Continuando nosso desafio no livro de Zacarias, observamos que ele descreve visões e mensagens proféticas recebidas por Zacarias. O profeta relata visões de um rolo voador, uma mulher chamada Iniquidade e quatro carros com cavalos de diferentes cores. Também menciona a reconstrução do Templo do Senhor e a questão dos jejuns. O texto termina com uma mensagem de restauração e a promessa de que muitos povos buscarão o Senhor em Jerusalém. Faça a leitura de preferencia em sua Bíblia dos capítulos 5, 6, 7 e 8 do livro de Zacarias (Zc).
Zacarias
O livro volante
5. 1.Levantando os olhos, olhei e vi um rolo manuscrito que voava. 2.(O anjo) disse-me: “Que vês?”. “Um rolo que voa” – respondi – “o qual tem vinte côvados de comprimento por dez de largura.” 3.Ele disse-me: “Isto é a Maldição que se espalha sobre toda a terra. Todo ladrão será expulso por ela, e todo perjuro será lançado fora por ela. 4.Eu a deixarei espalhar-se por toda a parte – oráculo do Senhor – e ela forçará a casa do ladrão e a do perjuro; ela se alojará na casa de cada um deles e a aniquilará com a sua madeira e as suas pedras”.
O efá
5.O anjo porta-voz aproximou-se e disse-me: “Levanta os teus olhos e vê o que vem lá!”. 6.Eu disse: “O que é?”. Ele respondeu: “É um efá que aparece” – e acrescentou –: “É a iniquidade deles por toda a terra”. 7.Eis que foi levantada a tampa de chumbo, e vi uma mulher instalada no efá. 8.“Esta mulher” – disse ele – “é a Iniquidade!” Prendeu-a no efá e tapou a boca do efá com o disco de chumbo. 9.Então, levantei os olhos e olhei: apareceram duas mulheres, e o vento soprava em suas asas. Tinham asas como de cegonha e levantaram o efá entre o céu e a terra. 10.Perguntei então ao porta-voz: “Aonde vão elas com o efá?”. 11.Ele respondeu-me: “Vão construir-lhe uma casa na terra de Senaar, estabelecê-la ali e fixá-la no seu lugar”.*
Os quatro carros
6. 1.Levantando de novo os olhos, olhei e vi quatro carros que saíam dentre duas montanhas: estas eram montanhas de bronze.* 2.No primeiro carro havia cavalos vermelhos; no segundo, cavalos negros; 3.no terceiro, cavalos brancos; e no quarto, cavalos baios. 4.Tomando então a palavra, perguntei ao anjo que falava comigo: “Que carros são esses, meu Senhor?”. 5.Ele respondeu-me: “Eles vão para os quatro ventos do céu e deixam o lugar onde se apresentaram diante do Senhor de toda a terra. 6.Os cavalos negros dirigem-se para o Norte; os brancos, para o Ocidente; os baios, para o Sul”. 7.Partiram fogosos e procuraram lançar-se para percorrer a terra. O Senhor disse-lhes: “Ide, percorrei a terra!”. E eles puseram-se a percorrer a terra. 8.Ele chamou-me e disse: “Olha, os que se dirigem para o Norte vão saciar a minha cólera contra a terra do Norte”.* 9.A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos: 10.“Vai e recebe a oferta da comunidade, os dons de Heldai, Tobias e Idaías; vai hoje mesmo à casa de Josias, filho de Sofonias, pois se dirigiram para lá de volta da Babilônia.* 11.Tomarás prata e ouro e farás uma coroa, que porás sobre a cabeça do sumo sacerdote Josué, filho de Josedec,* 12.e lhe dirás: Assim fala o Senhor dos exércitos: Eis o homem, cujo nome é Rebento; alguma coisa vai germinar de sua linhagem. 13.Ele é que reconstruirá o Templo do Senhor: usará insígnias reais e se sentará como rei sobre o seu trono; terá um sacerdote à sua direita, e reinará a perfeita paz entre eles. 14.A coroa será conservada no Templo do Senhor em memória de Heldai, Tobias e Idaías, como também de Josias, filho de Sofonias. 15.Virão, então, aqueles que se acham distantes para trabalhar na construção do Templo do Senhor, e sabereis que fui enviado a vós pelo Senhor dos exércitos. Tudo isso há de realizar-se, se fordes dóceis à voz do Senhor, vosso Deus”.
A questão dos jejuns
7. 1.No quarto ano do reinado de Dario, a palavra do Senhor foi dirigida a Zacarias no quarto dia do nono mês (mês de Casleu). 2.Ora, Betel havia delegado Sarasar e Regem-Melec com seus homens* 3.para apresentarem ao Senhor as suas orações e fazerem aos sacerdotes do Templo do Senhor e aos profetas esta pergunta: “Porventura precisamos nós de chorar no quinto mês e jejuar, como o fazemos desde há muito tempo?”. 4.A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos: 5.“Declara a todo o povo e aos sacerdotes: Vós tendes, com efeito, jejuado e chorado no quinto e no sétimo mês, durante estes setenta anos. Mas foi realmente por meu respeito que o fizestes? 6.Quando comeis e bebeis não sois vós que comeis e bebeis? 7.Não reconheceis nisso o ensinamento do Senhor transmitido pela boca dos antigos profetas, no tempo em que Jerusalém era habitada em paz, ela e as cidades circunvizinhas, e quando a região do Sul e a da planície eram ainda habitadas?”.* 8.A palavra do Senhor foi dirigida a Zacarias nestes termos:* 9.“O Senhor dizia: julgai segundo a verdadeira justiça; cada um de vós tenha bom coração e seja compassivo para com o seu irmão. 10.Não oprimais a viúva nem o órfão, nem o estrangeiro, nem o pobre, e não trameis em vossos corações maus desígnios uns contra os outros.” 11.Eles, porém, não quiseram escutar: voltaram-me as costas, revoltados, e taparam os ouvidos para nada ouvir. 12.Endureceram o seu coração como um diamante, para não entenderem as instruções e as palavras que o Senhor dos exércitos lhes dirigia pelo seu Espírito, por meio dos antigos profetas. Por isso, o Senhor dos exércitos indignou-se vivamente contra eles. 13.Ele os chamou em vão, e não foi atendido! “Por isso – oráculo do Senhor dos exércitos –, não os ouvi quando clamaram a mim. 14.Dispersei-os por todas as nações que lhes eram desconhecidas; depois que partiram, a terra ficou abandonada e ninguém mais transitou por ela. Transformaram em um deserto uma terra de delícias.”
Oráculo de restauração
8. 1.A palavra do Senhor foi-me de novo dirigida nestes termos: Eis o que diz o Senhor dos exércitos: 2.consumo-me de ardente amor por Sião; estou animado em favor dela de uma violenta cólera. 3.Assim fala o Senhor: eis que volto a Sião, venho residir em Jerusalém. Jerusalém se chamará a cidade-fidelidade, e a montanha de Sião, a montanha-santidade. 4.Eis o que diz o Senhor dos exércitos: serão vistos ainda velhos e velhas sentados nas praças de Jerusalém, tendo cada um na mão o seu bastão. 5.As praças da cidade regurgitarão de meninos e meninas que brincarão nas suas praças. 6.Eis o que diz o Senhor dos exércitos: se isso parecer um milagre aos olhos dos sobreviventes desse povo, naqueles dias, acaso será impossível aos meus olhos? – oráculo do Senhor dos exércitos. 7.Eis o que diz o Senhor dos exércitos: vou libertar o meu povo, tirá-lo das terras do Levante e do Poente 8.e conduzi-lo a Jerusalém, onde habitará; será o meu povo e eu serei o seu Deus na fidelidade e na justiça. 9.Eis o que diz o Senhor dos exércitos: confortem-se vossas mãos, vós todos que agora ouvis os oráculos pronunciados pela boca dos profetas, e que datam da época em que foram lançados os fundamentos para a reconstrução do templo. 10.Até o presente, não havia salário para o trabalho dos homens nem dos animais, e não existia segurança alguma contra o inimigo para aquele que cuidava de seus afazeres; eu tinha deixado todos os homens uns contra os outros. 11.Mas agora não quero tratar os sobreviventes deste povo como nos dias de outrora – oráculo do Senhor dos exércitos. 12.Farei com que tudo prospere: a vinha dará a sua uva e a terra, os seus frutos; o céu derramará o seu orvalho, e darei aos sobreviventes deste povo a posse de todos esses bens. 13.Fostes um objeto de maldição entre as nações, ó casas de Judá e de Israel! Mas vou libertar-vos e sereis uma bênção. 14.Eis o que diz o Senhor dos exércitos: eu decidira fazer-vos mal quando vossos pais excitaram a minha cólera – diz o Senhor dos exércitos – e não voltei atrás! 15.Assim, resolvo agora fazer o bem a Jerusalém e à casa de Judá. Não temais. 16.Eis o que deveis fazer: falai a verdade uns aos outros; julgai às portas de vossas cidades segundo a justiça e a sinceridade.* 17.Não maquineis o mal em vossos corações contra o próximo; não jureis falso, porque aborreço tudo isso – oráculo do Senhor. 18.A palavra do Senhor dos exércitos foi-me dirigida nestes termos: 19.eis o que diz o Senhor dos exércitos: o jejum do quarto mês, como também o do quinto e do sétimo mês, e o jejum do décimo mês serão doravante para Judá dias de regozijo e de alegria, dias de festa. Então ame a verdade e a paz! 20.Eis o que diz o Senhor dos exércitos: virão ainda muitos povos e habitantes de grandes cidades: 21.os habitantes de uma cidade convidarão os habitantes de outra, dizendo: “Vamos e roguemos ao Senhor! Busquemos o Senhor dos exércitos!”. – Também eu irei. – 22.Virão muitos povos e poderosas nações buscar o Senhor dos exércitos em Jerusalém, e implorar a face do Senhor. 23.Eis o que diz o Senhor dos exércitos: naquele dia, dez homens de todas as línguas das nações tomarão um judeu pela orla de seu manto e dirão: queremos ir convosco, porque soubemos que Deus está convosco.