São João Paulo II – A Identidade de um Pastor

São Joao Paulo II não era apenas poliglota, ator de teatro ou o papa das multidões oceânicas, além de ser um excelentíssimo diplomata e alguém de uma visão política extraordinária, aberto ao diálogo, combatente da verdade, incansável defensor da Igreja contra o comunismo, haja vista que seu papel político foi lapidar em tempos tão difíceis. Mas João Paulo II foi um homem apaixonado por Jesus Cristo. No início da primeira encíclica do seu pontificado, Redemptor homini já expressara: “Jesus é o centro do cosmos, de toda a criação e da história”.  É o que mede a santidade de alguém: o amor que se tem por Jesus Cristo e sua adesão a Ele.

Um homem que levou o papado a realidades jamais vistas antes, uma vez que buscou o diálogo com diversas religiões, cristãs e não cristãs, de modo que adquiriu o respeito de inúmeros líderes religiosos. Podemos perceber que no seu funeral além de inúmeros chefes de estado, estavam presentes muçulmanos, rabinos, gente de diversos credos. São João Paulo II conseguiu elevar o papado a um baluarte inesperado, sendo considerado porta-voz, não apenas dos cristãos, mas de todo crente, ainda que não seja cristão. Sua capacidade de dialogar com todas as religiões era algo impressionante. Tudo isso porque tinha identidade. Ele não tinha medo de dizer quem era nem de professar sua fé. Esta autenticidade era marcante em sua vida e foi a marca de todo o seu pontificado. Ele prezava pela identidade da Igreja. E por consequência, a identidade dentro do âmbito de cada vocação, seja a identidade do pai e mãe de família, ou do sacerdote, ou do religioso, ou leigo, era sua preocupação apresentar a identidade do povo de Deus.

Idealizador da jornada mundial da juventude, reuniu multidões de jovens por diversos países do mundo, pois atingir a juventude era o seu propósito. Encontrava-se aberto aos diversos sinais que o Espirito Santo concedia para a Igreja, acolhendo inúmeros movimentos eclesiais, como a própria corrente de graça da renovação carismática católica, dentre outros, mas também atento àqueles movimentos danosos à vida da Igreja, como a teologia da libertação.

Um homem  com um olhar diferente, capaz de suportar a dor, de forma muito tranquila, com extraordinária inclinação para o perdão como sucedeu com Ali Agca, por ocasião do atentado que sofrera em 13 de maio de  1981. E desde esse dia, sua saúde foi declinando. Passou semanas internado no hospital Gemelli para recuperar-se do tiro que o atingiu. E o retorno a este hospital iria acontecer tantas outras vezes. Mas nem isto o impediu de atingir os seus recordes: o 3º maior pontificado da história com quase 27 anos, tendo realizado 104 viagens pelo mundo, visitando 129 países.

Um teólogo e um filósofo personalista, preocupado com a tomada de consciência da qualidade de pessoa que todos possuímos,  desenvolveu uma teologia versada no amor humano, com ênfase na afetividade e sexualidade que a posteridade chamaria de Teologia do Corpo. Um verdadeiro farol para estes tempos de  confusão da sexualidade, onde há até a dificuldade de se perceber homem ou mulher. Reformou o código de direito canônico e deu de presente para a Igreja, o mais novo Catecismo da Igreja Católica, uma bússola a orientar a nossa fé.

De uma profunda vida interior, era um homem dedicado ao recolhimento, à oração, à contemplação mística, seguindo o itinerário espiritual de São João da Cruz, na sua Subida ao Monte Carmelo, onde ele tomou a importante lição de se abandonar à providencia  em adoração ao Santíssimo, exclamando por horas a seguinte expressão: “o nada diante do tudo… o nada diante do tudo”. Sua espiritualidade era de uma beleza rara, que contrastava com algumas exigências temporais do seu ministério, pois era como se vivesse em oração constantemente. E tudo isto atribuía à virgem Maria, a quem consagrou seu pontificado – Tottus tuus Mariae  – inclusive consagrando-se à Santíssima virgem segundo o método de São Luiz Maria Grignion de Montfort.

Nem a enfermidade, nem o Parkinson, podia levá-lo ao abatimento. Mesmo diante da debilidade física, apresentava uma força interior, e uma lucidez impressionante, com total consciência do seu estado. Até no seu trânsito para a última e definitiva morada eterna, o ensinamento de quem tinha uma profunda fé em Jesus Cristo. Eis suas últimas palavras: “deixai-me ir à casa do Pai”. O papa que, em seu primeiro discurso como pontífice, havia dado a ordem para não termos medo, agora por ocasião de sua páscoa em 2005, atraia uma multidão jamais vista antes para o Vaticano. Gente do mundo inteiro acorreram a Roma e ao Vaticano para a despedida, sob o clamor de “Santo súbito”. Um santo para os nossos tempos, que atrai jovens, mas também atrai não-cristãos sempre exortando: “Não tenhais medo! Abri antes, ou melhor, escancarai as portas a Cristo!” Pois é Ele quem dá sentido a vida e a existência.

São João Paulo II, rogai por nós.

Por: Romero Frazão, fvc

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