Simplicidade e prudência: a arte do viver em Cristo

A vida em Cristo requer duas propriedades inerentes às faculdades humanas e que são aconselhadas por Nosso Senhor: Sedes prudentes como as serpentes, mas simples como as pombas (Mt 10, 16b). O Senhor nos coloca aqui duas realidades: A realidade de um animal peçonhento, a serpente, que destila veneno, e é a personificação do mal, segundo os antigos. Ela, que e relatada no livro do gênesis, e está associada à entrada do pecado original no mundo. O outro animal, a pomba, frágil, de cuja simbologia é associada ao divino Espírito Santo. A serpente, associada na criação, ao surgimento no coração do homem daquilo que chamamos de filáucia, mãe de todos os vícios, sendo resumida como o amor de si mesmo que pode ser usado contra si, desencadeando todas as doenças espirituais. A pomba, por outro lado, pobre, passando despercebida sobre nossos olhares, mas constitui-se na representação do divino Espirito. Porem, nosso Senhor usa as comparações mais inusitadas para ressignificar a história, nos ensinando a arte do bem agir, associando à figura da serpente a virtude da prudência, a mãe de todas as virtudes, a virtude-guia da vida, o “cocheiro” que tem as rédeas do carro das virtudes e as dirige (CIC 1806), ou no dizer de Santo Tomás, e a regra certa da ação.

Haja vista que Nosso Senhor mesmo enviaria seus discípulos como ovelha no meio de lobos é perfeitamente compreensível que Ele chamasse a atenção para tal virtude de onde brotam todas as demais, sobretudo na ordem prática. A capacidade do bem agir, sob a reta razão. Claro que não deve ser confundida com a timidez ou o medo, nem com a duplicidade ou a dissimulação, mas é a prudência quem conduz a todas as outras virtudes, guiando imediatamente o juízo da consciência. Da prudência depende, por exemplo, as demais virtudes cardeais como a justiça, a fortaleza e a temperança.

A maior imprudência da vida é viver de inércia, ir ao embalo das próprias paixões, deixar que as emoções tomem as rédeas da própria vida, e largar-se nas mãos dos próprios desejos e vontades, as quais podem destruir o homem. Por isso, o Senhor nos chama de ovelhas. Porque somos imprudentes e agimos sem a medida das consequências dos nossos atos, como se não dependêssemos dele, motivo pelo qual ele nos convida a simplicidade. A necessidade de alçar grandes  voos olhando sempre para o alto, mas com os pés fixos no chão. Porque simplicidade requer justamente que tenhamos os pés no chão da realidade.

É necessário como bom discípulo de Cristo, ter o contato direto com a Verdade. “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará” (Jo 8,32). A pergunta é: Somos capazes de suportar a verdade que precisamos conhecer? Deparar-se com a verdade sobre si mesmo, sobre a moralidade ditada por ela, na Pessoa do Verbo, e sobretudo, adequar-se e submeter os teus desejos e más tendências à soberania da verdade, renunciando aos próprios desejos e ordenando-os às suas potências mais superiores, tais como, a inteligência e a vontade, constitui-se no grande desafio para o cristão, a fim de, conhecendo a Verdade, tomar livremente a decisão de optar por ela, e amá-la. O problema é que muitos seguem fazendo ouvidos surdos à Verdade que se nos apresenta, tendo em vista que é notório e iminente um rompimento com os valores mundanos e uma renúncia aos confortos emocionais e confortáveis pelos quais passamos. Como viver em Cristo, atingir a plenitude desta vida seguindo padrões tão baixos, atrelados  às potencias mais baixas da alma, que beiram a esfera animal, voltada apenas aos desejos carnais e as carências mais desnecessárias possíveis. É tempo de lançar as redes, de pescar em águas mais profundas, de alçar voos audazes, partir para a luta, sair à luz do sol, libertar-se do sepulcro e brilhar a vossa luz diante de Deus e dos homens. Este mundo precisa conhecer o cristão que existe em você. Reconhece tua dignidade, Cristão, como diria o grande papa São Leão Magno, por participares agora da natureza divina, não te degeneres, retornando à decadência de tua vida passada. Lembra-te da Cabeça a que pertences e do corpo de que és membro. Lembra-te de que foste arrancado do poder das trevas e transferido para a luz e o Reino de Deus. Eis a nossa vocação: a santidade, assumindo para si uma vida virtuosa e assumindo de fato, aquilo que  o senhor nos chama a ser, homens e mulheres inteiros, dispostos, a nos desgastarmos pela causa do Reino, e por amor a Ele, principio e fim de todas as coisas.

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