E eis que Deus levanta um Leão!

8 de maio de 2025, dia histórico para a Igreja e o mundo. Dia do tão esperado “Habemus Papam”. E Robert Francis Prevost escolhe para si o nome de Leão XIV. Quanto significado há nesta escolha!!

O primeiro papa Agostiniano, sugerindo que valoriza a inteligência da fé. Em seu discurso de saudação já deixa expresso seu desejo, neste tempo Pascal, neste mês mariano, neste dia dedicado à Nossa Senhora de Pompeia, neste mesmo dia em que é comemorado os 1535 anos da aparição de São Miguel Arcanjo, no Monte Gargano, na Itália:

“A Paz esteja com todos vocês”

E que discurso! O qual já expressa, muito mais do que a continuidade do legado Papa Francisco, de saudosa memória, mas mostra evidentemente o mistério do Ministério Petrino em ação, quando dá continuidade àquela bênção “Urbi et orbi” dada por Francisco em sua última aparição pública no domingo de Páscoa da Ressurreição do Senhor, mostrando que há de fato uma sequência ininterrupta, a entrega do cajado, salientando a necessidade de se crer verdadeiramente no Papa, enquanto verdade de fé, aquele que liga e desliga, segundo o mandato de Nosso Senhor Jesus Cristo, sob quem Ele instituiu sua Igreja. É Pedro, que outrora falara por Francisco, agora fala mais do que nunca pela boca de Leão:

“O Papa (Francisco) que abençoou Roma, deu sua bênção ao mundo, ao mundo inteiro, naquela manhã de Páscoa. Deixe-me continuar falando dessa mesma bênção: Deus nos ama, Deus ama todos vocês, e o mal não prevalecerá! Estamos todos nas mãos de Deus.”

E o nome escolhido – Leão – é tão significativo na história da Igreja. A começar pelo até então último papa a adotar este nome, Leão XIII que promoveu a renovação da teologia e filosofia de santo Tomás de Aquino, e que foi o fundador da Doutrina Social da Igreja, com a Encíclica Rerum Novarum, que tem a coragem de enfrentar os dilemas sócio-econômicos ocasionados pela Revolução Industrial, saindo em defesa dos trabalhadores operários a partir dos valores do Evangelho, denunciando e condenando as ideologias socialista e capitalista, sugerindo um papa com sensibilidade para as questões sociais, o contato, compromisso e a proximidade com os pobres, alinhado com o pensamento de Francisco, por uma Igreja acolhedora, sinodal, evangelizadora.

Ainda sob alusão a Leão XIII que, a pedido de Santa Elena Guerra, escreve outra bela encíclica, desta vez sobre a Pessoa do Espírito Santo, a Divinun Ilud Munus, e que consagra o século XX logo no seu inicio, ao Espírito Santo, com a recitação do Veni Creator Spiritus (Vem, Espírito Criador). De fato, o nome Leão, ao longo dos séculos é carregado e aureolado de peso, firmeza na fé, parresia, ousadia. É um nome forte. Observemos a história e examinemos, por exemplo os feitos do grande papa reformador do papado no século XI – o Papa São Leão IX – que foi um verdadeiro leão a rugir contra as ingerências do Estado e que lutou com intrepidez para que a Igreja se desvencilhasse das influências do poder temporal. Ou mesmo um outro – são Leão III que no Natal de 800, coroara Carlos Magno como imperador do Sacro Império Romano da nação Franca. E sem falar no extraordinário Leão Magno, o primeiro de todos os leões, que no século V, consolida definitivamente a autoridade pontifícia, enfrentando os bárbaros e retardando sua invasão em Roma.

Que grande alegria nos é anunciada, de um papa, o primeiro norte-americano, de dupla cidadania, pois, por mais de 20 anos servira também à Igreja no Peru, em Chiclayo. Este agostiniano como ele mesmo diz:

“Sou filho de Santo Agostinho, um agostiniano, que disse: ‘convosco sou cristão e para vós sou bispo’. Neste sentido, podemos caminhar todos juntos rumo à pátria que Deus preparou para nós”.

Percebemos um papa moderado, mas firme, discreto, mas denotando autoridade, lembrando, de fato, as palavras de Nosso Senhor: “Non Praevalebunt” – O mal não prevalescerá. Como Deus é providente! Como o Senhor cuida do seu povo, depositando esperança no coração dos fieis, que acorrem à Praça de São Pedro, quando é avistada a fumaça branca, deixando o mundo perplexo, ante o testemunho do povo católico, e levando até não-católicos para testemunharem Pedro confirmar os irmãos na fé. Que dia histórico!!!

E mais ainda: neste dia da aparição do Arcanjo Miguel no monte Gargano, é bem providencial a escolha do seu nome – Leão XIV. Observando esses desfechos históricos, não há como passar despercebido o fato de que outro papa de nome Leão XIII, entrara em êxtase após a celebração da Santa Missa, onde teve uma visão dos demônios atacando a Igreja motivando-o a compor o exorcismo de São Miguel, tão conhecido, levando-nos a crer que Leão XIV leve a sério o mesmo combate espiritual.

E tudo isto acontecendo às vésperas do IV domingo da Páscoa, em que a liturgia nos recorda o Evangelho do Bom Pastor, que reúne as suas ovelhas e suas ovelhas escutam sua voz. Que Mistério tremendo estamos vivendo!! Como Deus está tão próximo de sua esposa, a Igreja! Rezemos pelo santo Padre, que ele reúna as ovelhas dispersas pelo mundo, as que estão fora do aprisco, as que estão perdidas, para que possam ser reunidas em Cristo, como bem traduz o lema do seu episcopado, inspirado na ordem de Santo Agostinho: “In Illo Uno Unum” (em um só Cristo somos um). Afinal, este é o desejo do Senhor: “Que todos sejam um”. A barca de Pedro segue, e que Leão, com a força do Espírito Santo, inflamado pelo amor à Verdade, possa ensinar, apascentar e apresentar o Cristo, diante das tormentas e confusões de um mundo em constante conflito.

Ouçamos por sua voz o apelo a construir pontes, sempre aberta a acolher de braços abertos todos os que precisarem, como exorta o Santo Padre.

Viva o Papa!! Viva a Igreja, tão Santa e tão Católica!!

E viva a Nosso Senhor Jesus Cristo, o Leão da Tribo de Judá, Aquele que É, que era e que vem, o princípio e o fim, a honra e a eternidade pelos séculos dos séculos. Amém.