A Ordem é o sacramento graças ao qual a missão confiada por Cristo a seus Apóstolos continua sendo exercida na Igreja até o fim dos tempos; é, portanto, o sacramento do ministério apostólico.(CIC 1536)
Atender um chamado especifico de Deus, requer uma maturidade para compreender o que se pede. Para o sacerdócio se quer uma entrega total ao próximo, é estar sempre a serviço do povo de Deus. Isso não pode ser levado como um feito pessoal, uma conquista de um plano ou meramente por status, mas sim entender que é o próprio Cristo quem chama e envia para ser pastor. Será pelo Seu Nome que realizará todos os sacramentos que lhe são conferidos. É uma missão destinada ao acolhimento, orientação, exortação, motivação do perdão, da vida fraterna e acima de tudo preparar um homem a viver a sua vocação que é a santidade. “Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí para que vades e produzais fruto, e o vosso fruto permaneça” (Cf jo 15,16).
Quando o jovem se sente chamado por Deus para o sacerdócio, não há uma imposição por parte de Deus. Porém aquele chamado ecoa no coração por todo o tempo, até que se compreenda e dê uma resposta de forma livre e espontânea. Cristo quer a nossa liberdade para dizer sim ou não, contudo, os que dizem sim ao sacerdócio contam com uma graça especial. Mas ao mesmo tempo esta graça é exigente, pois requer uma decisão consistente a fim de deixar toda uma realidade de vida familiar, estudos, trabalhos, conquistas pessoais… este seguimento radical de Jesus exige a opção precisa de perder a vida no dom de si: “é morrendo que se vive”.
Realizado uma vez por todas, o sacrifício de Cristo é único. Portanto, este sacrifício se torna vivo e presente em cada celebração eucarística na sua Igreja. A mesma situação acontece ao sacerdócio único de Cristo, que se torna presente através do sacerdócio ministerial sem diminuir a unicidade do sacerdócio de Cristo, é o que afirma o Catecismo: “e por isso, só Cristo é verdadeiro sacerdote, sendo os outros seus ministros” (CIC 1545).
A missão de cada sacerdote é clara e precisa: a santidade urgente! Temos por vocação que nos esforçar para adquirir a consciência de que hoje e amanhã ensinaremos nossos irmãos como ser santos. Alter Christus (Outro Cristo): glorificador do Pai e salvador de almas.
O Santo Cura d’Ars, afirma: “ É o sacerdote que continua a obra de redenção na terra”… “Se soubéssemos o que é o sacerdote terra, morreríamos não de espanto, mas de amor”… “O sacerdócio é o amor do coração de Jesus”.
A ORDENAÇÃO DOS DIÁCONOS – “PARA O SERVIÇO”
No grau inferior da hierarquia encontram-se os diáconos. São-lhes impostas as mãos “não para o sacerdócio, mas para o serviço”. Para a ordenação ao diaconado, só o Bispo impõe as mãos, significando assim que O diácono está especialmente ligado ao Bispo nas tarefas de sua “diaconia”.
Os diáconos participam de modo especial na missão e graça de Cristo. São marcados pelo sacramento da Ordem com um sinal (“caráter”) que ninguém poder apagar e que os configura a Cristo, que se fez “diácono”, isto é, servidor de todos. Cabe aos diáconos, entre outros serviços, assistir o Bispo e os padres na celebração dos divinos mistérios, sobre tudo a Eucaristia, distribuir a Comunhão, assistir ao Matrimônio e abençoá-lo, proclamar o Evangelho e pregar, presidir o funerais e consagrar-se aos diversos serviços da caridade.
Desde o Concílio Vaticano II, a Igreja latina restabeleceu o diaconato “como grau próprio e permanente da hierarquia”, a passo que as Igrejas do Oriente sempre o mantiveram. Esse diaconato permanente, que pode ser conferido a homens casados, constitui um importante enriquecimento para a missão da Igreja. De fato, ser útil e apropriado que aqueles que cumprem na Igreja um ministério verdadeiramente diaconal, quer na vida litúrgica e pastoral, quer nas obras sociais e caritativas, “sejam corroborados e mais intimamente ligados ao altar pela imposição das mãos, tradição que nos vem desde os apóstolos. Destarte desempenharão mais eficazmente o seu ministério mediante a graça sacramental do diaconato”.
Contudo é possível afirmar que o vocacionado, seja ao sacerdócio ou diaconado, tem em si um desejo de doar-se por amor a Cristo. E a estes lhe são conferidas a verdadeira alegria em assumir este chamado para serem servos, pois é no serviço que encontram a o Cristo face a face, assim disse o Senhor: “Todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes!” (Mt 25,40)
Foto: Petrik Bohumil / ACI Prensa
Maciel Braz, fvc
Membro associado da Comunidade de São Pio X