Por que Deus permite estas tragédias?

Para esta pergunta que já traz em si, um certo caráter desolador, obviamente, não há uma resposta pronta que possa, por vezes, calar o interlocutor ou mesmo, consolá-lo. Para esta pergunta tão inevitável, tão dolorosa quanto misteriosa, que abala a nossa fé num Deus Criador de um mundo que deveria ser ordenadamente bom, precisamos realizar um movimento, um esforço que por vezes nos escapa.  A nossa atitude não deveria ser de murmuração ou mesmo desespero. Mas o nosso movimento deveria ser o de prece. Eis a nossa atitude.

Porque a resposta a essa indagação só pode ser iluminada à luz da fé. É o conjunto da fé cristã que constitui a resposta a esta pergunta, a fim de que possamos compreender que não há nenhum elemento da mensagem cristã que não seja uma resposta à questão do mal. É certo que esta fé no Deus Pai todo-poderoso pode ser posta à prova pela experiência do mal e do sofrimento. Tragédias como as que ocorrem na natureza podem nos levar a imaginar que Deus esteja ausente ou seja incapaz de impedir o caos no mundo. Percebamos, no entanto que Deus Pai revelou sua onipotência da maneira mais misteriosa no rebaixamento voluntário e na ressurreição de seu Filho. É o que o Catecismo da Igreja Católica vai chamar de Mistério da aparente impotência de Deus. Somente a fé pode aderir aos caminhos misteriosos de sua onipotência.

Pois Deus sendo onipotente, e podendo fazer o que quiser, inclusive, impedir catástrofes, tragédias, enfermidades, e mesmo a morte, percebamos que Ele também apresenta uma sabedoria infinita, criando um mundo em estado de caminhada para que possa alcançar sua perfeição última. Com certeza, Deus não é de modo algum autor do mau, seja ele físico ou moral, no entanto permite-o que aconteça, de forma misteriosa, ao nosso entendimento, provando-nos no cerne da alma. O que chamamos de vontade permissiva de Deus. Não é de sua vontade, mas Ele permitiu que acontecesse.

Porém, além de ser o Todo-Poderoso e infinitamente sábio, Deus também é bom por excelência e no dizer de Santo Agostinho, misteriosamente Deus sabe auferir do mal, um bem maior:

“Pois o Deus Todo-Poderoso, por ser soberanamente bom, nunca deixaria qualquer mal existir em suas obras se não fosse bastante poderoso e bom para fazer resultar o bem do próprio mal” (Santo Agostinho).

Sabemos que para os que amam a Deus, tudo concorre para o bem (Rm 8,28), e que Deus conduz a história como Ele quer, por caminhos que quase nos escapam o entendimento. Não compreendemos. Os caminhos de sua providência nos são desconhecidos. Só no final, quando estivermos frente a frente com a Verdade Revelada em Cristo Jesus, vendo Deus face a face, teremos pleno conhecimento dos caminhos pelos quais a humanidade passou  mesmo diante do drama dos sofrimentos e tragédias e como Deus conduziu toda esta história para uma perfeição última de sua criação. Hoje vemos parcialmente, como que, por um véu, com a vista obnubilada, ou embaçada. Mas um dia, naquele Dia, todos os nossos porquês serão respondidos e devidamente compreendidos.

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Romero Frazão, fvc

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