Ao olhar para cruz, compreendemos a forma que o Amor de Deus por nós assumiu: o dom do sacrifício.
Assim como o salmista se pergunta, somos chamados a refletir também ao olhar para a crucificação do Senhor Jesus Cristo: Que é o homem, para pensardes nele? (Sl 8,5). De fato não somos nada diante da onipotência divina, mas o Amor de Deus quebra toda lógica humana, e se entrega inteiramente por cada um de nós, sem garantia de que O correspondamos.
Como diz Santa Teresinha, “é próprio do amor abaixar-se” e é isso que Deus fez para redimir a humanidade. Diante de tamanha prova de Amor, não podemos ficar passivos. Do encontro pessoal com Jesus, brota o chamado à santidade, contemplamos em Jesus o homem novo, mas percebemos que estamos longe de praticar como os santos, os três conselhos evangélicos: castidade, pobreza e obediência.
Como se afastar terminantemente do pecado, e ser generoso com Deus para alcançar a plenitude do Amor? Como ser perseverante e disciplinado na vida de oração, alimentando a fé sempre e em especial nos tempos de tribulação? A Sagrada Escritura nos responde de forma clara as nossas inquietações em Romanos 8, 26 ao dizer que “Outrossim, o Espírito vem em auxílio à nossa fraqueza; porque não sabemos o que devemos pedir, nem orar como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inefáveis”.
Através deste versículo, é possível começar a compreender que sozinhos, não conseguiremos atingir tão alta meta. Não sabemos ao certo nem o que pedir! Mas tudo muda quando invocamos de coração aberto o Espírito Santo, pois Ele vem em auxílio à nossa fraqueza.
Como Paráclito, que significa Consolador (CIC § 692), o Espírito Santo é o cumprimento da Promessa de Jesus, que antes de ascender ao céu diz que não deixaria seus apóstolos órfãos (Jo 14, 18), porém, o Pai enviaria através do Nome de Jesus o Espírito Santo. Este, ensinaria todas as coisas e recordaria a todos, tudo o que Jesus tinha dito (Jo 14,26).
Portanto, é desejo de Deus que sejamos profundamente consolados; que o vazio do tamanho de Deus que há no coração de todos os homens, como alertou Dostoieviski, seja completamente preenchido com Rios de Água Viva (Jo 7,38).
Apenas através do Espírito Santo alcançaremos a plenitude da nossa identidade de filhos de Deus, pois Ele enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai! (Gl 4,6).
Diante de tudo que foi exposto, é possível verificar que é Vontade de Deus que recebamos Seu Santo Espírito. Mas, respeitando nossa liberdade, Deus espera de nós abertura interior para derramá-lo em nossos corações.
Por isso, te questiono, o que falta para que abras teu coração e o Espírito Santo venha em ti, como em Pentecostes? Clame com toda verdade do seu coração o Consolador, e Deus ouvirá tua prece. Não perca a oportunidade de viver mais um segundo longe do Paráclito, apenas com Ele nossa vida ganha todo o sentido e direção que procuramos.
