Breve Biografia de Antonio Lucena, fvc – fundador da Comunidade de São Pio X

Nasceu em 27 de abril de 1927 na cidade de Campina Grande-PB, filho de José Ulisses de Lucena e Maria Pequeno de Lucena. Ficou órfão de mãe aos 4 anos de idade em 1931 e trouxe consigo por toda a vida a trança de cabelos de sua mãe, como sua única lembrança viva.

Cursou do primário ao 1º ano ginasial no Colégio Tenente Alfredo, do 2º ao 5º ano ginasial no Colégio Diocesano Pio XI e o científico no Colégio Pernambucano em Recife quando foi morar com sua irmã mais velha Stella.

A princípio pensou em prestar vestibular para medicina, porém optou pelo direito, tendo estudado na Faculdade de Direito do Recife. Nessa cidade em 1949 conheceu sua futura esposa, Maria da Guia e por longos quatro anos namoraram e noivaram.

Em julho de 1952 viajou para a Europa para fazer um curso na Academia de Direito Internacional na Universidade de HAIA na Holanda, por 3 meses.

Quando retornou foi candidato a Deputado Estadual e prestou concurso para carreira diplomática para o Instituto Rio Branco.

Em um sábado de carnaval às 7 horas, no dia 14 de fevereiro de 1953, casou-se na recém criada Catedral de Nossa Senhora da Conceição em Campina Grande com Maria da Guia Araújo e tiveram cinco filhos: Melânia, Valéria, Frederico,Gerana e Cláudia, seus filhos geraram até o seu falecimento onze netos e oito bisnetos.

Colou gracomo Bacharel em Direito na Faculdade de Direito do Recife, em 09 de março de 1954 e atuou como secretário municipal de administração na gestão do prefeito Plínio Lemos (1951 – 1955).

Nos anos 60 foi Secretário de Estado da Justiça no Governo de Pedro Gondim (1961-1966), colunista do Diário da Borborema e apresentador do programa Claro Escuro na Televisão Borborema, programa de entrevistas e debates.

Ensinou nos cursos de Serviço Social, Economia, Sociologia, Direito e Engenharia, esse último na Escola Politécnica de Campina Grande, que depoisjunto com as outras faculdades se tornariam Universidade Federal da Paraíba. Lecionou DireitoUsual para Engenheiros, Moedas e Bancos, Partidos Políticos e Direito Constitucional.

Por dois anos foi presidente do seu time do coração, o Campinense Clube no biênio 1969-1970, trazendo grandes alegrias aos torcedores que carinhosamente o chamavam de “Raposa Prateada”, pelos seus cabelos brancos. Em sua vida social foi presidente do Lions Clube Centro de Campina Grande e sócio fundador do Clube Campestre.

Foi eleito em abril de 1969 Vice Reitor da Universidade Regional do Nordeste (URNe), assumindo no mesmo ano a titularidade da reitoria, quando o então reitor deixou o cargo para assumir uma nova função no Ministério da Educação. Emrazão do período político conturbado, a sua gestão foi marcada por uma grande dificuldade financeira que foi superada em 1972. Um ano antes da conclusão do mandato, alcançou o grande feito de reconhecimento dos cursos de Odontologia, Administração, entre outros. Concretizou ainda o Museu de Artes Assis Chateaubriand, adquirindo grandes obras de artes para o acervo deste novo ambiente cultural da cidade.

No início dos anos 70, fez curso de Doutorado em Direito na Universidade Federal de Pernambuco, mas devido a muito compromissos profissionais não defendeu a Tese, ficando incompleto. Escreviaeditorial no Jornal da Paraíba logo após sua fundação em setembro de 1971, e era sócio do Instituto Histórico de Campina Grande, tendo sido oficializado o seu ingresso na categoria de sócio efetivo em maio de 2019.

Em 1975, recebeu em sua casa um casal católico, Maurício e Terezinha, líderes do Movimento dos Cursilhos de Cristandade, que foram lhe fazer um convite, para participar do Cursilho de Cristandade Masculino no Mosteiro Beneditino na Arquidiocese de Olinda e Recife. 

Ele aceitou e na quinta-feira 17 de setembro de 1975, lá estava Antonio em Olinda para iniciar o Cursilho de Cristandade masculinoDurante os três dias iniciais ele só dizia: “estou perdendo tempo nesse lugar”. No domingo pela manhã o padre assistente espiritual do Cursilho, dom Gerardo, o chamou para conversar e assim foi parte da conversa: “Hoje o senhor vai sair daqui!”, disse o religioso, respondeu Antonio Lucena: “Felizmente”, exortou dom Gerardo: “Não diga isto!”, e prontamente respondeu Antonio Lucena: “Estou cansado! Isso não me ajudou em nada!”, “O senhor ainda vai receber uma ajuda muito forte.”, profetizou o religioso beneditino, para finalizar Antonio Lucena disse: “Está bom”.

Chegou a tarde e os homens que participaram do Cursilho reuniram-se após a missa para receber um crucifixo – como acontece com todos os cursilhistas – sinal de envio ao final do encontro, todos recebiam o crucifixo ouvindo: Cristo conta com você! e o participante respondia: E eu com a Sua Graça! 

Com Antonio Lucena foi diferente, ao entrar na procissão para receber o crucifixo, ele caçoava: “vamos receber o diploma”, quando o sacerdote dom Gerardo chamou Antonio Lucena fixando os seus olhos nos de Antonio afirmou em alta voz: “Antonio, Eu conto com você!” daí em diante ele não teve mais como responder… o “olhar foi o de Cristo” e as lágrimas tomaram conta de seu rosto e chorou por mais de três horas durante todo seu retorno para Campina Grande.

Foi uma experiência pessoal com o Senhor, ele sempre afirmou ter sido o próprio Cristo que falou com ele.

Ao voltar para casa tudo se fez novo em sua vida.Nos dias seguintes suspendeu seus compromissos profissionais, permanecendo em casa lendo a Sagrada Escritura e os livros de teologia e doutrina católica que tinha adquirido recentemente.

Passaram-se os dias e o casal começou a colaborar com o movimento do Cursilho, só que agora na Diocese de Campina Grande.

Um dia soube que a irmã Almeida, de Olinda-PE, estava vindo para Campina Grande, para a Paróquia São José, no bairro de José Pinheiro junto com o Pe. Camilo da Congregação dos Dehonianossua esposa foi primeiro assistir as palestras, gostou e em seguida levou Antonio Lucena. Foi assim que o Pe. Camilo deu início ao movimento da Renovação Carismática Católica em Campina Grande e Antonio Lucena se tornou líder do movimento na cidade sendo o pioneiro do movimento em várias cidades da região.

Sempre ajudando o Padre Camilo nas quartas-feiras, Antonio Lucena foi então chamado pela irmã Ângela Beleza que chegara do Rio de Janeiro com o ardor da RCC no coração para criar um grupo de oração na Capela de São Vicente de Paulo no instituto com mesmo nome, às margens do Açude Velho. Este Grupo durou pouco tempo, isso fez com que Antonio Lucena procurasse o então Bispo Diocesano de Campina Grande, Dom Manuel Pereira da Costa ao chegar lá o bispo o surpreendeu ordenando: “Vá e comece um trabalho na Capela de São Pio X” e assim Antonio Lucena seguiu para Capela, onde sua esposa já colaborava com as pastorais e auxiliava na administração. 

Em 24 de março de 1979 num sábado à tarde reuniram-se sete pessoas na Capela de São Pio X e todos maravilhados com a graça de Pentecostes, só tinham o desejo de expandir a ação do Espírito Santo, com a adesão de mais pessoas transferiram o Grupo de Oração para a quinta-feira, que acontece até hoje.

Sendo um dos pioneiros da Renovação Carismática Católica (RCC) na região, realizou palestras e pregações em Grupos de Oração de várias cidades no interior de Pernambuco e Rio Grande do Nortealém dos de Campina Grande. Organizou grandes eventos em Campina Grande, bem no início do movimento pentecostal católico.

Participou de comissões nacionais da estrutura do movimento da RCC e são inúmeros os testemunhos de líderes católicos que cresceram no conhecimento da fé católica através de suas pregações em eventos em outros estados no país, por mais de uma década.

Fundou a Comunidade de São Pio X no dia 07 de outubro de 1991, junto aos pioneiros na fundação Manoel Bezerra de Lima, Djalma Bezerra de Lima, Maria da Guia Araújo de Lucena, Maria de Jesus Vieira Assis, Nelci Azevedo Agra, Carlinda Cavalcante Costa, Ignez Barreto Leite, Edwiges Cavalcante de Albuquerque, Hércules de Assis Souza e Rejane Dias de Albuquerque.

Em 18 de fevereiro de 1996 realizou pela primeira vez o CRESCER, o Encontro da Família Católica, evento que ele mesmo idealizou para ser a expressão autenticamente católica no período do carnaval em Campina Grande, diante de um evento filosófico e agnóstico que ganhava notoriedade e projeção a época.

Em 2008 durante uma das suas pregações no 12º CRESCER, subitamente passou mal, esquecendo onde estava e o que fazia no momento, daí em diante, em razão dos limites que a saúde lhe impunha foi se afastando gradativamente das atividades de evangelização. 

A Comunidade de São Pio X foi canonicamente reconhecida pelo Bispo Diocesano de Campina Grande, em 06 de outubro de 2010, como associação privada de fieis de direito diocesano, atribuindo-lhe o título de Fraternidade Viver em Cristo (fvc). Posteriormente em 07 de outubro de 2016, a Comunidade de São Pio X teve seu estatuto canônico aprovado definitivamente após 6 anos de um período ad experimentum.

Os últimos anos de sua vida passou recolhido em sua casa no convívio dos familiares, amigos e irmãos da comunidade. Durante esse período deu um grande testemunho de resignação e aceitação, nos últimos anos não reclamava da situação que padecia, aceitava tudo e silenciava.

Faleceu no dia 20 de dezembro de 2019, às 3 horas da manhã em sua residência junto aos seus familiares.

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