Um cerco de combate

É chegado o tempo do combate e da consequente vitória. Mas esta não é uma batalha comum, mas uma batalha com implicações que podem ressoar para a eternidade. De início, é necessária uma preparação do próprio coração que deve estar apto para o combate e aberto para acolher a graça de Deus que, sim, será derramada.

Historicamente, o chamado Cerco de Jericó, nasceu na Polônia, tendo sido suscitado por um grupo de fiéis que rezavam pela visita do Santo Padre, o então Papa João Paulo II, a este país, de governo comunista. O Partido do governo, o Solidariedade, se opunha fortemente à visita do Santo padre em 1979, vetando a sua entrada no país. Ele estaria visitando a Polônia para a celebração dos 900 anos do martírio de Santo Estanislau de Szczepanów, bispo da Cracóvia.

Já em fins de novembro de 1978, 7 (sete) semanas depois do Conclave que havia eleito João Paulo II, a Rainha do Santo Rosário, Maria Santíssima, deu uma mensagem precisa a uma alma piedosa da Polônia, onde dizia: “Para a preparação da primeira peregrinação do Papa à sua Pátria, deve-se organizar na primeira semana de maio de 1979, em Jasna Gora, um Congresso do Rosário: 7 dias e 6 noites de rosários consecutivos, diante do Santíssimo Sacramento exposto”.

No dia da Imaculada Conceição (8 de dezembro de 1978), Anatol Kazczuck, que seria o promotor destes cercos, apresentou a ordem de Nossa Senhora a Monsenhor Kraszewski, bispo auxiliar da Comissão Mariana do Episcopado, que prontamente autorizou a recitação do Rosário diante do Santíssimo Sacramento.

Anatol apresentou também a mensagem de Nossa Senhora a Monsenhor Stefano Barata, bispo de Czastochowa e presidente da Comissão Mariana do Episcopado. Ele alegrou-se com o projeto, mas aconselhou-os a não darem o nome ‘congresso’, para maior facilidade na sua organização.

Como esse ‘assalto’ de rosários devia durar sete dias, e, tal como em Jericó, tinha-se certeza da vitória, deu-se-lhe o nome de Cerco de Jericó.

O Padre diretor de Jasna Gora aprovou o projeto, mas não queria que se realizasse em maio por causa dos preparativos da visita do Santo Padre. Dizia ele: – ‘Seria melhor em abril’. – ‘Mas a Rainha do Céu deu ordens para que se organizassem esses rosários permanentes na primeira semana de maio’, respondeu o Sr. Anatol, ao que o padre aceitou.

A Santíssima Virgem sabia bem que o Cerco de Jericó em maio não poderia perturbar a visita do Papa, porque ele seria vetado pelo governo, como de fato ocorreu. As autoridades recusaram o visto de entrada no país ao Santo Padre, como tinham feito a Paulo VI em 1966. Consternação geral em toda a Polônia! O Papa não poderia visitar a sua própria Pátria.

Foi, então, com fervor intenso que se organizou o ‘assalto’ de rosários, tomando por inspiração a passagem da Escritura em que as muralhas da cidade de Jericó caem e o povo de Deus toma de assalto a cidade (Js 6), após um cerco de 7 dias. Inspirados por esta passagem bíblica, diante do Santíssimo Sacramento, os fieis pedem para que os muros da hostilidade deste governo comunista caíssem e fosse dada a permissão para que o Papa entrasse no país. E, no dia 7 de maio de 1979, ao mesmo tempo que terminava o Cerco, caíram ‘as muralhas de Jericó’. Um comunicado oficial anunciava que o Santo Padre visitaria a Polônia de 2 a 10 de junho.

Foi uma tremenda vitória para o povo polonês. Após isto, Nossa Senhora ainda ordenou que se organizassem tais cercos todas as vezes que o papa saísse em viagem apostólica, pois o Santo Rosário abate todas as investidas do demônio.

Sendo assim, originalmente, o Cerco de Jericó, consistia em rezar o Santo Rosário ininterruptamente diante do Santíssimo Sacramento durante sete dias, depois tornou-se um grande instrumento de ascese para a vida de muitos fiéis na Igreja.

Para que o cerco de Jericó possa conferir frutos espirituais abundantes, é necessário de início uma abertura de coração e uma disposição interior para acolher a graça de Deus.

O cerco de orações deve ser realizado por sete dias consecutivos, podendo-se associar a este período a vivência do Sacramento da Penitência. Percebe-se que se trata de um combate espiritual. Realizam-se diariamente neste período diante do Santíssimo Sacramento a recitação do Santo Rosário, oração a são Miguel Arcanjo, o terço da Divina Misericórdia, uma meditação bíblica, sendo oportuna a meditação do capítulo 6 do livro de Josué, que relata a tomada de Jericó. Outras orações podem ser acrescentadas. A prática do jejum também é de extrema importância, sendo ainda vivamente recomendada a participação da Santa Missa inteira, de preferência diariamente, no período do cerco.

É um período de combate, mas também de muita graça, pois são exercitadas aqui virtudes como a perseverança, a paciência, a disciplina quanto à vida de oração, e ao final do cerco a certeza da vitória. No entanto, é preciso o exercício da fé enquanto virtude e um completo abandono e confiança em Deus que por misericórdia vem em nosso auxílio.

Ao final do cerco, todo o povo soltará um grande clamor e a muralha da cidade desabará. Então, o povo tomará de assalto a cidade” (Js 6,5).

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