DESAFIO: "A BÍBLIA EM UM ANO"

Ducentésimo décimo sétimo dia: A condição humana e a ação de Deus

Continuando o nosso desafio, meditamos nestes capítulos vários conselho e exortações. O autor sagrado denuncia a realidade do mal e da injustiça, incentivando o afastamento dessas condições. Além disso, há uma discussão sobre a humanização dos escravos e a evolução ao longo do tempo nessa questão. O autor também aborda a criação do homem e a presença de Deus na criação, destacando a manifestação de Sua glória. Além disso, Deus deu ao homem uma companheira semelhante a ele. O autor ressalta que Deus colocou no coração humano a capacidade de contemplar a glória de suas obras na criação. Ele também menciona que todas as obras de Deus são claras como o sol e que nenhum pecado é escondido ao Senhor. Faça a leitura de preferencia em sua Bíblia dos capítulos 40, 41, 42 e 43 do livro do Eclesiástico (Eclo).

Livro do Eclesiástico

A condição humana

40.   1 Uma grande inquietação foi imposta a todos os homens, e um pesado jugo acabrunha os filhos de Adão, desde o dia em que saem do seio materno, até o dia em que são sepultados no seio da mãe comum: 2 seus pensamentos, os temores de seu coração, a apreensão do que esperam, e o dia em que tudo acaba, 3 desde o que se senta num trono magnífico, até o que se deita sobre a terra e a cinza; 4 desde o que veste púrpura e ostenta coroa, até aquele que só se cobre de pano. Furor, ciúme, inquietação, agitação, temor da morte, cólera persistente e querelas. 5 E na hora de repousar no leito, o sono da noite perturba-lhe as idéias. 6 Ele repousa um pouco, tão pouco que é como se não repousasse; e no mesmo sono, como uma sentinela durante o dia, 7 é perturbado pelas visões de seu espírito, como um homem que foge do combate. No momento em que (se julga) em lugar seguro, ele se levanta e admira-se do seu vão temor. 8 Assim acontece a toda criatura, desde os homens até os animais. Mas para os pecadores é sete vezes mais. 9 Além do mais, a morte, o sangue, as querelas, a espada, as opressões, a fome, a ruína e os flagelos 10 foram todos criados para os maus, e foi por causa deles que veio o dilúvio. 11 Tudo o que vem da terra voltará à terra, como todas as águas regressam ao mar. 12 Todo presente e todo bem mal adquirido perecerão; a boa fé, porém, subsistirá eternamente. 13 As riquezas dos injustos secarão como uma torrente; elas assemelham-se a uma trovoada que estala na chuva. 14 O homem se regozija quando abre a mão, mas no fim os prevaricadores serão aniquilados. 15 A posteridade dos ímpios não multiplicará os ramos; as raízes impuras agitam-se no alto de um rochedo. 16 A vegetação que cresce à beira das águas, ao longo de um rio, será arrancada antes de todas as ervas dos campos. 17 A beneficência é como um paraíso abençoado, e a misericórdia permanecerá eternamente.

De bem a melhor

18 Doce é a vida do operário que se basta a si próprio; vivendo assim, encontrarás um tesouro. 19 Os filhos e a fundação de uma cidade dão firmeza a um nome, mas é mais estimada que um e outro uma mulher sem mácula. 20 O vinho e a música alegram o coração: sobre um e outro, porém, prevalece o amor da sabedoria. 21 A flauta e a harpa emitem um som harmonioso; a língua suave, porém, supera uma e outra. 22 A graça e a beleza são atraentes para o olhar; mais do que uma e outra é a vegetação dos campos. 23 Um amigo ajuda a seu amigo no momento oportuno. Mais do que um e outro, uma mulher ajuda seu marido. 24 Os irmãos são um socorro no tempo da tribulação. Mais do que eles, porém, a misericórdia liberta. 25 O ouro e a prata são bases sólidas. Um bom conselho, porém, supera um e outra. 26 As riquezas e as energias elevam o coração; o temor do Senhor, porém, sobrepuja umas e outras. 27 Nada falta àquele que tem o temor ao Senhor; e com ele não há necessidade de outro auxílio. 28 O temor ao Senhor é-lhe como um paraíso abençoado; ele está revestido de uma glória que supera toda glória.

Autonomia do sábio

29 Meu filho, não leves nunca uma vida de mendigo, pois mais vale morrer que mendigar. 30 Quando um homem olha para a mesa de outro, sua vida não é realmente vida, na obsessão do alimento, porque se nutre dos víveres de outrem; 31 mas o homem moderado e educado se acautela contra isso. 32 Na boca do insensato, a coisa mendigada é doce; mas nas suas entranhas arderá um fogo.

O pensamento da morte

41.   1 Ó morte, como tua lembrança é amarga para o homem que vive em paz no meio de seus bens, 2 para o homem tranqüilo e afortunado em tudo, e que ainda se encontra em condição de saborear o alimento! 3 Ó morte, tua sentença é suave para o indigente, cujas forças se esgotam, 4 para quem está no declínio da idade, carregado de cuidados, para quem não tem mais confiança e perde a paciência. 5 Não temas a sentença da morte; lembra-te dos que te precederam, e de todos os que virão depois de ti: é a sentença pronunciada pelo Senhor sobre todo ser vivo. 6 Que te sobrevirá por vontade do Altíssimo? Dez anos, cem anos, mil anos… 7 Na habitação dos mortos não se tomam em consideração os anos de vida. 8 Os filhos dos pecadores tornam-se objeto de abominação, assim como os que freqüentam as casas dos ímpios. 9 A herança dos filhos dos pecadores perecerá. O opróbrio prende-se à sua posteridade. 10 Os filhos de um homem ímpio queixam-se de seu pai porque é por sua culpa que estão envergonhados. 11 Desgraçados de vós, homens ímpios, que abandonastes a lei do Senhor, o Altíssimo! 12 Se nasceis, é na maldição, e quando morrerdes, tereis a maldição como herança. 13 Tudo o que vem da terra voltará à terra. Assim os ímpios passam da maldição à ruína. 14 Os homens se entristecem com (a perda) de seu corpo; porém, até o nome dos ímpios será aniquilado. 15 Cuida em procurar para ti uma boa reputação, pois esse bem ser-te-á mais estável que mil tesouros grandes e preciosos. 16 A vida honesta só tem um número de dias; a boa fama, porém, permanece para sempre.

Verdadeira e falsa vergonha

17 Meus filhos, guardai em paz meu ensinamento: pois uma sabedoria oculta e um tesouro invisível, para que servem essas duas coisas? 18 Mais vale um homem que dissimula a sua ignorância, que um homem que oculta a sua sabedoria. 19 Tende, pois, vergonha do que vou dizer, 20 porque não é bom ter vergonha de tudo, e nem todas as coisas agradam, na verdade, a todos. 21 Envergonhai-vos da fornicação, diante de vosso pai e de vossa mãe; e da mentira, diante do que governa e do poderoso; 22 de um delito, diante do príncipe e do juiz; da iniqüidade, diante da assembléia e do povo; 23 da injustiça, diante de teu companheiro e de teu amigo; 24 de cometeres um roubo no lugar onde moras, por causa da verdade de Deus e de sua aliança. Envergonha-te de pôr os cotovelos sobre a mesa, de usar de fraude no dar e no receber, 25 de não responder àqueles que te saúdam, de lançar os olhos para uma prostituta, 26 de desviar os olhos de teu próximo, de tirar o que a ele pertence, sem devolver-lho. 27 Não olhes para a mulher de outrem; não tenhas intimidades com tua criada, e não te ponhas junto do seu leito. 28 Envergonha-te diante de teus amigos de dizer palavras ofensivas; não censures o que deste.

42.    1 Não repitas o que ouviste. Não reveles um segredo. Assim estarás verdadeiramente isento de confusão, e acharás graça diante de todos os homens. Não te envergonhes de tudo o que vou dizer, e não faças acepção de pessoas até o ponto de pecar. 2 Não te envergonhes da lei e da aliança do Altíssimo, de uma sentença que justifique o ímpio, 3 de um negócio entre teus amigos e estranhos, da doação de uma herança em favor de teus amigos. 4 Não te envergonhes de usar uma balança fiel e de peso certo, de adquirir pouco ou muito, 5 de não fazer diferença na venda e com os mercadores, de corrigir freqüentemente os teus filhos, de golpear até sangrar as costas de um escravo ruim. 6 Sobre uma mulher má, é bom pôr-se o selo. 7 Onde há muitas mãos, emprega a chave. Conta e pesa tudo o que entregas; assenta o que dás e o que recebes. 8 Não te envergonhes de corrigir o insensato e o tolo; não te envergonhes dos anciãos julgados pelos jovens. Assim te mostrarás verdadeiramente instruído, e serás aprovado por todos.

Como cuidar de uma filha

9 Uma filha é uma preocupação secreta para seu pai; o cuidado dela tira-lhe o sono. Ele teme que passe a flor de sua idade sem se casar, ou que, casada, torne-se odiosa para o marido; 10 receia que seja seduzida na sua virgindade, e que se torne grávida na casa paterna. Teme que, casada, ela viole a fidelidade, ou que, em todo caso, seja estéril. 11 Exerce severa vigilância sobre uma filha libertina, para que ela te não exponha aos insultos dos teus inimigos, e te torne o assunto de troça da cidade, o objeto de mofa pública, e te desonre aos olhos de toda a população. 12 Não detenhas o olhar sobre a beleza de ninguém, não te demores no meio de mulheres, 13 pois assim como a traça sai das roupas, assim a malícia do homem vem da mulher. 14 Um homem mau vale mais que uma mulher que (vos) faz bem, mas que se torna causa de vergonha e de confusão.

II – LOUVOR DE DEUS E DOS ANTEPASSADOS (42, 15 – 50, 26)

I – GRANDEZA DE DEUS NA CRIAÇÃO

15 Relembrarei agora as obras do Senhor, proclamarei o que vi. Pelas palavras do Senhor foram produzidas as suas obras. 16 O sol contempla todas as coisas que ilumina; a obra do Senhor está cheia de sua glória. 17 Porventura não fez o Senhor com que seus santos proclamassem todas as suas maravilhas, maravilhas que ele, o Senhor todo-poderoso, consolidou, a fim de que subsistam para a sua glória? 18 Ele sonda o abismo e o coração humano, e penetra os seus pensamentos mais sutis, 19 pois o Senhor conhece tudo o que se pode saber. Ele vê os sinais dos tempos futuros, anuncia o passado e o porvir, descobre os vestígios das coisas ocultas. 20 Nenhum pensamento lhe escapa, nenhum fato se esconde a seus olhos. 21 Ele enalteceu as maravilhas de sua sabedoria, ele é antes de todos os séculos e será eternamente. 22 Nada se pode acrescentar ao que ele é, nem nada lhe tirar; não necessita do conselho de ninguém. 23 Como são agradáveis as suas obras! E todavia delas não podemos ver mais que uma centelha. 24 Essas obras vivem e subsistem para sempre, e em tudo o que é preciso, todas lhe obedecem. 25 Todas as coisas existem duas a duas, uma oposta à outra; ele nada fez que seja defeituoso. 26 Ele fortaleceu o que cada um tem de bom. Quem se saciará de ver a glória do Senhor?

A criação

43.   1 O firmamento nas alturas é a sua beleza, o aspecto do céu é uma visão de glória. 2 O sol, aparecendo na aurora, anuncia o dia. A obra do Altíssimo é um instrumento admirável. 3 Ao meio-dia queima a terra: quem resiste ao seu ardor? Ele conserva uma fornalha de fogo por efeito de seu calor. 4 O sol queima três vezes mais as montanhas, despedindo raios de fogo, cujo resplendor deslumbra os olhos. 5 Grande é o Senhor que o criou; por sua ordem, ele apressa o seu curso. 6 A lua é, em todas as suas fases regulares, a marca do tempo e o sinal do futuro. 7 É a lua que determina os dias de festa; sua luz diminui a partir da lua cheia. 8 É ela que dá nome ao mês; sua claridade cresce de modo admirável, até ficar cheia.9 É um sinal para os exércitos do céu que lança no firmamento um glorioso esplendor. 10 O brilho das estrelas faz a beleza do céu; o Senhor ilumina o mundo nas alturas. 11 À palavra do Santo estão prontas para o julgamento: são indefectivelmente vigilantes. 12 Observa o arco-íris e bendiz aquele que o fez: é muito belo no seu resplendor. 13 Faz a volta do céu num círculo de glória: são as mãos do Altíssimo que o estendem. 14 O Senhor com uma ordem faz cair subitamente a neve, acelera a marcha dos raios de seu juízo. 15 Por essa causa se abrem as suas reservas, e voam as nuvens como pássaros. 16 Por sua grandeza condensa as nuvens, e as pedras de granizo caem em estilhaços. 17 As montanhas são abaladas quando ele aparece; por sua vontade sopra o vento do sul. 18 O estrondo do trovão fere a terra, assim como a tempestade do aquilão e o turbilhão dos ventos. 19 Espalha a neve como pássaros que pousam, como gafanhotos que se abatem sobre a terra; 20 o olhar encanta-se com o brilho de sua alvura, o coração fica atônito ao vê-la cair. 21 Deus espalha a geada sobre a terra como sal; quando as águas se congelam tornam-se como pontas de cardo. 22 Quando sopra o vento frio do aquilão, a água gela como cristal, que repousa sobre toda a massa líquida, e veste as águas como se fosse uma couraça. 23 (A geada) devora os montes, queima os desertos, resseca como o fogo tudo o que é verde. 24 O remédio para isso é o rápido aparecimento de um aguaceiro. O orvalho após o frio atenua (o rigor do gelo). 25 A palavra de Deus faz calar o vento; só com o seu pensar apazigua o abismo, no meio do qual o Senhor plantou as ilhas. 26 Os que navegam sobre o mar contam os seus perigos; ouvindo-os, ficaremos arrebatados de admiração. 27 Ali se encontram grandes obras e maravilhas, animais de toda espécie e criaturas monstruosas. 28 Por ele, tudo tende regularmente para a sua finalidade, tudo foi disposto conforme a sua palavra. 29 Diremos muitas coisas, porém faltarão palavras. Mas o resumo de nosso discurso é este: Ele está em tudo. 30 Que podemos nós fazer para glorificá-lo? Pois o Todo-poderoso está acima de todas as suas obras. 31 O Senhor é terrível e soberanamente grande. Seu poder é maravilhoso. 32 Glorificai o Senhor quanto puderdes, que ele ficará sempre acima, porque é admirável a sua grandeza. 33 Bendizei o Senhor, exaltai-o com todas as vossas forças, pois ele está acima de todo louvor. 34 Enaltecendo-o, reuni todas as vossas forças; não desanimeis; jamais chegareis (ao fim). 35 Quem poderá contar o que dele viu? Quem é capaz de louvá-lo, como ele é, desde os primórdios? 36 Muitos segredos são maiores que tudo isso; só vemos um pequeno número de suas obras. 37 O Senhor fez todas as coisas: ele dá sabedoria àqueles que vivem com piedade.

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