado à frente do meu reino e meu poder achou-se aumentado.* 34.Agora, eu, Nabucodonosor, louvo, exalto e glorifico o rei do céu, cujas obras são todas justas e cujos caminhos são retos, e que tem o poder de humilhar aqueles que procedem com orgulho.

O festim de Baltazar

5.   1.O rei Baltazar deu uma festa para seus mil nobres, em presença dos quais pôs-se a beber vinho.* 2.Excitado pela bebida, mandou trazer os vasos de ouro e de prata que seu pai Nabucodonosor tinha arrebatado ao templo de Jerusalém, a fim de que o rei, seus nobres, suas mulheres e suas concubinas deles se servissem para beber. 3.Trouxeram então os vasos de ouro que tinham sido arrebatados ao Templo de Deus em Jerusalém. O rei, seus nobres, suas mulheres e suas concubinas beberam neles 4.e, depois de terem bebido vinho, entoaram o louvor aos deuses de ouro e prata, bronze, ferro, madeira e pedra. 5.Ora, nesse momento, eis que surgiram dedos de mão humana a escrever, defronte do candelabro, no revestimento da parede do palácio real. O rei, à vista dessa mão que escrevia, 6.mudou de cor; pensamentos tétricos assaltaram-no; os músculos de seus rins relaxaram-se e seus joelhos entrechocaram-se. 7.Gritou violentamente que mandassem vir os magos, os caldeus e os astrólogos. Mandou-lhes dizer: “Aquele que decifrar essa inscrição e me der o sentido dela será revestido de púrpura, usará ao pescoço um colar de ouro e tomará o terceiro lugar no governo do reino”. 8.Todos os sábios do rei entraram na sala, mas foram incapazes de ler a inscrição e dar seu significado ao rei. 9.Baltazar ficou muito assustado, seu rosto mudou de cor; seus nobres sentiam-se constrangidos. 10.Mas a rainha, (atraída pelo) barulho das palavras do rei e dos nobres, entrou na sala do festim: “Ó rei” – disse –, “vive para sempre! Não te deixes atemorizar pelas tuas ideias; não mudes assim de cor. 11.Há no teu reino um homem no qual habita o espírito dos deuses santos. Quando teu pai era vivo, encontrava-se nele uma luz, uma inteligência e uma sabedoria comparáveis à sabedoria dos deuses. Por isso, o rei Nabucodonosor, teu pai, tinha-o nomeado chefe dos escribas, dos magos, dos caldeus e dos astrólogos; 12.havia-se descoberto nesse Daniel (cognominado Baltazar pelo rei) um espírito superior, uma ciência e uma penetração particular para interpretar os sonhos, explicar os enigmas e resolver as dificuldades. Que se chame logo Daniel, e ele dará o significado da inscrição”. 13.Daniel foi então introduzido diante do rei, o qual lhe disse: “És realmente Daniel, o deportado de Judá, que meu pai trouxe aqui da Judeia? 14.Ouvi dizer a teu respeito que o espírito dos deuses habita em ti e que se encontram em ti uma luz, uma inteligência e uma sabedoria singulares. 15.Acabam de introduzir diante de mim os sábios e os magos para ler esta inscrição e descobrir o seu significado. Não puderam dar-me a significação dessas palavras. 16.Ora, asseguraram-me que tu és mestre na arte das interpretações e das soluções de enigmas. Portanto, se puderes ler esse texto e me dar o seu significado, serás revestido de púrpura, usarás ao pescoço um colar de ouro e ocuparás o terceiro lugar no governo do reino”. 17.Respondeu Daniel ao rei: “Guarda teus presentes; concede-os a outros! Lerei, todavia, este texto ao rei e lhe darei o significado. 18.Ó rei, o Deus Altíssimo havia outorgado a Nabucodonosor, teu pai, realeza, grandeza, glória e majestade. 19.Em razão dessa grandeza que lhe era conferida, todos os povos, todas as nações e pessoas de todas as línguas tremiam de medo diante dele. Mandava matar quem queria; deixava viver quem desejava; elevava e rebaixava quem lhe aprazia. 20.Mas, seu coração tendo-se engrandecido e seu espírito, tendo-se endurecido na presunção, foi deposto de seu trono e despojado de sua glória. 21.Foi expulso do meio dos homens e, tornando-se seu coração semelhante ao dos animais, ficou em companhia dos animais selvagens, pastando ervas como os bois; e seu corpo foi molhado pelo orva­lho do céu, até que ele reconhecesse que o Deus Altíssimo domina sobre a realeza humana, e aí eleva a quem bem lhe apraz. 22.Tu, Baltazar, seu filho, também sabias tudo isso e não humilhaste teu coração. 23.Tu te ergueste contra o Senhor do céu. Trouxeram-te os vasos de seu templo, nos quais bebestes o vinho, tu, teus nobres, tuas mulheres e tuas concubinas. Deste louvor aos deuses de prata e ouro, bronze, ferro, madeira e pedra, cegos, surdos e impassíveis, em lugar de dar glória ao Deus de quem depende o teu sopro vital e todo teu destino. 24.Assim, por ordem sua, essa mão foi enviada e essas palavras foram traçadas. 25.O texto aqui escrito (se lê): MENÊ, Tequêl e PERÊS.* 26.Eis o significado dessas palavras: MENÊ – Deus contou os anos de teu reinado e nele põe um fim; 27.Tequêl – foste pesado na balan­ça e considerado leve demais; 28.PERÊS – teu reino vai ser dividido e entre­gue aos medos e persas”. 29.Então, por ordem de Baltazar, Da­niel foi revestido de púrpura; colocaram-lhe ao pescoço um colar de ouro e publicou-se que ele ocuparia o terceiro lugar no governo do reino. 30.Mas nessa mesma noite, Baltazar, rei dos caldeus, foi morto.

6.   1.Dario, o medo, recebeu a realeza mais ou menos com a idade de sessenta e dois anos.*

Daniel na cova dos leões

2.Aprouve a Dario, o medo, constituir e espalhar por todo o seu reino cento e vinte sátrapas, 3.submetidos a três ministros, um dos quais era Daniel, a quem eles teriam de prestar contas, a fim de que os interesses do rei nunca fossem lesados. 4.Ora, Daniel, devido à superioridade de seu espírito, levava vantagem sobre os ministros e sátrapas e, com isso, o rei so­nhava em pô-lo à frente de todo o reino. 5.Por isso, ministros e sátrapas procuravam um meio de acusar Daniel em relação à sua administração. Mas não puderam descobrir pretexto algum, nem falta, porque ele era íntegro e nada de faltoso e repreensível se encontrava nele. 6.Esses homens disseram, então: “Não acharemos motivo algum de acusação contra esse Daniel, a não ser naquilo que diz respeito à Lei de seu Deus”. 7.Então, ministros e sátrapas vieram tumultuosamente procurar o rei e lhe disseram: “Rei Dario, longa vida ao rei! 8.Os ministros do reino, os prefeitos, os sátrapas, os conselheiros e os governadores estão todos de acordo em que seja publicado um edito real com uma interdição, estabelecendo que aquele que nesses trinta dias dirigir preces a um deus ou homem qualquer que seja, além de ti, ó rei, seja jogado na cova dos leões. 9.Promulga pois, ó rei, esta interdição, e manda fazer um documento, a fim de que, conforme o estabelecido na lei definitiva dos medos e dos persas, não possa ser revogada”. 10.Em consequência, o rei Dario fez redigir o documento contendo a referida interdição. 11.Ouvindo essa notícia, Daniel entrou em sua casa, a qual tinha no quarto de cima janelas que davam para o lado de Jerusalém. Três vezes ao dia, ajoelhado, como antes, continuou a orar e a louvar a Deus. 12.Então, esses homens acorreram amotinados e encontraram Daniel em oração, invocando seu Deus. 13.Foram imedia­tamente ao palácio do rei e disseram-lhe, a respeito do edito real de interdição: “Não promulgaste, ó rei, uma proibição estabe­lecendo que quem nesses trinta dias invocasse algum deus ou homem qualquer que fosse, à exceção tua, seria jogado na cova dos leões?”. “Certamente” – respondeu o rei –, “(assim foi feito) segundo a lei dos medos e dos persas, que não pode ser modificada.” 14.“Pois bem” – continuaram –, “Daniel, o deportado de Judá, não tem consideração nem por tua pessoa nem por teu decreto: três vezes ao dia ele faz sua oração.” 15.Ouvindo essas palavras, o rei, bastante contrariado, tomou contudo a reso­lução de salvar Daniel, e nisso esforçou-se até o pôr do sol. 16.Mas os mesmos homens novamente o vieram procurar em tumulto: “Saibas, ó rei” – disseram-lhe – “que a lei dos medos e dos persas não permite derrogação alguma a uma proibição ou a uma medida publicada em edito pelo rei”. 17.Então, o rei deu ordem para trazerem Daniel e o jogarem na cova dos leões. “Que o Deus, que tu adoras com tanta fidelidade” – disse-lhe – “queira ele mesmo salvar-te!” 18.Trouxeram uma pedra, que foi rolada sobre a abertura da cova; o rei lacrou-a com seu sinete e com o dos grandes, a fim de que nada fosse modificado em relação a Daniel. 19.De volta a seu palácio, o rei passou a noite sem nada tomar, e sem mandar vir concubina alguma para junto de si. Não conseguiu adormecer. 20.Logo ao ama­nhecer, levantou-se e dirigiu-se a toda pressa à cova dos leões. 21.Quando se aproximou, chamou Daniel com voz cheia de tristeza: “Daniel” – disse-lhe –, “servo de Deus vivo, teu Deus que tu adoras com tanta fidelidade terá podido salvar-te dos leões?!”. 22.Daniel respondeu-lhe: “Se­nhor, vida longa ao rei! 23.Meu Deus enviou seu anjo e fechou a boca dos leões; eles não me fizeram mal algum, porque a seus olhos eu era inocente e porque contra ti também, ó rei, não cometi falta alguma”. 24.Então o rei, todo feliz, ordenou que se retirasse Daniel da cova. Foi ele assim retirado sem traço algum de ferimento, porque tinha tido fé em seu Deus. 25.Por ordem do rei, mandaram vir então os acusadores de Daniel, que foram jogados na cova dos leões com suas mulheres e seus filhos. Não haviam tocado o fundo da cova, e já os leões os agarraram e lhes trituraram os ossos! 26.Então, o rei Dario escreveu: “A todos os povos, a todas as nações e aos povos de todas as línguas que habitam sobre a terra, felicidade e prosperidade! 27.Por mim é ordenado que em toda a extensão de meu reino se mantenha perante o Deus de Daniel temor e tremor. É o Deus vivo, que subsiste eternamente; seu reino é indestrutível e seu domínio é perpétuo. 28.Ele salva e livra, faz milagres e prodígios no céu e sobre a terra: foi ele quem livrou Daniel das garras dos leões”. 29.Foi assim que Daniel prosperou durante o reinado de Dario e durante o de Ciro, o persa.*

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