A Vocação à Vida Consagrada e Religiosa: Testemunho e Compromisso

Sabemos que todos nós temos uma vocação em comum: a vocação universal à santidade. No entanto, Deus escolhe algumas pessoas de forma mais incisiva, particular, para uma vida de maior intimidade com Ele, com um propósito e uma missão em favor dos demais.

Diz-nos a exortação apostólica pós-sinodal de São João Paulo II, Vita Consecrata, que o  Espírito Santo, artífice admirável da diversidade de carismas, suscitou no nosso tempo novas expressões de vida consagrada, como que desejando corresponder, segundo um desígnio providencial, às novas necessidades que a Igreja encontra hoje no cumprimento da sua missão no mundo.

É claro que as diversas ordens religiosas, desde aquelas de caráter monástico até as seculares, formada por homens e mulheres, religiosos e religiosas, virgens, eremitas, se constituíram ao longo da história da Igreja, de uma grande riqueza e um testemunho singular ante um mundo confuso e dividido. Ainda há de se fazer menção àqueles consagrados que são dedicados à vida contemplativa, e até mesmo à consagração das viúvas, conhecida desde os tempos apostólicos (1 Tim 5,5.9-10; 1 Cor 7,8), como também, logicamente, dos viúvos, que mediante o voto de castidade perpétua, como sinal do Reino de Deus, consagram a sua condição para se dedicarem à oração e ao serviço da Igreja. É um testemunho esplêndido e variado, onde se reflete a multiplicidade dos dons inspirados pelo Espírito Santo.

Contudo, observa-se que os Institutos seculares têm inspirado seus membros a viverem a consagração a Deus no mundo, através da profissão dos conselhos evangélicos no contexto das estruturas temporais, para serem assim fermento de sabedoria e testemunhas da graça no âmbito da vida cultural, econômica e política (Vita Consecrata n. 10).

Através da síntese do caráter secular e do caráter consecratório que os caracteriza, fomenta-se infundir na sociedade as energias novas do Reino de Cristo, procurando transfigurar o mundo a partir de dentro com a força das bem-aventuranças, pondo em prática os conselhos de Obediência, Pobreza e Castidade. Desta forma, ao mesmo tempo que a pertença total a Deus os torna plenamente consagrados ao seu serviço, a sua atividade nas condições normais dos leigos contribui, sob a ação do Espírito, para a animação evangélica das realidades seculares. Os Institutos seculares contribuem assim para garantir à Igreja, segundo a índole específica de cada um, uma presença incisiva na sociedade.

É a perene juventude da Igreja que vem suscitando ao longo da história e de forma bastante renovada nos nossos tempos cada vez mais novas formas de vida consagrada, em muitos casos, semelhantes àqueles já existentes mas nascidos de novos estímulos espirituais e apostólicos. As pessoas consagradas, que abraçam os conselhos evangélicos, recebem uma nova e especial consagração que, apesar de não ser sacramental, as compromete a assumirem — no celibato, na pobreza e na obediência — a forma de vida praticada pessoalmente por Jesus, e por Ele proposta aos discípulos. De fato, a vida consagrada, bem como dos religiosos em geral, sejam eles seculares ou regulares, apresentam um estilo de vida que reflete o modo de viver de Cristo, anunciando e antecipando o tempo futuro no reino de Deus, haja vista que a vida celibatária, é uma prefiguração daquilo que há de vir na eternidade. Eis a missão dos vocacionados à vida consagrada e religiosa – manter viva no coração dos batizados a consciência dos valores fundamentais do Evangelho mediante uma vida segundo as bem-aventuranças, sendo verdadeiramente promotores de santidade. Para tanto, é necessária, uma vida de intensa oração, pois como toda vocação é necessário renúncia, assumir o compromisso de seguir a Cristo, e por amor a Ele, ser sal e fermento no meio em que se encontre, impregnando esta sociedade com uma realidade que antecipa o Eterno, o que há de vir, quando será alcançada a plenitude daquele Reino dos céus que agora está presente apenas em gérmen e no mistério, onde vemos a Cristo, somente através do véu da fé, mas um dia poderemos contemplá-lo face a face.

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