A perseguição sempre fez parte da vida da Igreja. Não é uma novidade, ou pelo menos não deveria ser para nós, cristãos católicos! Isto já é evidente desde os Evangelhos, onde são relatadas as promessas de Nosso Senhor, quanto aqueles que o quisessem segui-lo, bem como, nos Atos dos Apóstolos, onde as próprias testemunhas do Mestre experimentaram na carne e concretizaram com as suas vidas a fantástica aventura de Viver em Cristo. Isto, ao longo da História da Igreja, sempre foi uma constante. Interessante notar o quanto, paradoxalmente, a Igreja sóviria a crescer à medida que a perseguição tornava-se sangrenta.
Afora todos aqueles mártires que deram seu testemunho de sangue no decorrer de toda a historia, especialmente nos séculos XX e XXI, se observa uma quantidade enorme de mártires a partir das inúmeras perseguições que a Igreja sofreu, a começar pela Revolução Bolchevista em 1917, na Rússia Comunista, onde milhares de padres e leigos foram mortos. Cerca de 1500 igrejas foram fechadas na Rússia. Tudo isso é narrado no Livro Negro do Comunismo. Tivemos também em 1926, a terrível revolução mexicana onde milhares de cristãos foram mortos, na chamada Cristiada mexicana, de modo que o governo foi assumido por forças anticristãs, de cunho materialista, comunista, inimigas da Igreja, onde esta foi altamente perseguida. E deste período que data o martírio de São José Sanchez del Rio, um jovem de 14 anos, que morreu declarando “Viva Cristo Rei”. Sem falar na Revolução Espanhola, em meados da década de 1930, onde inúmeros sacerdotes foram mortos. Uma verdadeira rebelião contra o cristianismo. Eram mortos das formas mais bárbaras em pleno século XX. O papa são Joao Paulo II chegou a canonizar cerca de 500 mártires espanhóis de uma só vez. Impressionante a bárbarie a que os cristãos estão sujeitos nestes tempos. O motivo de tais perseguições? O simples fato de se declararem cristãos.
Da mesma forma que, em fins do século XX e começo do século XXI, onde os ataques e perseguições são protagonizados pelos islâmicos extremistas – mais recentemente pelo chamado Estado Islâmico – que tem por propósito, intensificar o pânico entre os seguidores de Cristo e gradualmente eliminar a presença cristã. E percebe-se que gradualmente isto vem se agravando. Trata-se de uma crise humanitária que não se restringe apenas ao oriente médio ou à Africa, mas deve ser encarada de forma global. São tempos estes inquietantes. E a mídia globalizante nada comenta a respeito. De certo, porque não dá Ibope.
Mas é preciso falar acerca dos diversos países onde o cristianismo sofre perseguição, a exemplo do Iraque, o Líbano, Egito, Líbia e Síria, onde a comunidade cristã tem vivido tempos de grande inquietação. No Egito, por exemplo várias igrejas foram atacadas e muitos cristãos se tornaram mártires por sua fé. Jovens … 21 jovens decapitados na costa do Mediterrâneo na Líbia por se recusarem a negar a Cristo seu Senhor e Salvador. Como épossível ficar indiferente a estes fatos? E não é preciso ir tão longe! Nossos vizinhos, na Venezuela, Colômbia, Cuba são exemplos bastante veementes de ataque à Igreja.
Sim!!! A História nos lembra desde os primeiros cristãos, que é da natureza da Igreja, ser perseguida. Esta mesma história também nos lembra que a partir de tantas perseguições, de tanto sangue derramado por motivos religiosos, a Igreja não saia apenas vitoriosa, mas ela rejuvenescia, tal como a Formosa Esposa de Cristo, que se torna mais forte nos seus mártires e nos seus santos! A Igreja, a Católica, a perseguida por tantos indivíduos, tantos regimes de governo, alguns ate totalitários. Perseguida por reis e rainhas. Até mesmo por muitos que se dizem católicos. Mas não… a barca de Pedro, a Esposa do Cordeiro, a verdadeira continuação da Encarnação do Verbo, aquela que segue santa, pura, imaculada como o Corpo Místico de Cristo, apenas indaga, fazendo ecoar no tempo e na historia, a voz do Verbo que interpelou Saulo no caminho de Damasco: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” (At 9,4)
É tempo, sobretudo, sim, de dar glória a Deus pela vida de tantos irmãos martirizados ao longo de séculos de história pelas razões de sua fé em Cristo. Rezemos pelos cristãos perseguidos. Não se pode chegar até o fim sem a vida interior, sem a via da oração. Tal como nos relata a carta a Diogneto, um antigo documento do inicio do cristianismo: “fazendo o bem, são punidos como malfeitores, castigados, rejubilam como revificados, De fato, são perseguidos, mas nenhum de seus inimigos pode dizer a causa de seu ódio. O que é a alma no corpo, são os cristãos no mundo.” E a Igreja é aquela que impede a instalação do inferno nesta terra.
Por isso, lembremos as palavras célebres de Tertuliano, de Cartago, já por volta do ano 200, que dizia: “Sanguis Martyrum est semen Ecclesia”, “o sangue dos mártires é a semente da Igreja”, é a semente de novoscristãos. O Testemunho de homens e mulheres heroicos, algumas crianças até, que deram a vida pelo Cristo, em quem a Igreja, corajosamente, encontra forças para dizer: “non praevalebunt”! As forças nefastas deste mundo não prevalecerão!
Já calejada com a dor, o sofrimento e a palma do martírio, a Igreja não teme a perseguição desta terra, porque o Reino de Deus não é deste mundo. Podem surgirinclusive as ideologias mais nefastas, a Igreja, combatente, nos seus santos, sempre soube enfrentá-las, e assim continuará sendo!!
Que belo Mistério!!! Como és bela, oh Santa Madre Igreja! Como és Católica!!