Jesus, Verbo encarnado do Pai, é a revelação plena do Amor de Deus para conosco. Sua missão salvífica carrega consigo a oferta perfeita que concede início a uma Nova Aliança.
Neste novo contexto o próprio Senhor atualiza a Lei e o relacionar-se do homem com Ele. Se no Antigo Testamento contemplamos um mandamento que nos remete à vivência de uma experiência de Amor voltada exclusivamente para Deus, “amarás o Senhor, teu Deus” (cf. Dt 6, 5), a novidade evangélica nos aponta para uma nova conjuntura desse amor: “amai-vos uns aos outros” (cf. Jo 15, 12). Por meio de Jesus, Deus Pai Criador redime a sua criação, filia seu povo e institui um laço de comunhão fraterna que passa a ser o testemunho primeiro daqueles que decidem segui-Lo e viver conforme seus preceitos.
“O Amor de Cristo nos uniu”, a resposta que antecede o abraço da paz, dentro do rito eucarístico, atesta-nos que, para além da Salvação, grande feito de filiação Divina e de conexão da humanidade com a possibilidade do céu, Jesus nos outorgou outra conexão, aquela vivida entre nós mesmos, fez-nos irmãos, através de uma conectividade que tem seu sinal sustentado pelo exemplo, a força e o penhor da Cruz.
Como evidencia a Sagrada Tradição é o laço de amor, comunhão e fraternidade que credencia e diferencia os primeiros cristãos no início de caminhada da Igreja: “Como eles se amam!”, essa é a característica genuína do discipulado do Senhor, resposta à incumbência deixada pelo próprio Jesus aos seus apóstolos: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (cf. Jo 13, 35).
O poder revolucionário do Amor de Deus, expresso pelo Madeiro, marco histórico para a vida humana, ecoa no tempo, acima do caos e das heresias, mantido pelo testemunho daqueles que até hoje ainda acolhem esse chamado e optam pela Graça de permanecerem vivendo como irmãos, num laço fraterno que comprova o quanto o este Amor em nós é perfeito.
Jesus não nos amou apenas, Ele nos deixou o modelo de oblação, esperança e fé que faz de cada um de nós construtor da nova civilização do amor. Ele nos uniu, constitui-nos irmãos, necessários nos é mantermo-nos, acima de tudo, assim!