“Julgar os outros é algo feio, porque o único juiz é o Senhor”, afirmou. “Nas reuniões que nós temos, um almoço, o que quer que seja, pensemos em duas horas de duração: dessas duas horas, quantos minutos foram usados para julgar os outros?”.
Pelo contrário, convidou a ser misericordiosos. “Sejam misericordiosos como o Pai é misericordioso. E mais: sejam generosos. Dai e vos será dado. O que me será dado? Uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante. A abundância da generosidade do Senhor, quando nós seremos plenos da abundância da nossa misericórdia”.
O Pontífice destacou que a justiça de Deus não é como a justiça humana, pois se fundamenta na misericórdia. “E nós sabemos que a justiça de Deus é misericórdia. Mas é preciso dizê-lo: ‘A Ti convém a justiça; a nós, a vergonha’. E quando se encontra a justiça de Deus com a nossa vergonha, ali está o perdão”.
Nesse sentido, convidou a perguntar-se : “Eu creio que pequei contra o Senhor? Eu acredito que o Senhor é justo? Eu acredito que é misericordioso? Eu me vergonho diante de Deus, de ser pecador? Tão simples: a Ti a justiça, a mim a vergonha”. Por isso exortou a “pedir a graça da vergonha”.
“A vergonha é uma grande graça”, explicou. Assim “recordamos a atitude em relação ao próximo, recordar que com a medida com a qual julgo serei julgado. Não devo julgar. E se digo algo sobre o outro, que seja generosamente, com muita misericórdia. A atitude diante de Deus, este diálogo essencial: ‘A Ti a justiça, a mim a vergonha’”, concluiu.